A razão é virtude em extinção, neste espaço se tenta preservar essa conquista desprezada, lembrar que a vida não está resumida à frágil visão humana.

PENSE

Seja ambicioso nos seus desejos, busque sempre o que é infinito, eterno, completo e intransferível.

O maior bem que se pode conquistar é a perfeição, seja sábio e não se contente com menos.

A matéria é apenas a mina onde garimpamos nosso conhecimento, cada pedra do nosso caminho é o tesouro que buscamos ainda bruto e aguardando lapidação.
Tenha sempre em mente essa idéia e nada haverá de lhe faltar.
Venha ser alguém que acrescenta algo à existência sem exigir mais do que ela lhe dá.

SALVE O MUNDO, COMECE POR ALGUÉM!


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

LIVRO II - À LUZ DA RAZÃO - 3ª PARTE CAP. X AO XII


CAPÍTULO X

FORMA PENSAMENTAR
Porque “somos” um, tecnicamente.

O universo se expressa através da inteligência que manifesta, para quem o observa com a necessária profundidade, cada vez mais, o que parece segredo ou mistério, não passa de um ato inteligente que produz efeitos interligados até um colimado fim. Uma única partícula vagando pelo espaço infinito terá, sem dúvida alguma, um lugar que já a espera para um determinado fim. Não se trata de culto à uma grandeza utópica de Deus ou idolatria pueril que exacerba as prerrogativas atribuídas a uma espécie de “senhor” desacompanhada dos fundamentos racionais legando ao inexplicável essa afirmativa.

O Universo, como já comentamos acima, foi uma singela explosão magnificamente planejada isso, dentro dos seus limites, a engenharia de demolição faz diariamente, mas, lembrem, o Universo explodiu da singularidade e, ao contrário de pulverizar continuamente, expandindo por um tempo imensurável em todas as direções, criou bolsões de matéria sólida, gerando densidade em pontos incontáveis onde, inquestionavelmente, se nota o desenvolvimento de mundos, estrelas, constelações, galáxias e infinitos outros eventos que seriam inexplicáveis senão, por meio da inteligência, não há como o acaso explicar tal acontecimento.

Bem.., tudo isso não passa de argumentação de quem tenta demonstrar o que pensa ter entendido e acha que os outros não tenham notado o mesmo, talvez por inércia ou quiçá por descaso às “coisas sem importância” para a vida difícil que levamos? Mostrar-se-á aqui que não é essa a idéia, primeiro porque são poucas as pessoas que não levam esse assunto a sério, segundo porque essas mencionadas pessoas não estariam lendo o que vai escrito nesta obra e, terceiro, porque, de verdade, ninguém pensa que esse tema seja sem importância, o fato é que poucos podem dispor de condições para preocupar-se com essas idéias temáticas, as atribulações nos deslocam do “eixo de equilíbrio” obrigando-nos a olhar numa única direção, “a de sobreviver”, todavia, pagamos com a própria vida o preço de nos manter nessa direção, pois, a compreensão de quem somos, onde estamos, e ainda, porque estamos e somos, nos conduz a verdadeira vida “fora do espelho”.

Se nesta escrita afirmou-se que o Universo pode ser uma função pensamentar, devemos, obrigatoriamente, ao menos trilhar as leis, já conhecidas, que  regem o pensamento, como se manifesta; porque é ininterrupto; qual seu ordenamento; como surge; como se desenvolve; porque se projeta; porque evolui; porque se comunica; enfim, se estamos diante de uma estrutura mensurável, tanto quantitativa como qualitativamente, esta deve ser exposta e dissecada para que se entenda sua finalidade e existência universal.

Inicialmente devemos nos preocupar com as manifestações do pensamento, isto é, para que se estabeleça um parâmetro ou mesmo uma série deles a nos balizar será necessário entender como ele age, assim, vamos a isso:

O pensamento, como já vimos, opera de forma linear, ou seja, estabelece uma seqüência racional com inúmeras variantes e seleciona o que compete à circunstância requisitante. Esse processo tem designação técnica apropriada e separada em três fases fundamentais, duas de quem emite e uma de quem recebe; a primeira e básica denomina-se “paradigmática”, derivada do termo “paradigma” (recurso remissivo do conhecimento que ampara seus conceitos em exemplos anteriores, sua principal ferramenta é a memória remota, se vale, contudo, de outros componentes instrumentais) , a segunda e também muito importante é designada “onomasiológica”, derivada do termo “onomasiologia” (entendimento do significado de um ‘código’ [p. ex. palavra] através de seu ordenamento metódico em relação ao uso, população, período, entre outras variações), finalmente, nos depararemos com a “semasiológica”, derivada do termo “semasiologia” (conhecimento do sentido dos códigos por meios comparativos a outros que têm a mesma direção, ainda que indireta).

Esta última fase presta-se ao receptor do conteúdo cifrado com mais propriedade do que ao emissor, já que ao primeiro cabe a incumbência de organizar da melhor forma possível sua proposta comunicativa, restando ao segundo a tarefa de assimilar com respaldo no seu conceito paradigmático e, daí, organizar sua convicção do que recebe. Essa relação permanece, se estabelecida, sob a nomenclatura de “relações sintagmáticas”, derivada do termo “sintagma” (entendimento, já de relativa complexidade, pois, limita-se a biunivocidade do entendimento entre os opostos de comunicação, “abaixo se esclarece”).

Uma “salada russa” seria bem melhor entendida se jogada para cima e vista no chão. Mas..! é por isso que somos racionais e lógicos na forma de manifestar. Assim, conduziremos o comentário acima com intenção de simplifica-lo detalhando-o, logo, veremos que o “fácil” é trabalhoso, todavia, a lógica e o racional são simples, contudo, obscuros à observação superficial.

1.      Fase paradigmática:

— Nós, “o pensamento”, somos o resultado do que vivemos, a soma das experiências vividas “nos é”, essas “experiências” são “vividas” de fora para dentro; é óbvio, sofremo-la e crescemos, nossa evolução é conseqüência direta das vivências experimentais, ora..! o nome disso é “paradigma”, tudo que registramos no intelecto é  “ferramenta testada” com sucesso ou não, esse acúmulo “nos é”, ocorre que melhor hermenêutica1 nos “diz” que “paradigma” pode ser interpretado como oriundo, inclusive, de quem o adota, logo, nós somos produtores de parte das próprias experiências, isto é, o que tem origem nas nossas próprias manifestações servem de amparo paradigmático da mesma forma que provindos de fora.

Essa matéria inserta pelo esforço particular é a diferença entre os seres, essa é a peculiaridade intrínseca de cada Ser, isso nos individualiza, nada mais. É, extravagantemente fácil, observar, note; o músico que compõe suas próprias melodias tem a admiração das pessoas pela “sua criação”, independentemente da discutível qualidade do que faz. O que a interpreta, o faz por não tê-la criado, entretanto, vê nela seu gosto e expectativa de sucesso, assim a reproduz, porém, impregna a ela suas características personalíssimas melhorando-a ou piorando-a, segundo o ponto de vista dos observadores.

Essas inserções são o que podem mostrar o “tamanho” do músico, no primeiro e no segundo caso, pois elas, não podem nem devem ser, singelamente entendidas como propriedade do produtor, mas, sim “ele próprio”.

Por tais implicações, quanto maior a dose de criatividade e acerto nas pretensões que se realizam, maior é o espírito que as realizou, crescendo este ainda, por tê-lo feito; graficamente podemos nos orientar da seguinte forma:

———— ||| ———— ||| ———— ||| ———— Padrão adotado

||||||| —— |||||||| —— ||||||| —— |||||||| ——              Padrão superior

||||||||||||||||||| — ||||||||||||||||||||| — |||||||||||||||||||||||||             sucessivamente

Efeito paradigmático exterior  “————”, efeito paradigmático interior “||||||||||||||”.

Considere-se, contudo, que jamais serão extintas as experiências paradigmáticas exteriores e, suas linhas horizontais, da mesma forma, não diminuem apenas ocorre a desproporcionalidade dos avanços particulares aos assimilados, é nessa direção que se vai de encontro a nossa tese “somos um e Ele”.

Assim, havemos de compreender que tendemos a criar, inevitavelmente.

2.      fase onomasiológica:

—Ao manifestar presença o Ser (pensamento) comunica, mas, para fazer isso deve ordenar de forma inteligível o que manifesta1. Essa função organizacional não é uma característica, como possa parecer, mas sim, uma necessidade, não há modo de passar informação desordenada já que esta torna-se destituída de sentido lógico e assimilável, por sua vez, o receptor, que atua de modo a, invariavelmente, aprimorar em favor do seu entendimento o que capta finda por dispor de material filtrado que exige pouco esforço para assimilação intelectual da mensagem, logo, o que aprimora, somente faz acentuar o grau de processamento e devolução na forma de resposta ou passagem futura das idéias registradas naquele evento bem conduzido, podemos afirmar, “relação de alto nível”.

Isso implica em que a onomasiologia é instrumento que tem paridade com o estado de sofisticação intelectiva das mentes que se relacionam, a exemplo disso, podemos citar, em diferentes estágios de dificuldade o relacionamento de alguns primatas, literalmente grunhindo e uma reunião de negociantes de alto nível através da “Internet”, um em cada “canto” do mundo, apurando de cada exemplo o proveito e resultados do que foi decidido.

3.      fase semasiológica:

—Momento de interação complexa entre os pensantes, “ponto geográfico” onde situam-se as profundas diversidades intelectivas do relacionamento, instante no qual definem-se as diretrizes da comunicação, se conhecem, por exemplo, as relações entre um racional impositivo e um irracional passivo ou até inerte aos “comandos de voz”, quando, em realidade, se nota, nos dois casos, a ausência da função receptiva semasiológica por óbvias razões.

Por que dizemos “relações complexas”? Inicialmente, porque semasiologia condiciona conhecimento prévio; como se nota, tanto quanto na relação dos seres intelectivos com os meramente inteligentes, caso dos racionais e irracionais, como no relacionamento, se baseado apenas na palavra de entidades de idioma ou dialeto diverso entre si.
Observa-se tal fato com imediata constatação, pois, se impossível a prática da expressão corporal, como a mímica por exemplo, o diálogo não se estabelece, o que um diz é “grunhido” ao outro. A mente opera somente em áreas que conhece, desconhecendo a “gramática” desespera-se em busca da expressão que possa identificar o evento em foco, traduzindo esta ação em matéria inteligível às suas medidas de conhecimento e absorção.

Essas notações são imposições provocadas pelo sintagma, processo pelo qual a mente procura o cerne da informação com o objetivo de decidir ou reconhecer a direção estabelecida na comunicação. Como se disse, aqui se aprofundará esse conceito.

Já de obra anterior, sabemos que a mente é atuante em uma estrutura linear, onde conclui por oposição ininterrupta estabelecendo, dessa forma, o “diálogo” interior, é inviável chegar-se a qualquer conclusão se ausente o confronto, a dúvida sempre foi a “mãe falecida da certeza”, é impossível decisão sem alternativa, é óbvio, sem opção o que se faz ou sofre, é sempre, o inevitável. A sintagmática é processo que filtra as oposições, conduzindo a relação analogamente ao fiel pendular, que busca o equilíbrio estático até nova intervenção.

Os agentes conhecedores dos códigos comunicativos entre si avaliam a existência de um verbo, um adjetivo, uma interjeição1, assim, quanto maior a qualificação gramatical dos envolvidos, melhor se estabelece o equilíbrio almejado.

Vejamos, por outro lado, a mente com alto grau evolutivo, de pronto estarão dispensados os códigos, de que serviriam estes num ambiente que transmite sentimentos diretamente?

Onde quem recebe informação vive-a como se a tivesse gerado, a única utilidade da própria razão é oferecer garantia ao receptor da vivência do transmissor, ou seja, certeza que o sentimento apurado tem origem externa, pois, na ausência desta, isso passaria despercebido. É sutil esse conceito, não basta entende-lo, havemos de “senti-lo”, somente assim absorvemo-lo! Esta relação se estabelece freqüentemente nos meios acadêmicos, eruditos, culturais, entre outros de elevado teor intelectual.

Ocorre, por enquanto, com muita inibição, notável porém, sua presença, ocasiões são essas em que o emissor “vai” explicar ao receptor que lhe diz “—...captei!”, sem nem mesmo uma única palavra além dessa, o emissor sai e deseja, em silêncio, sucesso ao colega que agradece sem o exprimir.

Essas ocorrências não produzem o “consenso”, portam-no por longa data antes do primeiro contato os interlocutores, pois, também de obra anterior, a rede neural é ponte de ligação psíquica preestabelecida, elemento que a condição elevada dos intelectos dispõem do manejo independentemente da consciência atuante dos pensantes em apreço. Isso não é “magia” ou “truque”, quanto maior o discernimento mais exposto fica o óbvio que, para os menos capazes, não é “tão óbvio”. A “rede” é sutil e impõe o “uso” de “ferramentas” sofisticadas.

Essas “linhas” pensamentares não se obrigam a seguir direções iguais e, nem mesmo, semelhantes ou próximas. Apenas se cruzam em oportunidades de convergência de interesses. Já se nos mostra aí, o primeiro indício de multiplicidade com expoente da “linearidade” pensamentar, isto é, estas duas formas lineares de pensamento, ao se cruzarem, já produziram um plano, uma terceira provocará o volume, a quarta e infinitas outras geram o exponencial dimensional do pensamento.., ora..! já estamos falando novamente “Dele”.

O engraçado, se assim nos permitirmos expressar, é que a matemática interfere nesse ponto do entendimento, “as linhas” não se obrigam à mesma direção, todavia, a individualidade provoca a distinção absoluta, quer dizer, não existe Ser igual a outro, logo, sua peculiaridade pensamentar impede a oposição entre todos, o bom observador já notou isso, o sentido em nada se identifica à “direção”, portanto, cada inteligência é, inequivocamente, um “sentido único”, assim, nenhuma das “direções” se opõe, isso só é possível interiormente ao próprio Ser, biunívoco por excelência, que se autoconfronta e conclui, leva isso tão a sério, que em estado de confusão mental imagina que algum outro intelecto o contrapõe, discute então alterado, contra si próprio infligindo ao interlocutor “pseudo-oponente” suas razões, sim, não existe oposição absoluta do “lado de fora” do nosso pensamento, isso implicaria em dois intelectos ocuparem a mesma linha pensamentar com sentidos opostos de direção, mas uma única linha pensamentar não se ocupa duas vezes, pois, biunivocidade designa um pensante com duplo enfoque dialético inerente, jamais dois Seres.

O pensamento (Ser) nunca é idêntico (sinônimo filosófico de “o mesmo”), senão, o próprio, podemos raciocinar em termos de coletividade de indivíduos, de modo algum, em agregado despersonalizado, em qualquer colônia, sem exceção, cada ente é único, semelhanças e diferenças encontramos diversas, identidade, apenas nos entes matemáticos.
Os pensantes (Seres) tendem a unificar suas linhas pensamentares por motivos lógicos, um só já é suficientemente significativo e poderia ser exclusivo e isolado, dois pensamentos ampliam o horizonte do conhecimento por muito mais do que, singularmente duas vezes, considerem três, quatro e infinitos outros “vendo” sempre mais, esse é o sentido da união, cada seguimento pensamentar (Ser) evolui sempre e, eternamente acrescentam-se infinitos outros aos presentes. Esse é o propósito universal, perfeito, porém, aprimorando-se eternamente, maior que tudo, todavia, sempre crescendo.

Como dois fachos de luz, os pensamentos se cruzam sem sofrer desvio, não se opõem, pois que um sempre acresce aos outros e a soma de um mais um é muito mais que dois.

É importante ressaltar que não existe contradição com o sub-título deste capítulo nas afirmações feitas no parágrafo acima, de fato, somos “um Ser coletivo”, um “Corpo Consensual” imbuído de princípios produtivos, uma “Inteligência” resultante dos esforços evolutivos de infinitas entidades independentes, mas unidas no objetivo de criar em todas as direções e o fito maior de evoluir. Está aí o teu Deus! É neste contexto que somos Um!









Se a argumentação técnica não nos convence, nos resta a memória, lembra-te disso quando entenderes sermos Um.
CAPÍTULO XI

RELACÕES

Será a existência somente o que conseguimos assimilar? E isso poderia ser prova suficiente à demonstrar que o Universo é apenas o que pensamos?

Melhor que demonstrações mirabolantes e equações sem sentido, penetraremos no entendimento humano do ponto em que este passou a nos oferecer substância racional palpável:

— No princípio de tudo a Terra era um plano reto, restringia-se ao limite do horizonte e era cercada por infinitos monstros. A noite era uma pele de animalcravejada” de pedras brilhantes e umfuroque deixava passar a luz dos “deusesque cobria a tribo enquanto se descansava.

Depois passou a ser uma planície com montanhas por um lado limitando a escuridão do nada e a água por outro abrigando monstros marinhos que impediam o “homem” de sair do seu lugar e cair no vazio.

Com o passar do tempo esta veio a ser uma plataforma quadrada abrigada por uma cúpula que mantinha uma imensa fogueira fornecendo calor e luz durante o dia e, conforme essa “redoma” girava, a “fogueira” apagava-se e deixava em seu lugar a luz que sobrava até que fosse acesa no dia seguinte e, as pequenas luzes que se moviam no céu eram, por exemplo, na ilha  de Samos[1], o leite que Hera derramava dos seios por amor a Zeus, motivo de hoje ser conhecida porVia Láctea”. na idade média, o “Mundotinha o tamanho do “Céu” e mantinha alguns planetas mais o Sol, contava-se aproximadamente seis mil estrelas na abóbada celeste a olho nu, coisa que, segundo alguns historiadores, faziam os gregos antes dos romanos se assentarem em seu território1. No século vinte, consoante teoria citada em capítulo anterior, este passou a ter a medida de, aproximadamente, quinze bilhões de anos-luz2 e uma complexidade que exige esforços para ser assimilada. Mas, notem, sempre o “Mundofora complexo e exigira “esforço” de assimilação.

O Universo tem o tamanho da nossa compreensão, o que se fez no parágrafo anterior foi apenas aumentar o tamanho do que existe no nosso entendimento, somente de algumas décadas para se questiona; — além do que vemos ou sabemos que está, o Universo se expande ou haverá outros possíveisUniversosparalelos?

O contato, em geral, a princípio provoca medo, posteriormente, conhecimento e, por fim, a existência. É inegável que” existe o que sabemos, esse é o motivo de “não existir” a espiritualidade para muita gente, essas pessoas não sabem dela, logo, ela não existe.

As inter-relações criam a existência das coisas que se “relacionam”, isto é, João não existe para mim e eu não existo para ele até nos encontrarmos, queiramos ou não, agimos assim, “existirnos obriga a um empenho, uma vontade, uma procura, uma provocação enfim, das nossas faculdades de dedução e até imaginação.

A constatação nem sempre assegura a existência, basta ver que as estrelas estavam “muito antes de estarmos aqui, as víamos e elas eram outra coisa que nãoestrelas”, a relação comelas” foi o que nos conduziu à sua existência.

A ignorância das coisas nos limita ao que nos cerceia existem, todavia, aspectos curiosos envolvendo essa peculiaridade humana, veja como são as coisas; — um número incalculável de pessoasmorrem” de medo de “fantasmas”, no entanto, não acreditam na espiritualidade ou transcendência da existência. Uma população fantástica, “juraque o “passeio” na Lua foi uma montagem cinematográfica e pior, tem gente que sequer na existência do cinema crê, não viram e não querem ver, “... —isso é coisa do demo...”, afirmam, e ninguém será convincente o suficiente à demovê-las deste “preconceito”. O Universo destas pessoas tem o tamanho delas!

O contato, como tivemos oportunidade de comentar1, depende de superfície, assim aludimos que o entendimento, por exemplo, depende da “superfície de contato” e isso tem muita lógica, quer dizer, um conhecimento novo para um estudioso e dedicado “cientista” é bem mais assimilável do que o é para um analfabeto, isto é, a complexidade de umnovo saber” tem “dimensões” subjetivas que não se transferem com uma simplesespetada de agulha2”, será necessária uma vastaplanície” de suporte preparada para um contato pleno, assim, podemos afirmar que as bases se “superpõemcompletamente ou se “relacionamentre si, há assimilação interativa da informação, ou seja, quem é capaz conhece e adapta, ou mesmo, aperfeiçoa o conhecimento, o incapaz, sequer nota a existência do “objetotemático.

O Ser Humano inculto, à analogia do sedento desidratado, que somente deve receber água em gotas, deve sorver informações compatíveis com o seutamanho” cultural, se extrapolarmos para as teses espiritualistas, devemos considerar relativamente grande o contingente de desinformados, até por questões conjunturais da sociedade ocidental atual que amoldou-se ao padrão clerical católico ortodoxo, adotado por conveniência eclesiástica no início do primeiro milênio3.

A mente humana quando adquire certo grau evolutivo, atinge um estágio que lhe permite perscrutar novas teorias e conhecimentos independentemente de receber dados que a informem desse entendimento, exatamente como comentado emCerteza, crença e opinião1”, esta reúne elementos fornecidos em outras experiências que lhe são a base da estrutura que irá formar, logo, rearranja os princípiosestocados” , como fossem “tijolinhos” montados de outra maneira para adquirir nova forma e receber maiselementos” acaba, desse modo, concluindo novas estruturas ideais e, a partir delas, constrói novos degraus informativos que serão as bases de outras construções e assim, sucessivamente. Esse é o desenvolvimento evolutivo do Espírito encarnado ou não e essa é uma das formas que se apresenta o “pensamento linear”.

Esta peculiaridade pensamentar é tão extravagante que conduziu Sócrates a afirmar que...—quanto mais sei, mais sei que nada sei...ou...— sei que nada sei...”, o conhecimento do Ser é algoalastrante”, amplia-se exponencialmente, ainda que o seu raciocínio seja linear.

Os dados compilados pela inteligência são, exatamente, como umlaço” nas mãos de um exímio jogador, eles são atirados em todas as direções e sempre voltam trazendo maisdadosem sua companhia, vêm tão mais ordenados quanto mais qualificada a mente em questão, o que não existe ou não é verdade para muitos, para ela, em particular, é presente, manifesto e imediato.

As relações devem ser entendidas no seu mais amplo sentido hermenêutico, apenas a título elucidativo, repetimos a frase final do parágrafo anterior...para ela, em particular, é presente, manifesto e imediato...” e comparamos com um fato corriqueiro exemplificativo; —uma mãe e seu filho após muitos anos de convivência, uma não sabe antecipadamente dos movimentos do outro? Um casal de longos anos de casamento, também não é assim?

O relacionamento não se restringe a informações técnicas ou filosóficas, bem ao contrário, seu leque é de largo espectro, atinge horizontes inusitados, invade escaninhos escondidos e percorre distâncias imensuráveis, basta lhe dar crédito.

Quanto maior for o número de relações entre tudo que nostoca”, tanto material quanto subjetivamente, melhor será o desempenho em evoluir, é fácil ver que isso é verdade; —quanto evoluiu a Humanidade até a invenção da comunicação eletrônica? E quanto esta mesma Humanidadecaminhoudepois que ela foi inventada? Em milhões de anos quase nada se fez, mas, em aproximadamente cem anos, “pusemos os pésem outros planetas do nosso sistema, reproduzimos seres através de uma única célula, produzimos computadores que calculam e manipulam informações que levariam séculos em segundos, logo, quanto maior o número de comunicações produzidas, mais relações se obtêm e mais se evolui.

O mesmo ocorre no que refere as relações com o plano espiritual, nãodiferença entre as circunstâncias nas quais se exerça o relacionamento, encarnada ou não, a Inteligência é presente e expressa e é a mesmaaqui ou ”, qualquer ocorrência negativa ou positiva produz avanço, sempre se aprende, esse é o motivo da necessidade da vida em coletividade, o Ser Humano é o que melhor discerne sobre essa característica existencial, sim, pois esse é um fato universal, tudo que existe e vive se agrupa, forma famílias, gêneros, espécies, mas, invariavelmente, se agrega. Isso nos conduz, obviamente, ao “Unocoletivo, esta é a síntese da existência, poderíamos dizer, “o Ser coloidal1”, pois este está em tudo que existe sem, contudo, ser confundido, exatamente, comtudo que existe”.





























És, com quem andas, antes, porém, és quem te fez andar

CAPÍTULO XII

EFEMERIDADES

A ciência não pode falar de “Deus”! é claro.., ela se propõe a atestar e ensinar somente o que prova, apenas especula com o que permite ser calculado ou previsto no nosso conhecimento, projeta suas expectativas exclusivamente sobre o que demonstrou ou construiu, renuncia qualquer avanço sem base demonstrável, exige, no mínimo, a evidência axiomática ou a comprovação postular, e Ele não se enquadra em nenhuma dessas hipóteses, ao menos, por ora. Nãoculpa e nem erro nesta postura doutrinaria, a “ciência” existe pararebocar” a Humanidade em terras conhecidas ou ela não seria o que é.

A condição teísta é inerente ao Ser Humano de “dentro para fora”, quer dizer, faz parte do seu íntimo e será conhecido, com certeza, axiomaticamente, assim que nos conhecermos, de fato. A natureza humana é ainda muito bruta e lapida-se lentamente e, como uma gema transparente quando pronta, ver-se-á quem é por dentro.

Estamos aqui e a ciência não se preocupa com isso, existimos e pronto! O que ela busca é a nossa origem e a finalidade da nossa existência e isso nos conduz à algumas peculiaridades, senão mais, bastante intrigantes, pois, ao contrário de responder nossas questões, propõe mais perguntas, vejamos:

A questão fundamental é; —Conclusivamente a ciência constata que a existência é a mais remota possibilidade concebível, todas as vias naturais conduziam o “princípiodiretamente ao “fim”: Então, por que existimos???

Primeira observação intrigante:

—A existência universal está simplesmente apoiada no equilíbrio de um único átomo, isto é, é-nos impossível conceber que haja apenas e somente um deles em desequilíbrio, quer dizer, um próton tem 1836 vezes a massa de um elétron, mas, sua carga elétrica é, exatamente, a mesma.

Assim, dizemos que para cada próton de carga elétrica positiva igual a “1 (um) temos um elétron de carga elétrica negativa igual a “1 (um). Se, apenas se, o próton ou o elétron desrespeitasse essa igualdade não existiria o Universo, é simples notar isso; —o elétron, por exemplo, se este portasse carga elétrica 1-.000.0001, isto é, um divido por um milhão ou mesmo bilhão, trilhão e mais, diferente da carga do próton, o próprio átomo não existiria e, conseqüentemente, a inexistência universal seria o fato.

—Ah..! mas, é o Universo que existe em função do equilíbrioacidental” do átomo!!! —Bem.., há evidências que a ciência demonstra com certa tranqüilidade, e uma delas é que esseacidente”, de alguma forma, foi proposital. Essa explicação é um tanto complexa, todavia, plenamente inteligível, basta acompanhar o raciocínio que segue abaixo:

Segunda observação intrigante:

Uma explosão, qualquerexplosão” produz energia e fragmentos em todas as direções esfericamente quando expande, entretanto, quando se detonam potências desmedidas apenas a “energia” propaga, logo, nãofragmentos.

Ora..! é sabido que apesar da matéria ser resultado da energia, é igualmente conhecido o fato de que, de algum modo, se chega à matéria condensando a energia, isto é, comprimindo-a.

Bem.., compressão e expansão são incompatíveis de todas as formas, assim, seria de se esperar da “explosão original” o contínuo avanço da energia à velocidade infinita do primeiro pico-segundo.

Obviamente esta se dissiparia até o preenchimento da “inexistência”, caso isso fosse possível por exclusão ao absurdo. Mas.., as perguntas são; por que formaram-se partículas? Como é viável comprimir em meio a expansão? Além do que!

O que produziu o perfeito equilíbrio no átomo depois do seu surgimento aonde reinava o desequilíbrio? Sabe-se muito mais! Cientificamente constatou-se que, decorrido um período relativamente curto, a velocidade de propagação da “energia original” baixou drasticamente, formaram-se os nêutrons e átomos de hidrogênio dando origem aos adensados de matéria e, por vias obliquas, a gravitação começou agir, entretanto, a velocidade expansiva universal voltou a subir, porém, não aos patamares iniciais, então, restou a questão crucial; —quem ou o que controla uma detonação dessa magnitude?

Como é possível frear uma explosão em curso? E posteriormente, o que a conduziu a nova aceleração, contudo, equilibrada e permitindo a ação gravitacional atuar? E, a mais grave das questões; explosão implica partida de um ponto definido e origem!.. de onde..?



Terceira observação intrigante:

Podemos continuar e notar que a graça universal é que partindo de um elemento fundamental que mantém identidade em todas as partículas estruturadas, a natureza não produz nada que não seja único em qualquer parte, quer dizer, o nêutron é único, libera um neutrino de energia e emite uma partícula beta, isto é, o elétron, com isso chega-se a formação de um próton orbitado por um elétron (o hidrogênio) que também, a exemplo do primeiro, é único.

À medida que se comprime o hidrogênio se alcança o hélio, o lítio, etc.., cada um sendo único e idênticos entre si, ou seja, uma partícula qualquer a mais ou a menos em qualquer deles se fala de outro elemento, ou ao menos, de isotopia1.

Chegando-se aos compostos se observa que, quando possível, uma simples organização diferente entre os mesmos elementos constituintes forma outro material, o diamante é um exemplo clássico, o mais interessante se percebe entre os seres vivos, nãoum único par idêntico de qualquer espécie, seja vegetal ou animal, suas características próprias são exclusivas e únicas, ou seja, todas as rosas são, de fato, rosas, contudo, uma rosa é uma e única rosa, nenhuma outra lhe é idêntica, somente semelhante.

E assim, se chega a uma conclusão intrigante:

Ora.., admitida a casualidade, seria muito mais prático e direto tudo ser o mesmo desde o princípio sem nada ter se identificado o que viria a desaguar na explosão que apenas poderia ser energia (sempre a mesma) e que, por sua vez; —por que veio a serenergia”, se antes se pressupõe a singular inexistência? Do “nada” surgiu “tudo”?.. e tudo,.. está contido no “nada”?..

Se acima citamos a questão fundamental esta segunda há de ser uma questão crucial; —O que contém o Universo, uma vez que este cria o espaço que ocupa? Além dos seus limites há de existir o que o mantém, ou não? Como comentamos em capítulo anterior; será que a inexistência é o que contém a existência?.. Que espécie de “inexistência” pode conter algo???

Essa questão levou infinitos pensadores a considerar o “Ser imóvelque mobiliza a existência, o que também nada explica!

Mas, uma coisa é certa, está constatado que o Universoempurraalgo, pois sua velocidade de expansão abaixou significativamente e, teoricamente, isso é impossível quando não existe resistência, é certo que este expandiria eternamente, apesar da gravidade que, em si, é uma anomalia teórica que na origem a pergunta que se faz é; —o que freou a propagação da energia que resultou em matéria e apenas seria viável observar gravitação? Issopranão ser maischato” e perguntar novamente de onde saiu a própria energia?

O primeiro fato não intrigante:

Hoje o Ser Humano ainda não dispõe das respostas, entretanto, começa a fazer as perguntas pertinentes!

A existência universal da aparente realidade é a estrutura material que vem sendo questionada até o presente neste capítulo, o que nos importa, contudo, é a “realidade da existência” e esta é o que somos não o onde estamos.
Estamos” no Universo, estamos no corpo, mas.., em essência, somos o Espírito que pensa o “corpo e o Universo” e por isso estes estão”.

 Voltando a Deus!..

Esse raciocínio é complexo no papel, pois, no subconsciente de cada um de nós ele está presente, é por isso que não conseguimos noslivrar” de Deus, é assim que Elenos” é.., de dentroprafora e, tenha certeza, cada pensamento é um Universo e cada Universo um Ser e, o que contém o “Universo” do tema, não é mais que o pensamento do “Serque somos.

Esse é o motivo do presente título capitular, efemeridades são todas as paixões e necessidades que vivemos no mundo da aparente realidade sem notarmos que, de fato, “vivemosfamintos das migalhas quando dispomos do infinito e da eternidade e a esse enfoque nos dedicaremos abaixo:

Concepção, ato quase sempre involuntário. O pensamento viaja na imaginação que, por sua vez, cria a fantasia que, a seu turno, não é mais que o código concebido pelo intelecto para sentir o impulso genético gerado para preservar a espécieanimalque possibilita o aprimoramento do “Ser”, essa conjugação transforma o tempo em ação, ato em experiência e esta em sabedoria. A última é eterna e crescente os primeiros são somente degraus sendo que cada um daqueles deve ser sólido e, apesar disso, passageiro. Devem sustentar o peso do conhecimento, ser base para o próximo passo e permanecer como estrutura do que somos nada, porém, além disso.

A solidez destes degraus é o que nos cria as ilusões da atual passagem, se estes não fossem sólidos não impregnariam nossoSercom a necessária experiência, todavia, essa sensação de concretude nos acorrenta ao chão, nos faz admirar as alturas e temer a queda, por isso a visão não alcança o próximo degrau e torna este perene ao nosso ver.

Nascidos vivemos os primeiros angustiantes momentos desesperados com o peso da “vestimenta” e ávidos de não perdê-la, pois, por ora, somente assim sentimos vida. A realidade aparente transforma a verdadeira existência em sonho e este não opõe influência no Ser apegado à matéria, a não ser através da distorção fantasiosa das aberrações de umespelho”.

Assim, sonhamos com poder, prazer infinito, fama, fortuna, bens incontáveis e, de repente, voltamos à realidade sem a “embalagem” do que somos. Às vezes vemos, outras não, que isso ocorreu, entãosonhamosnovamente, mas agora com a dor do apego ou da ignorância.

O fato é que cada coisa pertence ao seu mundo, nós, entretanto, vivemos nos dois para evoluir, mas, em cada um, de uma forma própria e compatível, ocorre que devido ao impulso do desconhecimento confundimos a permanência em um ou outro e é claro, sendo ainda embrutecidos, nos adaptamos facilmente ao plano material do nosso ponto de vista, sim, do nosso ponto de vista porque, como dissemos, nós somos apenas a aparente realidade, essas coisas são como vemos somente porque assim as vemos, basta lembrar Immanuel Kant e verificar se algum cientista o desmentiu.

Ora, em um único parágrafo de poucas linhas se falou de uma vida em dois planos, como negar a efemeridade de cada passagem e desprezar a verdadeira vida? A ironia assume tal magnitude, que quem nos fornece a melhor garantia da transitoriedade são os céticos, o simples fato de “saberemque a vida é o que se vive agora nos oferece a mais segura idéia de quão pequena ela é! Se vivêssemos cem anos, o que seriam eles perante a idade da terra, e diante do sistema solar, da galáxia e, por fim, do Universo?

Mas, se é verdade que findamos por aqui, por que buscarmos as origens universais? Por que devemos crescer para morrer? Por que existimos se era, infinitamente, mais fácil não existir?

A ciência, como um todo uníssono, afirma categoricamente, que a natureza nãovoltas, vai sempre direto ao ponto, a exemplo, aqui a água somente cai, a eletricidade segue o condutor, a gravidade atrai, as moléculas, átomos e qualquer partícula sempre buscam o ponto de menor esforço, por tudo isso a existência é um contra-senso natural e pode ser obra da Inteligência que faz o “piorpara melhorar, o acaso,.. apenas cai.













O acaso só poderia existir por acaso


1 — De modo geral, interpretação de textos científicos em todas as variáveis possíveis.
1 — Este autor afirma que isso é processo transitório, pois, a evolução nos conduzirá à transmissão pura dos próprios sentimentos o que implica em mútua relação existencial.
1 — Próprio do sentido morfológico de sintagma, não se trata de sinonímia, mas, sim de ocasião onde encontramos a utilidade direta do sintagma, p. ex., se ao presenciarmos algo assustador dissermos “— nossa..!”, sem mais explicações o observador assimila o inusitado desacompanhado de detalhes como sendo a narrativa e, quase sempre, é o que lhe basta.
[1] — uma das ilhas que deram origem a Hélade (Grécia, hoje).
1Por volta de (146 a. C.).
2Um ano-luz tem perto de dez trilhões de quilômetros.
1Nosso primeiro trabalho.
2Alusão a superfície da ponta desta.
3Ano 530 Concílio de Constantinopla.
1Nosso trabalho anterior.
1Colóide: É parte de um sistema de mais de uma fase onde existe a dispersão quaseinfinita” de uma em outra, sem, no entanto, se confundirem como em uma solução insaturada, pois uma dispersão coloidal é formada de micelas definidas “para nós, indivíduos...” (por isso, a analogia) de um composto em outro.
1Elementos de mesmo número atômico com massas diferentes.

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