A razão é virtude em extinção, neste espaço se tenta preservar essa conquista desprezada, lembrar que a vida não está resumida à frágil visão humana.

PENSE

Seja ambicioso nos seus desejos, busque sempre o que é infinito, eterno, completo e intransferível.

O maior bem que se pode conquistar é a perfeição, seja sábio e não se contente com menos.

A matéria é apenas a mina onde garimpamos nosso conhecimento, cada pedra do nosso caminho é o tesouro que buscamos ainda bruto e aguardando lapidação.
Tenha sempre em mente essa idéia e nada haverá de lhe faltar.
Venha ser alguém que acrescenta algo à existência sem exigir mais do que ela lhe dá.

SALVE O MUNDO, COMECE POR ALGUÉM!


domingo, 13 de dezembro de 2009

LIVRO I - UM ENFOQUE RACIONAL - PARTE VI/A

CAPÍTULO- 11

O MEDIADOR E O SEU TRABALHO.

À Expressão Inteligente cabe a eficiência, esta se manifesta produzindo. É exigência evolutiva explícita, é óbvio; qual seria a finalidade do progresso, se este, para nada viesse servir?

Tanto é verdade, que mesmo cometendo atos ilícitos, há necessidade de dedicação ao seu intento de concretização.

O trabalho é a vertente natural da criatividade, objetividade, experiência e muitos outros predicados do Espírito, vocação original de desenvolvimento intelectual, cultural e, fundamentalmente moral, o afã de produzir não é externo, porém, inerente ao Ser, é mesmo, um “pedaço” dele está verdadeiramente na sua forma de ser, a própria evolução individual pode, literalmente, ser medida pela desenvoltura capacitativa laboral do Ser em questão. É nítido o desenvolvimento coletivo ao redor de um núcleo de atividade produtiva de qualquer espécie.

Existe nobreza no mais humilde dos servos e dignidade no mais rico dos empreendedores, se o prêmio é o benefício geral, resultado do trabalho sadio e honesto. Mesmo que descabida, há admiração em ilícitos resultantes de longo esforço de elaboração, algo parece atenuar o mal, reflexões e justificativas, às vezes, inadequadas, mas indubitavelmente, presentes nos comentários costumeiros, tipo: “...—Seria tão eficiente, se fosse para ajudar alguém..?”; evidentemente, o trabalho é notado, sem dúvidas!

A valoração de tudo que existe, tem ligação, exclusivamente, com a atividade exercida para se chegar ao estado conjuntural observado, independe de ter sido a natureza ou a Inteligência que, afinal, “são” a mesma e única coisa, o fator produtor. A questão é sempre, e não poderia deixar de ser: “...—Como se chegou a isso..?”

Não haveria também, de ser diferente com quem, de certa forma, desenvolve ou traz latente uma faculdade além das normais, inerentes ao Ser Humano. Referimo-nos, particularmente, aos mediadores entre os encarnados e os espíritos, “médiuns”, como são conhecidos.

Por precaução literária, informamos que este tipo de “trabalhador” será “duramente” selecionado, exaustivamente analisado e, os raríssimos restantes, serão criteriosamente identificados nas suas respectivas possibilidades, sem extrapolações exorbitantes da capacidade limitada de cada tipo característico no desenvolvimento do capítulo 12, “Comunicabilidade”, só então, estaremos diante de um “médium”. Esse tipo de “profissional” tem reconhecimento do Estado em muitos países da Europa e América do Norte são, inclusive, recrutados em várias ocasiões pelo governo.

Não há como se negar esta função no desenrolar das questões “espírito/materiais”, entretanto, esta dispõe de “tamanho” certo e lugar definido no cenário estudado e aqui proposto.

Na verdade é a extrema importância desta “prática” o motivo fundamental da exclusão radical dos elementos estranhos, no entanto, envolvidos com esse fator, mesmo porque não tem cabimento confundir-se o joio com o trigo, existe, de fato, uma incomensurável propaganda da mediunidade praticada motivada pelo enorme poder de captação de vantagens por meio dela considerando desde o prestígio social até as imensas possibilidades financeiras.
Criticamente, contudo, são em número infinitamente diminuto os verdadeiros “Médiuns”, pois que estes buscam um procedimento ético e devotado exclusivamente ao altruísmo e ao aperfeiçoamento cultural, intelectual e particularmente o moral, são abnegados fomentadores da fraternidade, da filantropia e do amor ao próximo, até mesmo, desinteressados de si próprios. Renunciam sistematicamente ao contínuo ataque promocional da mídia eliminando, por completo, as possibilidades de “estrelismo” que, costumeiramente, colocam-nas a disposição de pessoas que, de alguma forma, demonstram probabilidade de concentração de “renda” o que, similarmente, promovem em relação aos artistas, atletas e outros eventuais “produtos” de mercado.

Esses “profissionais” da dedicação só se encontram em rebuscados recantos da boa vontade praticada em pequenas coletividades que mantêm uma devoção incontida pela prática do bem comum, até alimentam “fé” sentimento que já foi mesmo duramente criticado nesta obra, mas, com as devidas ressalvas deve-se entender que neles existe uma convicção plena da alma em busca da libertação do Ser e quem, de fato, entendeu a mensagem exposta neste trabalho sabe, e não simplesmente crê, que a “fé” é o primeiro passo para conquistar o saber. Pois que, aqui, se reprime a famigerada “fé” passional, radicalista, fundamentalista e exteriorizada, sintomas de sérios problemas psicóticos e não compromisso com a evolução, como divulgam.

Não se aborda neste, aspectos ou fatores técnicos do “mediunismo” aplicado, pois que ao caso são irrelevantes, sendo isso cabível aos comentários do capítulo 12. O que se avalia presentemente são, precisamente, a profundidade, a importância e o mérito do tema apresentado.

Deve-se julgar de indiscutível fecundidade esta “híbrida” atividade “laboral”, resultada do manifesto interesse cooperativo, com a abnegação ao bem.

Cabe, outrossim, salientar que possuir a faculdade não qualifica efetivamente, o “sensitivo”, a dedicação, a prática, o compromisso com a verdade e evolução coletiva é que destacam o “profissional” do bem em questão, sem esquecer que a humildade verdadeira e o desprendimento de si são atributos observáveis a “olhos nus” nesses mediadores, todavia, se apenas um resquício, um mínimo sintoma de vaidade for notada, significa, no mínimo, satisfação do ego, indo por terra qualquer mérito pressuposto, pois que o “preço”, ajustado já foi, pelo “prazer imediato” e, pago está, por todo o bem produzido.

Comparativamente aos critérios de obrigatória precaução, na escolha deste tipo de “servente” do espiritualismo, talvez fosse mais simples praticar a sistemática adotada pelos cépticos radicalistas, que seria; “ ...– eles não existem e, pronto...”, porém, esta seria uma opção desprovida de responsabilidade, pois, ainda que quase no singular, eles, os verdadeiros médiuns, existem! O fato é que até quem escarnece dessa prática, considerando-a ato primitivo, busca, nas horas de desespero, ajuda desse trabalhador e, quase sempre, confirma sua descrença, pois, com facilidade cai nas infinitas “armadilhas”, já que quando podia, desprezou esse conhecimento.

Mesmo que carreie vantagem evolutiva, a prática mediúnica não é mais que uma obrigação do Ser e, a existência desta atividade, se justifica pelo que ela produz, pois a finalidade universal absoluta é a própria evolução, isto é, “o existencial e perfeito”.

“O ‘médium’ é um trabalhador, não um missionário.”
CAPÍTULO 12

COMUNICABILIDADE
(“mediunismo” ou intermediação)

Algumas partículas de poeira em posição definida, as marcas de uma pegada, por exemplo, ainda que fossilizada, um graveto cortado por uma lâmina em um ângulo invertido ou desenhado, encontrado numa caverna congelada qualquer, local não natural para tal objeto, aponta, indubitavelmente, a presença de uma inteligência, mesmo que milhões de anos depois de ocorrido o fato, o mínimo movimento antinatural na história paleontológica da terra, ou ainda que fosse possível a observação fora desta também denuncia fatalmente que a “Inteligência” ali atuou. Não há meios de bloquear a comunicação inteligente ( ...redundância.., comunicação, sem inteligência, inexiste e inteligência, onde está, comunica. É assim que se a encontra), a erosão eventualmente pode apagar tudo, o que não significa que esta não deixou suas marcas, a natureza tem, verdadeiramente, um trabalho exaustivo para apagar qualquer marca inteligente, por mais primitiva que ela seja.

A Inteligência faz movimentos definidos para se autopreservar. Evolutivamente, esta assume o “corpo”! Sim..! Definitivamente, não é o corpo quem a detém, esta o toma e manifesta-se, do embrião biológico ao desligamento por sucumbência do organismo, produzindo ligações, que por enquanto, estão além do nosso alcance, age assim e aprimora-se continuamente, neguem isto e expliquem-nos;... —como a própria Terra não é simplesmente deserta, apenas porque oferece condições de vida? Esta poderia estar intacta, se tomada não fosse, pela vida (Inteligência)!

“ ...— Vida não é Inteligência..!” alguém vai “gritar”. Não há inteligência suficiente em quem afirma tal absurdo! Vida é Inteligência de latente até plena.

Em a Terra não sendo deserta e havendo casuisticamente caído vida nela estaria hoje habitada por protozoários ou outros seres unicelulares, isto se estes fossem “imortais” porque a vida não seria “Inteligente” para garantir a espécie, reproduzindo-se desde a mitose, ou cariocinese, até a sexual.

Para que, então, a diversidade das espécies desde a flora até a fauna, para garantir a estabilidade de sua presença no “único” lugar em biliões de quilômetros, que oferece condições para tanto? E, evolutivamente, chegou praticamente ao topo da pirâmide, onde estabeleceu a sede fundamental da “razão” na matéria, o Ser que, funcionalmente, melhor se adaptou ao meio e garantiu, depois de milhões de anos de tentativa e erro, a estabilidade almejada na superfície do planeta “o Ser humano”. Uma única investida (tentativa) já é obviamente Inteligente, pode até ser confundida por uma visão curta, com o acaso, mas milhões de anos modificando e aprimorando milhões ou, melhor dizendo, “zilhões” de espécies, aquáticas, aéreas, terrestres, com infinitos hábitos diferentes, em regiões tórridas ou geladas, com o objetivo exclusivo de chegar ao Ser definitivo, dispondo apenas de cento e poucos elementos básicos da matéria (111 atualmente, descobertos e produzidos), se isto não for Inteligência, nós somos “picolés”!

Singularmente, a Inteligência é, manifestação com objetivo!

Uma vez que, a “marteladas”, se definiu que vida e inteligência são intrínsecas (não há uma sem outra), neste início de capítulo, voltaremos a comunicabilidade, sua característica fundamental, seu único modo de “estar”.

Alongando a linha de raciocínio expressa no capítulo 8, volta-se a afirmar que a transferência de informações é a fonte de “alimento” intelectual, o grau de fornecimento ou absorção de conhecimentos é conseqüência direta da capacidade individual de cada Inteligência e, logicamente, esta é resultado direto da vivência de cada uma, não existe Inteligência maior ou menor, do ponto de vista físico singular, como esta fosse uma “caixa” grande ou pequena, é esta uma maneira muito limitada de se enfocar o assunto, o tempo de existência e as experiências vividas são o que determinam o “tamanho” desta, nem de longe por dimensionamento, mas sim subjetivamente pelo potencial de assimilar, processar e devolver conhecimentos, por formas ou modos, mais variados que sejam.

Assimilando a idéia, uma grande Inteligência (Espírito), apenas por dirigir um pensamento a outro, passa-lhe (em tese) exatamente o que vive, quando o fazem; vegetais ou plantas (Inteligência primitiva) , no entanto, manifestam informações em tempos totalmente diferenciados, em relação a um Ser humano, entretanto, são plenamente definidas como espécie de comunicação, facílimo é ver que estas buscam a luz, que tem medo do fogo, que precisam de água, coabitam espaços, quando “entendem-se” entre si, caso contrário, a mais forte sobrevive.

Não diga que planta nada tem a ver com Espírito (componentes fragmentários, cap.2)..!
Preconceito..! Porque, “aposto” e ganho, que você aceita pacificamente que carbono, potássio, fósforo e outros misturados com água, são a fonte de seus pensamentos e que você nada é mais do que uma reação química de vários elementos. Perto desta idéia, eu estaria mais próximo da verdade, dizendo que planta é “Deus”.

A comunicação é inerente à Inteligência (Espírito), por isso, a tratamos aqui por Expressão Inteligente, esta nasce com ela e se manifesta tanto quanto a segunda existe, de todas as formas imagináveis, obviamente, a que nos interessa é a que corresponde ao nosso atual estágio evolutivo, tanto no que se refere à fase de permanência na matéria (corpo), quanto à que trata o estágio puramente espiritual (fora da matéria), principalmente quando se utiliza comunicar entre os dois planos (material e espiritual).

Comunicar, materialmente falando, é expressar o que se pensa (ainda que inconscientemente), das maneiras a nós possíveis; falar, aproveitando-se dos sons produzidos por nossas cordas vocais; gesticular, produzindo códigos visuais inteligíveis; escrever, utilizando-se dos símbolos aprendidos para este fim; aplicando a nossa capacidade tecnológica, comunicamo-nos através de ondas eletromagnéticas e outros meios disponíveis, enfim, fornecemos e recebemos informações, até mesmo por expressões do olhar ou a simples presença em si já comunica o fato e, em tese admissível, chegaremos, em breve, ao processo telepático (nossos neurônios, certamente, já se preparam para isso em termos evolutivos), assim, crescemos.

O intelecto se atualiza e aplica, na prática, os conceitos aprendidos. Entretanto, não está completa esta informação, uma vez admitida a existência transcendente ao corpo, devemos, por todos os meios disponíveis, procurar entendê-la e, para isso, necessitamos de “modus operandi”, ou seja, “ferramentas” e, verdadeiramente a única disponível é justamente a comunicação e, aí, as dificuldades inerentes à nossa capacidade ainda limitada, infelizmente atravessam os nossos caminhos, sim..! Os de “lá” e os de “cá”. Analisem.., se possível fosse ver-nos mutuamente, falarmos, sem impedimentos naturais, tocar-nos (entender como sentir). Então, o Espírito existiria sem questionamentos, pois ele estaria ali, não haveria como negar. Eu existo e isso você não discute, posso ser visto, tocado, sentido, vivemos o mesmo comprimento de onda..! -É!.. mas, abaixo voltaremos a isso! Difícil seria convencê-lo da nossa inexistência. De fato, somos um “axioma” estamos no Universo, mas não sabemos, de verdade, o que somos, aceitamos isto e pronto.

É esta a questão fundamental; há uma condição psicológica sob a qual dizem que você não vê ou toca um determinado objeto qualquer e ele passa, inegavelmente, a não existir para você para outros, no entanto, sim e isso ocorre coletivamente com o plano espiritual, “condicionamento psíquico coletivo”.

A nossa mente, por falta de alcance, não consegue, por enquanto, ter contato “físico” com este plano, onde a lógica e muitas evidências determinam sua existência , ainda assim, convencemo-nos comodamente da sua inexistência, apenas para diminuirmos nossas responsabilidades e preocupações com mais um fator que até agora não faz parte das nossas vidas (esqueça-o que ele vai embora), como sendo este um “dragão” ou uma dor de cabeça, se não houvesse implicações de cunho religioso, com certeza, já teríamos Espíritos fazendo “discurso político”, pessoalmente (não em “carne e osso”), em praça pública. Esse tipo de problema, por lá (plano inteligente), provavelmente não deve ocorrer, pois pelos indícios percebidos, “eles” nos “vivem”, ou seja, atuam normalmente entre nós da matéria sem, no entanto, intervirem diretamente. E isso é suficiente para “crerem” na nossa existência, sendo tecnicamente observadores passivos, podendo agir apenas através da comunicação mental e aí já começamos a falar em “confusão”.

É óbvio que, por dificuldades naturais, não nos comunicamos mentalmente (telepatia), entretanto, esta modalidade comunicativa é existente . Logo, quando algo surge em nossas mentes, não temos a menor condição de distinguir a quem pertence o referido pensamento. Aparentemente, nosso sistema nervoso não está preparado biologicamente para processar informações mentais externas diretamente independentemente dos órgãos dos sentidos físicos, portanto, assumimos, imediatamente, a propriedade destas “formas” mentais, como pensamento próprio. Diante desta barreira sentimo-nos “ofuscados”. Há, no entanto, algumas pessoas que, por motivos desconhecidos, conseguem atravessar esta “trincheira” psíquica, mas, ainda assim, “engatinham” e com grande dificuldade, por entre os pensamentos “seus” e “deles”, dia a dia se comprova a validade destas comunicações, porém, é inegável que são fantásticas as dificuldades e, como é lógico, vamos até o fundo delas todas se possível, para que fique patente que se sabe o quanto o “muro” é imenso, todavia, a verdade esta lá; “do outro lado”.

Como já dispomos de um capítulo versando alguns aspectos da evolução, será por aí que começaremos, onde estamos, para entendermos o que queremos!
Mesmo sendo um simples observador da História Paleontológica e Antropológica relativas ao processo evolutivo do Ser Humano, qualquer de nós, leigos no assunto, podemos afirmar, com toda segurança, que há diferenças extravagantes entre um primata (o Australo-Phitecus Ferencis, por exemplo) e o homem contemporâneo (Homo Sapiens-Sapiens ). Ocorre ainda, um fato curioso entre a relação evolutiva natural do homem e de outras espécies do reino animal, existem picos evolutivos (denominados de salto genético) em períodos determinados, que são longamente espaçados para todas elas, isto é, durante um espaço muito longo de tempo, uma determinada espécie não apresenta grandes contrastes fisiológicos e, de repente, atravessa um curto período relativo com grandes alterações, aparentando um grande consenso genético que elege aquela época para tais modificações. Os estudos a este respeito localizaram em aproximadamente dez milhões de anos esses (vamos dizer) “pulos” genéticos.

A extravagância do fato é justamente este intervalo. A ciência estima, com muita segurança, que o homem colocou-se sobre os dois pés a apenas um milhão e seiscentos mil anos e, muito “mau” ainda (alguns estudiosos mais cautelosos levam essa possibilidade remotamente a quatro milhões de anos), isso não eqüivale a um “suspiro” na idade estimada da terra, os “Sauros” estiveram por aqui por mais de trezentos milhões de anos e se foram a aproximadamente sessenta e cinco milhões. Ora..! se nós estamos aqui por tão pouco tempo (nem de longe a metade de dez milhões de anos), já sofremos modificações equivalentes a mais de um quarto de tempo da idade da terra (ao redor de um vírgula dois biliões de anos), na verdade, notam-se traços violentamente alterados em “dez mil”, vejam bem.., dez mil anos (Homem de Cromagnon, por exemplo).
Geneticamente, parece que, quando a natureza atingiu o topo da pirâmide animal, deixou por conta do intelecto os avanços (vamos expressar..!) tecnológicos de sua “poderosa máquina” biológica. Sim..! ela (a natureza) conseguiu “montar” um cérebro maravilhoso que suportava definitivamente ser dirigido por uma inteligência racional! Infantil ainda, mas, indubitavelmente, um Espírito, a Inteligência, recém chegada de uma longa caminhada evolutiva, integrar-se-ia ao meio e avançaria sem freios a natureza cede, então, espaço para que a evolução seja normalmente “orientada” e observa-se desde o início que o intelecto é ávido e avança muito além do que se observa nas outras espécies.

Isso é plenamente aceitável!.. As informações cromossômicas pertencem a nós todos, somos a soma dos nossos antepassados, congênitos de todas as formas, a mente simplesmente atua sobre estas informações, sem necessidade da consciência, ela apenas cumpre uma de suas funções sem ter que “atrapalhar” a absorção de conhecimento racional (sendo esta uma função que ela já aprendeu e guardou no “arquivo” do instinto, por isso, age sem administração consciente. Cap.-8-), este pode ser mesmo um dos indícios da preexistência, os cromossomos tem informações que necessitam ser “manipuladas”, quem as “manipula” precisa, obrigatoriamente, saber como fazê-lo, uma vida não forneceria tempo suficiente para tanto e discutir isso, biologicamente, teríamos que voltar a falar em “dez milhões de anos”, uma vez admitida a participação do intelecto no processo, a parceria foi estabelecida, o organismo biológico e o Ser Inteligente, completamente viável, um “sistema simbiôntico” o organismo se aperfeiçoa e o Espírito “cresce”.

Como percebemos, a tendência natural é o organismo seguir sua orientação primordial, atender as necessidades da Inteligência, portanto, é de se esperar que o corpo humano continuará melhorando sua performance de atuação, notamos isso na estética, na capacidade atlética, na resistência às doenças e, inclusive, na consciência coletiva, desde o início se nota isso, de nômade grupal, micro colônias patriarcais, até civilizações tecnológicas sociais democratas e sociais liberais. Hoje, o Intelecto manifesta-se diretamente sobre as defesas do organismo, criam-se drogas fantásticas contra os males que sempre assolaram a humanidade, condições de vida e sistemas de preservação excepcionais, a tecnologia percorre, em dias, o que não fez em milênios.

Isso inegavelmente está alterando, inclusive geneticamente, o ser biológico! É verdadeiramente uma “covardia” desafiar alguém a contestar esta afirmativa.

Com estas argüições nós entendemos, ao menos superficialmente, onde nos encontramos evolutivamente e, com isso, vamos de encontro a nossa primeira dificuldade de aceitarmos passivamente uma possível comunicação com o plano Inteligente-Espiritual.

Nossos antepassados, muito provavelmente, não ofereciam nenhuma resistência a estas “ligações” e, obviamente, as exerciam sem restrições conscientes, era mesmo muito provável tais “contatos”, um fato, de certo modo, corriqueiro, existem inúmeros relatos arqueológicos (pergaminhos e outros), além das citações bíblicas (consideradas as reservas à esta última) logicamente, como o acúmulo de conhecimentos era sabidamente limitado, fizeram destes contatos transformados em místicos e religiosos, meios de suprir seus anseios imediatos (ainda hoje se faz isso), como se isso fosse possível..! a partir daí.., bem.., “ ...essa história eu já contei...” (Cap.-4-) e se eu criticar mais um “pouquinho” a religiosidade, corro o risco de ser “cremado” vivo. Devido a estes motivos, esse tipo de atividade foi sistematicamente comprimido na cultura humana (principalmente na ocidental, a mais tecnológica), sim..! comprimido, nunca suprimido! Isso foi o mesmo que colocar água em uma garrafa, fechá-la e atirá-la ao fogo! Ela está em vias de explodir.

Embora não se admita, realmente somos nós esta verdade que irá estourar da “garrafa”, entenderemos-nos, finalmente, como seres Extra Corpóreos (ECs, seguindo à “tendência”).

Nos dias correntes, estas comunicações estão bloqueadas (fora dos meios que as praticam, quase todos de cunho religioso), pela naturalidade singular que possui, qualquer um pode estar “mentindo” e pronto (dependência do intermediador, “médium”). Os homens de hoje sentem-se totalmente livres para assim pensarem e pior, expressarem o que pensam! A culpa?.. É nossa mesmo, levassem as possibilidades de contato pelos caminhos do conhecimento, da seriedade, da objetividade e isso não ocorreria. A prática constante teria levado a curiosidade sadia a investigar muito antes do que agora os “por quês?”. Uma vez que “esbarrei” em algumas informações sobre genética e Espíritos, posso me aventurar a dizer que teríamos muitos neurônios já, se dirigindo às ligações (sinapses), que facilitariam, e muito, em vê-los, ouvi-los e, principalmente, entendê-los “telepaticamente”. Duvidam? Procurem então se interessar (a mídia hoje transpira essas informações) por certos grupos que mantêm estudos avançados sobre esse tema, em vários países do mundo, inclusive com verbas governamentais, locais estes que sequer se pronuncia a palavra "místico”, ou mesmo “crença, religião”, na verdade, nem “Deus”.

Uma vez que já vimos que a primeira dificuldade de comunicação é o próprio ceticismo generalizado por culpa dos abusos e crendices em sua quase totalidade irresponsáveis, iremos a próxima e seqüente objeção, “a dependência”.

Já se mencionou aqui que “algumas pessoas” conseguem, de alguma forma, estabelecer contatos, não se sabe por enquanto como isto é possível, o fato, porém, é constatado inclusive por cientistas que buscam sem tréguas, esclarecê-lo em parâmetros fundamentados pela ciência. Referimos-nos aos “intermediadores”, conhecidos nos meios espiritualistas designados de “médiuns”.

São estes pessoas normais sem qualificação especial do ponto de vista humano nascem, crescem, estudam ou não, formam-se ou não, são grandes homens ou até marginais, deficientes físicos ou não, podem ser crianças ou adultos, idosos, homens ou mulheres, resumindo: são Seres Humanos comuns como Você ou eu, entretanto, muitos, mas... muitos mesmo, se acham “especiais”, escolhidos, missionários, profetas e por aí afora, “simples problemas de ego; nada mais”, causadores, quase sempre, do descrédito geral e presas fáceis da futilidade.

O médium, de uma maneira geral, sofre maior impacto psicológico que a média das pessoas comuns, é óbvio, uma vez que mantém duas frentes de comunicação ativas e em especial, uma que deve passar por ele e ir até outrém, de um local ainda pouco ou nada explorado, transformando quadros mentais informativos que apenas refletem por relação com o nosso modo de vida e ainda filtrando se este pertence ao comunicante (espírito) ou a ele próprio (médium), mesmo quando inconsciente, sua razão precisa discernir se está “recebendo” ou sonhando informações (caso em que há implicações para um tratado).

“- Hei..! você não entende nada de médium”! Já estou ouvindo! Afirmo que, quem diz assim, não entende nada de mente! Não é necessariamente obrigatório ser um “especialista” da psique humana para se observar atentamente o que ocorre com o processo de mentalização para se transmitir informações, em um simples segundo de tempo já há dúvidas em saber a quem pertence um pensamento quando se recebe uma informação qualquer, mesmo que não queiramos nós a personalizamos, a redefinimos segundo nossos parâmetros de entendimento, uma simples entonação na voz em uma frase repetida com fidelidade de outrém, já denuncia a mudança de padrão mental, não somos uma “fita magnética ou digitalizada” que reproduz fielmente o que capta. Logo, já se nota nitidamente que a capacidade cultural e racional, a ponderação, a estabilidade psicológica, o caráter, o desprendimento dos interesses próprios são fundamentais para se chegar próximo do viável e ainda não, do ideal, isso são qualidades de algum “Super Homem”. Raríssimas pessoas seriam eleitas para o “cargo” de médium, levando-se em conta estes fatores. Isso já é suficiente para que a “porta” esteja quase fechada. Se conseguíssemos tê-los (Espíritos) ao nosso redor, cotidianamente como nós mesmos, até para confundi-los, isso logicamente não ocorreria, seriam partes de nossas vidas, não teriam tanta importância e passariam a fazer parte do nosso contexto natural. Isso não é possível e, então, sofremos as conseqüências “morrendo” e não “desencarnando”!

Os considerados médiuns, segundo as correntes espiritualistas, transmitem as “mensagens” segundo um padrão de conceitos básicos, relativos ao grau de “moral” ou costumes, o que, por si só, já alarga, em muito, a faixa do problema, pois moral ou costumes sofrem variações muito grandes por regiões ou épocas, sem, logicamente, extrapolar para o barbarismo ou para conceitos “angelicais”, trabalhamos na contemporaneidade. Essas “mensagens” espirituais, em geral, obedecem a seguinte ordem:

Pobres e/ou maldosas, provindas de espíritos atrasados ou inferiores ainda ligados ao ódio, rancor e outras deficiências de caráter. Produzem comumente a chamada obsessão, ao médium ciente ou não do fato, ou seja, a quem sabe que dispõe da “mediunidade” ou a quem sequer sabe ser médium (podemos dizer sensitivo no segundo caso, porque este ignora o fato).

Inócuas, produzidas por Inteligências inconseqüentes, irresponsáveis, ou até mesmo “infantis”, do ponto de vista evolutivo, são pueris, infundadas, não levando a nada no que diz respeito a aproveitamento sadio, muito comuns, leitura de mãos, cartas, números, prognósticos sem propósitos, maledicência, pura perda de tempo valioso para todos os envolvidos. Consiga fácil o que a razão te demora a dar.

Bem intencionadas, trazidas por Inteligências que, independentemente do grau de conhecimento, são imbuídas de boa vontade, buscam ser prestativas, aconselhando positivamente e sem propostas “milagrosas”, normalmente consolam os que as procuram não propondo a salvação sem dificuldades, isso as colocam em “pé” de igualdade com as boas pessoas que ainda estão entre nós encarnados e nunca entre os “deuses” e “seres supremos”, que a grande maioria dos praticantes das tais reuniões “espiritas” as colocam e, com isso, conseguem sempre uns “pontinhos” a mais em privilégios, posições sociais e, inclusive, financeira, direta ou indiretamente, “afinal, que mau tem..?”.

Normalmente, seriam simplesmente estas as comunicações classificadas há, no entanto, um aspecto esquecido e faço questão de qualificá-lo como outro item, “comunicações do Médium” ou dos “espíritos encarniçados”.

Simplesmente psíquicas; são, via de regra, as mais problemáticas e numerosas, de aspecto bastante complexo, envolvem a emotividade, o interesse, o “autocondicionamento”, as paranóias, as neuroses e muitas mais, o Ser Humano, por necessidade de extravasamento, age de acordo com seu estado psicológico, agudo ou crônico, criando uma espécie de campo “autoindutivo” que por si apenas já é condicionante provocando no pretenso “médium” (que verdadeiramente é somente um “sujet” autohipnótico) amplas possibilidades de comunicação, liberado o subconsciente, este passa a ação imediata manifestando ansiedade, frustração, falsa eloquência, carência, fuga, fobias e, até mesmo, conhecimentos e ponderações que cotidianamente sofrem obliterações policiais do consciente. É este fenômeno facilmente observado por profissionais (analistas, psiquiatras, psicólogos, etc. ..) em “médiuns” aparentemente inconscientes (entenda-se como transe sonambúlico), em um médium verdadeiro (que em parte, também é “autoindutivo”) um observador experiente nota com clareza uma segunda Inteligência manifestando-se, até se nota comunicações em idiomas que o “médium” sequer conhece, assuntos com um alcance muito além da capacidade cultural deste, conhecimentos até mesmo profissionais totalmente incompatíveis com as atividades ou formação do intermediador, relatos de fatos plenamente constatados através da mídia ou outros meios confiáveis onde, garantidamente, este jamais esteve.

Ainda assim, um fato preponderante nos permite aceitar até mesmo esse tipo de “intermediação”, ou seja, a “intermediação de si próprio”, verdadeiramente, esta pessoa está manifestando o seu “Espírito”, desprovido da “máscara” (em bom sentido), coisa que não faria normalmente e o observador experiente sabe trabalhar com isso, além disso, tanto o médium de fato, quanto o pseudomédium, desde que é claro; nas condições mencionadas, possibilitam largo campo de pesquisa da psique humana encarnada ou desencarnada e os dois tipos em questão produzem os chamados fenômenos de efeitos físicos, ação motora alheia e inteligente, demonstram claramente a ação de um “campo psíquico” (força ou ação dirigida, sem contato físico) e permitem ainda (pelo menos o segundo), a pesquisa através da regressão hipnosugestiva por meio da inducatalepsia. Ressalvando que “regressão” é tema ainda muito polêmico e pouco estudado, seus efeitos são, via de regra, extremamente ligados às idéias imaginativas do “paciente” e, segundo a boa e velha precaução literária, talvez se possa abordar melhor esse assunto controverso em oportunidades à frente.

Existe ainda, o “artista”..! Não o é de fato! Não o é de si! Não o é em realidade! É, verdadeiramente, o “cavaleiro da triste figura”, parodiando Cervantes. É um Ser que quase não é alguém, mais parece algo! Há tolos que o “assistem”!

Em todas as modalidades comunicativas entendidas como espirituais (excluídos fenômenos de efeitos físicos, normalmente presenciados coletivamente), auditivos, visuais, sensitivos, intuitivos, psicográficos e outros, fica patente que quem opera, verdadeiramente, é a mente (contato aparente de mais de uma Inteligência), pois todas as informações podem ser consideradas como íntimas apenas o foco dos objetivos, ou seja, a pessoa escolhida é atingida, esta pode ou não transmitir o que “sente” (Sentir, Cap.10), o cérebro codifica as expressões intelectivas em imagens, sons, tato, odores, símbolos para a escrita, voz, visão, enfim, codifica em termos materiais as sensações mentais.

Deve haver uma intenção por parte do plano inteligente ou espiritual em se colocar às claras, tanto quanto de nossa parte, pois são inúmeros os relatos de fenômenos anormais ao nosso meio (matéria) testemunhados por verdadeiras multidões de pessoas (designados de fenômenos coletivos), infelizmente, ocorrências dessa natureza invocam o misticismo e a religiosidade impregnados por milênios na psique humana pelo medo e fascinação no primeiro caso e; pela força e mais “medo” no segundo, mas, seguramente, pela ignorância nos dois casos. Tornam-se obscuros para a ciência fatos desse gênero, simplesmente por ocorrerem sem prévio aviso, ficando impossível qualquer espécie de análise direta por algum tipo de especialista interessado (com raríssimas exceções, insuficientes para formar dados comparativos ou analíticos), o que não ocorre, por exemplo, com fenômenos astronômicos, pois que estes são plenamente previsíveis, permitindo até montagem de equipamentos especializados para observar o evento.

Apesar das dificuldades, hoje já se fala até mesmo em aparelhos que registram “energias” psíquicas, não causará muitas surpresas, a qualquer momento, uma filmagem “espiritual”(em tempo real). O homem não voava no começo deste século, hoje até já “esquecemos” das nossas pegadas na Lua! Marte, Vênus , Júpiter e Saturno são nossos atuais desafios, retardados apenas por questões financeiras e pouquíssimas tecnológicas, tanto que mais de um aparelho terrestre já esteve em cada um dos planetas citados e mesmo passaram deles plenamente controlados.

Mecanismos de comunicação, como são muitos os obstáculos que permeiam as “ligações” entre os dois planos, dedicaremos o próximo seguimento a um “vôo” imaginativo sustentado, é lógico; em teses já comprovadas.

Já sabemos que sempre que há um tipo de interação, os meios para este fim devem, obrigatoriamente, serem compatíveis, um contato, por exemplo, pode ocorrer de vários modos, contudo precisa, ou ser de um mesmo meio ou, então, deve ser codificado ou transformado para produzir efeito, ou seja, a título de exemplificação, uma parede é totalmente transparente a uma onda de rádio, às vezes, quando feita de um ou outro tipo de metal dificulta a passagem ou até mesmo capta esta onda, entretanto, simplesmente a absorve total ou parcialmente ou então a deixa passar incólume, porém, se dos metais que absorvem a respectiva onda, for preparada uma determinada estrutura que conhecemos por “antena” e a esta ligarmos um terminal eletrônico que traduza os sinais desta, em códigos sonoros que se situam na nossa faixa de onda auditiva, obviamente haverá um contato entre a onda e o cérebro do ouvinte. Parece.., mas não é, nem de longe; tão simples.

Vejamos, todos os componentes tecnológicos que nos fazem “ouvir” são extremamente singulares comparados ao complexo sistema biológico que faz com que eu ou Você Inteligência, “sinta” o som, o ouvido transformou o “choque” sonoro em impulso elétrico nervoso, o cérebro assimilou cada movimento deste “impulso” e o codificou em forma inteligente, isto é, organizada e em um plano extradimensional, pois é onde nós existimos. O cérebro transforma um sinal energético em sentido subjetivo, área de atuação exclusiva da Inteligência (Espírito).

Bem..! como afirmado no parágrafo anterior, um contato exige compatibilidade e esta é algo que podemos qualificar como sendo uma superfície e, por analogia, dizemos que “são compatíveis”, coisas que oferecem superfície de contato logo, a mente, como de hábito, traduz a informação fornecida a termos materiais assim, imaginamos dois ou mais objetos quaisquer encostados uns aos outros (se comunicando), é mais ou menos essa a realidade, só que isso não ocorre apenas materialmente, espécies diferentes de emissão energética agem da mesma forma, nada indica que o pensamento deva agir diferente este sendo a forma espiritual (Cap.10), é o que possibilita o contato (a superfície ).

Em este raciocínio estar correto, pode significar o meio comum (ponte) de passagem nos dois planos ou Universos e a dificuldade não é mais do não saber expor superfície suficiente que sirva de “contato”. O “lado de lá” por não dispor de meios materiais e o “de cá”, por não administrar a parte subjetiva (espiritual) convenientemente, apenas por falta de observação acurada talvez, isto porque qualquer ser humano é sujeito a esta ligação, pouco importa qual sua qualificação, isso significa que não são especiais, mas expõem ou agem inconscientemente de uma forma que escapa a nossa percepção. De um modo geral, de acordo com inúmeros contatos desta natureza, nota-se que os sensitivos, via de regra, são extremamente “sugestionáveis” independentemente do caráter, são crédulos, crêem no “bem” ou no “mal”, pouco ou nada importa, a porta aparentemente se “abre”, consciente ou inconscientemente.

Dependendo da sobre ou infratensão psicológica, produz-se o “desligamento” do consciente então, o inconsciente passa a reger provavelmente em uma área onde a razão entende perfeitamente a sucessão dos fatos, no entanto, não bloqueia a ação externa possibilitando o uso de (vamos dizer) alguns “fios” de comando permitindo, com ou sem o controle total, a passagem, sendo que, no caso de sobre-tensão, extravasa até ao crime sem bloquear o que pratica, ainda que saiba e participe ativamente do ato, este “empresta” de bom grado a mão à espada. Particularmente quando se trata de indivíduos violentos ou com tendência para tal, denotadamente em maior número quando acumulam baixa cultura e ou pouco preparo social, características semelhantes às Inteligências (espíritos) que aceita como conselheiros.

No segundo caso, a ligação é precedida de um desligamento total ou parcial, muitas vezes, um único soluço ou suspiro leva completamente o consciente e, a tal “superfície de contato”, fica totalmente exposta, podendo até ocorrer os mesmos tipos de manifestações do caso acima, dependendo do indivíduo envolvido (o sensitivo), normalmente, nestes casos encontram-se os que são melhores preparados cultural e socialmente, sendo, obviamente, maior o número de passagens controláveis e comunicativas (entendidas como inteligíveis). A medicina aponta hoje em dia uma região cerebral que compatibiliza e condiciona o indivíduo ao crime, uma espécie de “... sede do crime”, mas a vontade é do ser, é a consciência degenerada quem aperta o “botão”, um músculo atrofia por excesso de esforço de quem o usa. Todo ser humano extravasa muitas vezes como forma de expressão “... — dá vontade de matar...”, mas, não sai por aí matando!..

Existem ainda, os casos, (os mais numerosos na verdade), dos sensitivos que são apenas passivos, isto é, “percebem” como fossem as ligações, simples pessoas lhes dirigindo as palavras ou visões em pensamentos e estes contam repassando as informações falando ou escrevendo, são as mais serenas e tranqüilas “passagens”, porém, as que mais deixam dúvidas, porque é justamente o controle racional completo quem rege as sucessões informativas e a razão seleciona sempre com rigor quando consciente, passando, deste modo, um misto de idéias, ou seja, a que vê ou ouve, por exemplo, com a sua opinião a respeito, ainda que muitas vezes nem perceba isto, oferecendo, deste modo, a sua versão dos fatos, como quem testemunha algo. Neste contexto estão inseridos os pseudos médiuns inconscientes do fato, passam o que pensam e imaginam-se transmitindo, por não discernir os seus próprios pensamentos que, muitas vezes, apenas por “sugestibilidade” do ambiente tornam-se eloqüentes ou propícios e passam a falar ou escrever de modo que não praticam habitualmente, imaginando-se “tomados”, só não percebem estarem “possuídos” de si próprios e, verdadeiramente estão, em ambientes assim se consegue, literalmente, “arrancar” deles o que em hipótese nenhuma se logra de outra ocasião.

Por que é possível um outro Universo ou plano deste? E mais.., como se pode manter contato com algo além da “matéria”? E mais, por que devemos crer?

Estivéssemos nós, à frente de César imperador de Roma, ao redor de dois mil anos passados e falássemos de rádio, eletromagnetismo e outras “ondas”, certamente estaríamos contando os passos até a “arena”. ...— Como pode existir o que não se vê? Com certeza, ele e muitos outros, já fizeram a mesma pergunta. Hoje, rimos de tanta ingenuidade, porém, como o que se expõe para avaliação é a pós ou preexistência, um dos muitos “idiotas” que fez tal pergunta, provavelmente fui eu. Portanto, prefiro agora, pagar pelo excesso de expectativas do conhecimento.

Um passo a mais rumo ao desconhecido é muito mais do que já se dispõe. Logo.., vamos vestir o “pára-quedas” e continuar o nosso vôo.

Como, lá acima, me comprometi a falar sobre “elas”, sobrevoaremos por estes campos; as ondas de matéria..!

O que somos? Se matéria, sempre afirmamos ser algo concreto. Será..? Se Inteligência, apenas imaginamos o que poderíamos ser. O que..? E se fôssemos os dois..? Ou um só, em dois “estados” ou “fases” ou, ainda, “freqüências”..? Que “loucura”..! Bem já que vestimos o “pára-quedas”, podemos “saltar”. Há lógica nisso! Por que não?

Com certeza, somos uma faixa de onda, já se provou isto, nós somos uma onda de matéria. Não será uma onda de energia? Vibrando solidamente..! Um golpe de ultra-som derruba qualquer coisa à sua frente, desde que seja “sólido” para tanto.

A matéria vibra em uma determinada faixa de onda! Estamos trabalhando em “terreno” recém aberto, mas comprovadamente “sólido” (no sentido de verdadeiro, porque, agora, o que significará ser “sólido”?), desculpem a insistência, porém, parece que a última alternativa é também subjetiva, restou entender que ser “sólido” é ser compatível, usando meios grosseiros de observação, coisas são “duras” apenas entre si, ou seja, duas ondas de rádio, na mesma freqüência, chocam-se, tocam-se, são sólidas afinal, mas.., entre elas próprias.

Esta idéia em si implica em reformulações, sem precedentes, do nosso míope alcance intelectual. Posso afirmar que, em uma determinada condição, um “martelo” atravessa uma parede de aço ou concreto sem tocá-la, não sei fazê-lo, mas a probabilidade existe, uma coisa é imaginável, estes objetos devem vibrar em freqüências diferentes. Estou falando bobagem? Leia-se qualquer informativo científico sobre física experimental com prótons e saber-se-á que não! Existe mesmo, até fotografias de ondas de berílio projetado a (quase) zero graus Kelvim.

Este preâmbulo informativo, não está tentando demonstrar o que a ciência já o fez, o que se busca, é mostrar que é plenamente possível crer no “Espírito”, ou não devemos nem mesmo crer na matéria, pois esta foi provada como sendo apenas um módulo freqüencial, uma vez que somos onda de matéria.

É esta a estrutura fundamental deste raciocínio, nós existimos em um plano e o nosso organismo em outro, apenas por diferenças vibratórias e o cérebro, uma “máquina” complexa que faz a codificação dos sentidos em duas vias, isto é, da matéria ao espírito, as informações são transformadas em (podemos dizer) sentimentos subjetivos e, na direção inversa, em códigos intelectivos que imprimem significativamente a matéria (corpo).

Estas impressões são os “propelentes” da evolução espiritual, causando sensações ao Intelecto (Espírito), que as absorve em forma de compreensão, entendimento e crescimento enfim.

Ainda que não se queira, nós somos induzidos a entender que a vontade é a premissa universal, tudo o que se pode conceber como existente, energético, subjetivo ou material é uma, e apenas uma, ocorrência primordial que se manifesta em forma de ondas com freqüências diferentes.

Imaginemos que seja simplesmente um postulado a idéia de um princípio pela vontade, independente de quem ou do que, esta se expressa de um suposto plano ou universo Inteligente, numa vibração extra dimensional, muda de freqüência e é somente energia, deste modo, já “habitando” nosso “plano”, novamente altera seu ritmo e, como que não cabendo em si, explode e transforma-se em matéria, com isso, cria dimensões temporais e espaciais, conjuga-se, interage, vibra em uma faixa bem larga de freqüências sendo, deste modo, vários elementos a partir de um único. Vejam..! a matéria também tem princípio singular, é simplesmente uma montagem de inúmeras sub-partículas, chegando a um átomo completo e o menor é justamente a forma mais leve de matéria (Hidrogênio), sucessivamente sofrendo pressão ou impactos violentos que resultam também em “pressão” vão se montando os outros elementos conhecidos, eles não existem de outro modo, toda a matéria é a mesma, ela é também “um só” aglomerado básico em maior ou menor número e isto a define como um ou outro “material” (elemento), estes elementos progridem e se organizam em vida (podemos chamá-la “elemental”, por ser entendida em grupos ou aglomerados) assim, deste ponto em diante, podemos aceitar a formação do “embrião” Inteligente (cap.–1) e as referidas metamorfoses indicadas no início deste trabalho. Logo, a partir daí, desenrolam-se os processos de adaptação ao plano Inteligente que é a origem (Fonte) das novas vidas (Inteligências), assim sucessivamente. Portanto, voltamos novamente a afirmar que o Universo é “Espírito/energia/Espírito” ou, radicalmente, temos o Espírito voltando (criando) ao “Espírito” (Inteligência).

O Universo, como o vemos, em sentido material, é verdadeiramente a “matéria-prima”, emanada da Inteligência, manipulada constantemente e, como no “pulmão” mencionado no capítulo(1), quando ocorre o adensamento, o que fatalmente ocorrerá, pois a natureza não economiza apenas energia (quando se pensa em estado de menor consumo), esta retorna ao meio e novamente expande propiciando novas possibilidades de agrupamento e organização reciclando assim o processo e, apenas porque não alcançamos este acontecimento, pois dele fazemos parte, por enquanto, como num “aluvião”, desnorteados, negamo-lo.

Esta não é uma visão poética da existência é, contudo, um enfoque conceitual desta, havemos de ter procedência, é óbvio, porém, nunca tão medíocre como um sopro, ou vil quanto uma reação química, pura e simples.

“Sabedoria é tudo o que a Inteligência produz com a razão e manifesta com o coração.”


CAPÍTULO- 13

INFLUÊNCIAS
(obsessão)

A didática literária nos induz a apresentar este capítulo, não na forma dissertativa, como nos demais deste trabalho, porém, numa seqüência de subtítulos, que o tornarão mais detalhado e eloqüente, pois que o tema merece.

O que exatamente, é “obsessão”?

Com a devida reverência e pedindo licença, devemos rebuscar no nosso Mestre “Aurélio” o sentido morfológico do termo “obsessão”. E lá, encontramos na primeira indicação, ligação com os termos: “impertinência, perseguição e vexação.”. Já na segunda, veremos uma ênfase especialmente dirigida à relação com “idéia fixa” ou “mania”. Tudo indica a atuação de pensamento próprio, ou a “perseguição” efetiva (no sentido coercitivo).

E, de fato, o sentido lógico e decorrente desta palavra não poderia ser outro, pois cabe à palavra “influência” o exato sentido de “interferência” sugestiva de terceiros, até mesmo, quando o “terceiro” seja figurativo do pensamento próprio (influencia-se pelas próprias idéias). Assim, nota-se que o costume levou ao emprego inadequado de um termo, cuja finalidade gramatical é diversa da usada, ainda que por extrapolação, possa-se pensar que uma influência “insistente” ou “contínua” de idéia externa (motivação do uso indevido do termo), venha apresentar, sintomaticamente, o mesmo efeito. Estamos, de fato, diante de uma “indução” que pode ser observada até mesmo entre materiais inertes do ponto de vista da “vida”, processos magnéticos, por exemplo, implicação “direta” de ação “indireta”, a diferença é que a inteligência, ao contrário dos “materiais”, permite ou não o processo indutivo agir contra si.

Deve-se, também, notar o emprego da palavra “inadequada” e, não propriamente, “errada”, pois o interesse informativo nos reporta à influência como sugestão, ainda que insistente, não passa de “influência” assim, o termo “obsessão” torna-se forte em demasia conotando com “coação”, não pelo significado, porém, pela ênfase dada.

Encontramos ainda, o termo “obsidiar”, relacionado com “assediar”, “importunar” e até “perturbar”, no entanto, seu limite ortográfico é relativo a “induzir”, não “sujeitar” ou mesmo “forçar”.

A preocupação aqui demonstrada pode aparentar exagero, no entanto, não o é. O que se pretende é, nitidamente, configurar com objetividade, que ninguém se “sujeita” a fazer o que não se propõe livremente, até mesmo se ameaçado por quaisquer meios, logicamente, mede-se o temor do coagido em relação a ação que vier a praticar nestas circunstâncias, ainda assim, sua opção é sofrer as conseqüências do agressor em troca de sua negativa à prática do ato induzido, inclusive, tem-se por “medida” do Espírito justamente essa capacidade de resistência às influências.

Logo, fica evidente que todo ato praticado por meio de influências, sejam elas de qualquer natureza trás implícita a cumplicidade. Podemos aí, encontrar relações diversas, inocência, porém, nunca.

Até onde vai a influência?

No máximo, até uma sugestão, um “conselho” ou indução, é-nos impossível conceber uma influência, como um tipo de interferência direta. Sob qualquer aspecto, esta age indiretamente em todos os sentidos do entendimento, traduz sua pertinência sempre por fatores instigativos ou figurativamente aproximativos e, até tangenciais. Diretamente jamais..! Não manda, não determina, não age, não interfere. É, invariavelmente, o “agente passivo”, em qualquer circunstância.

Assim, podemos afirmar com absoluta segurança, que o “agente ativo”, no caso, o praticante de qualquer ato influenciado, é responsável direto e exclusivo pela ação cometida, na proporção direta do seu grau de discernimento racional.

Isto, de forma nenhuma, autoriza a pretexto qualquer, a alegação de “ter perdido a razão”, quem dispõe dela, usa-a para todos os fins, indistintamente, logo, no máximo, podemos encontrar dois ou mais envolvidos numa prática qualquer, cada um responsável direto, pelo que de fato causou assim, ainda que grosseiramente, entendemos que quem quebrou, de fato “quebrou”, quem sugeriu “influenciou e quebrou”, considerando que, na falta da sugestão, não se teria “quebrado” absolutamente nada, não há isentos em atos dessa natureza.

Um martelo bate, porque a mão que o segura o impulsiona, o Ser racional “bate” porque toma a iniciativa, é este o seu livre arbítrio, até mesmo quando coagido, como já afirmado foi.

Apuram-se responsabilidades na exata medida do conhecimento do envolvido e pior, a ele próprio caberá tal incumbência, pois como haveremos de ver adiante (cap.16), o intelecto é o nosso próprio “carrasco”.

Quem pode ser o “obsessor” (influenciador)?

O produtor de um filme, por meio dele, um escritor, um orador, um pintor através de sua obra, um incitador político ou não, um ator, um amigo, ou mesmo inimigo e, ainda possivelmente, um Espírito “desencarnado”.

Uma publicidade de qualquer espécie, ou uma influencia, nós aceitamos ou não o que ela sugere, sua função, entretanto, está sendo cumprida.

Quem influência, pouco ou nada importa, o que absorvemos e a resposta que devolvemos é o que conta propriamente.

Logo, não há diferença alguma, em ouvirmos a oferta estimulante de um refrigerante, ou a sugestão excitante de uma aventura lícita ou não, nós é que determinaremos o fim do “ato”, praticando-o de um modo ou de outro ou simplesmente, sendo indiferentes às propostas.

Por que haveria de ser especial a sugestão de quem já desencarnou? Nada há de divergente dos outros tipos de influências. Ou talvez, uma única incerteza se manifeste. A dúvida, sempre presente de o pensamento ocorrido pertencer ou não a quem o “escuta” (cap.12), se dessa forma, podemos nos expressar! Mas, ainda assim, que diferença faz? Uma boa intuição não pode ser confundida com um mau “instinto” logo, o livre arbítrio prevalece invariavelmente e a culpa, nós abraçamos, se escolhermos mal.

Vê-se, portanto, que o agente influenciador independe do evento sugerido, é óbvio que nos sujeitamos a infinitos fatores indutivos, isso é parte do nosso desenvolvimento intelectual, são as diversas provas que nos impomos constantemente, são de fato, os parâmetros que delimitam o quanto evoluímos, em determinado segmento de tempo. O uso coerente das faculdades adquiridas no constante aprendizado evolutivo determinam como devemos ou não acatar as referidas influências que, quando positivas, são plenamente participativas, se negativas, absolutamente optativas.

É essa a sutil dissonância conceptiva existente entre as palavras “obsessão” e “influenciação”, não se a nota nos termos utilizados, porém, na energia transmitida por quem as utiliza.

É, destarte, muito importante ressaltar que é absolutamente desnecessário todo o perfil místico que envolve a temática que se apresenta neste capítulo, falamos de situações tão corriqueiras e superficiais quanto qualquer outra que envolva o espiritualismo presenciado, a conhecida “obsessão”, com efeito, tornou-se “palmatória do mundo”, para arrebanhar o maior número possível de crédulos sugestionáveis obtendo com isso resultados financeiros e prestígio social, que acaba por “desaguar” no mesmo, por parte dos “desobsessores” de plantão. O tratamento indicado é, via de regra, “injeção” de cultura, nos casos graves e inegavelmente confirmados de submissão incontida, o relacionamento, o conselho amigo, o respeito pelo seu modo de ser (da vítima) e, por fim, inclusive o tratamento “anímico”, porém, sem “teatralização”, pois é esse um procedimento absolutamente técnico, não místico ou mesmo teológico, manipulando as prováveis energias psíquicas, coisa que o nosso pensamento pode fazer, sem externações ridículas ou “espalhafatosas”.

Somos vítimas ou cúmplices?

Vítimas, nós somos de nós próprios, cúmplices, nós somos de várias formas simultaneamente e é muito fácil de ver, por inércia (veremos adiante), por assentimento (pura concordância), por indiferença, por omissão, por empatia, por curiosidade fútil, por prazer, por negação; em verdade, continuaríamos o resto da obra relacionando motivos de cumplicidade e, ainda assim, não esgotaríamos o teor deles.

Até que ponto somos vítimas é o que interessa analisar. Somos, apenas até onde não sabemos o que de fato ocorre, isso, no entanto, não nos exime de culpa pelo que praticamos, é plenamente possível ser “vítima” e culpado a um só tempo. “Vítima” da circunstância influenciadora, uma vez não consciente do fato, “culpado” da prática, se esta for dolosa. É óbvio que, sendo ou não por influência, a prática não deve, obrigatoriamente, ser efetivada logo, se o foi, há de se apurar responsabilidades na proporção do conhecimento de causa dos envolvidos.

Já a cumplicidade é evidente sempre, isso não é, nem de longe, “radicalismo”, o que ocorre, em síntese, é verdadeiramente um acordo tácito, um conluio desejado. Existe, por um lado, múltiplo interesse de agir em desfavor de algo ou geralmente alguém, um ou mais; por outro, a predisposição de servir-se de instrumental à finalidade pretendida quando não há pretexto, procura-se e vem então à tona a vontade insólita de consumar o ato, neste “desejo”, encontramos a influência, porém, a “disposição” é do influenciado. Não se consuma pretensão, esta se transforma em evento e se diz ato consumado. O que significa dizer que, até o exato momento que antecede a consumação de qualquer prática, é possível uma reversão, o que consubstanciaria em ato reflexo e contido, ou seja, a razão interfere e bloqueia a atitude, até aquele momento, “indomada”. Aí, se conhecem os limites do espírito e da influência.

O envolvimento é mútuo.

Sem dúvidas, não há ato sem cumplicidade, tanto quanto não há ação sem reação, na verdade, falamos inconstritamente de resultantes, “vetores” que fatalmente, convergem ao ponto crítico da consumação pretendida, existe preparo intelectual para tanto ou simplesmente o desencadeamento natural das conseqüências sociais, que acabam por “estourar” num ponto fraco qualquer da cadeia estrutural da sociedade como um todo, analogamente a uma rede de pesca de baixa qualidade onde, além da fragilidade geral, encontramos pontos isolados quebrados. Assim, a própria rede é culpada por aqueles determinados “pontos”, eis aí a cumplicidade, por isso, ela é inegável.

Ora..! Isso independe de influência “espiritual”, qualquer que seja a instigação, num meio cultural frágil, obter-se-á os resultados compatíveis com o nível medido. Esse motivo, por si só, já demonstra que o lado deficiente é o “meio” e, de somenos importância, é o agente influenciador, na realidade, conta mesmo a “esfera social”, pois que é ela o “agente” influenciável.

Corrigir o “influenciador” implica em fazê-lo ao “influenciável”, é óbvio e, consequentemente, à própria sociedade como um todo, produzindo um resultado coletivo de amplas expectativas positivas. ... — Êh..! ... — Mas isso é pretensão de “salvar o mundo”..! Sim..! Mas começando por alguém!

Quando se procura “salvar”, ajudar, interferir positivamente em alguma situação criada, da mesma forma, encontra-se cumplicidade, existem infinitos interessados em progredir e serem produtivos, sem a falsa modéstia ou pseudo-humildade observadas nos meios místicos, tanto “espirituais” quanto “materiais”, realmente existem muito mais “evoluídos” do que “atrasados”, apenas não os encontramos com “fartura” no nosso ambiente.

Existe na nossa sociedade, uma falsa idéia de impasse do bem contra o mal, condição mantida por muitos interessados em lucrar com isso o que, de fato, permeia a nossa coletividade é, infelizmente, o mal “forte” contra o mal “fraco”, prevalece sempre a lei da “selva”, o direito raríssimas vezes, mostra sua débil face.

Como podemos ousar, negando o envolvimento mútuo, quando se prova, dia após dia, que a culpa é um “bem” comum? Indubitavelmente, nós somos os comunheiros dela!

Não há diferença em estar ou não, encarnado!

Já veio demonstrado neste que influência conta pelo resultado e não pela origem, sabemos também, que atendemos seus “apelos” espontaneamente logo, carece-nos iniciativa em assumirmos devidamente a posição de “agente ativo”. Relegamos, confortavelmente, a terceiros a culpa do que nós fazemos; assim, “dormimos” o “sono dos inocentes” e, aos olhos da ignorância, isso parece satisfazer a consciência: — Eu fiz, porque não me ensinaram! — Eu agi por ignorância! — Me informaram ser correto! É só o que se “ouve” quando que, pela simples afirmativa, já se tem a culpa implícita. Quem não sabe o que faz, não se justifica! Se entendeu para desculpar-se, ainda que tardiamente, deixou claro que poderia ter refletido para compreensão anterior ao ato. E um ato impensado não isenta ninguém da culpa.

Na nossa idade intelectual é plenamente aceitável imaginar os mais atrozes crimes não é, contudo, permitido consumá-los! Isso nos diferencia dos nossos ancestrais, que não controlavam seus impulsos.

Não ter impulsos é realmente pretensão os que imaginam culpa em senti-los são frágeis por outros aspectos. Os mesmos que condenam o sexo sadio, ou se mutilam por sonhar o que consideram obsceno, esquecendo-se da sua condição humana, ainda em desenvolvimento intelectual, cultural e moral. Os que controlam devidamente seus impulsos primitivos, já manifestam nítida tendência evolutiva. O falso celibato, o pseudocontrole dos pensamentos, a fé passional, o radicalismo político ou religioso são, em verdade, medo de sua própria natureza e, se esse medo for afastado, o seu portador pratica qualquer “crime”, sobressaindo a frustração de sua própria fragilidade em relação ao próximo que demonstra consciência e controle do seu primitivismo latente.

Essas reações isoladas são o que confunde a fonte de influência, se externa ou interna. Por isso a origem não importa, pois quem conscientemente limita seus devaneios, logicamente faz o mesmo com os que lhe são dirigidos, assim, sobrevive melhor aos percalços advindos desestimulando inclusive, os agentes influenciadores de qualquer causa originária, material ou imaterialmente falando.

Influência induz, não manda, nem determina!

O próprio termo é, por si só, “auto-indutivo”, isto é, não implica em interferência direta, não tem ação sobre as coisas, apenas “indica”, “sugere”, pode até ser insistente ou mais, até “irritante”, mas é só. Ela exerce exatamente, a função passiva em relação a qualquer ato. O agente ativo é, e sempre será, o praticante do evento “sugerido”, a relação danosa, em todas as circunstâncias, caberá ao segundo pela atitude exercida, e ao primeiro, meramente se imputará responsabilidade pelo mau “conselho”, proporcionalmente à mentalidade do “induzido”, ou seja, dependendo do grau de entendimento do influenciável, o “influenciador” responderá por maior ou menor nível de envolvimento, para qualquer tipo de prática consumada.

Sempre haverá culpa de ambas as partes e “culpa” não se divide, cada um arcará com seu quinhão no exato “tamanho”, que lhe couber.

Assim, não há que se falar em cometer delitos por estar “obsidiado”, como costumam afirmar os mais variados tipos de protagonistas dos maus atos da vida. Ele sempre tem opção, não a usa por infinitos motivos, mas nunca, jamais! Uma “influência” pegou a sua “mão” e cometeu!

Possessão..? Nem falar!

Termo derivado da palavra “posse”, sentido de propriedade, direitos sobre uma determinada coisa, possessão é, nada mais, nada menos, do que “ter”. Usa-se em relação a algo próprio de alguém logo, entende-se que o possessor é dono.

Ora..! Esse entendimento é singular, não é humanamente possível ser dono de alguém até quando se fala de escravismo, o termo, ainda assim, é inadequado, os que se imaginavam donos o eram permissivamente pelos escravos, tementes às penalidades aplicadas, os que assumiam os riscos de pagar pela liberdade, tinham-na; ou morriam buscando-na. Os que imaginam os mesmos direitos sobre os irracionais, estão envolvidos pelas mesmas regras da escravatura, com a significativa diferença de que, na ausência da razão, os inferiores se submetem com mais passividade.

Analisando o nosso tema com maior profundidade, o enfoque é acentuadamente conceptual, ou melhor dizendo, filosófico, o direito de “posse” não cabe a materialidade pretendida, inexiste a propriedade em seu sentido mais amplo. O que lhe é externo você, quando muito, usufrui; o que lhe seria “interno” (no sentido do Espírito), você é.

Não é nenhum exagero afirmar-se que “não se possui o próprio corpo”. Encontramo-nos, diante da mais pura realidade! Se assim não fosse, seríamos imortais na matéria, somos apenas “locatários” de uma propriedade da natureza.

Movendo a tese aos parâmetros deste ensaio, a amplitude da proposta se define melhor, vejamos:

A cultura, o conhecimento e outros predicados que buscamos, segundo a dialética neste apresentada são e serão, exatamente o que somos ou seremos, em nenhuma hipótese o que “temos”. Ser é um passo além.

Filosoficamente; “ter” é um conceito inexistente.

Somente agora poderemos ponderar sobre a “crendice” da “possessão” espiritual.

O Ser que somos não é “proprietário” nem do corpo que usa! Como seria possível pensar em alguém se “apoderar” de outrém?

Não há como..! O limite será sempre a “influência”, nada mais, é um aspecto técnico, plenamente inteligível.

O que se vê ou ouve-se a respeito impressiona tanto quanto presenciar alguém se embriagar com refrigerante. O “poder” da sugestão e o limite do “sugestionado” determinam o efeito produzido.

...— Ah! Mas tem gente que põe fogo nas coisas, arremessa objetos com o olhar e até “levita”. Todos que assistiram ao filme “A Possuída”, número “743” viram!!

Bem, em absurdamente “raríssimos” casos, poderíamos falar em “pirocinésia”, “telecinésia” e “levitação”, porém, as supostas vítimas de “possessão” produziriam tais efeitos independentemente de ser “possuída” ou “influenciada”. O pretenso “obsessor” é quem não consegue, de forma alguma, realizar tal “façanha”, quando muito, teria observado a provável anomalia ou faculdade, característica da pessoa hipotética passaria, então, a “atormentá-la”, com infinitas sugestões, dependendo exclusivamente dela, praticar ou não, o que lhe sugerem.

Dedutivamente podemos concluir que o primeiro “ataque” do “opressor” iria de encontro ao invariável “ponto fraco” da Humanidade, a “vaidade”, é mesmo possível imaginar com que sutileza “este” insuflaria a “cobaia”:

“...— Você já se deu conta do “tamanho” poder que tem...?” ...e assim por diante! Logo, o povo tem razão quando diz: “...— Encontraram-se a fome e a vontade de comer.” E haja “fogo e pedradas” e, também filmes..!

possessão.., nem falar!
A auto influência (obsessão).

O tipo mais comum de “obsessão” é, na verdade, o menos conhecido ou possivelmente, pouco difundido. Podemos designá-la de “auto-obsessão” ou, sendo adequado, como o subtítulo “auto-influência”.

Influência é somente “influência”, como é impossível que ela seja mais que isso, pouco importa sua procedência. Logo, quando agimos em resposta a algum impulso “interno”, é-nos impossível qualificá-lo como próprio ou insuflado por alguém de qualquer plano, sim, pois, materialmente falando, até uma lembrança confunde.

A nossa vontade determina os nossos atos, fazemos coisas constantemente movidos pelos pensamentos, não há como fazê-las de outro jeito, mesmo quando se fala em irracionais, temos em mente o conceito de “instinto”, como sendo o impulso gerador do movimento nota-se nitidamente a inteligência latente em todos os seres vivos, há a resposta ao “condicionamento” de todos eles. Claro que com suas peculiaridades particulares, é óbvio.

Na impossibilidade de sabermos de onde provêm as idéias, adotamos parâmetros de conduta, assim, se uma idéia não é condizente com o nosso modo cotidiano de ser, refutamô-la como sendo “alienígena”, exercemos uma série de avaliações e decidimos colocá-la ou não em prática. Esse é o motivo da responsabilidade inerente ao caso.

A nossa mentalidade age propriamente como uma “usina” de pensamentos, agimos diretamente em função dela, no entanto, sabendo ser extremamente desagradável carregar o pesado fardo da culpa, invariavelmente transferimos, ilusoriamente, a procedência dos nossos atos auto-concebidos a terceiros. Isso funciona como um anestésico psicológico enganando a nossa inteligência quando esta não é tão eficaz quanto imaginamos ser.

“Obsessão reversa”.

Alguém já se imaginou na situação de um possível Espírito envolvido com uma pessoa que, de alguma forma, sinta falta dele? Que passa horas, dias, meses ou mais lembrando dele, ininterruptamente. Durante o dia, pensa nele, durante a noite “sonha” com ele. Reza por ele, pede a ele, chora por ele.

Pobre “Espírito” este! Ele, sim, é que está literalmente “possuído”. Ele “levita”, “pega fogo”, “se atira”, mas não consegue livrar-se do “amigo”, com certeza, preferiria vários “inimigos”.

Fazemos isso com muita freqüência e acusamos o “mundo espiritual” de “obsessor”, que ironia..! Pense bem e diga que não!!

Como “obsidiar” em três lições!

Para que não fique dúvidas de como é fácil “obsidiar” (influenciar) determinadas pessoas. Ainda, para que seja muito claro, que a influência não tem necessariamente que ser proveniente do “plano espiritual” demonstraremos a quem estiver interessado, como “obsidiar” ou “possuir” alguém.

Primeira lição: Localize o influenciável!

Dentre os seus conhecidos, procure um que costuma dispensar mais atenção do que a necessária, para todos os tipos de informações, publicidades diversas, notícias fantasiosas, acredita em tudo que lhe comunicam, faça-lhe uma sugestão inconseqüente e note sua reação, agrave o pedido desafiando-o, duvidando ostensivamente que ele venha a fazer o que lhe tenha proposto, ele com certeza o fará, pronto! Aí esta o seu “possuído”; “guarde-o”.

Segunda: Sugestione-o com sutileza!

Sempre que precisar dele, elogie-o, diga-lhe que apenas ele lhe entende, que as pessoas que o cercam querem somente aproveitar-se dele, particularmente por ele ser bondoso e “muito” inteligente, mas que você pede o que só ele é capaz de fazer, principalmente porque só quer o seu “bem”.

Terceira: Aguarde os resultados!

Não estude demais estas “lições”, pois acabará indo parar numa “sessão” de “desobsessão” para “encarnados”, ou pior.

Múltiplas personalidades.

A pessoa que está sob influência de terceiros, ou ainda, de si própria, eventualmente pode manifestar este sintoma, é clássica esta anomalia psíquica, é tema de debates acalorados, existem infinitas teorias tentando explicá-la, dificilmente algumas vão ao ponto central da questão, por tratar-se de algo verdadeiramente complexo, quem já presenciou uma cena destas, certamente não a esquecerá jamais, pessoas absolutamente diferentes sob todos os pontos de vista psicológicos, inclusive com pronúncia de mais de um idioma e, mais intrigante, uma determinada personalidade não compreende uma única palavra que a outra fala, ainda, quando se manifesta, descreve o que “assistiu” a primeira fazer, reclama e afirma que, ao encontrá-la, fará algo a respeito.

Se as várias teorias não vão ao cerne da questão aqui, sequer de longe, há tal pretensão. No entanto, é conveniente abordar, pelo menos, o aspecto tangencial ao tema deste capítulo, é comum nos meios espiritualistas, deparar-se com fatos dessa natureza e um dos efeitos observados, quando se fala de “obsessão” (influência), é exatamente este, entretanto, apesar de não haver uma explicação definitiva sobre o problema, muitos casos regridem satisfatoriamente e nota-se a plena possibilidade de se comunicar com a ou as “personalidade(s)” atuante(s), além da efetivamente “senhora” do organismo em foco. Isso tem fornecido resultados que chegam mesmo a impressionar o mais céptico dos profissionais das áreas psiquiátrica, analítica e psicológica.

Os trabalhos desenvolvidos em um número enorme de “sociedades espiritualistas” são, significativamente eficientes, não há “brecha” alguma para críticas. Verdadeiramente, quem prejudica a imagem respeitável dos praticantes seriamente imbuídos de trabalhar em prol do próximo, estudar e crescer espiritualmente, continuam sendo os eternos “vendilhões do templo”, são pitorescos, circenses, pirotécnicos, empolados, apenas não produzem e, sempre que podem, atrapalham. Nada que uma “super” sessão de “desobsessão”, não os expulsaria do cenário honesto (cap.24).

Instrumentos de manipulação.

Todos somos instrumentos para produzir “bem” ou “mal”. Também, em maior ou menor grau, somos todos influenciáveis, é óbvio que a capacidade de discernimento individual determina o tipo de influência que se absorve. Logo, o ideal é estar constantemente preparado, o nível de conscientização é o regulador dos atos que se pratica e apenas a cultura abre as “portas” da consciência, buscar informações, atentar aos princípios relevantes do bom relacionamento, ser antes, honesto consigo mesmo, para não enganar o próximo, medir a extensão das conseqüências do que pensa, antes de agir, ser seu próprio juiz constantemente, saber, convictamente, ser o “próximo” uma parte de você e “você” parte do todo. Isso é garantia suficiente para que sejamos instrumentos de progresso e segurança plena de práticas sadias.

A inércia pode ser “crime”.

Um objeto caindo obedece a lei da inércia, não há possibilidade deste parar sem interferência inteligente ou acidental, um braço, porém, abaixando para agredir “obedece” à lei da “ignorância” e, da mesma forma, se “ela” estiver no “comando”, não há possibilidade dele “parar”, a não ser pela “inteligência” ou acidente. Logo, devemos distinguir os “comandos” que orientam nossos impulsos, mesmo que a idéia seja provinda de outrém, a opção de acatá-la é sempre nossa, silenciar é ser inerte à movimentação induzida, ainda que seja um impulso positivo, deve, obrigatoriamente, ser pensado antes de efetivado, pois se atendemos a um mau ímpeto, dividimos a culpa, entretanto, se ao contrário, servirmos apenas de veículo a um bom ato, não fomos nós que o fizemos, como o “objeto”, somente caímos!

A prática delituosa é, invariavelmente, participativa, há cumplicidade sempre, a hostilidade é “companheira” e não “solitária”. A atitude saudável, todavia, é, por questões até de ética e particularmente humildade, discreta. Ela pode servir sem origem conhecida e isso nos coloca em cheque, pois, habitualmente, não praticando bons atos, às vezes nos tornamos apenas “alavancas” omissas e isso não possibilita créditos. A intenção é imprescindível pelo aspecto positivo e desnecessária pelo negativo.

Implicações da permissividade.

Na física, a permissividade é a capacidade que tem um material de deixar passar um fluxo de qualquer natureza, isto é, nos metais se fala de eletricidade, calor, magnetismo, som, entre outros, nas argilas, referimo-nos aos líqüidos, gases, etc.., geralmente, é o que se trata para filtragem e aqui relaciona-se a “permissividade” com a capacidade de retenção de resíduos estranhos ao “fluxo”.

Ainda que não se pretenda lecionar física neste ensaio, a teoria é pertinente, pois aqui valem exatamente as mesmas regras da dinâmica dos materiais.

O que se busca é demonstrar que somos, intelectualmente como são os materiais. Dispomos da permissividade relacionada a capacidade de retenção residual, é exatamente isso que somos; como a “esponja”, que filtra, mantendo presos aos seus alvéolos, os materiais indesejáveis, para posteriormente serem expurgados em água corrente. O nosso intelecto é análogo, absorve tudo, permite a passagem do que é compatível ao seu modo de ser e retém o que não quer transmitir, para ulteriormente eliminar.

Reside neste particular o compromisso com a responsabilidade, a medida dos “alvéolos” (filtro) do nosso Ser determina quem somos, o quanto de “resíduos” mantemos agregados à nossa “esponja” mental, o quanto deles distribuímos aos outros, ou se os eliminamos ao máximo, deixando passar apenas o fluxo saudável dos nossos pensamentos.

Assim, da mesma forma que selecionamos os bons filtros, condutores e outros, o nosso “carrasco” de plantão, o intelecto, também o fará e, acreditem, ele é o nosso pior “castigo”. Esse é aquele “Deus” que tememos, ele vem à tona e produz o expurgo com toda a violência que projetamos nele, tememo-lo, justamente por isso, sabemos o quanto elaboramos para prejudicar assim, não queremos à nós o que planejamos aos outros, mesmo que a idéia tenha sido fornecida pelos “obsessores”.

Conseqüências do conluio.

Independentemente de ato solene um acordo pode plenamente ser tácito, ocorre, no entanto, que mais de um assume o “contrato” é, de fato, um mútuo, podemos falar de dois, de cem, de mil, porém, só não podemos, de forma nenhuma, pensar em divisão de culpa, “culpa” é indivisível, é fator adicional e até multiplicativo, sempre. Uma única vítima pode gerar infinitos culpados, é essa a tese que abraçamos quando afirmamos convictamente que o delituoso é sempre cúmplice e que a sociedade é culpada como um todo, por isso classificamos o criminoso de qualquer crime como válvula fragilizada da “caldeira social”, não há lugar “frio” no interior de uma caldeira ativa existe, entretanto, vários pontos fracos e eles são o objeto deste tema.

Nós nascemos em conluio, vivemos com ele e morremos por ele, nós somos um pacto por origem, é essa a nossa característica coletiva, quando somos eficientes, o meio em que vivemos lucra, entretanto, quando alguém, qualquer um dentre nós, fracassa é porque ainda somos parte de um “conluio” senão, ninguém viria ao fracasso, não devemos chorar por ele, devemos “chorar” por nós!

O aluno fracassado “é” o professor desqualificado, o funcionário negligente “é” o patrão ineficaz, o governo podre, “é” o povo medíocre, “eu” sou culpado pelo que “você” fizer, sempre! É radical, porém, a mais pura realidade! “Você” não seria mau, se “eu” fosse, de fato, bom!

Nós permanecemos em “conluio”, com as conseqüências!

Riscos da generalização.

Absolutamente nenhum, pode acreditar, nós somos o resultado do que presenciamos, miséria, fome, atrocidades, abandono, engodos, injustiça, fanatismo, ódio, desespero, isolamento, exclusão, ignorância forjada, preencheríamos infinitas folhas a continuar relacionando. Basta desmentir sem hipocrisia, se houver equívoco no ponto de vista denunciado. Encontrem argumentos que apontem noutra direção, não do que se pretende, sim do que se é! Quem está no sul não é cúmplice da morte provocada no norte? Quem pode demonstrar que não, honestamente..? Um político? Um advogado? Ou, talvez, um honorável religioso? Quem sabe, um humilde trabalhador? Ou mesmo, uma criança?

O algoz se arvora no poder da força, a vítima se prevalece dos direitos da fraqueza! É o que somos!

Esses princípios amparam plenamente o argumento deste capítulo, a “influência” “somos” nós, em todos os planos possíveis. Confundimos as presunções com as prerrogativas da Humanidade.

Livrando-se dela.

Não há meios de livrarmo-nos das influências, é, no entanto, plenamente possível selecioná-las, colocando em prática as boas, desvencilhando-se das más. O simples fato de mantermos um elevado estado de espírito, a mente ocupada com pensamentos sensatos sem, necessariamente, ser tendencioso às vocações “angelicais”, ou externações circenses, “expulsando demônios” pelas esquinas.

A simples preocupação com o trabalho honesto, a lembrança oportuna do relacionamento fraternal, a certeza de auxiliar e não atrapalhar o próximo, a mais comum conduta civilizada já seria estímulo suficiente a manter a mente saudável e a prática de vida adequada. Nada nos obriga a ser mais do que isso, verdadeiramente, se formos de fato, apenas isto, já seremos mais do que, com certeza, ainda somos.

A “vacina”.

As mais poderosas vacinas contra a má influência são, simplesmente, a cultura, o conhecimento e o relacionamento saudável.

Fundamentalmente, tem-se no progresso espiritual o único “remédio” preventivo deste mal, a predisposição ao bom procedimento mantém naturalmente distância da influenciação negativa. Não se insinua aqui nenhum tipo de “beatificação”, a civilidade já é o suficiente.

Aos que por ventura imaginam ser a “civilidade” pouco, aconselha-se que busquem o sentido conceitual do termo.
A influência e a “energia psíquica”.

Nos referimos a “energia psíquica” neste trabalho (cap.15) e, ao admiti-la, devemos assumir posições quanto aos seus efeitos, não os conhecemos de fato, entretanto, costumeiramente se presencia alguns deles quando, por exemplo, fala-se em telecinésia (movimentação mecânica sem interferência física), estamos diante da atuação desta energia de alguma forma. A concepção da existência desta força nos indica que ela deve atuar, obviamente, no psiquismo dos indivíduos e quando interfere no meio físico, o faz por intermédio da mente e não poderia ser de outra maneira ou sua “identificação” seria outra.

Ao nos aprofundarmos na idéia acabaremos por encontrar um ponto onde a influência mental, tanto espiritual quanto material, “atravessa” seu campo de ação, provavelmente ocorrerão certos efeitos ou mesmo distorções absolutamente naturais, quando se interfere com qualquer tipo de energia. Assim, provavelmente quando se busca intervir positivamente em favor dos envolvidos em casos de influenciação manifesta-se a “energia psíquica” produzindo resultados positivos, da mesma forma que quando foi “mal usada”, produziu dano às partes.

Temos, portanto, que é plenamente possível de se manipular esta energia em favor de todos os Seres e, quiçá, até da matéria, é essa, propriamente, a base fundamental da proposta do continuísmo universal (cap.1). Logo, devemos ter em mente ser aptidão do Ser Humano desenvolver-se em utilizá-la, como instrumento de progresso próprio.

A Expressão Inteligente, ou Espírito, como se costuma dizer, pode ser o resultado de uma das manifestações desta energia, que, seguindo orientação primordial, “desabrocha” em vida, na mesma matéria que nos servimos para expressar nosso Ser, sendo esse um ciclo natural e eterno.

Ainda, devemos entender que a influência que vivemos é parte deste ciclo, ferramenta que nos expõe a várias circunstâncias, com isso nos propiciando a “escola” necessária ao nosso desenvolvimento. E afinal, nós mesmos somos influenciadores e influenciados, isso é resultado do aprendizado.

Exemplificando a responsabilidade.

Já nos referimos ao direito de “posse”, e demonstramos a simples inexistência deste. Daí se conclui em não haver direito em “tomar” a vida a alguém, nem mesmo a que se considera própria, é óbvio que falamos da “vida” na matéria, pois nos é impossível tomar a verdadeira. Ainda assim, é confuso o direito, quando nos referimos à “nossa” própria (ressalvado, o entendimento filosófico), sim, pois que, de fato, “ela” não é nossa, isso, porém, é irrelevante, quando comparado à responsabilidade humana, nós somos muito mais que “nosso”, nós nos devemos mutuamente, ou seja, quando se deseja atentar contra a “própria” vida, não devemos considerar apenas que esta não nos pertence individualmente, uma vida interrompida indevidamente implica em “vácuo futuro”, quer dizer, deixará de fazer algo que cabe a Humanidade, “bem ou mal”, do nosso míope ponto de vista. Não se detém simplesmente uma vida, interfere-se na “malha vital”, compromete-se a auto sustentação de um grupo imediatamente e do todo, posteriormente. Um ato, uma palavra, até a simples presença, em um determinado local no tempo devido, altera os acontecimentos, isso é incontestável. A atitude “criminosa” tem conseqüências inconcebíveis, por isso, sem o saber conscientemente, afirma-se ser um ato hostil, muito mais pernicioso do que aparenta, aos olhos de quem vê.
Nunca uma influência negativa teria efeito consumado se, por apenas um segundo, se analisasse esse fator. Este é mais um argumento fortíssimo a depor em favor do envolvimento do próprio agente nas conseqüências, como vítima de si mesmo, comparado acima, a uma “ablação cirúrgica” de um “corpo” maior do qual ele próprio, o praticante, é parte (analogia à auto-mutilação).

Para que o “teatro”?

Nota-se no decorrer do capítulo que se finda a indisfarsável falta das conhecidas prosopopéias melodramáticas que normalmente observamos nos trabalhos literários que labutam o mesmo tema, como “espíritos que dominam”, “vítimas que se surpreendem enredadas irrecuperavelmente”, descrições de espíritos em forma de “esferas negras”, que sugam a própria vida da provável vítima, entre outras. Talvez.., apenas talvez, esta proposta que se vos apresenta, venda menos exemplares, exclusivamente por este motivo.

Isso, no entanto, não altera o conteúdo dos fatos, eles são singelos e absolutamente normais, plenamente contornáveis, até mais do que outros aspectos espiritualistas, menos dramatizados do que este.

“A influência não aciona sua mão!”

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