A razão é virtude em extinção, neste espaço se tenta preservar essa conquista desprezada, lembrar que a vida não está resumida à frágil visão humana.

PENSE

Seja ambicioso nos seus desejos, busque sempre o que é infinito, eterno, completo e intransferível.

O maior bem que se pode conquistar é a perfeição, seja sábio e não se contente com menos.

A matéria é apenas a mina onde garimpamos nosso conhecimento, cada pedra do nosso caminho é o tesouro que buscamos ainda bruto e aguardando lapidação.
Tenha sempre em mente essa idéia e nada haverá de lhe faltar.
Venha ser alguém que acrescenta algo à existência sem exigir mais do que ela lhe dá.

SALVE O MUNDO, COMECE POR ALGUÉM!


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

LIVRO II - À LUZ DA RAZÃO - 2ª PARTE Cap. I


CAPÍTULO I

EM QUE PENSA A HUMANIDADE


As sociedades de todos os tempos, jamais tiveram por origem formas próprias de pensamento como um todo, isso observado desde as coletividades tribais passando pelo sistema patriarcal, dirigindo-se aos complexos aglomerados organizados primitivos, posteriores civilizações que apresentavam traços acentuados de cultura e, enfim, confirmando-se os mesmos efeitos nas estruturas sociais contemporâneas, elas são somenteresultado”.

Ora, mas o que vem isso a significar? Implica que, simplesmente, todas as sociedades, civilizações ou mesmo aglomerados humanos, sejam sempre e, sem exceções, uma resposta!

O Ser Humano e isolado não é umcomponente” e, conseqüentemente, nãocomo ser induzido a resultar em síntese, vez que esta é o “composto” dos elementos que lhe são formadores e, sersíntese” de si próprio, demonstra outro tipo de organização, ou seja, a que pertence ao indivíduo, logo, os “elementos” considerados serão outros1 e não o objeto em questão. Sendo a síntese pretendida, a sociedade, nos obrigamos reputar outro grupo que não o que venha compor o “indivíduo”, porém, o que é constituído por váriosindivíduos”.

Entretanto, se o enfoque é a reunião de “indivíduos”, notaremos, invariavelmente, que uns mais do que outros determinam condicionantes. Pela força, pela qualificação, pela condição relativa, pela acomodação dos apáticos, pela adaptação lógica de posições, pela insurreição das massas sempre impelidas, enfim, a sociedade não é o evento, porém, seu resultado. O “resultado” é a coletividade se considerada inerte, desprovida da dinâmica, isto é, do próprio mecanismo social, enfim, suaefervescência”. O “eventopor sua vez, não é outra coisa, senão quem produz essa “efervescência”. Enfim, a sociedade é o efeito dos agentesisoladosque lhes são causa.

Esse é o ponto fundamental, a sociedade exerce seusexpoentes”, são eles a razão social, ou seja, a movimentação social é manifestação dos que a sobrepujam em qualquer sentido, moral, amoral, tirânico, culto, medíocre, não importa a direção que esta toma nem mesmo o sentido que se a percebe, mas..! o que faz “contatocom o observador, é sempre e, inevitavelmente, a resultante de um, descompromissado1 de si em si, consenso minoritário, isto é, “a respostasocial.

O próprio conceito hermenêutico de “cidadão imprime à força do termo o cumprimento das condições de sustentação coletiva, apenas é cidadão quem cumpre a cidadania e, “cidadanianão é outra coisa, senão o exercício da vontade soberana dos preceitos que são elaborados pelosexpoentessociais, na verdade, eles são até procurados e escolhidos para tal finalidade. Assim, cooperativa ou compulsoriamente, os demais se obrigam às regras, e as “regras” produzem de uma coletividade, uma sociedade, de uma extensão de terras, um Estado ou Nação.

Do ponto de vista estritamente técnico, a constatação detalhada acima não implica em ser a “resposta”, condicionante absoluta para a existência de uma sociedade, contudo, a História não aponta uma única reunião humana e, a rigor, nem mesmo de irracionais, onde não prevaleça a vontade de poucos ou, até mesmo, de um único dominante sendo este último destaque reservado aos “irracionais1.

A exposição dos fatos acima nos indica claramente dependência da sociedade, se esta for assimilada nos seus exatos contextos conjunturais, pois do contrário, falaríamos de agrupamentos sem significado estrutural no absoluto entendimento do termo, que sociedade infere, irrestritamente, a concepção de “estrutura”, isto é, organização.

À sociedade é inerente à dependência de quem a organiza, pela força ou pelo consenso, a História nos tem demonstrado que a primeira tem sido a tônica dos sucessivos eventos conhecidos, é sabido, no entanto, que após as ondas primárias, produtoras dos choques iniciais que impõem a ordem a ser estabelecida pelos dominantes internos ou não ao seio dos, no caso, enfocados, insurge-se um número indeterminado de entes que passam a reger ou alterar o status quo instituído. Um número indeterminado, bem entendido, antes de existir um referencial histórico sobre o grupo em discussão, pois há, com freqüência regular, relatos de vários povos e civilizações que dão uma idéia suficientemente satisfatória da porção, mesmo que genérica, desses “entes”, na verdade, pelo grau de influência exercida por umpovo” no período estudado, se estabelece com razoabilidade o quantum correspondente aos “expoentesque habitavam, somam-se a isso, as perscrutações arqueológicas e o trabalho da antropologia e acabam até por identificar, inclusive pelo nome e tipo de influência, os agentes motores dessas sociedades.

É óbvio que quanto mais remotos forem os eventos referidos, maior será a dificuldade em tais determinações numéricas e identificadoras.

Ficou evidente, pelo exposto, que a massa social sob o enfoque da dinâmica é de tendências inerciais, se em movimento, difícil será a imobilização; se estagnada, árduo será demovê-la.

O elemento comum pertencente à sociedade é, de fato, “comum”, não manifestaharmônicaestranha ao meio, todos “vibram” na mesma sintonia, os exceptos ao sistema passam a assumir, inconteste, a condição de “entidades” atrofiadas positiva ou negativamente em relação ao maciço humano em questão, além, é claro, que inúmeras vezes assumem posição aparentemente negativa contemporaneamente e, numa visão histórica ao longo do tempo, os observadores notam verdadeiros saltos sociais positivos em conseqüência da falsa aparência prejudicial dos entes desse período. Tais indivíduos rompem lenta, sutil e, quase que invariavelmente, os grilhões impositivos das regras inflexíveis impostas geralmente pelo poder das armas, ou ainda, da autoridade conquistada por métodos brutais, o que, afinal, deságua no mesmo. Entretanto, quando nos referimos às “atrofiasnegativas, o apontado rompimento finda por apenas mudar de mãos o controle férreo das condições reinantes, sendo que taiscondições” se alteradas, atendem somente, os quesitos dos novos dominadores.

A referência de aspecto cruel sobre a “falsa aparência prejudicial”, tem foco apenas histórico e do ponto de vista do observador, pois é óbvio que um tirano é prejudicial contemporaneamente ao seu período de atuação, mas suas ações negativas induzem revoltas e esforços de libertação que exigem avanços sociais e instrumentais (armas, p.ex.) no sentido de elimina-lo do domínio substituindo-o por sistemas políticos ou novos poderes mais aperfeiçoados, afinal, essa é a História da Humanidade e seu crescimento intelectual, social e tecnológico.

Logo, é fácil notar, que o foco das atenções, encaminha-se para os aspectos da “anomaliapositiva, sabendo-se que esta não produz e, com grande freqüência, resultados instantâneos, sendo certo que isso é conseqüência da forma peculiar de interação desses “intercessoressociais.

O método eleito por eles (os intercessores) é único e irrenunciável, não admite desvio de espécie alguma do objetivo almejado, trabalham estritamente o pensamento dos simpatizantes e adeptos assumidos, nunca demonstram pressa em obter resultados e jamais dirigem seus elevados interesses exclusivamente aos que lhes dão ouvidos, buscam incessantemente os que lhes fogem e mesmo os que estão ainda por vir à luz séculos ou milênios à frente. A abrasadora ambição que lhes consome o Ser é resgatar a evolução do Espírito com a brevidade que a eternidade lhos concede.

Há, de fato, pensadores dessa elite cultural que se exasperam em soluções globais imediatas à sua percepção acurada, sofrem a premência incontida de eliminar o jugo causticante da humanidade pelo processo brutal da ablação, ressecando o fator lesivo de uma vez como extirpasse um sarcoma com raízes por toda a extensão nervosa social. A vontade indômita de perpetrar suas evoluídas perspectivas no âmago da humanidade, a frustração cega, que o é apenas por falta de visão dos que não o absorvem, o sentimento de impotência diante da indiferença que não nota obviedades absurdas a eles e, infelizmente, algumas das vezes, a vaidade que os atormenta conduzindo-os a utópicos píncaros que os situam acima da trama cultural humana, transformando-os em vítimas de suas próprias justificativas libertadoras, cuja contaminação se processa com tanta sutileza, que lhes passa desapercebida a infecção reinante, como o carrasco experiente que, sem notar, enlaça o próprio pescoço, coisa aliás, que, em tese, seria inadmissível, contudo, a hipnose da efemeridade, opera o irrealizável.

Contemporaneamente se constata acentuada incidência dessas exceções à regra do comedimento prudente e proverbial de Confúcio1. Notadamente, se destaca a força do marxismo originário em Marx e Engels2 e vivificado brutalmente, por Lênin e Stalin3, que materializaram o pensamento filósofo-agnóstico frio das relações humanas preconizado pelos citados pensadores que detalharam do plano ideal, as dimensões físicas da evolução positiva por meio de umarranque4revolucionário, teorizaram com fundamentos imediatistas e matemáticos, entes inadequados ao comportamento humano, ainda que com teses de aprofundamento absurdamente criativo e original, conseqüência lógica da impressionante personalidade cietífico-qualitativa de ambos referidos e, sob o aspecto do presente trabalho, é dever lembrar o elevado conhecimento espiritual destes que, no entanto, serviram de exemplo mórbido neste traçado, pelas conseqüências que geraram, obviamente, por ser uma incoerência alcançar o equilíbrio por meio do total desequilíbrio, em que pese, teoricamente, tese que proponha a evolução de contrários esta, porém, refere-se à dialética quase sempre sob o enfoque da retórica filosófica e, em especial, na forma pejorativa. Notem, não se faz referência aqui aos aspectos intelectivos do raciocínio, pois é sabido este construir estruturas mentais que se arremessam originariamente do confronto de opostos e, das conclusões, extrai suas convicções.

Maior é a obrigação de informar que, afinal, as preconizações desses pensadores eram irrepreensíveis do ponto de vista prático, pois é inegável o “saltoevolutivo positivo pós-revolucionário, as revoluções, contudo, prescindem objeto definido à principiarem-nas. Causas aleatórias independentemente difusas, porém, contundentes sociais, produzem os efeitos de sublevação sem, no entanto, responsabilizar um único fator ou agente insuflador, carreando ao último, umfardoimensurável de culpa sem dividi-la eqüitativamente na proporção das inúmeras responsabilidades. Em segundo plano, ainda que mais importante que a primeira observação, devemos ter em mente que os saltos evolutivos revolucionários produzem mais malefícios instantâneos que benefícios a longo prazo e, necessariamente, não é imprescindível a revolta quando se pretende o progresso mesmo que, infelizmente, a História tem nos demonstrado o contrário, ocorre que a humanidade evoluiu e tem por obrigação manifestar essa evolução buscando o progresso material através da cooperação mútua e distribuição equilibrada amparada em conceitos fraternos e nunca violentos.

É certo, igualmente, que almas desse quilate não valorizam seu Ser em relação à causa abraçada, eles são heróis até mesmo por vaidade, pagam o preço que lhes imputam os antagônicos e o existir sem titubear, sacrificam-se e aos entes amados até por impregnar com ênfase suas motivações interiores, são fiéis abnegados às suas convicções e isso os torna especiais e, de fato, superiores, cabendo-lhes ou não razões relativas circunstanciais. A História os satisfaz laureando-os ou condenando-os, pois suas marcas foram impressas no livro da existência, é o que lhes basta.

Esses Espíritos formam um contexto que define a sociedade da qual são partes, seus carismas ultrapassam suas existências nospresentesrelativos e no futuro da humanidade. A atribuição concernente à personalidade ditacarismáticanão deve e, sequer pode, vir a ser interpretada formalmente pelos conceitos morfológicos diretos, até por motivos coerentes ao propósito do presente trabalho, assim, devemos admitir o atributo referido como existente não, porém, como dádiva, entretanto, conquista evolutiva natural, Formas do espírito (Cap. 10, obra anterior deste autor).

Ademais, a movimentação das massas sociais responde a fatores que não partem apenas de agentes específicos contemporâneos às atividades anômalas, alguns exemplos se observa no acúmulo de opressão sistemática exercida pelo poder, excesso de tributos, censura generalizada, bloqueio cultural, ativismo militar ostensivo, etc.. Nota-se que tais condicionantes agem consumindo tempo relativamente longo, produzindo desgaste (abrasão social) e acabam por desaguar em rebeldia contida, posteriormente em frustração sufocada, seqüencialmente em desabafos isolados ainda controláveis e, por fim, em processo revolucionário total.

Devemos, no entanto, frisar que o aspecto negativo citado acima é, via de regra, a própria exceção, comumente as reações sociais são positivas, a mencionada movimentação se expressa pelas formas progressivas. Pequenos grupos de subversão da ordem estabelecida terminam por acomodarem-se através de acordos, logo, os denominados dissídios coletivos, não passam de válvulas estressadas circunscritas às áreas de esforço entre facções mais com tendências de rivalidade e competição por objetivos comuns disputados, ou meras “quedas de braço” nas reivindicações diversas contra ofertas escassas das classes que buscam vantagens entre si.

A sociedade, de fato, é um efeito evoluído do progresso intelectual coletivo, logicamente, se esta foi criada a partir de conquistas violentas, normalmente avança a passos largos em direção ao equilíbrio, seus componentes, analogamente aos jogos de montar, tendem a amoldarem-se uns aos outros acomodando interesses comuns que propiciem a prosperidade individual e, seqüencialmente, a geral. Isso, todavia, não influi senão obliquamente nos sintomas sociais globais, resulta em uma espécie de “rampasuave de ascensão constante da massa total. No seio dessa “massa” encontramos os referidos “expoentes”, estes se manifestam desde a forma de humildes carpinteiros1 a eruditos culturais das mais variadas ordens, catadores de papel a ministros de justiça, são negros, brancos, orientais, ocidentais, pouco importando o corpo que habitam, o caminho que percorrem ou quem os acompanha, o discurso, contudo, é absolutamente comum a todos e, literalmente único, induzir a humanidade ao próximo passo, o espírito é o alvo fundamental, e quando não o é, o objetivo é o progresso dos valores humanos, inda que pelos princípios agnósticos, pois, intrinsecamente, o crescimento do Ser Humano conduz ao aprimoramento do Espírito mesmo que inconscientemente.

Bem cedo o Ser Humano aprendeu as vantagens da coletividade e, quase tão cedo, as compensações da mantença da ordem social em troca de irrelevantes restrições se comparadas ao isolamento, os tributos atentatórios a estabilidade financeira individual, passam a condição de mera irritação incômoda se, aos olhos que vêem, se fizer presente as agruras do abandono. Mantém-se contato com o “abandono” no próprio seio social cotidianamente e sabem-se dos seus sintomas.

A conclusão a que se chega é que toda relevância da existência das sociedades resume-se aos rumos por elas adotados e estes, são orientados pelosexpoenteshumanos, logo, os últimos, e dentre eles os designados “pensadores”, merecem a atenção respeitante ao significado qualitativo que lhes permite a interação com a humanidade, não apenas enquanto estão presentes entre nós, porém, por período quase sempre indeterminado, mas, sabidamente, prolongado após seu desaparecimento do nosso meio.

Serão eles e as peculiares virtudes que lhes são próprias, o alvo das próximas reflexões que se propõe neste capítulo inaugural antes, porém, se expõe uma observação intrigante no parágrafo abaixo:

— Devemos ressaltar, que a ordem histórica da filosofia relata um número alarmante de pensadores, uma galeria que extrapola os limites dos territórios, do tempo e das civilizações. Curiosamente, porém, não se constata o nome de uma única mulher pertencente a esta corrente de “iluminados”. Analisados os ângulos das culturas primitivas poderíamos, por mera eventualidade, concluir pela segregação feminina, especialmente, se nos referirmos à Grécia antiga cujos padrões culturais tendiam, literalmente, a conduzir a mulher à condição de “objeto” de reprodução e, estranhamente, a mesma civilização é conhecida pelos mais requintados costumes sociais e berço do atual processo democrático de administração do Estado. E mais, o mesmo povo que cultivou o maior número de filósofos que estabeleceram os mais elevados modelos éticos e sócio-igualitários da conduta humano-espiritual. Não seria de esperar essa anomalia cultural não fosse devida a outros fatores hoje considerados, mas, quando nos reportamos aos períodos contemporâneos essa justificativa perde totalmente o sentido, pois a mulher vem, e não é de hoje, conquistando lugares de destaque, ainda que com muita luta. Assim, fica registrada neste trabalho, a extravagante e enigmática constatação na expectativa de um esclarecimento lógico para o fato.

Contemporaneamente a filosofia é admitida por amplos modos de abrangência, é concebida sob inúmeras formas de comparecer, todavia, invariavelmente, todas direcionadas ao saber, mas.., o “saber” do ponto de vista apodíctico, cuja pretensão seja o aprofundamento das questões e o máximo extravasamento das proposições implicadas à problemática, alvo das atenções é, por outro lado, amparada na lógica e na mais profunda crítica das formas e faces que se apresentam às teses sob enfoque, eventualmente especula, porém, de modo extremamente desenvolvido formulando premissas sob a natureza de postulados imediatamente oferecidos à erosão da realidade ou, no mínimo, ao esforço da virtualidade racional, ultrapassa, nos dois sentidos, a via do ideal e da materialidade, promove a síntese das proposituras disponíveis a legitimar a formulação de uma viável proposta final e, nesse pormenor, a força da filosofia pura se manifesta, poisfinal”, na mais refinada concepção filosófica não fecha em hipótese alguma qualquer questão.

A expressão reverencial relativa à filosofia seria vazia se, ao fazê-lo, simplesmente não nos reportássemos aos seus propagadores, homens que, carinhosa e respeitosamente, a humanidade os designa porIluminados”; de fato, quem, dentre nós, dispõe de qualificação competente a negar-lhes tal direito? Somos o reflexo “embaçado” dos seus preceitos. Eles.., do mais elevado ao menos dotado, nos suplantam, inquestionavelmente, desde os mais remotos contatos com seus pensamentos, são verdadeiras “estrelascujos corpos nos deixaram, em certos casos, há milênios, a luz porém, dos seus Espíritos nos são balsâmicas ainda hoje e o serão por muito mais. Mesmo os que se arvoraram em cognições responsáveis por convulsões violentas, não o fizeram sem dispor da propriedade da razão, apenas se exacerbaram na vontade impulsora do positivismo enredando-se no imediatismo da causa, onde o exemplo acima citado (Marx e Engels), foi defendido na essência do propósito, o que não apresenta novidade alguma, vez que a ciência, a quem compete à autoridade inconteste desse julgamento, releva o “acidenteem favor do legado intelectual impregnado à humanidade.
O positivismo aludido deve ter a força, apenas semântica do termo, pois que não deve facultar o entendimento transferido ao “positivismo lógicoque corresponde ao movimento do denominado Círculo de Viena fundado em 1924 pelo filósofo alemão Moritz Schlick1, nem mesmo com o “positivismo” de Conte2 que elegia o empirismo experimental como fonte do conhecimento que, segundo sua fundamentação, não representava mais do que a transferência das estruturas cognitivas do plano ideal para a materialidade dos atos conseqüentes dessa origem. Entendimento, aliás, que terminou por induzir variáveis conclusivas do agnosticismo ao misticismo aos adeptos dessa ideologia, o que até seria de se prever, uma vez que em termos de filosofia a linha divisória do plano ideal ao material é delével e acentuadamente deslocável, a lógica identifica isso como um fato não como uma possibilidade exatamente porque o “material” é, inquestionavelmente, conseqüência do “ideal”.

É certo que se questione essa afirmativa se referida à natureza, pois esta não partiu da interferência humana, até mais, o ser humano em si é uma síntese natural, entretanto, todo ente, sob qualquer aspecto, que exista por dependência humana, apenas vem à luz após ser criado no plano ideal, é de que se expressa à materialidade aqui, é ilógica outra alternativa. Volvendo, no entanto, ao questionamento referente à “natureza”, identicamente contestamos, pois é, precisamente essa, a dialética do autor em seus ensaios e, inegavelmente, este assente por premissa maior a insurgência do Universo material proveniente do Universo Inteligente ou Ideal. Admite, obviamente, o primeiro por premissa menor, clara conseqüência de um ato ou vontade do segundo, pois que o “ato ou a vontade”, não provam existir, contudo, provam bem menos inexistir e a lógica não os repudia, bem ao contrário, é admissível o “Princípio” das “coisas”, a única pendência é a assimilação, de nossa parte, da manifestaInteligência” no evento universal. A discussão, porém, continua em aberto em razão de tal fato ser tema controverso por excelência, vez que, entre nós, vagam duas correntes doutrinárias “avessas”, pois uma, somente no Universo, umacasofortuito e outra, da qual este autor é adepto, este não é outra coisa, senão um resultado inteligente, manifestação de uma “vontadeou causa primordial, simplesmente, porque do “nada” é impossível algo vir à existência.

Devemos, por outro lado, conciliar com moderação a pura crítica do ponto de vista da primeiracorrente” citada, pois, do nada, de fato, é inaceitável qualquer surgimento, mas.., há, fundamentalmente, uma questão: – De onde veioQuemou o “Que” manifestou a “vontadeou motivou a “causa primária”? Essa conclusão conduzirá, sem dúvida, ao “fechamento” de todas as questões e motivações filosóficas, sejam elas realistas, iluministas, positivistas, existencialistas, idealistas e tantas mais, pois é esta precisamente, a resposta que todos buscam! “Resposta”, aliás, que trará no bojoexcesso de bagagem”, pois, de uma vez, informará, inclusive, quem somos e de onde viemos.

A dialética apresentada no primeiro trabalho desenvolvido por quem vos escreve, em verdade, “especuloucom a coincidência original da dúvida, pois se sabe tanto da “Causa Primordialquanto se conhece de nós próprios, ou seja, absolutamente nada. Entretanto, pelo fato de sermos “lugar comumnós e “Ela”, o que impede postular sermos o mesmo, até porque, a natureza, comoresposta”, demonstra a tese do “teorema proposto, pois é evidente que tudo que dela provém nela resulta. O autor, e aqui, não dispõe das provas e nem alimenta presunções, o argumento, contudo, é fortíssimo, a ponto de ser controvérsia com a mesma idade da humanidade. Há ainda, outra particularidade, também levantada na obra que precede esta, sendo, identicamente, outra indagação; – Por que o simples fato do planeta que habitamos oferecer condições de eclodir em vida, esta viria, de fato, a eclodir? Por que evolui? Tanto quanto evoluiu para acontecer, sim..! os cépticos hão de concordar que matéria inanimada não dispõe de iniciativa, assim, como umpunhado” de carbono, potássio, água e outros elementos singulares vieram à luz? Agrava-se, e muito, essa proposição quando dessa conjunção se chega a inteligência, a iniciativa e a razão que acaba por manifestarvontade”. E, se a terra assim o possibilitou, o que impede outras ocorrências num Universo absolutamente desconhecido? Nós apenas o observamos, num átimo, comomolequestravessos, através de umburaco de fechadura”. É indiscutível, ao menos, uma ponderação: – Admitir o impulso inteligente nessa “evolução” é, infinitamente, mais sensato que aceitar o acaso. É essa “sensatezque nos conduz à transcendência, ainda que não a expliquemos.

Logo, apesar de não ser descartável a via do entendimento que admite ser o Universo um mero acaso fortuito, esta vem, inevitavelmente, atrelada a uma intensa fragilidade, vez que o “acasonão tem direção nem objetivo e o que ocorre acidentalmente uma vez, obedece a regra matemática da probabilidade, portanto, ou é certo que as leis probabilísticas estão absurdamente erradas, ou a conjugação dos elementos ordenados desde o adensamento energético até acontecer em vida continuamente e de infinitas formas, desde o início do Universo mesmo que isso ocorresse, exclusivamente na Terra, o que não é provável, sujeita-se a um impulso.

Mesmo que extenso o trecho contextual acima, avaliamos ter sido satisfatória a conclusão a que se chegou, que as justificativas relativas ao pleno entendimento do positivismo que pretendeu enfatizar as razões justas nas suas intenções, ainda que não nos resultados, dos pensadores que, afinal, iniciaram, como tantos outros, uma revolução que extrapolou os limites da cultura, invadindo o campo da violência, se faziam obrigatórias.

Neste capítulo inaugural a proposição temática versa historicamente sobre o pensamento humano, sendo, entretanto, de substancial importância assimilar o significado do que representa quem, de fato, gera esse pensamento e, em segundo plano, o argumento que, ainda que no bom sentido, “a Humanidade apropria-se sistematicamente desse pensamento, pois, em verdade, existe implicitamente a intenção por parte do agente motor, em que ocorra a informada apropriação. Foi esse, e não outro, o motivo de promover a abertura deste evidenciando que as sociedades, as civilizações e, enfim, a Humanidade são uma resposta menos intensa às incitações ideais dos seusexpoentes”, e dos últimos, destacam-se os pensadores ou filósofos.

De certa forma, esses homens amoldaram o gênero humano, porque a força de seus entendimentos preceituou a conduta cultural, política, moral, religiosa, ética, técnica e todas as que sabemos existir, a contribuição dos “comuns” foi resumida a cumprir esses ditames, até por questões práticas, que a somatória deles resultou em infinitas vantagens nos mais variados sentidos e direções do conhecimento. Logo, é relevante que se destaque alguns aspectos relacionados com esses personagens que de inúmeras maneiras protagonizaram heróis reais entre nós. Será esse o tema do capítulo que se segue.




“A sociedade organizada é a materialização de um ideal filosófico”.


1 –  Os elementos considerados na composição do indivíduo terão espaço em capítulo próprio (Genética do Corpo ao Espírito, Cap. VI)
1 –  Implica em desprezar a interdependência tácita ou expressa entre os componentes “consensuais”, pois não existe, obrigatoriamente, vínculo entre os agentes referidos.
1 –  Isso porque é inadmissível a concepção de poder único entre racionais, ele até existe, com certas reservas, mas sempre distribuído hierarquicamente e, inegavelmente, portando no bojo, o jugo dos antagônicos ocultos ou  não, pois pensar de outra forma seria admitir uns mais e outros menosracionais” e não apenas orientados por apatia, concordância ou temor.
1 –  Filósofo chinês (551-479 a.C.)
2 –  Filósofos alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895)
3 – Vladimir Ilitch Ulianov, Lenin, russia (1870-1924) e Iosif Vissarionovitch Djugatcvilli, Stalin (1897-1953)
4  – Analogia, na permissividade do termo, ao “motor de arranque”  mecânico.
1 –  Alusão a Jesus de Nazaré.
1 –  (1882-1936)
2 –  Auguste Conte (1798-1857), Positivismo Contiano. Sociólogo e filósofo que iniciou o movimento que renuncia o pensamento metafísico (transcendente) para as conclusões que se resumem ao plano material, validando apenas as impressões sensoriais para tal finalidade.

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