A razão é virtude em extinção, neste espaço se tenta preservar essa conquista desprezada, lembrar que a vida não está resumida à frágil visão humana.

PENSE

Seja ambicioso nos seus desejos, busque sempre o que é infinito, eterno, completo e intransferível.

O maior bem que se pode conquistar é a perfeição, seja sábio e não se contente com menos.

A matéria é apenas a mina onde garimpamos nosso conhecimento, cada pedra do nosso caminho é o tesouro que buscamos ainda bruto e aguardando lapidação.
Tenha sempre em mente essa idéia e nada haverá de lhe faltar.
Venha ser alguém que acrescenta algo à existência sem exigir mais do que ela lhe dá.

SALVE O MUNDO, COMECE POR ALGUÉM!


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

LIVRO II - À LUZ DA RAZÃO - 3ª PARTE CAP. IV


CAPÍTULO IV

QUESTÕES FILOSÓFICAS.
Que razões movem os pensadores?”

Cabe-nos, de princípio, fundamentar em bases coerentes à dialética, o amplo sentido do termo razão. É óbvio que para essa tarefa, devemos depender, primordialmente, de dados comparativos, pois que, em si, a razão vem presente de formasaparentemente” rígidas. Mas.., se falamos de rigidez, as formas, jamais poderiam ser colocadas no plural, logo, havemos de considerar o que podem expressar os “aparentesmodos de “inflexibilidaderacional.

O senso imediato nos induz à convicção plena produzida pela solidez forte de um conceito definido e suficiente a justificar o argumento ou pela evidência fática pura e simplesmente. Nada mais lógico, não? “Não”..! pois apontamos, unilateralmente, o entendimento exposto. Esse enfoque justifica qualquer observador, por isso ele é frágil. ...– É certo, mas um fato é material, existente, na verdade, concreto; nós o vemos, como negá-lo..? Ocorre que a problemática é parte do “sujeito”, não do “objeto”! Quem chega à conclusão ou constata um fato, “... chega à conclusão de que constatou um fato...!”. Então...

Cada indivíduo o que quer ver, por mais absurdo que possa parecer, esse é o ponto em questão. O que, de fato ocorre, chega ao intelecto por meio de sinais codificados e, essessinais”, têm a medida da capacidade intelectiva do observador, materializando o entendimento em argumentação demonstrativa, veremos que um singularrelâmpago” é visto de muitas maneiras: – numa metrópole fervilhante pelo movimento laboral generalizado, em dez mil pessoas ou mais presentes ao fato, encontraremos por volta de um por cento (cem), talvez, que viram o “corisco” no céu, um minuto depois, oitenta por cento dos que notaram a ocorrência, não têm mais lembrança, nem mesmo para negar o que houve, no dia seguinte, os vinte por cento restantes, não afirmarão com segurança, sequer que tenha ou não chovido. Agora, imitando a ficção, viajaremos no tempo cento e cinqüenta anos e, no mesmo local metropolitano, provavelmente, toda a população que gira por volta de dez mil habitantes e, pela natureza da menor atividade produtiva, quase todos viram o efeito luminoso e ouviram o ribombar conseqüente e, muitas horas depois, vários comentam o fenômeno, cada qual demonstrando o que vira, o efeito afinal, era novo o “...raio...” passou a “...existir...” depois que Franklin1 o “...inventara...” empinando “pipa” e Volta2 “...comprovara...” a existência da eletricidade fazendo uma pilhavoltaica”. No entanto, retornando no tempo, uns dois mil anos, encontraremos noventa por cento da população terrestre ajoelhada venerando a fúria dos deuses, e juravam terem avistado enormes monstros sendo abatidos pelos dardos de fogo de Zeus dos gregos também Júpiter dos romanos, Odin dos escandinavos ou ele mesmo, Mercúrio dos “romanosnovamente. Assim, reformulamos a questão em exame e convidamos o Caro Leitor a perguntar diretamente ao escandinavo em foco o que ele viu e, a medida que ele responder, contradiga-o pois é absurdo o que se acaba de ouvir, considerando que o perquiridor tenha sobrevivido à reação do perquirido, com toda segurança, afirmamos que o escandinavo viu, de fato, o próprio “Odin”, vestindo seu elmo, lançar o dardo flamejante, o desafio seria dizer que não cabe “razão” ao observador de “Odin”.

Fica demonstrado assim, que razão, ainda que mais sutil o sentido, pode, não que deva, ser assentida como ponto de vista, plenamente amparado, na lógica de quem exerce a razão, poislógica”, tem a mesma direção, tanto que as duas caminham, invariavelmente, de mãos dadas. E a Relatividade Geral passa da materialidade ao plano ideal, por meio desse singelo argumento.

Ora, mas assim, a Humanidade não teria saído da pré-história! – Talvez, você tenha razão! Mas, se dependesse da razão do observador, essa seria uma premissa verdadeira. Por isso falou-se em formas no plural, o processo racional é uma manifestação decorrente, logo, a origem é o que deve ser analisada. Os parâmetros são as balizas da lógica, portanto, a ponderabilidade destes são o suporte da razão, de imediato se conclui que, tanto quanto mais firmes os primeiros, mais segura a última, e além, quantos mais deles se dispor, melhor será a superfície de sustentação dela. É fácil notar agora, que a Humanidade cresce por média de seus dados informativos, a razão ganha sentido lógico de fato, se promulgada consensualmente, dispondo de diversos enfoques fáticos e, indefinidas conclusões particulares, mas.., valendo-se sempre da quantidade para apurar qualidade. Raríssimas vezes a razão é auto-suficiente e com validade universal. São exemplos típicos:

Razão preconceituosa (aquela que exclua absurdos não evidentes), não garante proposta segura, pois não se valeu do método da exclusão por avaliação do realizável, que absurdo, para o antigo grego, “...era o magnífico dardo de Zeus, ser um ridículo efeito elétrico sem importância, jamais..!” e, quem se atreve a dizer que a razão não estava com ele?

Enfrentamos o mesmo problema por um ângulo diferente, ao nos referirmos a abstrata, isto é, aquela amparada na religiosidade dogmática, “...existe ou não tal ente ou ato sem necessidade de explicação...”, Agostinho1, eleito santo pelo clero era defensor dessa razão, literalmente, levou à morte2, oitocentos anos depois de sua existência, Tomás de Aquino3, também eleito santo, após atrozes perseguições dos agostinianos e dos averroistas, pois, equivocadamente, o viam como racional radicalista, quando, na verdade, estava-se diante de outro convicto religioso que, apenas se propôs, a justificar filosoficamente, os dogmas clericais, este ensinava “...que a razão pode preceder a , mas..,se com esta se chocar, será a segunda que prevalecerá...”. O primeiro, depois de uma vida profana (segundo ele próprio), foraescolhido” e salvou sua alma, desacreditado do maniqueismo4, que se fez integrante por algum tempo, adotou os ensinamentos de Platão e Plotino, orientou-se no pensamento aristotélico adotando porém, o neoplatonismo com maior ênfase e amoldou-se, finalmente, ao cristianismo, homem dedicado a muita leitura e escrita, particularmente, a filosófico-religiosa, era grande investigador dos preceitos cristãos adotou, de princípio, a pregação da clerical, assumiu o compromisso de justificar a razão por meio da e, cujo preço óbvio, foram inúmeras contradições, pois que a sequer entende a razão, uma vez que vem a primeira, subsumida em si mesma. O pensamento agostiniano prevaleceu na igreja por quase oito séculos, até tropeçar em Tomás de Aquino o Doutor da Igreja5 que, ao contrário do anterior, “nasceu” aos cinco anos para o clero, admitido na abadia de Monte Cassino onde cresceu dentro da cultura monástica até a expulsão dos monges locais pelo então imperador. A partir de 1256 graduado teólogo pregava abertamente o aristotelismo cristão provocando fúria relativamente silenciosa, entretanto, feroz dos averroistas que pregavam o dualismo da com o racionalismo filosófico, pretendendo, logicamente, a prevalência da primeira e, por sua vez, o ódio incontido dos agostinianos que condenavam de pronto a prática aristotélica nos seus moldes cristãos.

Usando dos dois pilares antagônicos de um mesmo princípio religioso notamos que a razão da é inconsistente, pois, facilmente se denota, que se extraídos os dogmas de “” professados por ambos, as raízes filosóficas deles produziram uma frondosa árvore com grandes ensinamentos, todavia, sendo a o tema da discórdia, nos defrontamos a uma aberração cultural equivalente a dois frutos diferentes na mesma planta frutífera e, apenas assim, nos é possível acreditar em milagres, ingerindo maçãs contaminadas pelo bicho da ignorância e uvas apodrecidas pelo imobilismo dogmático, colhidos do mesmo que, em si, é saudável.

Logo, é de se constatar que a razão, além dos conceitos indiretos ao seu sentido textual, sofre flexões ortodoxas e heterodoxas, ou seja, ela não permite a inflexibilidade por um lado e a elasticidade por outro, o certo, é que esta opera em uma faixa muito estreita que, todavia, não é, exatamente, uma linha. Existem padrões de raciocínio para conduzir as reflexões do intelecto, comparações com ocorrências fáticas ou existenciais que oferecem direção assumida com eficácia, além do que, a média do maior número possível de exemplos conclusivos e efeitos consumados são a fonte mais segura a propor uma nova arremetida ideal.

A razão emite imagem de universalidade, entretanto, o objeto gerador dessa imagem é de personalidade excêntrica e, até egocêntrica, pois faz girar em torno de si toda disputa contraditória, o que se nos demonstra ilógico e insensato, uma vez que razão, se tivesse caráter universal, não causaria discórdia, seria assim, e pronto! Encontramos exemplos impressionantes como, Hegel em relação a Marx, casos quase contemporâneos, o primeiro adota a dialética por princípio dualista entre oposições que se equilibram em forma de conclusão, ora ele descreve, exatamente, o mecanismo pensamentar, devemos tê-lo por correto, é inegável tal proposição, no entanto, encontramos o segundo afirmando ser esta, a precisa descrição do real. Mas.., é sabido pelos mais arraigados materialistas, que o “realnão é, exatamente, real. Como se descreve o que pode não ser? É óbvio que este adotou seu conceito, por universalizador da razão e, nesse caso, não é a razão que nos parece egocêntrica.

Portanto, quando se diz: “... –Eu estou com a razão...”, será muito conveniente explicar com qual das razões. Ainda assim, não se encontra conceito com o caráter universalista pretendido, portanto, devemos nos socorrer do entendimento lógico com senso suficiente a dimensionar as razões da razão, lembrar que o cérebro, como decodificador do sentimento do Espírito, aliado ao coração1, como instrumento de inspiração desse mesmo Ser, finda por ser fonte de sabedoria, e esta é existente, somente em bases plenamente assentadas e estabelecidas com o universalismo conquistado e, não, pretendido.

que nos parece, pelo menos próxima, a idéia de razão, tentaremos entender porque ela seria o agente motor do pensamento humano.

Ao que tudo indica, é justamente, a aparência universalista e o perfil personalíssimo que a razão exerce, que movem a iniciativa individual, o protagonista encontra-se em circunstâncias peculiares ao vir “possuído” por ela, este se em uma posição privilegiada ante os mortais. Não que o “escolhido” pense dessa forma, acontece que em determinado momento a lucidez, literalmente, lhe assume, a mente se abre e, a cada momento, seus conhecimentos se lhe apresentam de modo objetivo, fecundo e loquaz, as idéias assumem proporções de uma cascata sem fim, amarram-se numa seqüência lógica umas as outras e fecham um ciclo conclusivo crescentemente coerente, isso porque, mesmo depois de, aparentemente concluída, a dedução acaba por se aperfeiçoar continuamente. É importante, porém, saber que esse conhecimento não aparece do nada, ele faz parte de quem o manifesta, apenas não aflorava por algum motivo que escapa a consciência enquanto mantinha-se contraído e, no momento que se lhe aparenta favorável, vem à luz, então, muitos dos iluminados, desorientados com o fato dizem haver sido escolhidos, o que, seguramente, é inverídico, pois ninguém é, o que não “é”. E se Deus, sob qualquer entendimento, contrariando seus próprios princípios, escolhesse umasno ele não viria a ser um sábio, jamais.

Se, recebida como válida, a temática que concebe o amplo sentido do termo razão poderemos, então, explorar as características que envolvem o movimento dos pensadores.

O motor primordial, nãocomo ser outro, que não a motivação. Ela arranca do ser, o seu próprioSer”, a revolta silenciosa do Espírito opondo-se ao imobilismo relativo projeta-se ao encontro do entendimento de si mesmo, transforma suas agonias transcendentais em impulsos do pensamento lançando-o à busca desenfreada das razões da autêntica “existencialidade”, não, singularmente, a existência, pois é óbvio ser ela, uma mera conseqüência, ou o existencialismo que apenas induz explicar a “existência”. A primeira expressão vocabular exprime, de dentro para fora, o que a motivou como manifestação, implica a pergunta sem, no entanto, pontuá-la interrogativamente. Afirma quealgo por trás da ação original, que provoca a sagacidade profunda do criado em direção ao Criador. O pensamento, por meios que nos são desconhecidos, rompe a barreira que parece intransponível, todavia, não é mais do que um sutil véu entre o plano ideal ou inteligente e a matéria, dependente apenas de uma chave cujo desenho da cremalheira é entalhado pela motivação, ocorre ainda, que essa mesma “motivação” afasta as lâminas desse “véu” e, maior será a abertura, quanto mais motivado vier o espírito chegando mesmo, a assustar ou impressionar, violentamente, os observadores, caso típico dos “milagres”, é também, notável, nos Iluminados abnegados em favor da Humanidade, Jesus é exemplo vivo dessa categoria humana.

Parece-nos de extrema relevância comentar um infeliz aspecto, uma morbidez que vem, nos últimos tempos, tornando-se fator integrante dessa fenomenologia, em verdade, nos últimos tempos, podemos dizer, escandalosamente, poismuito essa prática é comum, não erramos ao informar, que os antigos egípcios, helênicos e tantos outros povos, serviam-se desse artifício. Falamos das drogas em todas e quaisquer formas, desde os destilados de venenos de cobra produzidos pelos antigos, como os sofisticados entorpecentes da atualidade, que são até mais venenosos que os daquele tempo. Esse tipo de torpeza intentada contra o próprio corpo tem acentuada incidência em meios artísticos, culturais de diversas espécies, esportivos; enfim, seria melhor dizermos, não existe em...! e, nada teríamos para dizer.

Consta um entendimento absurdo da liberação do Eu maior quando a mente “distrai” em conseqüência do efeito anestésico cerebral produzido pela droga, seria mais ou menos o seguinte, a máquina cerebral, ao mesmo tempo em que decodifica os sinais intelectivos em sentimento puro que é o estímulo do Ser que dinamiza o corpo, policia o comportamento do subconsciente que lhe é intermediário com a razão consciente, pois é íntimo do espírito que na matéria ele depende de parâmetros ou guias dimensionais para se orientar, não lhe é possível, nesta fase de vida, sertocadodiretamente pela matéria, pois, se assim fosse, desnecessário seria encarnar-se. Logo, a sensação de tudo poder é ilusória, mas muito marcante em face do sentido de liberdade, assim, as vítimas de si sentem-se inspiradas, imaginam-se criadoras, eloqüentes, desinibidas e assim por diante. Ocorre, de fato, que o véu ao contrário de ser aberto com senso de cautela e sob controle da razão consciente que administra sua vazão com comedimento e sabedoria, é, simplesmente, “rasgadoabruptamente deixando, completamente desorientada, a mente entorpecida, seria o mesmo que soltar de dez mil metros de altura, uma ave com as penas das asas cortadas, sua natureza é voar, no entanto, momentaneamente, está impedida, porém, desprezando esse fato, a libertam nas condições citadas, obviamente, ela cairá e, depois, ficam perguntando; “...– Como pode uma ave cair sem voar...?”. Nós somos essa ave e, momentaneamente, estamos impedidos de voar, até podemos, com cautela, dar pequenos saltos se a razão nos for baliza, no entanto, se enchermos de gás o cérebro, o balão, eventualmente, pode subir, mas, geralmente, estoura quando estamos a “dez mil metros”.

Alcançar a plenitude do espírito é conquista, não truque de circo, a faculdade da existência dualística não é uma simples opção, é resultado de incessante evolução que se expõe quando exigida pela sabedoria, de forma nenhuma, algo que uma espécie de fumaça ou líquido injetável ou aspirável produza, abrir nossas algemas com a chave do conhecimento é, sem dúvidas, melhor do que se arrancar os próprios braços em nome de uma pseudoliberdade, principalmente, porque quem assim age, o faz por extrema vaidade antecedente ao ato pretendido, quando o motivo é estimular a sensibilidade, o intelecto e outros pretensos predicados para produzir algo melhor que a média dos seres humanos, o que, em si, é um fenomenal engano, que, se existisse a qualificação imaginada, o consciente racional, por si mesmo, se assim considerasse válido por escopo justificável, buscaria no seu Eu maior, as forças exigidas para a finalidade almejada.

As questões filosóficas, título destas páginas, têm suas bases em dois pilares fundamentais; explicar Deus ou negar sua existência, os observadores das doutrinas pensamentares, singularmente, desdobram-nas em dois hemisférios que acentuam de um extremo radical a outro apenas moderado, de um mesmo pensamento de cada hemisfério, ou seja, do materialista dialético racionalista ao agnóstico tendencioso ou acessível por um lado e, do idealista crítico ao objetivo por outro. Não se trata de uma briga do bem contra o mal, porém, de posições assumidas em relação aos entendimentos existenciais. Nota-se, no entanto, que por mais radical, fundamentalista e arraigado idealista, o filósofo que habita esse hemisfério é moderado, se comparado ao “materialista dialético”, o último tem, por natureza de seu entendimento, não admitir a existência do que lhe escapa aos sentidos puramente físicos, ainda que a razão lhe conduza a endereços racionais do idealismo este os absorve por simples abstrações sem significado prático, resultando, por fim, em efemeridades inconclusivas.

Por mais criativos que possam ser tais pensadores, suas deduções são estreitas, a visão lhes é curta e o imediatismo lhes é a razão de ser, deixam de avaliar as perspectivas mais longas da própria lógica existencial, ainda que para contestá-las, é fato notório a ausência de visão, e, somente apoiado no enfoque materialista, se demonstra a fragilidade da tese contraditada:

A própria matéria evolui da energia ao ser vivo, isto é, o Universo é conseqüência direta do adensamento energético, sua expansão contínua é resultado do conhecido ponto virtual, explosão que a partir do primeiro picosegundo produz ininterruptamente espaço e matéria, logo, a energia tornou-se elemento de massa e este se condensou em agrupamentos, em moléculas, em estrelas, em sistemas, em mundos e, se somente a terra, por mais absurda que pareça a idéia, viabilizasse vida, ainda assim, a energia dependeu de Zilhões de “Streplhões” de “coincidênciaspara ser um único ser vivo unicelular, que, para não criarmos mais termosexcêntricos” deixaremos de dizer o que foi preciso para chegar à Inteligência racional. Ora..! nem o mais céptico do Universo, aceitaria que, pelo acaso, a vida existe, mormente a inteligência racional, e isso, é o  puro materialismo comprovando sua dependência do ideal.

Concordamos que é muito difícil a prova material do que é imaterial, mas, extremamente fácil, será comprovar que o acaso ou acidente, nesse particular, não existe; fica aqui desafiado: – não apenas os maiores estatísticos do planeta, porém, estes auxiliados pelos mais sofisticados supercomputadores existentes, a demonstrarem quais seriam as chances de, casuisticamente, o Universo haver chegado ao racional.

A mais brilhante concepção filosófica existencial, partiu de alguém não menos brilhante, Immanuel Kant, numa arremetida inspirada pela mais eloqüente sabedoria, este afirmou: “...– A mera aceitação humana da moralidade é comprovação indelével da existência de ordem transcendente ao vulgar sensível, sendo seu único fundamento possível a existência de Deus...”. Bem.., é mais fácil contestar a existência de Deus, por pura insensibilidade intelectual, do que as qualificações, efetivamente constatadas pela Humanidade, de Kant. Não estamos diante de um pensador comum, este homem partiu de profundas reflexões, raríssimas vezes notadas, em outros iluminados, amparado, exclusivamente, no racionalismo puro e, negando a metafísica especulativa, mesmo quando apoiada em conceitos primordiais racionais, demonstrou, não a lógica da matemática, porém, a própria matemática da lógica, homem que ponteou o antes e o depois, com mais profundidade queSócrates”, fez o eixo central do equilíbrio entre o materialismo conceptivo do ponderável, com o idealismo sensato e mediador, ensinou que a moral consciente é consistente tanto quanto o é, a ciência newtoniana, são as duas, plenamente exatas, na correspondente esfera de validade de cada uma, foi quem, elegantemente, demonstrou que moral é ato de vontade não de imposição legal, pois a moralidade legal não seria jamais virtude e, sim, condição existencial, o que, nem de longe, significam o mesmo em princípio. Entre a do Ser que é e a do “Serque porta, longa é a distância1.

Seria mesmo ridículo o autor que se vos apresenta nesta, dizer que Kant tem razão, quiséramos estar ele presente, para dizer que “... é bom temo-lo entendido...” e isso é fácil de constatar, que tudo que veio escrito depois dele, ainda que sem sabê-lo, terminam por insistir no que, de um modo ou de outro, ele suscitou. Podemos, quando muito, dizer que, embora sem lê-lo, repetimo-lo, isso, em inúmeras áreas do conhecimento. Superá-lo, é proeza ainda almejada.

Notamos que mesmo o idealista radical é plenamente aceitável como centrista, o que não ocorre com o materialista mesmo, sendo este, moderado. A própria doutrina adotada pelo segundo, tem por entendimento fundamental o “tudo agora”, pois o “amanhã” inexiste e os pensamentos.., não seriam mais do que combinações químicas de qualquer natureza gerando corrente elétrica que resulta em raciocínio. O certo, é que, até por divertimento, seria inconciliável com a lógica, esse entendimento. Mesmo considerando que o idealismo não exponha o continuismo com toda a força que a certeza exige, sua direção é, inegavelmente, mais condizente com as evidências existenciais. Como afirmado acima, o próprio materialismo comprova a sua dependência do idealismo.

É sutil e profundamente significativa a percepção que permite contrastar a visão do kantismo a do marxismo, o virtuosismo em Kant exerce toda potência do seu pensamento quando exalta a ética, a moral, e mesmo a idéia do “comunitarismo”, totalmente desatada do compromisso, exaltação esta, que tem caráter, absolutamente universalista, enquanto que em Marx, literalmente tropeçamos na “compulsoriedade” da divisão por apropriação. Ora..! é o mesmo que saquear e compartilhar entre os lobos, é fantástica a distância entre as ética e moral do Estado e o comunismo idealizados pelo segundo em relação a sensibilidade do primeiro em definir as próprias características do Ser. De fato, poderíamos argumentar que os entendimentos do kantismo não conduziriam, em termos práticos, a Humanidade a lugar algum, pois, esperar da vontade comum, a iniciativa, é erro denunciado por Nicolau Maquiavel no século XVI. Portanto, seria lógico a um pensador, não permitir essas mobilizações originarem-se inercialmente das massas. Na verdade, pensar dessa forma seria subestimar a inteligência de “Maquiavel”, ele ensinava que tentar dominar um povo pela força era diretamente relacionado com a sucumbência do conquistador, alertava, isso sim, “se”, apenas se, um povo fosse conquistado pela força seria conveniente eliminar os poderosos em favor da plebe e, concomitantemente, deixar que a vida costumeira continuasse a ser desenvolvida no povoado, colonizando pacificamente os limites do território e, lentamente, ir alterando a cultura local pela atual, sim, estaria consolidada a invasão, o povo receberia o invasor e não o combateria, pois sua condição inicial teria sido preservada e, se mudada, não notada imediatamente. Era, também, reconhecidamente hoje, defensor da república, ainda que disfarçasse esse sentimento dizendo-se favorável à sua aplicação apenas nos pequenos principados. Logo, em princípio, a condenação a Maquiavel é injusta e ingênua.

O “comunitarismo” de Kant, absurdamente  diferente, do comunismo de Marx, obviamente não virá pela força, será decorrente da evolução da Humanidade, por isso mesmo, ainda que lento, será duradouro e eficaz pois cada cidadão o será, o que significa muito, mas muito mesmo, mais que o praticar. O homem evoluído é a comunidade, reconhece no próximo a sua pessoa, fala-se da divisão participativa, do cooperativismo voluntário, enfim, lembrando Sócrates, do Cidadão Universal.

A conclusão muito mais sensata, do que singularmente lógica, é que, filosoficamente, não tentar justificar o imobilismo e, com isso, explicar Deus, tanto quanto não buscar, simplesmente, negá-lo é, ainda, uma posição segura, isso independe de assimilá-lo pelo Todo Universal, onde entendemo-Lo como o Espírito composto dos Espíritos que gera, incessantemente, o Espírito, pois , não se busca a suposta origem Deste e, se admitida a espiritualidade, será conclusão muito mais sensata do que, singularmente, lógica, esperar a evolução até a perfeição e, continuará sendo sensato e também lógico, saber que perfeito é ser contínua e infinitamente acrescido. Assim, é plenamente racional conhecer de Deus, mas, não explicá-lo.

Portanto, citamos finalmente, o motor dos pensadores; a evolução, ela é, de todas asrazões que movem os pensadores, a que poderia mesmo, ser a única, até porque, se o próprio Universo demonstra, inequivocamente, que o seu objetivo é evoluir, sequer razão haveria para ser necessário motor diferente da evolução a justificar a motivação fundamental de um pensador. O processo evolucionista deve ser admitido pela sua própria natureza, sem implicações de origem, sem provocações que se manifestam por relações implícitas, entendê-lo como conseqüência natural, nos exatos moldes do entendimento de uma bola abandonada no alto de uma ladeira, esta poderia rolar. O que importa quem , a tenha largado? Ela cai, e pronto! A partir do momento que se admitiu a existência universal este, o Universo, estava no topo da ladeira, por isso foi colocado , ele poderia evoluir. Enquanto formos apenas integrantes dele, evoluímos como um todo, quando, no entanto, este nos for integrado, evoluirá como um todo. Novamente, nos deparamos com o ciclo.

É mesmo estranho que o entendimento humano adotou a mobilidade universal a partir do imobilismo absoluto para explicar Deus, idéias, aliás, que não eram afirmações de Sócrates, Platão ou mesmo Aristóteles, entretanto, defendidas pelo neoplatonismo, aristotelismo, muito adaptado em Tomás de Aquino1 e muitos outros, todos porém, adeptos do cristianismo clerical, ainda que com algumas influências árabes a exemplo de Averróis2 que ensinava o ato ser resultado da potência, e isso implicava em imobilismo na segunda para validar a ação do primeiro. O melhor do racionalismo de qualquer escola jamais ensinou que uma possível causa primária devesse ser imóvel para produzir a mobilidade do efeito. Em verdade, esse conceito tende a ser deformado por princípio, pois se algo é “imóvelnão poderia evoluir, uma vez que o próprio sentido do termoevolução” é movimento, assim, mesmo que se pretendesse aceitar essa idéia, no momento que da potência veio o ato, esta assumiu nova postura; isso é uma conhecida lei física que ensina: – “... potencial é existente até ser consumada em cinética...”, logo, o imobilismo primordial não tem justificativas suficientes que o sustente racionalmente e, se meramente tivesse sido imóvel, hoje, a sua expressão, é o dinamismo incondicional. Há, de fato, infinitas possibilidades de atitudes prévias a existência universal; por que haveria uma qualquer ser escolhida ao coincidente pensamento de alguns? Alguns ainda, que sequer têm argumento lógico que demonstre suas posições e, de imediato, se conclui que buscaram derrubar os dogmas clericais com dogmas filosóficos.

Todas as derivações até aqui expostas vão de encontro ao argumento central, que desde o princípio deste capítulo, tem sido a fundamental questão em evidência, as variantes de uma única razão: Evoluir. E, em segundo plano, insistir em que não existe nada fixo ou absoluto, tudo se relaciona e que as causas são conseqüências que virão gerar conseqüências que serão novas causas e isso, torna muito possível viabilizar racionalmente a concepção de Deus, partindo do plano ideal ou inteligente para o material que retorna ao inteligente e assim por diante.”...– É, mas assim não se sai disso..!”, sim..! a circunferência também não, mas, ainda assim, ela é assim”..! O dia que explicarmos o círculo, talvez venhamos conhecer o ciclo!

É da natureza humana dualizar, não foi por acaso que infinitos pensadores trabalharam e, presentemente, ainda trabalham com os opostos. Sempre se falou, por um lado ou por outro, de bem e mal, de alto e baixo ou quente e frio, mas.., a ligação do ideal ao material, extrapola em muito esse mero conceito dualístico. O ser humano, em verdade, adotou o princípio da dualidade, justamente por implicação direta desse aspecto fundamental da mentalidade humana, a singela intuição material do ideal transformou o pensamento em todas as direções do conhecimento. Sem nem mesmo se explicar, os entendimentos se concatenam em direção a materialização do “intelectualmenteidealizado o sentimento de realização do homem é inexorável a ponto de se a notar no efeito psicológico da contenda entre as idéiasidealistascontra, absurdamente, as idéias materialistas. A tese é em si, espantosa; como não notam os próprios  materialistas que lutam por ideais..? O próprio conceito materialista, não é outra coisa, que não uma resposta ao plano ideal.

O materialismo sempre foi parte integrante do ser humano, por força da natureza e, somente a falta de sensibilidade, não percebe isso. A necessidade da preservação da espécie é garantia primordial na raiz do instinto animal, sendo o homem o último elo da pirâmide evolutiva material, traz em si o desejo ardente de manter-se vivo, se considerado o ponto de vista defendido por quem voz escreve e de infinitos outros autores que lhe superam infinitamente, saberemos que a preservação lhe é muito mais atinente ao organismo que ao espírito. O corpo se satisfaz, meramente com as necessidades fisiológicas, nada mais, da simples manutenção de vida, ao mais sofisticado conforto, nada ultrapassa esse limite. O espírito sequer conjetura sobre essas necessidades primárias, seus anseios não tem limites, nada o satisfaz, o crescimento se lhe apresenta sob ângulos que a matéria nem de longe se apercebe.

Ocorre, entretanto, que o processo da vida na matéria é dependente da simbiose inerente à manifestação do espírito por meio do corpo e, por mais que se combata tal idéia, essa é demonstrável, senão a vida espiritual, ao menos a vida do corpo em simples sustentação dinâmica sem a presença da expressão do Ser, isto é, o corpo vive, mas a vida.., nele não habita. É exemplo usado, mas vale insistir, trata-se dos atuais equipamentos de manutenção de vida orgânica, o corpo pode, em tese, ficarligadoindefinidamente, é inegável que o corpo vive, mas.., que expressão se manifesta nele? Quem é o ser que ali se encontra? Ainda que muitos afirmem estar a mente entorpecida, o fato é que, quem lhe habitava não se faz presente, o sangue circula, os pulmões trabalham, o coração e todos os órgãos vitais dão sinais evidentes de vida biológica em sua plenitude, todavia, na análise eletroencefalográfica, ocorre a medição das ondas cerebrais restritas ao sistema motor orgânico por correlação e parâmetros entre medidas preestabelecidas, ou seja, confirmam a vida orgânica, sem, no entanto, manifestação inteligente por estimulação. A verdade, é que a máquina cerebral e o corpo, analogamente a umautomóvelcom o motor ligado, aguardam seu motorista que está fora do veículo. Isso, de per se, demonstra um processo simbiôntico, onde encontramos dois sistemas que se completam positivamente em um par biunívoco, falamos de uma espécie de mútuo de troca de benefícios, o corpo aprimora-se geneticamente com o dinamismo expressivo de vida1, enquanto o espírito evolui por intermédio dos sentidos deste.

Talvez, nos dias de hoje, haja sofisticação em relação a esse entendimento como resposta ao desenvolvimento tecnológico alcançado, mas o pensamento na idade clássica manifestava esse sentido, que fora esquecido no período negro2 da Humanidade até o século XIV aproximadamente, até quando o movimento renascentista começou ensaiar seus primeiros passos, exatamente, buscando na filosofia fértil da antiguidade, os princípios do humanismo entre muitos outros correlatos.

Ironicamente, entre todos os que participaram do movimento renascentista, sem que o soubessem, dois dos seus mais influentes precursores, encontraremos séculos antes o primeiro e em princípios das manifestações quando nos referimos ao segundo. Sem que o soubessem” e sem que muitos observadores tenham notado até os dias de hoje, foram, de fato, os que, se imaginassem o que seria esse movimento, o combateriam ferrenhamente, nos exatos moldes de Paulo enquanto contra os cristãos. Falamos de “Agostinho” nos séculos IV/V e “Tomás de Aquino” no século XIII. Basta que se veja as posturas desses religiosos e notaremos que defendiam bem menos do que imaginavam eles próprios, a igreja.

O sintoma fundamental do movimento renascentista nós constatamos na busca da clássica antiguidade, pensamento, ao menos na concepção, dedicado ao racionalismo objetivo, é certo que centraram no homem todo esse conhecimento e notamos isso com evidência gritante em Leonardo da vinci1 que cita “...O homem é o modelo do mundo...”, que por sua vez, tem uma estranha relação com a mentalidade sofista contemporânea a Sócrates; “...O homem é a medida de todas as coisas...”, sendo certo que o primeiro não parafraseou os segundos, até porque, seu argumento enfocava outros aspectos que não o dos antigos. Contudo, como o que nos orienta, é a demonstração, por ora, de Agostinho e Tomás de Aquino terem sido iniciadores do movimento que suas condutas penderiam a hostilizá-lo, vamos às observações e, veremos no primeiro, o que segue:

Agostinho buscou força no arsenal intelectual helênico-romano, em particular, no neoplatonismo de Plotino, e mesmo no aristotelismo, ainda que com menor intensidade, para justificar e defender os dogmas clericais. Ora..! com isso, ele elegeu a razão em detrimento à , exatamente para salvar a segunda, é óbvio que a primeira sobrepujou a última.
Um segundo comentário nos conduz a Plotino que ensinara Agostinho “duzentos anos antes do nascimento deste” que era muito possível que o corpo viesse precedido de uma alma, por esse ângulo o veremos desaguar em Platão muitas vezes encontrado nas obras agostinianas. Esse homem tinha, de fato, uma visão que ultrapassava em muito seu tempo, turvada apenas pelos dogmas clericais que adotara, sua postura no que segue, é tese contemporânea a nós que o lemos: –  “...A alma e o pensamento se confundem pois que são o mesmo e a sua expressão, este manifesta no conhecimento...”. Esse entendimento deixa com ciúme este que vos escreve, pois que sentia-se inovador dizendo “... – O espírito é o pensamento, é por isso que o designamos nessa obra porExpressão Inteligente’...”, frase escrita no primeiro trabalho deste. Resta, porém, um consolo, pois, muito mais que o “João ninguémque o Caro Leitor acompanha, ele...parafraseou1...?Descartes2 por volta de mil e duzentos anos antes desse vir à luz dizendo: “...– Sou pois me engano, quem não é, não se engana...”, sendo que o pensador francês, certo dia, introspectivo refletiu “...– Penso, logo existo...”. Assim, é fato notório, que Agostinho além de ser genial centralizou o homem acertando ou errando, em relação aos acontecimentos, isso é evidente no seu modo de avaliar a condição de homem na mesma medida que pesa a divindade de Jesus, inclusive citando “...de sua encarnação...”. Seu único equívoco, aliás histórico, foi se contradizer ao relacionar as temáticas do neoplatonismo com as tradições e crendices do cristianismo do povo e os dogmas da igreja.

no século IV/V o senhor Agostinho “discutiaferozmente com o senhor Tomás de Aquino no século XIII, por motivos de apenas, pois o ponto defendido pelos dois era, de fato, proteger o cristianismo por meio da igreja, através da filosofia racional, afinal o aristotelismo, de verdade, sempre foi conhecido íntimo do cristianismo, o que chocou o clero foi a origem da última versão ter sido árabe, coisa que, nem de longe, impressionou Tomás de Aquino discípulo de Alberto Magno que absorveu, sem impacto, a concepção árabe de Aristóteles e fazia dela, parte integrante ao pensamento cristão da igreja católica. A temática tomista tanto quanto a agostiniana circunscrevia o homem entre os planos material e espiritual, os dois referem-se a dois universos de atuação humana, nos mesmos termos de outros infinitos pensadores, inclusive Aristóteles e Platão.

É realmente de se estranhar a ausência de observações a esse respeito, comoestranha” ficou a constatação de não ser localizada na História a existênciada filósofa”, apenas porém, dos filósofos.

Nota-se de certa forma, um caráter arrogante no surgimento manifesto da renascença, isso porque esse movimento, para poder se impor, deveria expor publicamente as feridas fétidas das idéias clericais, combatia-as com agressividade crescente e a cada passo comparando os temas racionais frios e científicos, contra as frágeis argumentações sem bases de sustentação lógica dos dogmas religiosos, destruía-os, um após outro, exaltava as artes dos homens, com ênfase evidente nas obras que estes faziam para embelezar as fábulas desenhadas nas cúpulas espalhadas por todas igrejas do mundo ocidental, ou seja, sem o próprio homem a religião não se sustentava de dentro para fora, pois não se referiam aos crentes, e sim, aos que mantinham-nos crentes. O desenvolvimento tecnológico avançava sem tréguas, “pipocavam” em todos os lugares grandes vultos de todas as áreas do conhecimento, homens cuja única forma que ficara disponível ao clero para calá-los seria o extermínio e, este não vacilou por um único segundo, literalmente, extirpou da Humanidade um fantástico número de sábios de todos os campos do conhecimento, isso, de fato, de nada adiantou, contudo, retardou por mais tempo o avanço da ciência e do conhecimento, o movimento, afinal se impôs, mas, a que custo, quem sabe, levou o que sabia ao túmulo.

Quem olha a História nota um fator que chama, por demais, a atenção, parece que o Império Romano teve seu início, dominou o mundo, floresceu, maturou, apodreceu, ressurgiu como domínio romano-germânico, caiu pelas mãos dos bárbaros e como a fênix se nos apresenta no império italiano desde Pepino o breve, que quando enfraquecido com o desmoronamento do poder papal, volta na forma de principado em grandes centros urbanos como os dos Visconti e Lourenço de Médici em Florença, cidade amor de Nicolau Maquiavel, o de Nápoles do rei Ferrante, conhecidos tiranos que fizeram dos seus estados verdadeiras obras de arte, sendo as próprias cidades, as citadas obras até hoje admiradas, cidades administradas com metodologia científica elaborada por Maquiavel emO Príncipe” (1.513). A Itália veio a se constituir novamente em uma e forte nação no século XIX, porém, é, simplesmente absurdo, o número de protagonistas geniais do renascimento originados dessa região por séculos, tanto que se deve o surgimento desse movimento à Itália, recomeça em Francesco Petrarco a valoração dos clássicos pensadores, Dante Alighieri, Giovanni Bocaccio entre inúmeros outros na literatura, Giotto, Leonardo da Vinci, Michelangelo, o humanismo de Lorenzo Valla, Ficcino e Manetti, a pintura como a “Gioconda” e a “Última Ceia” de da Vinci, a escultura de David de Michelangelo, o próprio Vaticano, obra deles dois e de Rafael com a “Escola de Atenas” onde desconsiderou o tempo e colocou os vários iluminados de séculos em debate juntos num ambiente , a política de Nicolau Maquiavel, grandes invenções e descobertas, a astronomia com Giordano Bruno, Galileu Galilei, na música a língua italiana chegou ser considerada universal, pois não se admitia outra para ter musicalidade como no caso da ópera. Veremos um único homem cujos predicados autorizavam desafiar esse entendimento, Wolfgang Amadeus Mozart, “...uno virtuosi1...” que aos três anos de idade tocava o cravo com propriedade suficiente a impressionar reis, aos cinco compunha e aos sete dispunha de quatro sonatas publicadas, aos onze era consagrado compositor de óperas, logo, dele seria previsto ouvir que música é dom universal e não propriedade lingüística, ele foi, sem dúvidas, a encarnação desse universalismo, pois do seu rosto, ninguém jamais, tem preocupação em lembrar, o som que, literalmente, o possuiu é-nos impossível esquecer, sem ele o mundo teria sido outro em relação à música.

É claro que toda a Europa foi palco da renascença, destacam-se França, Inglaterra, Alemanha, Espanha, entre outros, mas nãocomo não notar a força da Itália nesse movimento. Não é exagero exaltar que o ocidente é a expressão dividida do “italianismooulatinismoromano ou italiano pelos aspectos artísticos, tecnológicos e jurídicos e do “judaísmo” pelas características culturais, religiosas e políticas, mesmo quando se fala da “Democracia” dos gregos helênicos, pois a metodologia desses últimos entes, é cientificamente disseminada pelos hábitos detalhistas do povo Judeu, considerando ainda que, filosoficamente, os guardiões da cultura clássica e do conhecimento pensamentar são, inegavelmente, os árabes que preservaram e no-lo transmitiram.

Ainda que sem grandes preocupações com a cronologia, até porque, quando observados de hoje, os fatos se atropelam como se tudo ocorresse a um tempo, tanto quanto brincou Rafael com os sábios Gregos de Atenas num afresco do vaticano. Encontraremos Isaac Newton, na Inglaterra, os Huygens Christiaan e seu pai Constantijn, numa Holanda que abrigava toda e qualquer cultura equivalente à Alexandria ou Atenas num período que isso era heresia demoníaca, René Descartes da França que desvendou um novo Universo através da sua geometria, entretanto, muito mais do que isso, ele apresentou uma filosofia que dividiu o pensamento da Humanidade, e, de certo modo, antecipou visão atual e plenamente aceita pela maciça maioria dos espiritualistas, ele ensinou; “... – O Ser pensante é, de fato, o ser, o corpo não é mais que a máquina operada por este...”, disse, especulativamente, que a gandula pineal seria a região de ligação entre o Ser e sua manifestação na matéria, apenas separou os irracionais como sendo apenas máquinas, coisa que hoje não podemos concordar, pois é fato comprovado, que os “irracionais” pensam, ainda que de outra forma que não a nossa e, teorias mais recentes, vêm comprovando haver um certoraciocínio”, cujo modus operandi tem objetividade diversa e de menor complexidade que a humana. Na verdade não podemos avaliar como máquinas nem mesmo os vegetais, pois estes manifestam, incontestavelmente, reações a estímulos inteligentes, é claro que fala-se de inteligência primordial, mas, com certeza, ela está e, para não causar espanto infundado, lembramos que toda a tese “Genômica” apóia-se, exclusivamente, na inteligência genética, sendo que, toda a vida, de qualquer natureza ou procedência é uma estrutura genética.

É também, dado de extrema relevância, citar que o mundo ocidental não teria, de verdade, tanta reserva do pensamento helenístico e mesmo, com certas reservas, da cultura romana, se não fossem, esses acervos culturais, preservados e, também, trabalhados pelos árabes, povo que melhor reconheceu a fantástica magnitude dos grandes pensadores, Avicena1, o persa abraçado pela cultura arábica, fora médico, filósofo, matemático, astrônomo, músico, homem de impressionante diversidade de conhecimentos, influenciou o ocidente no século XI, e, por mais de três séculos seuCânon de medicina” foi livro obrigatório em todas as universidades européias de medicina. Profundo estudioso de Aristóteles, o preservou e difundiu-o no ocidente. Precedeu Avicena, Al-Farabi e, antes deste, Al-Kindi e, no século XII encontraremos, Ibn Ruchd, para nós Averróis, defendido pelos averroístas que combatiam Tomás de Aquino no século XIII.

Outro fato a ser constatado, é que o idealismo islâmico é profundamente filosófico além de simplesmente religioso, motivo pelo qual envolve aspectos políticos na sua prática, seu pensamento porém, é de professar a fraternidade além da “”, sob o ponto de vista lógico é, infinitamente menos dogmático que a pregação clerical sendo, em suma, muito mais honesto em suas bases, quando relacionado a hipocrisia notada em vários cultos ocidentais, é fato que a razão sempre sobrepujará a , todavia, encontra-se nas crenças muçulmanas, a inocente das pessoas simples agregada a um magnífico cabedal filosófico-racional e, excetuando-se os extremistas, aliás, ínfima minoria que aparece muito, no cômpito geral, se no islamismo uma inspiração profundamente sadia.

O certo é que a Humanidade sempre foi dividida em três compartimentos sociais e, por mais voltas que se , a um deles se vai, se observados de ontem para hoje, teremos: As crenças na forma de religiões, o estado de todos os modos que se apresenta e, por fim, o capital representado em espécie (propriedade), nas mais remotas civilizações ou produção e consumo nas atuais, não devemos, contudo, nos enganar, julgando ausentar-se nessa relação, pelo menos a cultura e outras talvez. Seriam essescompartimentos, de somenos importância e, que da estrutura social, são vulgares subsidiários. A “culturaporém, é exatamente, quem se apresenta nas três repartições apontadas. Precisamente, as três compleições interdependentes referidas, são a manifestação cultural da Humanidade que, de um modo geral, revela-se nessa tríade. Estas assumem diferentes posições consoante se manifesta a expressão social da população enfocada. Notaremos, isso sim, a falta e não, singelamente, a ausência de citação de uma delas, ou seja, uma quarta expressão. Assim, pela ordem adotada a título demonstrativo (... de ontem para hoje...), as encontraremos; inicialmente pelos aspectos místicos, as sociedades exclusivamente religiosas, em segundo plano o Estado sob qualquer forma e, finalmente, as diversas formas capitalistas1 sem, no entanto, nos esquecer que vem nesse últimocompartimento”, o capitalismo hipócrita e perverso sob a máscara do “comunismo” e mesmo socialismo em períodos recente e atual. Eventualmente, existem variações, apenas geográficas, do ponto de vista da valoração social para cada face da cultura de um povo ou tempo, logo, encontramos sociedades estado-réligo-capitalistas, outras réligo-estadista-capitalistas ou ainda, capital-estadista-religiosa, com certa raridade, observamos algumas estritamente religiosas, outras somente estado, e, atualmente, muitas, absolutamente capitalistas, sendo, estas últimas, uma estruturada base do estado apoiada, exclusivamente, na economia sob todas as formas. Nota-se então, nas duas faces, agora sim, ausentes, não a ausência absoluta, porém, a presença inexpressiva dessas, o poder econômico açambarca com rigor, todo o potencial social, assim, a cultura como um todo se volta, exclusivamente, ao esforço conjugado de produzir e consumir, condicionando todo o conhecimento cultural a concentrar..; se nos tempos antigos, a subjugar as massas, por qualquer meio, para acumular riqueza, sob todas as formas, a custo vil ou nenhum..; se nos dias atuais, à tecnologia e às políticas opressoras ou liberais dependendo de qual se oferece melhor à finalidade pretendida. Note bem, não existe a consciência, ainda que pareça maquiavélico, de acontecer a opressão ou o liberalismo por vontade do poder, ocorre sim, a visão das vantagens que este (o poder) nota em um ou outro sistema de exercício, somadas à força do povo que resiste ou se submete na relação direta da opção feita, o que, enfim, resulta também, em vantagem ou não ao fim objetivado.

Como vem explicitado acima a “falta” de uma expressão, nos cabe comentá-la, entretanto, sequer nome, se cogita para o elementoinexistente”, isso porque, parece-nos, ainda hoje, um idealismo utópico. O certo é que se fala de uma estrutura material (compleição) da cultura, que venha suprir as três que a precedem por ora. Um lugar estético, manifesto em cooperação autotélica, queremos dizer, algo que é em si por si, praticada pelo que se presta diretamente ao meio dependente e provedor a um tempo, ora..! é o que se na natureza, o ponto de menor consumo por simples acomodação lógica, porque não cabe dizer à manifestação, verdadeiramente racional, a palavra natural, ainda que seja, perfeitamente natural, o racionalismo para a evolução. Esse tipo de sociedade haverá de prevalecer em algum momento, que se espera, seja breve. Local (por isso ditolugar estéticopor questões de harmonia) onde a preferência é o bem comum por simples ajustamento de cidadania, não persistindo o poder nem o misticismo, e sim, o ato administrativo competente cuja resposta é até antecipada pelas massas, falamos de estar feito o que se pretenda que ainda seja. Nesse lugar, o poder, a religião e o capital, deixam de ter sentido e assumem a condição de insensatez. Todos serãoSócratesou, cidadão universal. Ninguém será santo nem herói, muito menos tirano. Seremos, de fato, o Ser Humano!

O ajustamento se dará por tendência aparentemente inercial, mas muito, realmentemuito”, intencional. Isso porque o processo evolutivo é inevitável e, como a bola no topo da ladeira as coisas, à semelhança das peças de um fantástico quebra cabeças, rolarão encaixando-se com naturalidade parecida com o caos universal, onde, somente quem efetivamente é “sábio”, notará que o “acaso” foi, absolutamente, proposital. Essa sociedade não notará notando que produz esse efeito, as necessidades cada vez mais complexas obrigam o desenvolvimento, os meios opressivos se tornam sempre mais violentos e aterrorizantes, ocasionam por si o movimento contrário, que com certa rapidez se constatará ser a serenidade a pior inimiga da violência1, a “inérciainteligente imobiliza com muito mais rigor o “bruto”, que a resposta agressiva é apenas a reação natural e inexpressiva de um efeito energético oposto qualquer não, porém, o produto da inteligência que, embora nos pareça estranho, até hoje nos dói o “tapa na caraque Jesus deu ao nos oferecer a outra face.Esse é o resultado de um ato de extrema sensatez e evolução, quando que este, se revidasse com a agressividade esperada, o episódio não seria mais que outrabriga de rua”. Como demonstrado, a sociedade é ainda, uma resposta será, no entanto, um poderoso motor, quando seus expoentes, forem todos.

A sociedade, apesar de ser o reflexo dos seus expoentes, é quem produz os efeitos dos que lhes foram causa (os expoentes), ou seja, nós apenas notamos a resposta social porque esta se materializou por meio da sociedade. Logo, é de se concluir, que esta cresce em direção aos seus agentes motores, transforma seus atos reflexos em ação eficaz, sinal idêntico ao notado no indivíduo, caso, como exemplificado, da honestidade por necessidade de relacionamento que finda por ser virtude de quem a pratica, pois que, se deixa de estar honesto e se passa a sê-lo. E isso, nos devolve a Immanuel Kant que define a diferença do exercício para a universalidade da virtude, ele , quem está e quem é.

Em direção ao final deste capítulo concluímos que não existem, propriamente, questões filosóficas, bem ao contrário, nos deparamos com soluções filosóficas, particularmente, à problemática existencial inerente à nossa própria ausência na busca do essencial, a importância que damos aos problemas imediatos nos tolhem da visão o sentido lógico da vida. Se considerado o número de indivíduos que povoam nosso pequeno mundo, é de surpreender a quantidade de pessoas que se movem com esse propósito, falamos de bilhões de habitantes por geração e enfocamos milhões de gerações atravessando o tempo, todavia, se aglomerados em uma lista, todos os homens que dedicaram sua vida ou mesmo parte dela em prol da nossa função universal, das justificativas que apontem o caminho do Espírito Humano, da verdadeira vida e que na matéria apenas representamos, os que informam quem somos nós que envolvemos o corpo, ficaremos envergonhados, pois não formaríamos sequer um minúsculo compêndio de poucas folhas com poucas pautas cada delas relacionando nomes e campos do conhecimento pelos quais estes homens viveram e morreram, no entanto, a totalidade restante somente viveu o tudo agora e, sempre que pode, tirou o máximo de proveito dos ensinamentos evolucionistas para destruírem-se uns aos outros em nome da fortuna insana e da pseudofelicidade, vivendo os prazeres fúteis que protagonizam a efemeridade da existência material.

Não há de prevalecer nesta escrita, a medíocre pregação do “nada agora”, do ódio à prosperidade, da renúncia hipócrita aos bens terrenos, mas sim a moderação dos ganhos e a melhor distribuição possível em forma de trabalho remunerado à altura sadia da competência, estímulo ao conhecimento para que essa “competência” seja efetiva e produtora de riqueza distributiva, que a valoração humana supere sempre a tecnológica, ainda que não deva, por motivos ignóbeis, ser desprezada a última, principalmente porque esta é fruto do esforço contínuo da Humanidade. O fato é que estaria no cooperativismo espontâneo, na conjugação desse mesmo esforço, em direção ao alvo maior por meios sensatos e equilibrados, onde, apesar da árdua luta em busca da verdadeira vida, o suor seria saudável e estimulante não a fome de infinitos em favor de alguns, não o acúmulo de imensos volumes de bens impossíveis de serem consumidos por incontáveis pessoas nas mãos de pouquíssimos detentores que vivem vidas sórdidas que desperdiçam bens sem mesmo conseguirem usufruir o que dispõem em detrimento de inumeráveismiserabilizadospelo simples infortúnio de nascerem em condições sociais ou geográficas desfavorecidas pelas sociedades capacitadas.

















“... a perfeição é poder ser sempre melhor...”.


1  –  Benjamin Franklin (1706-1790).
2  –  Alessandro Volta (1745-1827).
1  –  354-430 d.C.
2  –  Desgostoso adoeceu em viagem quando convidado pelo papa Gregório X a tomar parte no II concílio de Lion (morreu no mosteiro de Fossanova 07/03/1274)
3  –  1225-1274 d.C.
4  –  Seita persa de Mani século III d.C.
5  –  Reconhecido como tal a partir de 1567.
1  –  Assimilar figurativamente, pois sabe-se que o coração somente reflete o comportamento do pensamento através do cérebro. Os sentimentos, porém, o fazem saltar.
1  –  Formas do Espírito Cap.10, 1ª obra deste autor.
1  –  Motivo pelo qual é designado de aristotelismo de Tomas de Aquino.
2  –  (1126-1198) Pensador aristotélico de Córdoba (antiga Espanha muçulmana)
1  –  À frente, em capítulo próprio, se referirá ao significado genético comentando-se sobre o genoma e à clonagem pelos aspectos materiais e espirituais.
2  –  “Serviço” proporcionado pelo clero por 1300 anos sem “cobrar” nada por isso, mas, “rapidamente” em mais ou menos 500 anos, foi soltando carinhosamente as rédeas do mundo.
1  –  Leonardo da Vinci (1452-1519).

1  –  Pode ter certeza, foi uma tentativa de fazer graça.
2  –  René Descartes, filósofo francês (1596-1650).
1  –  Do latim ou italiano, não “virtuose” do francês.
1  –  Avicena, cujo nome natal era; Abu Ali al-Husain ibn Abdala ibn Sina, nascido na Pérsia (Bukhara) e educado no mundo árabe.


1  –  O vocábulo é, de fato, inadequado, se o registro tem direção ao poder econômico de períodos clássicos e mesmo medievais, o termo, no entanto, segundo entendimento atual é, literalmente insubstituível. O lastro de um império, ou de um sistema sacerdotal, é a riqueza dos valores contemporâneos, que para nós, significa “capital”.
1  –  Figura-nos que a lei natural prevalece também racionalmente, os iguais se repelem em perpétuo desequilíbrio, os opostos, atraídos, anulam-se em equilíbrio.

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