A razão é virtude em extinção, neste espaço se tenta preservar essa conquista desprezada, lembrar que a vida não está resumida à frágil visão humana.

PENSE

Seja ambicioso nos seus desejos, busque sempre o que é infinito, eterno, completo e intransferível.

O maior bem que se pode conquistar é a perfeição, seja sábio e não se contente com menos.

A matéria é apenas a mina onde garimpamos nosso conhecimento, cada pedra do nosso caminho é o tesouro que buscamos ainda bruto e aguardando lapidação.
Tenha sempre em mente essa idéia e nada haverá de lhe faltar.
Venha ser alguém que acrescenta algo à existência sem exigir mais do que ela lhe dá.

SALVE O MUNDO, COMECE POR ALGUÉM!


terça-feira, 15 de dezembro de 2009

LIVRO II - À LUZ DA RAZÃO - 3ª PARTE CAP. VI E VII


CAPÍTULO VI

UMA QUESTÃO CRUCIAL

“Deus e a singularidade universal”

Voltamos ao Universo, aliás; como sair dele? Edwin Powell Hubble1 (aquele cujo nome, o mais sofisticado telescópio do mundo em órbita da Terra, mereceu), em 1929, quando trabalhava em suas teorias e fazia observações no Observatório de Mount Wilson, em Washington, notou um efeito que, inicialmente, lhe pareceu estranho, constatou que várias aparentes estrelas não eram, de fato, estrelas, porém, nebulosas que, posteriormente, percebeu serem outras galáxias semelhantes à nossa “Via Láctea”, soube também, que estas apenas pareciam estrelas porque a distância que nos separavam delas era, literalmente estonteante, podendo-se medi-las em milhões e, mesmo, biliões de anos-luz2, ao conferir estas medições valeu-se de um artifício físico descoberto, já há algum tempo, o efeito Doppler3, surpreendeu-se ao verificar que um número fantástico destas galáxias apresentavam desvio para o vermelho e, raríssimas o faziam para o azul, logo, concluiu que estas se afastavam de nós e umas das outras, a exemplo de um balão de látex sendo inflado com ar, onde se observa que os desenhos se afastam entre si e em maior velocidade quanto maior a distância entre eles, deduziu, obviamente, que o Universo observável se expandia, assim, confirmou uma teoria já admitida nos meios acadêmicos e científicos, “a Teoria da expansão Universal” proposta, já em 1920, por Alexander Friedmann e Abbé Georges Lemaître, conhecida pelo nome de “teoria do Big Bang”, de posse desses dados, Hubble anunciou que a velocidade de uma nebulosa (ou galáxia) em relação a uma outra, é proporcional à distância entre elas, esta relação é conhecida por “constante de Hubble”.

Nessa fase das informações, o caro Leitor já deve ter percebido que, se há uma expansão, está implícita uma anterior contração, é óbvio, só se expande o que está aglutinado.

Mas, quando falamos em massas universais, nos é impossível admitir que quando se aglutina um monte de matéria, se obtenha uma “bola de qualquer tamanho de algum material. Existe uma constante universal, a “Lei da Gravidade”, a energia que orienta o Universo em todos os sentidos físicos e, sobre ela, nos ateremos logo à frente, por enquanto, devemos saber que ela não permitirá que pensemos na possibilidade de ter existido essa “bola” primordial, no entanto, nos conduzirá à mais polêmica das idéias que o conhecimento nos legou; “a singularidade”...

Ocorre que “Deus”, “vida” e “singularidade” têm relações próprias que assustam e intrigam a ciência e proporcionam temas confusos aos desinformados. Formou-se, há algum tempo, um conceito científico-doutrinário que sintetiza o Universo em termos existenciais na forma de um postulado, denominou-se essa visão filosófica de “princípio antrópico” e esse entendimento afirma que: “...O Universo é muito próximo do que vemos ou compreendemos, pois, se fosse de outra forma, nós não existiríamos para questiona-lo...”.

De fato, há peculiaridades no Universo, que desequilibram qualquer hipótese racional ao alcance do conhecimento atual, é fácil observar; um próton tem 1836 vezes a massa de um elétron, tem, porém, a mesma carga elétrica, se, eventualmente, este tivesse apenas um bilionésimo de carga elétrica diferente do elétron não existiria o equilíbrio necessário para a estabilidade do átomo e o Universo, simplesmente não existiria.

Outro aspecto muito interessante a se constatar, é que a luz das estrelas que vemos durante as horas da noite, nos atinge hoje, mas sabemos, que nenhuma delas está mais no lugar que as vemos ou mesmo sabemos se ainda existem já que a luz delas que se projeta sobre nossas cabeças percorreram milhões ou bilhões de anos para nos alcançar, contudo, a presença delas influem diretamente no equilíbrio universal por meio da ação gravitacional, está aí a questão fundamental; como a gravidade opera instantaneamente em percursos que a luz leva bilhões de anos para percorrer? Pois, uma vez que elas não estão mais lá o sistema vem sendo equilibrado de outros locais, todavia, a ação gravitacional é exercida no momento em que é produzida pela matéria, o que significa que aquelas estrelas e galáxias em outros locais e outros sistemas formados ou em formação, nos sustentam hoje e já nos sustentavam antes de ser possível vê-las da Terra, ou seja, a gravitação delas nos atingia antes da luz emitida por elas nos “tocar”. A gravidade não corresponde ao nosso espaço-tempo, pois qualquer outra explicação é irracional, ao menos, por enquanto.

A Teoria da Relatividade Geral de 1915 formulou um teorema de “malhas elásticas” que satisfez as condições exigidas pela lógica para explicar este efeito, disse que vivemos em um espaço-tempo curvo onde as massas gravitacionais comprimem as tramas desse espaço-tempo como uma enorme bola de chumbo sobre uma rede de elástico, basta imaginarmos essa malha sendo repetida infinitas vezes paralela, oblíqua e verticalmente transpassando-se umas pelas outras sem se tocarem cruzando elo a elo, para o sistema não ficar estático devemos passar “sabão ou óleo” nessas telas, logo, tudo pode se movimentar “escorregando” por entre esses “tecidos” deformando o local para ocupa-lo, assim, quando um objeto é inserido no meio da trama formada, instantaneamente, todo sistema é afetado e, como o tempo, não tem mais relação absoluta com os eventos, uma vez que vem provado que este é um fator conseqüente universal e se relaciona apenas com o observador, a luz nos alcança num intervalo de tempo, o campo gravitacional, entretanto, é o elemento formador do próprio espaço-tempo, donde se conclui que antes de existir a própria luz estelar daqueles sistemas a gravidade já atuava e, depois dela se apagar completamente, a ação gravitacional continuará atuando pois, para esta, a matéria é uma distribuição uniforme de massa com pequenas alterações de densidade em locais diferentes que, de forma geral, não afeta o sistema global. Dessa forma é possível entender que um gráviton1 percorre o Universo fora do tempo relativístico.

A uniformidade de distribuição de matéria pelo Universo já foi provada por Arno A. Penzias e Robert W. Wilson em 1965 que, ao testarem um novo sistema ultra-sensível de microondas, notaram que os sinais captados eram absolutamente idênticos em todas as direções do espaço, algum tempo depois, ao tomarem conhecimento de notícias sobre cálculos do efeito da “radiação de fundo” que se manifestariam na forma de microondas entenderam que tinham tido contato, justamente, com esse citado efeito e anunciaram o fato, conquistaram com isso, um Nobel de física.

Ocorre que esse comprimento de onda que determinava 2,7º C acima do zero absoluto, é característico da matéria distribuída pelo Universo, logo, se concluiu que o efeito gravitacional, sendo atributo da matéria, seria uniforme, admitindo-se variações quase infinitesimais, o que foi, por sua vez, provado em 1992, por meio do satélite COBE que detectou flutuações na radiação de fundo o que explicariam a formação das galáxias (regiões de grande densidade) logo após (dois a três biliões de anos) a grande explosão.

Segundo essas constatações, nós nos encontramos, literalmente, em um “” histórico, pois, cronologicamente, de Sócrates o “pai da ideologia filosófica”, passando por Platão seu discípulo e, por Aristóteles discípulo deste, pensador que, marcadamente, engendrou o primeiro modelo existencial do Universo, vindo à atualidade encontrar Stephen William Hawking, físico e matemático que ocupa a mesma cadeira que Isaac Newton ocupou há trezentos anos no Royal Society Club de Londres, encontrando ainda pelo caminho, seu antecessor Albert Einstein, lembrando também de Immanuel Kant entre outros brilhantes pensadores que deram os atuais contornos técnicos e filosóficos ao Universo como o conhecemos hoje, todos, com a exclusiva exceção do atual astrofísico e Cosmólogo da Universidade de Cambridge, admitem um “Criador” para a existência universal envolvido com a sua “criação”, assimilam a vida como algo peculiar e aceitável como impulso de uma vontade ou de um princípio, o último, contudo, até o “tolera” desde que com restrições matemáticas, é claro que alguém que ocupa aquela Cadeira é, literalmente, inatacável, logo, nos resta entende-lo.

Em nenhum momento este nega a possível existência de Deus, mas seu modelo universal é fechado e, com isso, a nossa existência é conseqüência do principio da incerteza de Heisenberg e, a “Dele”, é a “certeza” da desnecessidade para o Universo.

Afinal, Deus é intrínseco à existência ou esta independe da própria “existênciaDele? Este autor não oferece a menor condição técnica de discutir teoremas matemáticos ou modelos universais com quem, ao que tudo indica, abrange o conhecimento que pode questionar “Deus”. Porém, uma fila incalculável de outros pensadores que portam conhecimento equivalente sustenta a existência Deste.

Desviando-se dos pensadores clássicos helênicos e greco-romanos que não dispunham de elementos informativos e tecnológicos suficientes e necessários para conclusões eficazes e plenamente racionais, dos ecumênicos religiosos de ontem e sempre que baseiam suas expectativas em experiências pessoais e visões que sofrem todo tipo de interferência sócio-cultural e, por fim, dos que acumulam em si os dois estereótipos exemplificados, nos restarão os científico-racionais que apresentam maiores condições de acerto teórico quanto mais informações e tecnologia o mundo possa ter lhes oferecido, isso nos leva concluir que, tanto mais recentes os contatos com homens dessa linha doutrinária, mais qualificada a teorização dos eventos, todavia, não há benefício sem “preço”, logo, a atualização nos custa a especialização “strictu sensu”, isto é, o suporte informativo atual é astronomicamente abrangente, portanto, não é possível o domínio completo do conhecimento, afunilando o caminho para o menor ponto possível que explique um evento com o máximo de acerto, isso, valendo-se do próprio argumento do sábio em foco; “...consideradas as implicações do Princípio da Incerteza...”, fato que desvirtua aspectos de menor importância para o interesse do pensador que transmite-nos suas experiências, assim, segundo Heisenberg, como a existência de Deus pode ser negada, a um só tempo, Ele pode ser a peça fundamental da própria “existência”.

Newton cometeu um equívoco lamentável porque deu excesso de valor a religiosidade, pois sua teoria da constante gravitacional geral do Universo separou a atuação de Deus dos eventos cósmicos, já previa a relatividade de Einstein, inclusive, avaliando as distorções do tempo, o conceito de massa foi exaustivamente trabalhado por ele, na verdade, o cálculo integral, ramo da matemática totalmente desenvolvido, também por ele, é o que se presta para a comprovação técnica das duas Teorias da Relatividade, a restrita que desconsidera a energia gravitacional e a geral que engloba esta argumentando que o espaço-tempo é curvo, logo, o campo gravitacional interfere absolutamente em tudo que existe na forma física e energética do Universo, devemos lembrar que Newton foi o primeiro a afirmar a existência corpuscular da luz, a decomposição espectral das cores fundamentais da luz solar, o efeito das flutuações multicoloridas das lâminas delgadas1, falamos de alguém que poderia, perfeitamente, estar em evidência hoje com suas teorias desenvolvidas no século XVII, até o momento um número impressionante de estudantes e, mesmo profissionais, não compreendem totalmente suas afirmações científicas.

Mas.., como tudo que é bom engorda, a mesma História que exalta o intelecto de Newton conta que ele era “ruim de doer”, gênio rebelde e dominador, provocativo, em mais de uma ocasião se soube de “trapaças” no cargo público que ocupava, assinou por várias vezes sentenças de pena de morte, ao contrário de apenas disputar a primazia do cálculo infinitesimal com Leibniz, perseguiu-o de “morte”, ao menos acadêmica, este último, também “bom de briga”, reclamou dele ao Royal Society; “...coitado”, esqueceu-se que o primeiro era seu presidente por anos a fio, assim, a banca dos eméritos, influenciada, julgou contra o reclamante, o saldo, contudo, ficou favorável à Humanidade que lucrou com a existência de Newton.

Immanuel Kant, outro grande exemplo quase contemporâneo (séc. XVIII), é dono das seguintes afirmações: “...Seria ilegítimo atribuir ao mundo sensível princípios universais, como por exemplo o da causalidade...”, “...A consciência moral é um dado tão evidente quanto a ciência de Newton...” e, por fim, “...A aceitação pelos homens, da lei moral é a prova de que existe uma ordem que transcende o meramente sensível, cujo único fundamento possível é a existência de Deus...”. É certo que já “escuto”; “–...Ora! essas frases não oferecem a menor garantia matemática...”, de fato, Kant não as tinha por volta de 1760 ou 70, e mesmo, até sua morte em 1804, hoje porém, usarei a garantia matemática preferida dos físicos, o próprio Princípio da Incerteza, a base fundamental da mecânica quântica:

Assim, para a primeira frase podemos afirmar que, “...Quanto maior a certeza da existência do acaso, menor a possibilidade da nossa própria existência...”, já para a segunda, teríamos; “...Quanto menor a evidência da moralidade, maior será a impossibilidade organizacional do Universo...”, o que deságua, conseqüentemente, na primeira afirmação, a Lei da entropia garante essa perspectiva, pois, “o caos é a tendência lógica de qualquer arranjo aleatório” e, finalizando, “...Quanto menor a certeza da existência da consciência, maior a probabilidade de não existirmos...”, neste último caso, apesar de parecer paradoxal, estamos de frente com o efeito do Princípio Antrópico, já que é a consciência quem determina que o Universo é o que é, porque assim o vemos. E, sequer precisamos ser matemáticos, mesmo que o princípio da incerteza produza a média das possibilidades amparado em inúmeras histórias de um evento, para ver que esse mesmo princípio matemático, cobre de razão as idéias de Kant.

Já que toda discussão acima se baseou no Princípio da Incerteza, devemos, no mínimo, observar o que ele nos ensina:

Werner Heisenberg, físico alemão nascido em 5 de dezembro de 1901, agraciado com um Nobel em 1932, dedicou muito esforço na busca de explicar o movimento de uma partícula, após longo trabalho ele pode enunciar o famoso princípio tantas vezes repetido neste capítulo, ele descobriu que é sempre possível determinar com precisão a velocidade de uma partícula e que é, do mesmo modo, sempre determinável a posição desta, porém, é impossível, simultaneamente, se conhecer os dois dados, e mais, observou que quanto maior era a proximidade dos valores de uma grandeza maior era a incerteza da outra. Isso ocorre porque o único meio de se verificar o comportamento da mencionada partícula era por incidência de luz cuja velocidade é o único dado absoluto do Universo, esta, porém, interfere com a partícula alterando sua condição em cada instante, assim, os dados prevalecem apenas para uma de duas condições existentes.

Esse princípio acabou integrando o conjunto de postulados e demonstrações que vêm construindo a mais recente teoria da síntese universal; a Mecânica Quântica desenvolvida a partir de dados demonstrados por Max Planck, como, por exemplo, a absorção de energia provocada por um corpo negro, a variação da entropia a níveis moleculares e, principalmente, tanto quanto intrigante, haver este estabelecido a Constante de Planck que lhe valeu o Nobel de 1918. “Principalmente”, porque falamos da grandeza que serviu de parâmetro para a teoria da relatividade e foi fundamento matemático para o modelo atômico de Niels Bohr e, “intrigante” porque não se encontram anotações que, eventualmente, conduziram Planck ao valor dessa constante, no entanto, existe uma fantástica coincidência de proximidade do valor nominal dessa constante com a constante universal da gravidade deduzida por Isaac Newton no século XVII, o que facilmente se constata, temos para o macro-universo a constante “G” de Newton, cujo valor é 6.672 59 X 10-11 m3 kg-1 s-2 (Constante de Gravitação) e, encontramos para o micro-universo, a constante “h” de Planck com valor 6,62 X 10-27 erg/s., evidentemente se observa que os métodos de obtenção das duas medidas diferem em forma e gênero, todavia, é de se perceber que o macro e o micro-universo oferecem padrões de equivalência na orientação dos seus eventos, particularmente, no que concerne a energia de equilíbrio e, notem, o “erg” traduz uma força de deslocamento na sua própria direção em relação ao ponto de aplicação desta e a freqüência da luz, ora..! essa é exatamente, a descrição da atuação gravitacional em relação a um corpo qualquer, reservadas as proporções de cada entidade matemática e, é claro, poderíamos enfatizar que a freqüência da luz não mantém relação com a gravidade, contudo, independentemente do comprimento e velocidade da onda de luz, a primeira age sobre a segunda na forma de um corpo desta última, ou seja, a gravidade desvia e até consome totalmente a luz confirmando que esta apresenta massa e se comporta como partícula.

Talvez seja miopia intelectual, entretanto, o Universo se nos apresenta com ordem e direção, contrariando a lei da entropia e confirmando cada vez mais, por princípio ou constância, a atuação inteligente, pois, de outra forma, a “entropia” não seria uma “lei” válida, já que o que deveria ser caótico obedece a padrões. Isso só nos conduz concluir interferência, exatamente, como fazemos nós, “Inteligências”.

Com esse comentário “viajaremos” no tempo de Kant até Einstein. Este, como tantos outros, negou-se a determinados aprofundamentos teóricos porque entendeu que a matemática não tem dimensões suficientes a negar a existência ou a vontade de “Deus”. Afirmou então, “... Deus não joga dados...”. Disse isso, porque não admitiu as implicações do princípio da incerteza, conjeturando que a ausência de explicação para eventos onde predomina a dualidade de resultados e o recurso que melhor viria a se adequar seria o artifício das infinitas histórias de Richard Feynman1.

Einstein, do mesmo modo, considerou publicamente ter cometido o maior erro da sua vida ao introduzir nos seus cálculos uma, até então, hipotética constante cosmológica para justificar o que ele admitia por seu convencimento ser isotrópico o Universo, assim, ele entendia que este sempre esteve onde está regenerando-se de si em si próprio sem alterações significativas do ponto de vista cósmico e nenhum lugar teria privilégio, isto é, em qualquer ponto estaríamos meramente relativos a outro nunca a um limite. Realmente surpreendeu-se com as revelações de Hubble, fato irônico, pois sua teoria geral da relatividade sempre previu a expansão universal, a singularidade, a geometria espacial que relaciona o espaço e o tempo em uma só componente existencial (Tempo, a quarta dimensão) materializada na forma de espaço-tempo.

Essas constatações não podem, isto sim, surpreender-nos, pois, erro semelhante já comentamos sobre Isaac Newton.

Por fim, encontramos, ainda em vida, o mais eminente pensador em atividade no mundo, quem, respeitosamente, citamos acima, Stephen William Hawking, homem que acumula estranhas coincidências com o, não menos famoso, pensador do tempo que lhe correspondeu e o é, ainda hoje, Isaac Newton.

Apenas a título de curiosidade, vemos que o primeiro nasceu em  04 de janeiro de 1643, o segundo em 08 de janeiro de 1942, com quatro dias de diferença, 299 anos após o primeiro, os dois são ingleses e estudaram em Cambridge, o primeiro graduou-se aos vinte e dois anos, o segundo aos vinte anos, ambos matemáticos e físicos, o primeiro ocupou a Cadeira Lucasiana do Royal Society de Londres, segundo a ocupa hoje, os dois dedicaram seus esforços à ciência e, em particular, ao entendimento do Universo e, se considerados os aspectos espiritualistas, objetivo desta obra, veremos que ocorrem outros fatores que não comportam comentários, vez que não podemos especular sem amparo racional.

Ao contrário do que afirmou Einstein, Hawking, baseado no princípio da incerteza, postulou que: “...Deus, se existe, é, com certeza, o maior jogador do Universo...”, ainda, segundo a perspectiva da constância universal, já que sob o enfoque do tempo imaginário o Universo se fecha como uma pêra num único ponto para ter início e o tempo é esférico com os pólos ligeiramente achatados (o que nos conduziria ao “Big Crunch”, isto é, ao encolhimento do Universo até a singularidade novamente) apresentando leves corrugações na superfície (variações da expansão e contração), acrescido de uma variável que corresponde a um número infinito de histórias, das quais se extrai a que nos encontramos por questões de idade universal o que é mera casualidade, enfim, dados estes fatores e confirmadas as teses por ele defendidas, continua e expõe que: “..Deus pode existir, o Universo, porém, não precisa dele já que este é cria de si em si...” e, em outras palavras expressa: “... O homem não concebe nada que não tenha origem, pois uma conseqüência é sempre conseqüência de outra até o princípio, portanto, basta elimina-la em uma espécie de círculo onde tudo está contido, contudo, sem limites, começo ou fim...”.

Ao que parece, nos deparamos aí, com uma simples demonstração de divórcio teosófico, “... Deus, até que existe, eu apenas não gosto dele, logo, desprezo-o...”.

A verdade é que, como observadores dessa “briga”, notamos que inúmeros pensadores cometeram erros incríveis por dar mais atenção do que a necessária, à existência de Deus e, nesse último caso, a direção parece convergir para outro equívoco, por total desprezo a existência de Deus.

Notem, não devemos defender passionalmente a figura divina (religiosidade incoerente), por outro lado, não podemos desprezar a existência de qualquer fator que possa explicar a existência em si, é inegável que Deus, por enquanto, é um fator preponderante, não pela idéia de “criador” mas, pelo entendimento produtivo e organizacional do Universo, até porque, é patente o pensamento deste autor, de que somos os trechos desse fator e que o Universo não é mais do que o “espelho” do plano inteligente, forma de ver que abrange inclusive as teses matemáticas da existência de infinitos planos, histórias e dimensões defendidas pelo ilustre cientista comentado.

A singularidade não elimina existência alguma, da mesma forma que não invalida as leis da física no primeiro pico-segundo de sua expansão, para isto basta saber que existimos da forma que “existimos”, negar a Inteligência do sistema como um todo é outra incoerência, pois, “por mero acaso”, das infinitas histórias possíveis, fora “escolhida” a que gera vida e a inteligência, o princípio antrópico garante isso, a que velocidade evoluímos podemos conhecer, o ponto em que nos encontramos também nos é dado, mas.., quanto mais sabemos quanto evoluímos menos conhecemos o lugar que nos encontramos, está aí o  princípio da incerteza, a nossa natureza, identicamente ao tempo, pode ser entendida como um círculo ou esfera não tem definição nem limites, quando conhecermos de uns, saberemos de outros.

Conhecermos-nos é mais intrincado do que conhecer o Universo, o próprio ilustre pensador agora citado, nos garante isso, pois, para discutir o Universo não encontra fim para suas idéias, porém, para discutir a vida e a Inteligência não encontrou sequer a primeira palavra, este é um elo componente do tema, queiramos ou não, cada pensamento está contido no mesmo Universo que vivemos, se as idéias produzem resultados a ponto de modificar o mundo que habitamos, não podemos desprezá-las como uma forma, mesmo que indireta, de “energia”, não são previstas as partículas virtuais apenas porque se nota seus efeitos? ora..! que efeitos devemos esperar para aceitar as “partículas mentais”..?

Agora, a partir dos predicados acima, nos será possível ponderar sobre o título e a temática do nosso presente capítulo.

No nosso primeiro trabalho encerramos o tema com o Capítulo “Elementos” lugar que discutimos o ente fundamental do Universo e lá se dedicou um parágrafo à “singularidade”, aqui, porém, o “ente fundamental” será a relação direta da existência com a singularidade. Racionalmente, o que significam mais estes dois “estados” da matéria-energia, do espaço-tempo, da vida-inteligência..? A questão crucial é; a Síntese Universal ou a Grande Unificação das Teorias Universais Parciais, seria, de fato, a solução final? A pergunta cabe pela simples observação de que faltam componentes às Teorias já efetivadas, caso contrário, bastaria uni-las, pois já saberíamos do todo universal.
Queiramos ou não, duas são as pilastras universais, a física e a ideal, bastaria a presença de um único ser unicelular vivo em toda a extensão universal e já estaria constatada a existência da Inteligência, latente porém, presente! Logo, se a massa universal contiver infinitos zeros depois do “um”, se o espaço for infinito e, se o tempo for eterno, a presença daquela única célula viva, o faz diferente e não podemos deixar de considerá-la, pois nela está a janela do Universo Inteligente, o componente faltante de todas as teorias.

Ora.., falamos somente de uma variável psicológica! Sim..! mas, um único movimento psicológico pode mudar o Universo; quem pode afirmar que o pensamento de um único homem, em lugar adequado, não o induziria a apertar “o botão” e a própria terra deixaria de existir? Isso não altera o Universo? Portanto, não nos cabe negligenciar absolutamente nada. Ademais, essa variável é parte do Universo, pois o próprio pensamento o é também.

Se um singelo pensamento muda o Universo que dizer então da existência da própria Inteligência? Os técnicos se valem de meios matemáticos artificiosos1 que existem apenas virtualmente e provam teorias complexas, a Inteligência é concreta, está presente e atuante, serve de malha, de curva, de corda, de brana2, de elo, enfim, de existência que conhece a sua própria existência, apenas por isso ela é um dos componentes fundamentais do Universo e isso, se este não se explicar por dependência desta, coisa que a teoria da incerteza não exclui.

Toda polêmica termina, invariavelmente, por ser considerada simplesmente acadêmica ou meramente retórica pelo aparente motivo de não se aplicar diretamente à vida na prática, na verdade, essa é uma mentalidade retrógrada, pois todo assunto que gera indagações, em particular profundas “indagações”, é por natureza própria polêmico, por outro lado, qualquer discussão pueril é facilmente identificável e, normalmente, não atrai a atenção que vá além da superficialidade.

Ocorre que a procedência do Universo e seu relacionamento com uma causa original, especificamente Deus, é polêmica que independe de credo ou simples curiosidade, a problemática envolve a existência como um todo e é preocupação de todos os cientistas, sem exceção, inclusive, dos que se dizem descrentes ou simplesmente céticos e, é quase certo que quem virá a provar a existência Deste, será alguém buscando prova-Lo não existir.

Logo, devemos voltar ao nosso tema e buscar justificativas que satisfaçam as questões que se levantam.

Inicialmente, devemos tentar entender o que é singularidade e como é possível ela acontecer. O termo, morfologicamente, significa algo particular, extravagante ou muito diferente das demais coisas passíveis de comparação, na matemática, este deriva do mesmo significado e usa-se quando se isola um ponto qualquer de outros que não sejam “singulares” (singularidade isolada) ou quando se determina qualquer ponto que não identifique um pólo dado (singularidade essencial).

A “singularidade” de que tratamos é, de fato, o envolvimento dos dois casos citados, porém, na prática o que ocorre é que quando esta surge a matemática deixa de exercer suas funções e não existe relação ou equação que satisfaça qualquer condição apresentada pelo evento, na verdade, o que se pode fazer até o momento, é observar o acontecimento e especular, “observar” em termos, pois o fenômeno em si, é impossível de ser observado diretamente e, o máximo que se pode fazer é, graças aos atuais avanços tecnológicos especialíssimos, notar o que se passa ao redor do (vamos dizer) objeto e, a esse limite, damos o nome de “horizonte de eventos”.

Como já se sabe, o equilíbrio universal é dependente da energia e, em particular da energia gravitacional, esta força age sobre a matéria sem exceção nenhuma, mas, dependendo da nossa capacidade tecnológica de medir grandezas, acabou-se por confirmar tecnicamente que esta age também sobre a luz e sobre o próprio espaço, enfim não existe, no Universo, nada que não seja influenciado pela gravidade e, não duvide, inclusive o tempo. Esse existe de formas diferentes em todas as regiões universais dependendo da ação gravitacional que sofre, assim, a Teoria da Relatividade demonstrou que o tempo apenas tem relação com o observador e isso já foi provado há algum “tempo” através de uma simples experiência prática, relógios de absoluta precisão, regulados por processos altamente sofisticados apresentaram diferentes horários em uma singela volta simultânea de dois aviões, um em cada sentido ao redor da própria Terra.

Logo, ficou demonstrado que tempo não é mais do que outro fator variável do Universo, note, o “tempo” acaba também por ser uma “variável psicológica”, já que enfim, este envolve apenas o observador, na verdade, o Universo não se relaciona com o tempo, do contrário os “dois relógios” teriam ficado sincronizados na experiência, assim, a única exceção, continua sendo a velocidade da luz, pois esta tem um limite definido e fixo pode, portanto, ser considerada, ao menos por enquanto, a única coisa absoluta no Universo. “Por enquanto” porque já se viu que a energia gravitacional independe, inclusive, da velocidade da luz.

Isso não quer dizer que ela não possa mudar de velocidade, reduzir e até parar e, na verdade, retroceder. O seu limite é para mais, porém, para menos se verá que não existe limite e é, exatamente a singularidade, por meio da ação gravitacional, o agente mais poderoso para exercer tal façanha, embora toda massa influa gravitacionalmente para alterar esse estado de coisas, mesmo uma partícula, ainda que não possamos medir.

A matéria tem massa, volume, e interage com qualquer forma de energia, de fato, está demonstrado cientificamente que a matéria não é mais que um adensado energético que “vibra” em uma freqüência definida, impossibilitando assim, que dois corpos venham a ocupar o mesmo espaço..; será? Veremos à frente que não é exatamente isso, (como pensávamos) que acontece!

À parte os aspectos peculiares e de difícil observação, é certo que todo objeto, de qualquer tamanho ou forma, se atrai gravitacionalmente, de uma partícula a um conglomerado de milhões de galáxias e, por extensão, o próprio Universo é resultado desse efeito que se mantém indefinidamente mantendo o equilíbrio estrutural que observamos.

Ocorre que a interação gravitacional não conhece limites, atua sem freios e, a única coisa que a interrompe, é a ausência de matéria, logo, toda massa que esteja próxima ou “em contato” tende a aglutinar em direção ao centro de seu conteúdo e a que estiver à distância entra em equilíbrio dinâmico pelo mesmo motivo mantendo-se separada por influência de outras forças (a centrífuga, por exemplo) que por fim, são conseqüentes da própria gravidade, podemos comparar, este último caso, a duas ou mais pessoas esticando uma corda ou várias atadas a um nó central formando um círculo, poderíamos nos referir a uma esfera com um “nó central”, no entanto, este artifício na superfície da terra, é impraticável.

No Cosmo, contudo, a ação é exercida em todas as direções e isso obriga os corpos a um movimento mais ou menos circular, elíptico, é na verdade, o deslocamento notado nos corpos isolados em relação a outros, o desenvolvimento circular se observa, ocasionalmente, no aspecto assumido por uma galáxia inteira, pois esta toma a forma de espiral ou círculo, não é, todavia, a regra geral essa característica, já que se observam nebulosas de formatos indefinidos, a exemplo, temos vizinhas à nossa galáxia, as Nuvens de Magalhães, duas pequenas aglomerações estelares (mini galáxias), cujas formas não seguem padrão algum, orbitam a Via Láctea como satélites, apenas não estaremos aqui quando estas completarem uma volta...

A característica de a matéria apresentar vetor de força gravitacional em uma única direção, atrativa e nunca repulsiva, como é o caso da eletromagnética, faz com que esta, ocasionalmente, assuma condição crítica e venha a colapsar. Mas.., o que significa a “matéria colapsar”?

Como já comentamos em nosso primeiro trabalho, a matéria é, de fato, um fantástico vazio no que se refere à existência concreta, o que rege a estrutura de um objeto não é mais do que a energia nas suas formas, eletromagnética, nuclear fraca e nuclear forte, por causa desse “vazio”, acima questionamos se não seria possível, em um único espaço, dois corpos coabitarem simultaneamente o mesmo lugar, existe, hipoteticamente, a possibilidade de um objeto atravessar outro sem tocá-lo, é uma questão de freqüência vibracional entre estes corpos, eles são sólidos entre si porque vibram na mesma “freqüência”, caso contrário, poderiam estar no mesmo espaço sem interagirem, a própria visão é um efeito “freqüencial”, enxergamos os objetos porque a luz que nos sensibiliza está na faixa de sintonia vibracional à qual nos adaptamos geneticamente, fora dessa  faixa não vemos luz alguma, logo, também não veríamos nenhum objeto que estivesse fora dessa faixa de ondas, ainda que ele lá estivesse, isso, de fato, ocorre também com o próprio objeto, a matéria tem freqüência como qualquer forma de energia pode manifestar, em contrapartida, às características de partícula, isto é, os materiais podem produzir onda tanto quanto a energia pode se manifestar com os atributos da matéria, pois, na verdade, falamos de um mesmo ente quando pensamos tecnicamente.

O espaço não ocupado pelos elementos constituintes de um átomo é mantido pelas forças citadas acima, assim, por exemplo, um átomo de hélio contendo dois elétrons de spin ½ e – ½ 1 dispõem ao redor de seu núcleo uma eqüidistância eletrônica entre essas partículas, pois estes se mantêm afastados por serem de mesma carga elétrica (negativa, convencionalmente), não escapam do centro porque são atraídos pela carga positiva, também não caem em direção ao núcleo por estarem em equilíbrio centrífugo, na prática, podemos pensar em um “moto perpétuo”.

Essa distância é enorme, seria, comparativamente, uma ervilha na marca central de um estádio de futebol e duas penas de pássaros esvoaçando, a velocidade da luz, além dos muros externos. Ocorre que no núcleo desse átomo existe, da mesma forma, espaço entre os prótons e nêutrons, proporcionalmente, estes guardam menor distância entre si do que os elétrons mantêm do núcleo, contudo é uma distância apreciável e, no intervalo físico dessas partículas “escorre” como cola ou lubrificante uma espécie de sub-partícula denominada “glúon”, se imaginarmos uma prensa descomunal podemos “encostar” os elétrons no núcleo e este, partícula a partícula, ser esmagado contra si próprio, seria uma “bola” de nêutrons, existem estrelas de “nêutrons” por causa desse efeito “prensa” e isso, vai bem além, como demonstraremos.

Numa determinada região do espaço pode se acumular hidrogênio em quantidades, verdadeiramente absurdas, e, por atração gravitacional estes átomos começam a se dirigir ao centro por implicância da força centrípeta, o fazem em forma de um espiral girando ininterruptamente, aglutinam-se e, por fim, formam uma estrela, dependendo do volume inicial de hidrogênio esse astro pode assumir proporções esmagadoras, gigantes azuis que atingem centenas, milhares e mesmo, milhões de vezes a massa estelar do nosso Sol, para que se tenha uma idéia dessa realidade, saiba que o telescópio espacial Hubble focalizou em 1994, no centro da galáxia M87, um objeto de massa três bilhões de vezes maior do que a do Sol, levando à conclusão de que essa é uma prova definitiva da existência de um buraco negro naquela região.

Ocorre que segundo o limite de Chandrasekhar1 qualquer massa estelar que ultrapasse o dobro da massa estelar do Sol sucumbe à sua própria ação gravitacional “desabando”, portanto, para dentro de si mesma, resultando em anãs brancas, negras (estrela de nêutrons) ou um “buraco-negro” e, qualquer desses casos, é um colapso de matéria em escala crescente, do menos drástico até o absurdo aparente, porém, real, de produzir volume “zero” com densidade “infinita”, parece paradoxal, não o é, no entanto, está provado que é possível comprimir a matéria até seu completo desaparecimento físico mantendo, todavia, toda sua energia presente e atuante no Universo, ela está “”, nós não a vemos, mas ela é o maior “objeto” conhecido pelo Ser Humano, esse é o colapso final, a “singularidade”, o “peso” da matéria desse corpo é tão grande que ele “cai” para “dentro” de si próprio, sim.., é exatamente o que acontece, sequer é possível descrever a situação, a matéria toda está lá, mas não existe lei física conhecida que exprima ou defina tal circunstância, a “mecânica quântica”, uma ciência ainda em formação, “esbarra”, muito superficialmente, nas possíveis explicações plausíveis para o evento, mas.., isso é, ao menos por enquanto, tudo que temos!

Mas.., o que isso tem a ver com uma provável causa primária ou Deus e, até ainda, nós mesmos? Em que esses fatores implicam uns com os outros? Bem.., está demonstrado cientificamente que o Universo é o resultado de um colapso primordial, uma singularidade e está aí a “questão crucial”!

O que havia antes?.. Do nada, simplesmente apareceu tudo?.. Existe começo para todas as coisas? Se, não, como se explica o ciclo? E a gravidade? se ela não produzir o retorno ao princípio do ciclo significa que em um certo ponto a “malha” universal se “quebra”? e isso acontecendo, o Universo está fadado a um fim melancólico esfriando todas as suas estrelas até a “morte” final e estas continuarão suas trajetórias infinitas? “até onde”? sim; pois “trajetória infinita” infere em “tempo eterno”, logo, se falamos de “espaço” (trajetória) – “tempo” (infinita) continuamos a nos referir ao Universo, apesar de metamorfoseado em uma nova dinâmica.

O que nos conduz a uma outra questão ainda pior; toda a matéria continuará perpetuamente vagando expandindo o espaço-tempo? ou seja, o Universo crescerá muito mais depois de “morto” do que agora que é ativo? É claro que não nos cabe concluir os desígnios universais por pura ignorância, entretanto, é notável e indicativo que há finalidade e organização no sistema, e isso é fato apenas por que “eu” posso perguntar por isso, sendo de outra forma, não existiria a “pergunta” porque “eu” também não existiria e isso é a implicação direta do “princípio antrópico”, pois a “pergunta” é uma finalidade que “eu”, que me entendo como um “sistema” conjuntural organizado em vida inteligente e biológica formada no Universo me obrigo a concluir e, nada que tenha por ausente uma  finalidade se organiza, o princípio da incerteza e a teoria das múltiplas histórias não excluem a probabilidade da “escolha de um princípio”.

Logo, nos resta apenas concluir “quem” e “porque” teria iniciado essa “possível história”, é simples entender; se jogarmos para cima e esperarmos que, simplesmente, caia ao chão, um “jogo de armar” de 1000 peças, encontraremos 99,99999999999999999999999999999% de que este virá à superfície em desorganização ou caos (como se diz tecnicamente), as chances de caírem em ordem são, literalmente nulas, em verdade, aquele 0,00000000000000000000000000001% para que venha a ocorrer dependerá de “uma vontade” cuja finalidade seja ordenar as peças em uma forma inteligível e o termo “inteligível”, obrigatoriamente, coaduna com a nossa forma de ver, pois de outro modo, a nossa “forma de ver” seria outra, obviamente. É simples assim, nós somos o que manifestamos e o fazemos porque nos concebemos assim, se existe o “principio da incerteza” de Heisenberg, é certo que existe também o “determinismo” de Laplace, teses que se orientam pelo uso absoluto do mais apurado bom senso, já que nenhuma das duas admite radicalismos, tudo será incerto até acontecer e tudo foi fatal quando acontecido.

Essas premissas nos fornecem subsídios necessários e suficientes para postular a existência de uma Vontade Primordial que, por fim, nos conduzem à uma Inteligência Primária que a manifestou, ao menos, uma vez.

Nós estamos presentes no Universo, isso tem por garantia o “determinismo de Laplace”, por outro lado, poderíamos não estar, pois o “princípio da Incerteza de Heisenberg” cogita essa possibilidade, esse é o ponto..; nós estamos! Se.., para estarmos aqui, ocorreu a bilionésima da bilionésima da b.., das possíveis “infinitas histórias de Feynman” para um evento e, como sabemos, pelo princípio da incerteza, a única forma de organização possível de existir passa por uma manifestação de vontade, pois não falamos de um acidente com probabilidade de 50%, já que a vida não é uma moeda com apenas duas faces, isso considerando seu bordo periférico completamente laminar, para não causar um remoto mas possível segundo “acidente” de a “moeda”, cair de pé, devemos capitular em favor de sermos (nós e o Universo) resultado de uma genialidade intencional qualquer.

A teoria antrópica universal é lógica, particularmente no sentido que se refere à relação da existência da nossa própria “existência”, considerando o termo “nossa” como indicação de vida, pois ainda que não fosse obrigatória uma finalidade universal, ela (a finalidade) é exuberante; o Universo, mesmo que o tenha feito apenas aqui, o que é improvável, explodiu em vida quando havia infinitas possibilidades de apenas expandir eterna e uniformemente, já que inexiste barreira que o impeça de inflar!

O óbvio é que uma explosão de qualquer natureza e tamanho propaga energia e matéria uniformemente em todas as direções livres de percurso, se analisarmos o entendimento científico do primeiro pico-segundo da existência a partir do big-bang não encontraremos nenhuma explicação racional para a ocorrência de aglutinações isoladas que proporcionasse o adensamento localizado de matéria e a conseqüente formação de sistemas galácticos, estelares ou planetários, logo, é ilógico, até o presente momento, qualquer tese que contradiga uma alteração de acontecimentos, mas cabe a pergunta; o que provocou essa “alteração”?

Por exclusão já se elimina a primeira e mais ingênua das respostas; – a gravidade o fez! Esta também é uniforme e distributiva por equidade física, então, vencida a força expansiva, simplesmente ocorreria a força coerciva até o big-crunch e, novamente o big-bang e, assim por diante.

De forma alguma se demonstra que sem qualquer intervenção ocorreria a “cristalização” regional de ilhas com alta densidade em meio ao fluxo homogêneo com vetores de direção à crescente superfície periférica por ocasião da expansão ou vice-versa quando muda de 180 graus radianos o sentido dos vetores, se a ação gravitacional influir no movimento primário para inverter esse estado de coisas. Existe ainda, uma especulação de fundo científico que argumenta uma brusca frenagem da expansão, um período de baixa velocidade de saída e uma posterior retomada de crescimento, porém, com menor intensidade do que a inicial.

Ora..! o próprio argumento é carecedor da interferência de algo externo ao fato consumado, nada pode alterar o rumo de uma “bala” disparada em determinada direção senão outro evento alheio ao “acontecimento” objeto do efeito pretendido. Uma explosão não para, muda de rumo ou retorna com movimento controlado por si só, isso é até ingênuo. Que lei da física clássica ou mesmo da mecânica quântica justificaria movimento inteligente e dirigido? Sim, pois esse argumento é pacífico em presumir mudança racional e objetiva em produzir efeitos, à época, pretendidos e hoje, consumados.

Apenas o intelecto produz explosões controladas, por isso ela tem o nome de “explosão” o descontrole é intrínseco ao fenômeno, tudo que se pode fazer é direcionar seus deslocamentos para obter resultados almejados e apenas a razão produz tal comando secundário ou planeja por antecipação o que pretende com a ação violenta a ser produzida.

Há também a teoria dos infinitos planos paralelos ou várias dimensões e, ocasionalmente, houve explosão multidimensional que alterou o estado de coisas nesta dimensão.

O que se pode comentar é que isso aprofundaria a necessidade de interferência controlada, já que uma soma de acidentes é, inevitavelmente, maior do que os acidentes primários gerando mais caos e turbulência generalizada e uniforme em todos os sentidos. Até para demonstrar a ineficácia do argumento é fácil; uma segunda explosão, inicialmente, deveria ocorrer em tempo certo e preciso, porém, em lugar indefinido, mas, obrigatoriamente externo ao campo de ação da ação primária e, muito pior, deveria ser uma implosão que atuasse em todos os pontos de expansão da primeira, isso implicaria num universo já existente maior que o que se criava na ocasião e no movimento de “encolhimentoabraçasse o universo crescente obrigando-o a recuar ou reduzir sua expansão. É demais, não acham..?

A verdade, é que se Deus não existir, de fato, será impraticável justificar a existência como um todo, ainda que não se explique sua própria existência é mais racional admiti-lo ou, pelo menos, devemos inventá-lo como um artifício matemático (como a função parabólica ou hiperbólica, teríamos a funçãoideo-teológica” cuja imagem seria a nossa realidade) para explicar a existência, seria viável, na forma de cartesianos introduzir um elemento cuja definição viesse a ser um postulado equivalente ao fator tempo, todavia, não como um ente dimensional, entretanto, um elemento de origem ou de campo envolvente dos acontecimentos, no primeiro caso, talvez se demonstrasse a pretensão da existência e, no segundo, quem sabe? A manutenção das estruturas energéticas, físicas e psicológicas universais do ponto de vista global.

Se Deus é um ente universal simplesmente porque o admitimos, o seria supra-universal por sê-lo em origem, note; não se fala em criação deste por Aquele, fala-se em “Aqueleser este, sim., este autor pensa no que “É, não no que cria e, dessa forma, apesar de não o explicarmos passa a ser racional admiti-Lo e, por via das conseqüências, encontramos uma lógica em assimilarmos nós próprios como segmentos Dele e componentes do Universo, o que implica, como uma segunda conseqüência que, se somos Ele, somos o Universo e, por fim, este é secundário e dependente de uma origem em um plano-ideal ou universo-inteligente.

Nada demais até aí, é plenamente viável admitirmos intelectualmente o “antes” como um Universo-Inteligente que expandiu até o plano físico e continua, por enquanto, expandindo em proporção espaço-temporal. Nenhuma das teorias já estruturadas, nem a física clássica, nem a mecânica quântica apontam qualquer impossibilidade nessa via de argumentação, na verdade, ela é mais uma das múltiplas histórias de Feynman, por que não?

Se é inocência alimentar entendimentos que se comparam a “crendices” não devemos crer em nossa própria existência, pois, mesmo que não aceitemos a transcendência do Ser, enquanto manifestamos vida, o que somos?

Logo, se não nos conhecemos e, ainda assim, nos consideramos donos da nossa existência, o que nos autoriza a negar algo que está além de nós próprios ou que, talvez, sejamos “nós próprios” e não o sabemos?

Ora.., nós existimos e o Universo também e isso nós constatamos com os sentidos comuns, se desprezarmos a existência do que não sentimos fisicamente, nada nos impede de aceitar o que, segundo Kant, é a nossa realidade aparente e é fato que a nossa Inteligência altera cada vez com maior eficácia o Universo e, ainda assim, mantemos nossa livre escolha em faze-lo ou não, portanto, se crescemos, mudamos os rumos dos acontecimentos e, mesmo que por um alto custo, decidimos isso quando e como, podemos ser considerados, por um aspecto comparativo e relativístico “deuses”, basta que não se pense nisso como uma medíocre blasfêmia ou não se envaideça desnecessariamente, pois o fato não carece.

O estabelecimento hipotético de um universo inteligente supre as deficiências físicas, técnicas, matemáticas e, até mesmo psicológicas, das variáveis possíveis que regem as teorias envolvidas com a singularidade, pois extravasam as fases dimensionais, mantendo, no entanto, a estanqueidade dos planos e, assimilada a função inteligente, como componente ativo e eficaz do Universo, a Inteligência assume papel preponderante na composição da “síntese universal”, a grande “unificação” das equações parciais da existência além, é claro, de ser entendida como elo de ligação dessas dimensões e então estaremos falando de um sistema global cuja estrutura está completa mesmo que não conhecida.

Sequer precisamos ser “Prêmio Nobel” para saber que um corpo desprovido de “Inteligência1 é apenas um objeto.

O que nos leva crer que o Universo seja diferente? É mais do que óbvio que este manifesta inteligência, dirige suas funções, organiza-se a partir do caos... É inadmissível um “gênio” desconsiderar o plano ideal do Universo, pois, para fazer isso, ele depende do que pensa sua “Inteligência” e, sem ela, ele nem mesmo estaria equivocado!! Muito além, ele jamais seria!! Nós somos a Inteligência e somos parte integrante do Universo, isso é concreto e interfere com o meio. 

Este não é um mero argumento, é um fato, aqui não se vende idéias, buscam-se soluções, provem o contrário do que vem afirmado nestas últimas linhas e mudamos nosso ponto de vista prontamente.

Ao que tudo indica, a questão crucial está em mudarmos o padrão conceitual entre ciência e filosofia, é certo que a ciência depende do que é demonstrável para produzir um modelo científico e oferecer bases seguras para afirmar que algo está provado, todavia, no âmbito doutrinário (questões filosóficas e teoria) o cientista deve operar um “leque” de maior amplitude, procurar horizontes mais profundos onde, apesar de trilhar por vias especulativas, disponha, tanto quanto num veleiro, da direção dos ventos, nós não os vemos, sentimo-los, porém e, para um bom “velejador”, basta uma brisa para este levantar âncora e enfrentar o mar.

A ciência é, exatamente, como a construção da “fria” tecnologia, começa invariavelmente, num mero “sonho”. Abandonar o plano ideal do Universo não oferece caráter de seriedade às pesquisas, apenas deixa de apreciar um dado integrante do problema, o aspecto pueril ligado às crendices produz o mesmo efeito que uma criança brincando com “imãs”, se por causa disso Maxwell desprezasse o estudo dos campos magnéticos, o mundo de hoje não seria o mesmo. O “tamanho” do homem não se mede pelo que ele “crê” de Deus, porém, pelo que ele pode saber Dele, se provado ficar, sua inexistência, basta que se providencie uma publicação científica com a respectiva demonstração da impossibilidade da sua existência, e aguardar a indicação para um “Nobel”.

Eliminar um dado complementar de uma questão universal, apenas porque muitos ingênuos “ajoelham para o Sol”, é negligenciar o desenvolvimento do próprio trabalho que procura as soluções a que se propõe.

Quando, na matemática, um teorema não se fundamenta, seus próprios argumentos desmoronam, ocorre que, com todo desenvolvimento científico atual, nenhuma teoria desmontou “o mito” do provável Ser Original, em verdade, vem se comprovando, dia após dia, que existe, inquestionavelmente, um “Ser Maior” em nós próprios e essa é uma questão universal que vem “se respondendo” quase que por si própria, pois noventa e nove por cento dos “pesquisadores” envolvidos em demonstrar a tese do nosso “Eu maior” é composta de leigos em ciência e crédulos de todas as formas e, devido a esse lamentável fator, a “Essência Humana” continua sem explicação lógica, problema, aliás, que manteve por muitos séculos, a astronomia sem expressão científica, pois, pelos mesmos motivos e interesses, confundiam-na com a astrologia, uma pseudociência que ainda hoje faz “sucesso”, apesar de, comprovadamente, demonstrada ineficaz. Vejam, enquanto a ciência não se envolvia com o Cosmo por causa da astrologia nós nos encontrávamos confinados ao nosso “planetinha”, o mesmo ocorre com a nossa vida verdadeira e a de quem pode ter-nos precedido.

Se abordarmos o problema da nossa existência e a de Deus, pelos ângulos corretos, sem paixões ou interesses ingênuos e imediatos, com certeza, chegaremos a uma conclusão “madura” tanto quanto na astronomia, sendo que, como nós, o Cosmo e Deus, ao que tudo indica, mantêm íntimas ligações e intrinsecocidade universal.

Resta ainda, uma avaliação qualitativa das informações disponíveis sobre o que “vemos” no Universo, sim, porque até o presente, todos os dados astronômicos analisados pela ciência, à exceção de poucos dos que se referem ao nosso satélite, a Lua, pois lá já estivemos, são baseados em constatações visuais, portanto, dedicaremos o próximo parágrafo ao comentário desse aspecto do nosso conhecimento.

Ainda que nos obriguemos a retornar ao enfoque apenas físico das questões universais, cumpre-nos levantar uma temática singela, porém, bastante curiosa! A luz faz curva, coisa que não se admitia até a bem pouco tempo, o próprio “tempo” se encolhe ou se alonga e até passa à inexistência para qualquer partícula que sofra interação gravitacional, particularmente quando nos referimos às grandes massas (aglomerados, galáxias ou um buraco-negro), isso nos demonstra que o espaço, identicamente, também sofre contrações com os mesmos contornos do tempo e da luz, contudo, sabemos que entre os dois fatores (o tempo e o espaço), mais o efeito energético (a luz)1, existe um elo indestrutível, ao menos é o que deduzimos, ou seja, quando ocorre emissão de luz esta percorre o espaço em um determinado tempo, está aí o “” das incertezas; como ter exatidão do que se vê à distância no Universo?

Sim..! porque, como sabemos, vemos o que não mais se encontra , isso porém, não oferece grandes implicações, entretanto, se no percurso da luz, o que é inevitável, estão fantásticas massas de matéria, ainda que fosse possível notar instantaneamente a projeção luminosa, como se a luz possuísse velocidade infinita, a visão seria falsa, pois, ao transpor as distâncias ela mudou de rumo por um número incontável de ocasiões, por outro lado, o tempo e o espaço que são, de fato, uma realidade no percurso citado, sofrem das mesmas distorções em função à ação gravitacional do sistema, em palavras simples, seria como ver o objeto em um “espelho” cheio de “nódulos”, poderíamos ver mais de um que seriam o mesmo, além de observa-lo em locais que este não estaria. Imediatamente, alguém vai contestar afirmando que basta ver se um “objeto” é diferente do outro, esquece, todavia, que, se vemos o que ocorreu até mais de bilhão de anos, um mesmo objeto tem formas diferentes em diversas ocasiões, uma galáxia, por exemplo, muda de forma e de posição relativa e, como o tempo e o espaço não têm propriamente, valor “nominal”, é inegável a possibilidade de vermos um mesmo objeto em vários “tempos” e “locais” em relação ao nosso ponto de observação.

Logo, a certeza pode ter a mesma fórmula matemática que nos conduziu à constante universal da gravidade de Newton ou ao princípio de incerteza de Heisenberg para as partículas, no primeiro caso, esta seria inversamente proporcional ao quadrado da distância e, no segundo, quanto mais soubéssemos de sua localização menos saberíamos da sua “realidade material” naquele ponto. Vejam, é possível que a física clássica, tanto quanto a mecânica quântica expressem a mesma “afirmação” em relação ao macrocosmo!

É importante destacar que o parágrafo anterior não se ampara em bases ingênuas e pseudocientíficas de “viagens no tempo”, coisas que fazem parte da ficção ou imaginação, suas pilastras estão ancoradas em fatos científicos comprovados, pois é indiscutível tecnicamente, que a Teoria da Relatividade Geral Einstein1 demonstrou, matematicamente, as distorções do tempo, do espaço e a curvatura da luz quando influenciada pela ação gravitacional, posteriormente, várias equipes científicas em épocas diversas comprovaram física e visualmente os fenômenos atestados pela teoria e, por falar dela, iremos ao próximo ponto demonstrando que as teses também se adaptam às circunstâncias até serem comprovadas ou rechaçadas.

 As teorias científicas, como veremos, também especulam com os eventos que não oferecem superfície de contato com a razão, é exatamente o caso da sucessão de ocorrências observadas em relação à singularidade que atua em relação a um “buraco-negro”, devemos lembrar que, racionalmente, buscam-se explicações lógicas do ponto de vista físico para a (tentaremos dizer) transposição da matéria para “dentro de si própria”, pois, por mais que saibamos que a existência física da matéria implica em preencher energeticamente o espaço-tempo, permitindo fenomenais “vazios” onde prevalecem leis que desmandam totalmente a física clássica, a curta fronteira do conhecimento humano, obriga-nos pensar que há um limite de concentração, a qual deveria ser a barreira sólida intransponível ou a conversão do “maciço absoluto” em energia pura, mas não se nota que isso ocorra, bem ao contrário, a energia gravitacional (que é o inverso da transformação da matéria em energia por meio da fissão ou da fusão) que se observa dá contas de que existe, na região sob foco, uma massa de densidade infinita, um objeto fantasticamente “pesado”, só que invisível e, por dois motivos, um porque a luz não lhe escapa e outro porque inexiste volume; quer dizer, parece absurdo, ele existe, mas não ocupa lugar no espaço e isso implica em que onde ele atua, o próprio “espaço-tempo” inexiste.

Está aí o ponto “fumegante” do problema, o Universo se apresenta em forma de energia e espaço-tempo, mas, naquele lugar não, isto é, tecnicamente, o Universo não existe ali, não na forma convencional que conhecemos, pois ali acontece mais um fato “quase surrealista”, é que quanto maior a região ocupada pelo buraco-negro, mais próxima do “zero absoluto” estará a temperatura e isso é ilógico do ponto de vista da concentração de matéria, então a ciência criou uma “válvula de escape” teórica e apelidou de “buraco de minhoca”, seria uma espécie de “local de transferência de matéria” para outro local ou espaço-tempo, todavia, não fez isso sem uma perspectiva racional, na verdade, se valeu de uma particularidade intrigante, entre outras, é que, das evidências expostas pelo horizonte de eventos de um buraco-negro, se conclui que ele “acaba”, sim.., ele tem fim!

É curioso, o final da matéria, do tempo, do espaço.., ocorre num buraco-negro, no entanto, ele se “fecha” afinal, deixa a idéia de um “portal”, por isso a ciência especula se lá não seria o princípio de outro universo ou plano e, baseado nisso, quem vos escreve, ousou cogitar que, parte do nosso Universo retorna, dessa forma, ao “Universo Inteligente” ou plano ideal e original, modo pelo qual se explicaria o big-bang, o antes e, muito do “depois”, seria admissível o tempo imaginário para fechar o “pano de palco” do fim de um espetáculo para o intervalo e o começo de outro, mais do que isso, seria sensato notar o movimento inteligente para manter a eterna produção do “grande viveiro1, seria aceitável admitir Deus e, acima de tudo, seria plenamente lógico “sermos-Lo”, parte por parte, crescendo eternamente em número e experiência, talvez esteja aí a perfeição..!




















“...O Universo é um único ente que se manifesta de mais de uma forma! O organismo é a expressão do que somos além dele! Deus pode, plenamente, ser a síntese original desse ente e dessa expressão..!”

































CAPÍTULO VII

DESLEMBRANÇA

Passagem, apenas e tão somente, é o que ocorre em nossas vidas quando nos encontramos ocupando a ferramenta humana (o corpo).

O espírito consciente e racional é um ser absolutamente à parte do organismo, depende deste para “crescer”, evoluir e, finalmente, tornar-se independente dos vários corpos dos quais se valeu para aprimorar a própria existência universal.

Entretanto, o método não é tão simples quanto o fato, o segundo acontece, o primeiro contudo, é.., como “acontece”. Um exemplo típico está no simples nascimento de qualquer ser, desde o vegetal até o animal racional, passando por todos os estágios, sem exceção, a “dor” é intrínseca à própria existência até antes da formação celular, a vida, literalmente rasga o “véu” que separa o Universo Inteligente do “Universo” dimensional, sem dúvidas, existe um movimento provocador que lança a (vamos dizer) “centelha” vital até a matéria.

Como já vimos em capítulo anterior, a formação da “vida” obedece a um padrão definido e previamente estruturado, de fato, é evidente a presença de um “projeto” que antecede o “acontecer”, é puramente irracional, assimilar que do nada apareça a vida, até porque, o “nada” já se demonstrou não existir. É sensível observar que a vida é conseqüência, apenas não explicamos ainda, do que, mas, é inegável que ela é um objetivo atingido, o que nos é, todavia complexo, é demonstrar que se trata de um “objetivo” intermediário, um “trampolim” de inúmeras fases que se intercalam em dificuldades progressivas e organismos cada vez mais adaptados ao “Ser” que se desenvolve ininterruptamente. Isso implica em exigência cada vez maior em adequar os vários corpos à Inteligência que os habita sucessivamente aprimorando-se a ponto de libertar-se da própria matéria que a auxiliou no aprendizado como ferramenta amoldada em infinitas formas até tornar-se dispensável, pois, o Ser que evoluiu passa a manipular a própria criação da “matéria” que virá a se desenvolver em Inteligência e.., aí estamos, novamente, diante do ciclo universal.

Mas nós falamos em “dor”.., sim, a própria característica existencial da vida está ancorada na dor, a vida tem origem e, aqui afirmamos, que a partir desta “origemela é eterna, porém, “imaterial”, sutil, a matéria lhe é um fardo, o qual deverá ser “carregado” por tempo incontável lhe proporcionando com o “sofrimento” de suporta-lo, o necessário conhecimento de si própria e, ao conhecer-se, conhecerá o Universo que a criou, por isso, dona da sabedoria, será o “Universo” que continua criar...

Mas, o que tem isso, a ver com a “memória”? Exatamente tudo! o “ir e vir” de um Universo para outro sempre acompanhado da “dor” da aprendizagem, nos faz inferir em traumatismo, no mínimo, psicológico, com certeza porém, não apenas isso, pois a dor é de domínio nas duas “faces” do Universo, nos dói a “alma” e o “corpo”. Aliás, isso é o que nos impulsiona buscar a “felicidade”, no entanto, nos cabe entender o que esta seja.

O entendimento de “bem-aventurança” plena, absoluta, a idéia de prazer infinito, são meramente conjeturas pueris típicas da juventude espiritual que vivemos atualmente, o fito universal é a contínua criação, pressuposto lógico e natural de qualquer observador mais atento, basta conceber ser parte dele e já se justifica a dedução proposta, pois, do contrário; por que estaria ele existente? A “felicidade” pode ser total apenas “amando”, até mesmo no “inferno”, se este existisse! E nós, humanos, não concebemos amor sem criar, vez que a “criação” é o objeto do amor, por isso, ele sempre resulta em “vida”, não simplesmente a reprodutiva, um ensaio do Espírito, porém, a semente inteligente da sua vontade materializada em um novo “Ser” original.

Devemos atentar profundamente para esta última afirmação, o Ser Humano nada é mais do que a forma de expressão do Ser Maior e, como é sabido, este apenas se reproduz e tudo que pode, de fato, criar é o que concebe idealmente e, a partir daí, “copia” o que, na imaginação, “criou”. Perceba, o que materializamos é produto do nosso pensamento “copiado” na matéria, a vida, a existência como um todo não é esse tipo de “reprodução”, basta observar que estas “entidades” vêm à “tona” por si, ao menos aos nossos olhos assim parece, porém, não são “copiadas” como, por exemplo, o nosso corpo, ainda que este o faça independentemente da nossa intenção1.

As “coisas” do Universo, por outro lado, têm origem definida, nós não as explicamos, mas, com certeza, notamo-las. A vida é intrínseca ao Universo e este a um acontecimento “original”, mesmo que provamos, a cada dia mais, que um ciclo é a existência por excelência, afirmamos que o próprio “ciclo” é a conseqüência de uma vontade primordial, como isso acontece um dia saberemos, mas a nossa “miopia” não altera a realidade dos fatos.

Logo, nos cabe voltar à memória e tentar entende-la. A memória foi estudada com interesse psicológico pela primeira vez por Hermann Ebbinghaus1 no final do século XIX, vários outros trabalharam com o mesmo mecanismo podendo ser citado até Sigmund Freud antes de “Ebbinghaus”, porém, com fins psicanalíticos o que, em matéria de entendimento profissional, tem finalidade diversa da psicologia.

Não existe, todavia, nenhum relato que difere, em profundidade, as opiniões e entendimentos sobre a dinâmica memorial, é generalizada a tese de que a memória é função da mente que utiliza determinada área do córtex cerebral para acumular conhecimento e armazenar dados.

É fato conhecido também, que a armazenagem de informação tem relação linear com a necessidade de utilização do “banco” de dados, isto é, existem dois “armazéns” de material compilado, o primeiro e menor é de atuação prática e imediata, se presta a trabalhos de cotidiano e fornecimento contínuo de massa informativa recente, o psicólogo citado propôs, inclusive, um gráfico com os respectivos prazos de “validade” dessa memória e, lá, demonstra que no período que pode ser contado em dias existe uma curva descendente com pontos de “quebra” do percentual em relação a passagem do tempo, assim, ensina que a medida que o passado se afasta e a importância do dado em questão diminui, o mecanismo atuante substitui a informação para suprir novas necessidades, contudo, a substituição não acontece por simples descarte dos dados disponíveis, porém, realocando a informação menos útil no momento para o segundo “armazém” e, lá, esta recebe um código específico do sistema pensamentar que a um determinado impulso da memória pode trazer à tona o dado buscado, ocorre que a estrutura mental é baseada em dois processos de funcionamento, tanto quanto a memória, o consciente e o inconsciente e, na verdade, estes dinamismos são, de certa forma, antagônicos, ou seja, eles têm domínio da área de atuação própria, mas, não interferem com facilidade na área alheia, assim, como num sistema hierárquico, deve haver limites que dependem de comprovação da necessidade de um ou de outro para que ocorra troca de informação, pois, como já comentamos em nosso primeiro trabalho, nós manifestamos um dualismo na forma de expressar nosso Ser e é natural a “discussão” para chegar a qualquer conclusão, logo, os dados armazenados na área maior, mesmo pelo ponto de vista virtual, apresenta um trabalho mais intenso para extrair do “estoque” o dado requisitado, esse é o motivo de haver “certas exigências” para traze-lo e entrega-lo ao consciente.

Ocorre, contudo, circunstâncias que demonstram com eloqüência para o inconsciente a necessidade premente do dado objeto deste exemplo, um caso premente de risco pode despertar o inconsciente instantaneamente e apresentar o material arquivado, um engodo do tipo hipnótico pode produzir o mesmo efeito, e o esforço de vontade, por sua vez, produz resultado semelhante é, no entanto, o mais cansativo dos meios, pois a vontade é sempre menos convincente que os fatos ou que a própria imaginação e esse é um ponto delicado que nos obriga um aparte.

A vontade é domínio exclusivo do consciente, entretanto, a imaginação, por exemplo, é um dos infinitos recursos do inconsciente, está criado aí o impasse do dualismo. A verdade é que a evolução depende do risco e do desafio e, por mais que se conteste essa tese, ela é presente e atuante, o inconsciente é especialista nestas duas áreas, assume riscos e aceita desafios sem titubear, o consciente, por sua vez, é ponderado e ortodoxo, reflete diante da dificuldade e para quando ameaçado, é lógico e coerente com a realidade relativa à sua esfera de abrangência, age em função dos sentidos e do “pé no chão”, pois o corpo é sua responsabilidade, por outro lado, o inconsciente tem maior profundidade de domínio, o “corpo” lhe é mais um instrumento dentre vários, o que conta é a existência por inteiro, logo, é fácil notar que este se sente “imortal”, pois que, de fato, o é.

Ocorre, que por excesso de confiança, o inconsciente pode por o organismo a perder e o consciente não permite isso sob nenhuma hipótese, com exceção de duas, a distração e o desespero que o convence a abandonar o corpo, poderíamos falar de mais de duas, a renúncia em favor de uma causa seria um exemplo, mas estaríamos falando de ato voluntário, consciente ou de vontade, sendo esta última versão uma via do suicídio (abandono), mas, no caso, fala-se de uma vontade abalada, sem direção, realmente perdida. Independentemente do comentário, vejam que o inconsciente é uma espécie de alavanca virtual e o consciente um freio, do uso equilibrado dessas duas funções depende o crescimento do Ser e isso nos conduz de volta à memória.

Do arrazoado exposto até aqui se conclui que a memória é ferramenta especializada em uma espécie de código binário do tipo “liga-desliga” ou ainda, (NA/NF, normalmente aberto ou fechado). Quando ela nos é útil aflora e atua com performance satisfatório, quando é puramente bagagem nos libera do seu fardo, fazendo do esquecimento uma espécie de sono do conhecimento naquela área de atuação, sendo este último, o caso típico de uma passagem ruim na nossa vida, o mais rápido que podemos, esquecemo-la e, quando isso não é possível, sofremos.

Agora podemos ver um aspecto sério e muito sábio da existência que nos conduz à evidência de um planejamento e de uma justificativa loquaz de organização universal. Se soubermos que vamos obter lucro com a prática de um ato positivo, quais seriam as chances de não o pratica-lo? Se nada nos impedir, nenhuma! Por outro lado, o que significa, em termos de crescimento, fazermos algo que sabemos ser vantajoso?
Absolutamente nada! Porém, se não houver nenhuma espécie de vantagem em se praticar um ato nobre e, ainda assim, o exercemos, com certeza, se não era, passará a ser uma virtude do Ser, esse ato! Pois, o exercício voluntário e desinteressado da ação positiva expressa o “tamanho” de quem a exerce.

Está aí demonstrado, que a lembrança de eventuais passagens de vidas anteriores nos conduziriam ao “resgate” por vias diretas dos nossos erros, o que perderia fantástica gama de validade dos atos praticados, ao passo que, no esquecimento, se o fizermos galgamos um degrau evolutivo, pois não existiu a perspectiva negocial na prática condizente com a verdadeira cidadania, se fez o que deve ser natural e compatível com o espírito cônscio do seu patamar evolutivo.

E, se não o fizermos? Menor será o mal, pois apenas deixamos de evoluir em maior velocidade, mas não arcaremos com as custas da malícia consciente da prática por interesses ou pela negligência conhecida de nos negarmos a fazer o que sabemos ser obrigação! É óbvio, deixar de cumprir uma obrigação é negligência, ou cumpri-la para obter vantagem é negócio mesquinho imediato, atos incompatíveis com a evolução. O esquecimento, por esse ângulo, passa a ser a espécie de “mesquinhez” que melhor se adapta ao ajuste de caráter por enquanto!

Não há, de fato, carência de exagerarmos as justificativas sobre o esquecimento das vidas passadas e, nem mesmo, a falta de esforço de nossa parte em recuperar a lembrança dos fatos e atos delas correspondentes, veja bem; quem dentre nós é capaz de, com absoluta segurança, citar uma ocorrência que tenha nos envolvido quando contávamos um ano e meio de idade? Ah!! Mas lá, não tínhamos, ainda, a necessária consciência dos acontecimentos!! Isso não é verdade, porém, supondo que fosse; quem se lembra algum detalhe sem significado de um fato ocorrido a dois anos passados ou até menos? os “detalhes” de fatos sem importância ou mesmo de evento significativo são descartáveis e, imediatamente, a memória consciente nos “livra” da carga, “empacota” e manda “pro arquivo” do inconsciente. É certo que vários leitores já estão dizendo; “...se eu quiser me recordo...”, sem dúvidas, porém, com que grau de confiabilidade?

Um trabalho bem dirigido e sob orientação profissional, muitas vezes busca dados de vidas anteriores em sessões de terapia regressiva, contudo, é consciência geral que tais informações são extremamente superficiais e sem validade científica, inclusive, porque é comprovado, hoje em dia, que a mente sob efeito sonambúlico ou hipnótico é fantasticamente imaginativa e, para não sermos criticados como no caso da “bíblia”, onde afirmamos que “a verdade” até pode estar lá, porém, deverá ser extenuadamente “garimpada”, nos obrigamos, por precaução literária, apenas citar que tais “sessões” são praticadas.

Notem, não podemos negar a validade das conhecidas “regressões”, pois estaríamos negando também a reencarnação ou, ao menos, a possibilidade de algum tipo de “contato” com a “anterioridade”, por outro lado, nada nos certifica essa via de acesso, logo, devemos nos apoiar, como sempre, na razão e esta nos indica o caminho seguro da plausibilidade estatística, ou seja, muitos são os relatos sobre regressão, portanto, é plausível aceitar uma percentagem de acerto, o mesmo já fizemos1 com a possibilidade de outros planetas habitados, como afirmamos; “...se existem bilhões e bilhões de galáxias e estas, a exemplo da nossa, possuem bilhões de sóis, o que nos impede de aceitarmos a possibilidade de alguns sistemas, além de um, habitados..?”, assim, nos é licenciado estabelecer princípios de ponderabilidade e bom senso para aceitarmos a “reencarnação” e a “regressão” dentro de limites racionais.

A memória não é mais do que uma ferramenta do Ser, logo, devemos entender que, como qualquer mecanismo, esta também sofre limitações. Apesar da elasticidade notada na faculdade da lembrança, esta não se manifesta sem um preço e este não é outro senão o complexo processo de informação compactada ao devolver-nos os fatos “arquivados”.

Os detalhes são como arestas que vão se arredondando assumindo contornos de superficialidade cujo significado desfaz-se da importância tanto quanto o tempo se afasta do evento. É, na verdade, até possível condicionar a memória para induzi-la trazer à tona o maior número interessante de detalhes se caso estes sirvam para uma finalidade externa ao agente interessado, isto é, certas ocorrências sem validade para alguém podem significar muito para outrém, logo, o esforço em buscar um grande volume de dados da lembrança evitando a singela reminiscência é válido.

Uma memória completa de qualquer fato é tarefa hercúlea para o intelecto, tanto maior quanto mais afastado o período da ocorrência, quiçá uma busca platônica1 de outras vidas. Ocorre, contudo, a prática desmedida da designada regressão a título de modismo ou puerilidade2 buscando na atitude inópia soluções inatingíveis, justamente, por futilidade do espírito.

Nessas sessões encontramos todos os faraós, imperadores, profetas, centuriões, etc...”, chega-se mesmo a pensar que não existia povo que todos eram destacados astros da Humanidade! Cadêos escravos que limpavam o cocô dos cavalos desses “deuses”..? É claro que de acordo com o cheque que paga a consulta, a lembrança é mais definida e o cargo ocupado “naquelas vidas mais alto.

Não cabe sequer discutir que, de fato, existem os trabalhos sérios e bem intencionados, é possível até estimá-los, digamos que chegam “ao redor de umúnico em dois ou três milhões de praticantes e, por esse motivo, devemos finalizar aqui este comentário.

A par do humor, a memória é, em suma, a própria construção da existência do Ser, a mais pura verdade é que ela tem a função da estrutura cabível a qualquer montagem como, por exemplo, as paredes e as pilastras de concreto de um edifício, as vigas, os mecanismos e as superfícies de aço de um equipamento ou mesmo, a moldura a tinta e a tela de um quadro, nem sempre existe a necessidade de se ver estes componentes completamente, basta saber que eles são a própria existência do objeto, muitas vezes eles estão totalmente à mostra nós, entretanto, não os notamos por simples desnecessidade, já que a consistência existencial desses elementos nos dá segurança plena da própria existência da composição que montam.

Vejam, nos exemplos citados, como em todos os outros possíveis, os componentes são tudo que possa tornar possível a existência do objeto, mas, fora dos “componentes”, a única coisa que resta é o que somos ou criamos, isto é, no edifício, a sua forma, a sua arquitetura e os arranjos de habitabilidade é o que nos pertence; no quadro, a arte de empregar as cores e a harmonia das figuras reflete a alma do artista, no equipamento, a função e a eficácia atingidas denotam o intelecto do construtor e a habilidade do operador, são esses nuances que denunciam nossa presença.

A memória tem exatamente essas características, ela é a nossa estrutura construtiva, está presente e atuante ininterruptamente não se faz notar com freqüência, no entanto. Cada “tijolinho” do nosso Ser é uma lembrança boa ou má calçando nosso avanço e nossa experiência, nós somos a somatória de todos os eventos que participamos, por isso o resultado é dependente do aprimoramento e do tempo e essa é uma forma de demonstrar o “teorema existencial” partindo do pressuposto axiomático existencial que se materializa no Ser que somos.

A finalização deste capítulo deve reavivar a memória para dois fatos fundamentais; o primeiro é que a lembrança tem a exata medida da importância que confere ao Ser, a vantagem em ser trazida à “memória recente”, e o segundo e mais importante, é que a “memória” é tudo que somos até a prática do próximo ato, assim, sucessivamente.

Não se assuste ou duvide dessa assertiva! O corpo é a montagem energética até as partículas subatômicas, depois, dos átomos, moléculas, células, órgãos enfim, de um organismo complexo; por que haveria de ser diferente o Ser? O espírito é a manifestação de uma Vontade materializada em existência, na forma desses mesmos elementos fragmentais, energia, átomos, moléculas, etc.., acrescidos da memória existencial, ato por ato, acumulando experiência que é a manifestação do Ser por excelência, lembrem-se outrossim, que o não Fazeré, por infinitas vezes, o feito, o uso dessa experiência é a própria prática da existência.

...Eu sou tudo que fiz...


1 – Edwin Powell Hubble, astrônomo e matemático, nascido em Marshfield, Missouri, Estados Unidos, em 20 de novembro de 1889.
2 – Medida astronômica que considera a distância percorrida pela luz em um ano (pouco menos de dez trilhões de quilômetros).
3 – Demonstrado pelo físico austríaco Christian Doppler.

1 – Partícula virtual de energia peculiar da matéria.
1 – Uma bolha de sabão, por exemplo, recebe a luz direta, permite-lhe a passagem e sofre o efeito do retorno desta do interior da bolha que, por ser esférica, decompõe a luz por distribuição superficial criando o efeito de ondas de cores em movimento.
1 – Richard Phillips Feynman, físico norte americano, Nobel 1965 (1918-1988).
1 – A matemática admite conceitos abstratos para provar qualquer teorema ou problema proposto p. ex. (seguimento de reta, plano, semi-círculo, etc...)
2 – Tese que demonstra a consistência universal por meio de “p-dimensões” (p-branas) superpostas ou em arranjos e configurações convencionadas.
1 – Fala-se apenas do sentido de rotação ou momento angular intrínseco (cuja denominação é spin “número quântico”) dos elétrons, + e – indicam a direção rotacional.
1 – Subrahmanyan Chandrasekhar, (1910-1995) indiano naturalizado americano, astrofísico, Prêmio Nobel de 1983.
1 – assentir como intrínseca à vida, sempre.
1 – São fatores os entes entendidos como abstratos, ou seja, existem como relações dimensionais do ponto de vista do observador (o espaço-tempo), efeito é o resultado físico que sofre observação, pois ataca-nos sensorialmente (a luz).
1 – 1.915
1 – Nosso primeiro trabalho “cap. I”.
1 – O nascimento de um novo organismo é, em infinitas ocasiões, o fruto de outras intenções e, generalizadamente, conseqüência de ato inconseqüente. Logo, não cabe ao homem se apropriar do que não fez.
1 – Psicólogo Alemão
1 – Nosso trabalho anterior.
1 – Filosofia de Platão, visão das vidas passadas.
2 – Não se deve confundir com puerilismo, patologia psiquiátrica.

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