A razão é virtude em extinção, neste espaço se tenta preservar essa conquista desprezada, lembrar que a vida não está resumida à frágil visão humana.
PENSE
Seja ambicioso nos seus desejos, busque sempre o que é infinito, eterno, completo e intransferível.
O maior bem que se pode conquistar é a perfeição, seja sábio e não se contente com menos.
A matéria é apenas a mina onde garimpamos nosso conhecimento, cada pedra do nosso caminho é o tesouro que buscamos ainda bruto e aguardando lapidação.
Tenha sempre em mente essa idéia e nada haverá de lhe faltar.
Venha ser alguém que acrescenta algo à existência sem exigir mais do que ela lhe dá.
SALVE O MUNDO, COMECE POR ALGUÉM!
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
LIVRO I - UM ENFOQUE RACIONAL - PARTE V-A
CAPÍTULO-8
OS SETE PRINCÍPIOS DE RIVAIL
suas obras; a tese e a doutrina
“O Livro dos Espíritos” sem dúvidas, a maior obra de Denizard Rivail , apoia-se nos conceitos da época, tanto de parte dele, quanto dos “supostos” espíritos consultados através das questões formuladas, todos vivenciavam aqueles tempos, mais do que simplesmente o viviam, o roteiro prendeu-se literalmente ao tempo relatado, ocasionando características temporais atípicas, não se deve, a isto, considerar críticas e sim naturalidade; a mentalidade estava isenta do preconceito e, com isso, desconsideravam a ponte entre as narrativas e a tecnologia científica que já começava seu galope alucinante, então hoje, olhando-se através dos anos, percebe-se a falta de sincronismo entre o fato narrado pelas perguntas e respostas da obra, com as propostas científicas comprovadamente demonstradas hoje, isto, porém, era próprio da época (no que refere ao autor) , o entusiasmo era a mola impulsora das propostas e este não coaduna com a frieza analítica em qualquer trabalho e, sem o mesmo, não teríamos hoje, alçado vôo ao espaço, pois os riscos, sabidamente, eram infinitamente maiores que as chances de sucesso. Quem analisa muito, verdadeiramente pouco produz, o saldo é o que conta, bom ou mau; este é o peso do homem que, de fato, faz. Não se insinua, aqui, que se deva fazer sem pensar, porém, o original oferece certos riscos que são o “sal” de quem trabalha.
É extremamente importante desde de já, ter-se em mente, que a quase totalidade dos assuntos de que trata o trabalho do professor tem sentido secundário, quando analisados isoladamente da causa principal: “a tentativa de demonstrar o Universo Espiritual”, estes discorrem fundeados nos conhecimentos da época e em um entusiasmo quase “infantil”, próprio do período.
Obra que fundamenta as bases para o entendimento do espiritualismo no ocidente, oferece a linha de pensamento, em sucinta sinopse, exposta a seguir :
O nome: "O LIVRO DOS ESPÍRITOS"
O cabeçalho: ''FILOSOFIA ESPIRITUALISTA".
Antes mesmo da seqüência, deve-se observar, no cabeçalho, referência ao aspecto filosófico da doutrina, é objetivo deste estudo ser entendido por este ângulo, de modo a estar desprovido do sentido fascinante, tendencioso, ou cerimonioso, características de uma religião.
A introdução: “Introdução ao estudo da doutrina espírita”.
A preocupação primária do professor, como não haveria por deixar de ser, foi com a linguagem, as palavras “espiritual, espiritualista e espiritualismo”, foram primordialmente classificadas segundo a sua morfologia em relação as “espírita e espiritismo”, imediatamente se nota sua despreocupação pelo aspecto “religioso”, é óbvio, ele tenta esclarecer um fenômeno natural por um processo doutrinário, “natural”.., porque o é de fato, “doutrinário”.., por tratar-se de um método, e um sistema de pesquisa seja ele qual for, segue uma “linha de pensamento”, cuja designação é “Doutrina”; ele nunca deixou de crer que o que estudava era ciência e quem vai se arvorar em dizer que não..? tudo o que nos é desconhecido, nos será apresentado por ela, a “Ciência”..! A palavra seguinte, também alvo de interesse, veio a ser “alma”, que, por deficiências morfológicas, cria mal entendidos e, buscando de princípio, passar sua verdadeira idéia a respeito desta, este já separa seus vários significados e aponta o de seu ponto de vista; a que eqüivale a “espírito”, no sentido “encarnado ” e individual, não “coletivo” no sentido “panteísta ”, cuja consciência perde-se em um todo, sendo, afinal, o mesmo que se entende por morte.
Esclarece, em seguida, os motivos que culminaram com o nascimento da doutrina espírita ocidental e critica com razão os “Doutos” da época, pois, por excesso de ceticismo, abandonaram, sem aprofundamento algum, um estudo verdadeiro e um caminho novo para a humanidade, estes; por sentirem uma conotação religiosa com os fenômenos, descartaram-nos de pronto, desprezando todos os possíveis indícios de probabilidade científica. Isso ocasionou bem mais de um século de atraso nas possibilidades de comprovação da existência de um provável universo espiritual, apenas hoje se discute friamente (sem paixões religiosas) esta abertura do conhecimento, fala-se, mesmo, em aparelhagem capaz de detectar os espectros espirituais, imaginem se dispuséssemos de estudos catalogados metodicamente, estatísticas repetitivas referentes a personagens identificados, metodologia científica aplicada, provavelmente alguns inventos instrumentais que viabilizassem um intercâmbio eficiente, calculem dispor de um aparato desta natureza acumulados por aproximadamente, cento e cinqüenta anos, é claro que, se não houvesse o preconceito religioso implícito ao fenômeno, os referidos doutos teriam se dedicado obstinadamente ao problema e, como tantos outros, já teríamos ultrapassado as barreiras da espiritualidade e, com certeza teríamos uma visão mais acurada desta, tanto quanto temos da energia nuclear, matéria tão estranha quanto a idéia espiritualista ou a teoria da relatividade na época.
Nesta fase da introdução, o professor faz referência, aos efeitos físicos ocorridos nas reuniões (mesas girantes ) já citados e comenta as comparações com os fenômenos elétricos e magnéticos que eram possíveis de se produzir, porém, destacava os movimentos e códigos dotados de inteligência impossíveis de ocorrerem sem interferência racional e tenta, em vão, hoje sabemos, convencer os cépticos, cita mesmo Galileu Galilei "e as mesas giram" parafraseando este, em situação similar (é óbvio que o cepticismo ainda hoje é acentuado e, com razão, devido ao imenso número de “embusteiros”). Comenta, ainda, que o movimento dos objetos poderia mesmo ser desconsiderado, como porém.., virar os olhos ao fato destes seres se utilizarem de cestos e lápis para manifestarem suas vontades, escrevendo palavras, frases e, enfim, páginas e mais páginas com uma destreza somente equiparada a do ser humano..? poderíamos nós continuarmos duvidando, teríamos, contudo, que contestarmos centenas de milhões de pessoas, de inúmeras gerações, em cento e cinqüenta anos aproximadamente, que testemunharam e, até hoje, testemunham ditos fenômenos. As críticas aos aspectos religiosos não invalidam a realidade dos fatos, assim vale, isto sim..! que a religiosidade cria clima místico, em um fator puramente natural, completamente desligado da face teatral que degenera a verdade.
Menciona a manifestação, também testemunhada, que simultaneamente, em países diferentes, como na América e na França, serem comunicadas instruções com o intuito dirigido à comprovação da existência do mundo espiritual, afasta, com eloqüência, a possibilidade de que as escritas fossem manipulações de prestidigitadores, demonstrando a impossibilidade de coordenação motora e mental conjugada em mais de um médium ao mesmo tempo nos movimentos do cesto e lápis. Dá ênfase à continuidade da natureza do mundo material ao espiritual (interface entre dois universos, cap.-1).
Encontramos, no intervalo VI, um ponto de vista considerado espiritual, “ponto de vista” sim..! pois é, claramente, o modo de pensar de quem o passou, tanto que em linhas anteriores há flagrante discordância de nossa parte desta idéia, "...o mundo corporal não é senão secundário; poderia cessar de existir, ou não ter jamais existido, sem alterar a essência do mundo espírita...". A lógica não nos permite ver desta maneira simplista tal pensamento, inicialmente se há um princípio inteligente e infinitamente eficiente, “Deus”, que os próprios “espíritos” constantemente confirmam, este não teria produzido o que não é necessário, secundariamente, os “espíritos”, seja como for, têm uma origem e esta já foi explicitada como pensamento, sendo outro ponto de vista (o do autor que vos escreve) no primeiro capítulo deste trabalho, finalmente, a matéria é, sem receio de errar, a ferramenta do “espírito” e, na falta desta, ocorreria, sem dúvidas, alterações no "Universo espiritual", passaríamos a eternidade debatendo com a “Inteligência” que manifestou tal idéia. Basta nos adiantarmos no livro até onde encontraremos os "prolegômenos" e lá, leremos o seguinte: "coloca na cabeça do livro a cepa de vinha que te desenhamos, porque ela é o emblema do trabalho do criador; todos os princípios materiais que podem melhor representar o corpo e o espírito nela se encontram reunidos: o corpo é a cepa; o espírito é o licor; a alma ou o espírito unido à matéria é o grão. O homem quintessencia o espírito pelo trabalho e tu sabes que não é senão pelo trabalho do corpo que o espírito adquire conhecimentos.”. É patente a contradição entre as transcrições mas, um pensamento expresso na introdução de tão importante obra não a diminui, até porque, é manifestação exposta com fidelidade pelo Autor daquela. Esta é, a nosso ver, uma das falhas de "sincronismo" mencionadas acima, encontradas através dos tempos, pois, hoje, idéias assim seriam com certeza rechaçadas, encontraremos outras adiante.
Fatos desta natureza não mudam, em nada, o objetivo pretendido pelo professor, ao contrário, corroboram suas afirmativas, pois as Inteligências "entrevistadas" eram parte de nós e como a identidade espiritual era, e ainda é incerta, não há intenções de escárnio em expor que não se concorda com esta ou outra idéia, primeiramente, porque poderia ser o Autor nesta, como qualquer um, a expressá-la, hoje o ponto de vista deste, já não é o mesmo, secundariamente o que esta impresso no trabalho que vos apresento, também, com certeza, será repelido de várias formas, no entanto, aquele como este modo de pensar servem de precedentes para novas estruturas filosóficas.
A citação coloquial na terceira pessoa relativa à personalidade "divina", a seguir do comentário que se refere ao "mundo corporal" , reporta-nos, também, à primeira colocação do intervalo VI: "Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.”.
Eis aí uma descrição de um “deus” criado a nossa "imagem", realmente o entendimento humano sempre se encaminhou neste sentido, o "super-homem" religioso; senão vejamos:
Quando a curiosidade humana invade o "universo espiritualista", encontra, em geral, funções abstratas, o subjetivismo é abrangente, fica então tortuoso o caminho para o silogismo, não há ponte natural de raciocínio lógico e, automaticamente, assume-se uma posição de dogmatismo, a tendência é sintomática!
Ao se adotar uma doutrina não antagônica aos predicados científicos e, simultaneamente, explorar os conceitos espiritualistas, obrigatoriamente, devemos nos condicionar a uma linha de conduta teórica apoiada em critérios funcionais, onde exclusivamente o senso lógico e puramente racional transite, e isso é difícil, porém, necessário.
Logo, partindo da análise feita à frase grifada, teremos; "eterno, imutável, imaterial, único..." formas de identificação de algo ou alguém que transcende ao sincronismo inteligível humano e, por “criá-lo” inatingível e inexplicável imediatamente se apõe um "carimbo" e coloca-sê-o em uma "caixa", assim "Ele" fica do nosso "tamanho" e “próximo” aí, podemos "vê-Lo", mas ainda não "no-Lo" entendemos, então, completamos a operação qualificando-O como segue; "...todo-poderoso, soberanamente justo e bom", qualidades do homem de uma visão utópica; sim..! um "super-homem". A visão espiritualista agrava ainda mais esta condição, pois, sem dúvidas, considera o “Espírito” eterno (imortal), imutável (evolui mas não altera), imaterial (o Ser em essência, também inatingível), individual (cada um, é sem dúvidas, único). Qualifica-o, também, pois todo espírito que atinge uma “provável” perfeição é “todo-poderoso, soberanamente justo e bom” ou não seria perfeito, segundo esta visão! Assim.., ou seremos deuses, ou Deus é tão somente, um “super- espírito”. Talvez.., apenas talvez, todos estejam com a razão, ainda que inconscientemente..!
Ora..! aceitemos o fato de que somos incapazes de entendê-Lo, em verdade, até de admiti-Lo, apenas sentimo-Lo (por princípio), seria impossível enquadrá-Lo em qualquer tipo de molde racional.
Sabemos porém, que existe origem no Universo, pois, ei-lo aí; a razão aceita isto sem questionar.
Aceitar um princípio para tudo e que esta progênie deriva de uma criação, tem sentido lógico e plenamente viável.
Contudo, qualquer tentativa de demonstrar o que vem a ser o "Ente Criador" desta origem é desperdício de raciocínio. Usa-se maiúsculas para "Deus", simplesmente porque não é irracional destacar o “que” (não necessariamente quem), de algum modo, deu-nos origem, ainda que não "O" expliquemos, a referência a “Ele” ou “O” não tem a intenção de personificar a “Causa Primária” (ainda que enfim, o faz..!), mas apenas “identificá-La” por existente.
O antropomorfismo sempre foi parte integrante da mentalidade humana, criar um "deus" à "nossa" imagem é um passo. E assim foi feito.
Tanto quanto "encaixotar" Deus, também já Lhe atribuíram incumbências, é óbvio..! se existe.., tem que fazer algo!, entendamos pela seqüência destas frases: “..Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos espíritos que atingiram um certo grau de desenvolvimento, o que lhe dá a superioridade moral e intelectual sobre os outros.”, isto demonstra, indubitavelmente, que os homens e, também, os “espíritos” daquela época, eram mesmo daquela “época”, vejamos.., sabe-se que, eliminando-se as fantasiosas teorias dos “extra-terrestres”, o ser humano desenvolveu-se de um tipo de animal primitivo, classificado paleontologicamente como “Dryopithecus”, alcançou o estágio classificado como “Aegyptopithecus”, os “símios”, de onde veio a se desdobrar no “ptecantropos”, seguiu seu caminho evolutivo e passou por novas adaptações, até o Australopithécus Aferensis, cuja idade remonta, aproximadamente, cinco milhões de anos e transformou-se no “homo-eréctus” e, assim por diante, até o sapiens-sapiens, demandou, com isso, milhões de anos, isto desprezando o fato de que o próprio “Dryopithecus” também teve origem, ora..! a teoria evolucionista é completamente racional, ainda que não totalmente explicada pelos antropólogos, paleontólogos, etc... E para os que “sonham” com a origem através dos “Ets”..; como eles tiveram suas origens..? Lá de onde vieram. Devemos sentir muito, porque é romântico pensar desse modo, entretanto, com certeza não se consegue imaginar a evolução como uma escolha, ela é imperativa, inexorável pode até ter uma origem, o que seria temático, pois “origem” também é evolução de um estado de coisas para outro, mas, sem dúvidas, ocorreu como conseqüência natural e podemos aceitá-la até como prevista, quando do “princípio”, mas.., escolha de um Ser, que entende-se como “pronto”, e esperando por um espírito, é ilógico, o espírito sim..! Este é quem esperou ou até evoluiu paralelamente, para se conjugar com o organismo humano. Quando se pensa em “Deus” como causa primária, abre-se um imensurável universo de coerência, com a origem da matéria através da energia chega-se a vida e à inteligência, intrínseca à esta, independente da sua “procedência”.
Divagando.., hipoteticamente, tentaremos exemplificar fantasiosamente: – Imaginemos a nossa “Terra” não ser exatamente a “Terra”, vamos chamá-la de “Oceânica”, percebem..? Logo, devemos vê-la como um globo líquido, não haveria terra exposta, porém, estaria na mesma posição astronômica em relação ao Sol, sua água obedeceria às temperaturas exigidas para a manutenção de vida, ocorreria, com certeza, uma evolução aquática e, quem em sã consciência negaria a possibilidade de adaptação espiritual inteligente, a um ser adaptado ao meio e, contestaríamos então, a seguinte frase: “...entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie aquática para a encarnação...”, para quem acha a analogia absurda, lembramos que os golfinhos são considerados, por muitos estudiosos da espécie, como “semi-racionais”, dotados de inteligência, no mínimo, muito peculiar. É claro que dificilmente esta “civilização” viria a conhecer o fogo, presumivelmente a nossa primeira descoberta!
O que está em foco nestes comentários ao trabalho do professor não é a qualidade das informações, um jornal não é ruim porque noticia um crime, o que se busca de verdade é quebrar as amarras que obliteram literalmente nossos horizontes, dar asas à mentalidade criativa, à imaginação original e desprendida do preconceito ainda que de mãos dadas com a razão. Combate-se, aqui, as idéias pré-concebidas, apenas porque nossos antepassados assim apregoaram e, vejam.., está claro que os mencionados espíritos questionados eram contemporâneos e literalmente faziam parte do século XIX, pois as idéias eram as mesmas, a única novidade é que eles gritavam por detrás das “cortinas” e nós não lhes dávamos ouvidos e o professor rasgou, de fato, um longo trecho delas, mas hoje (no ocidente), damos-lhes excesso de “ouvidos”, há quem não sai de casa sem “consultar” os espíritos e a nossa iniciativa de que serve..? e os riscos necessários, por que nos negamos a assumir?
Contraditas: Esperamos ser viável nos fazer entender nas próximas linhas; – há um caráter dúbio do ponto de vista cultural em relação ao professor, isso se refere a notória preocupação em separar as informações tidas como espirituais das idéias religiosas, é óbvio que este não permitia “conscientemente” tal tendência por decorrência, esperava ele, o reconhecimento científico do seu trabalho, concernente ao campo filosófico social, e o cunho religioso prejudicava enormemente esta possibilidade, porém, ele era de educação rígida, tradicional, assim, “inconscientemente”, preservava os “bons” costumes da época e, um deles, era, sem dúvidas, a moral religiosa (visão do período), era impregnado da religiosidade por criação, a sua expectativa era acrescer um teor filosófico e científico à religião, não ser renegado pelos seus correligionários de cultura e fé, conseguiu, infelizmente, inimigos nos dois extremos, os religiosos que o condenavam por lidar com coisas tidas como “diabólicas” e os doutos, por considerarem que este se degenerava por idéias vulgares. Nota-se então, nitidamente, conflitos culturais e religiosos nas suas escritas; “...suas escritas..?”; cabe, novamente, um esclarecimento! O professor desenvolveu seu trabalho sobre informações “recebidas”, portanto, estas “escritas” pertencem na forma a ele, nos conceitos apresentados, contudo, à várias pessoas, ainda que “espíritos” e, como adiante haveremos de relatar e questionar, também os conhecidos como médiuns, que queiram ou não, estes participam das idéias e o próprio professor Rivail, novamente. Notem que o professor participa pelo menos duas vezes no que expõe, narrando e ponderando como fosse ainda, um “terceiro”. A leitura crítica da obra denuncia o fato.
Nas conclusões introdutórias, o professor confirma seu pensamento em direção à ciência e à filosofia apenas, deixando isso bem claro como segue o pequeno trecho transcrito:
“A ciência espírita compreende duas partes: uma experimental, sobre as manifestações em geral, outra filosófica, sobre as manifestações inteligentes. Aquele que não observou senão a primeira, está na posição daquele que não conhece a física senão por experiências recreativas, sem ter penetrado no fundo da ciência...”.
A parte religiosa foi simplesmente omitida por ser óbvio que esta estaria naturalmente contida na parte filosófica como “prática cultural”, dependendo-se de quem se dispusesse a esse fim, ou seja; ele não pregou esta idéia, mas estava preso a ela por conseqüência cultural e todas as suas obras denotam isso, especialmente no “evangelho segundo o espiritismo”, não há nisso mal algum, contudo, a moral vinda do conhecimento é decorrente e se amolda ao caráter, quando porém, vinda da religiosidade é compulsória e se impõe, não se adequando plenamente. Assina por fim, sob seu pseudônimo ao final desta introdução.
Sendo o objetivo das obras do professor Denizard demonstrar a veracidade do plano espiritual, vale trabalhar vários trechos de seu questionário aos prováveis espíritos entrevistados e, daqui por diante, eliminaremos a proposta de probabilidade, quando das referências aos “espíritos”, tomá-los-emos definitivamente, como aceitos, identificando-os por “Inteligências”, de outra forma esta obra não teria sentido. Serão escolhidos preferencialmente os pontos controversos; consideradas as informações atuais e, ao contrário das rotas de colisão, serão propostas alternativas de conceito, ainda que sabendo estas, sempre discutíveis.
Nota muito importante: Há, no decorrer dos comentários a seguir, severas críticas, contudo são dirigidas às respostas quase que invariavelmente, subentendendo-se estas, efetuadas pelos espíritos, embora conscientes da participação, inclusive, dos “médiuns” que de inconscientes bem pouco têm (cap.12), preserva-se a figura do professor o máximo possível; considerando-o um interlocutor enormemente bem intencionado e didaticamente informado, tanto quanto a época possibilitava, ainda que, com certa “ingenuidade” (entusiasmo) em muitos pontos, principalmente elucidativos; isso no entanto, é característica de sua personalidade e boa fé. Referimo-nos a “espíritos”, porque suas respostas são, via de regra, peremptórias, não admitindo alternativas, vindas mesmo de cima para baixo, inquestionáveis, a verdade final é a determinante de suas vozes, vindas de onde, nós, quem sabe..? “nunca” haveremos de chegar e o professor, presumivelmente, por humildade, acatou-as, mas nós não nos sentimos nessa obrigação e pedimos desculpas antecipadas, pela falta desta “humildade”. O professor, imbuído da melhor das intenções, fez uma obra notável.., descortinou a espiritualidade, apenas que, de certa forma, foi ludibriado, cremos mesmo, que os próprios “reveladores”, pelo menos alguns, auto ludibriaram-se. Para que sejamos brandos!
Os prolegômenos estão presentes em sentido bastante figurativo, intencionalmente encorajadores pela luta assumida pelo professor. Em hipótese alguma, nos consideramos à altura de comentá-los.
O capítulo primeiro vai bem de encontro ao pensamento já exposto acima, das três perguntas, obtém-se, verdadeiramente, uma única e definitiva resposta; “não sabemos, só O sentimos”, o resto é dedução.
Seguindo-se até a nona questão percebe-se a insistência do tipo profissional, “provas da existência de Deus”, o que se consegue é exatamente irritar a paciência do mais “iluminado” dos espíritos. Ao analisarmos friamente o problema se nota, de fato, que provar o que sequer entendemos é “mostrar que o fim do infinito, coincide com o começo do eterno”.., roga-se relevar o sarcasmo, mas se lê, nitidamente que, com toda a cortesia possível, os espíritos respondem aproximadamente isso!
Inicialmente explicam-No como postulado, ou seja, admite-se independentemente de se demonstrar, está em nos! A seguir, tornam-no um axioma, quer dizer, é evidente, mesmo um cego literalmente "O" "vê", ou verdadeiramente teríamos que exercer grande esforço para não "vê-Lo". Entende-Lo, entretanto, não é o mesmo.
Passemos diretamente à questão quatorze, por referir-se ao “panteísmo”, uma visão seriamente intrincada da mentalidade religiosa.
“Deus é um ser distinto, ou seria, segundo a opinião de alguns, o resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas?”
“Se o fora assim, Deus não seria, porque seria o efeito não a causa; ele não pode ser ao mesmo tempo um e outra.”
Segundo os pensamentos delineados nos dois capítulos iniciais e, de acordo com o que foi aqui exposto; basta concordar , com ressalvas, porém.
As questões seguintes seguem raciocínio similar, somente diferem em anuir à divindade às almas ou espíritos e também “encaixotam” Deus, só que numa caixa maior, o Universo, que ainda hoje é obscuro, imaginem lá..! e, dessa forma, eles não entendiam nem “Deus”, nem a “caixa” na qual O colocaram talvez, “Pandora” explique..!
O capítulo II- É dirigido ao “des”entendimento do Universo .
Pergunta 17: “É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?”
Resposta: “Não, Deus não permite que tudo seja revelado ao homem neste mundo”
A quem questiona é dado o direito à ignorância, pois se o soubesse não indagaria, contudo, responder absurdos é subir ao trono pisando na coroa. A negação é, em si, já uma aberração, não é necessário entender de Deus para saber que a incapacidade não é imposição e sim, falta de alcance, ninguém te proíbe de ir a qualquer lugar do Universo ou conhecer tudo que nele existe..! você é que não consegue!
Deus, na continuação da propositura, mais bem definido estaria como carcereiro na terra..! absurdo novamente..! se já no capítulo I as próprias respostas com as quais concordamos, afastam toda e qualquer relação Dele com o entendimento humano, por que estaria Ele de plantão, proibindo ou autorizando alguma coisa? E a evolução, se é que seja criação sua, seria imperfeita..? como age ela se em tudo Ele se “intromete”..? não há como aceitar tal proposição, isso é efeito do “encaixotamento” Dele.
Pergunta 18: É singela; ao lê-la já se nota (basta observar ao nosso redor, e entenda-se, mal se começou desvendar enigmas).
A pergunta 19 não é ilógica, nem descabida, a resposta contudo é simplesmente “bíblica”: “A ciência lhe foi dada para o seu adiantamento em todos os campos, mas ele não pode ultrapassar os limites fixados por Deus.”. Devemos então, refutar “biblicamente”, também, “entregarás a um irracional a ciência e verás que este continuará seu caminho”. Ciência é abrangência do conhecimento e a ele pertence, portanto, “conhecerás e conquistarás a ciência” ciência não se dá, se absorve e o único limite que te bloqueia é, e sempre foi, a ignorância!
A questão 20 leva a uma afirmação paradoxal, novamente, Deus intervém o que, pela enésima vez, contestamos, porém, além de intervir, põe em dúvida o que teria em tese partido de “Si”, a evolução..! Ele seria o agente de decisão no momento oportuno, então, cai por terra a imutabilidade de “suas” leis. Basta ler tal resposta: “Sim, se Deus o julgar útil, pode revelar-lhe o que a ciência não consegue aprender”. A ciência não aprende, ensina , é-nos permitido, pelo exposto, divagar em terreno abstrato, vejamos: quando nos esforçamos aos limites da nossa capacidade intelectual e, ainda assim, não conseguimos soluções para qualquer tipo de problema, é bem possível que, durante o sono, vamos buscá-las, tendo maior liberdade de ação intelectiva, podemos encontrá-las e, até mesmo, recebê-las através de “diálogos” com outros espíritos, desde que sejamos capazes de assimilar estes esclarecimentos, isso ocorre aqui, entre nós encarnados, cotidianamente e, é plenamente lógico pensar assim, Deus não traz, numa bandeja, a ciência, as coisas existem e acontecem e nós observamos e “aprendemos”, no sentido de adquirir conhecimento.
A questão 21 é formulada do que não sabemos e respondida com o que não entendemos. Pura metafísica..!
A questão 22 é coerente, ainda que trate de informação que ultrapassa dados do nosso conhecimento. A continuação desta é meio confusa quando da resposta, pois esta parece não condizer à pretensão da pergunta, deixa a impressão de se esperar outra informação. A resposta, contudo, é realmente lógica, mas, aparentemente, para outra questão pertinente.
Questão 23: “Que é o espírito ?”
Resposta: “O princípio inteligente do Universo”. Completamente lógica, deveria parar aqui..! porém, continua e.., vejam: “Qual a natureza íntima do espírito?”. Resposta: “O espírito, com a linguagem humana, não é fácil de ser analisado. Porque o espírito não é uma coisa palpável, para vós ele não é nada; mas para nós é alguma coisa. Sabei bem: o nada é coisa nenhuma, e o nada não existe”.
Qualquer contestação que se faça, não haverá de querer dizer nada, em qualquer linguagem, uma resposta não existe, para nós também o espírito é alguma coisa, ainda que saibamos que ninguém entendeu nada, mesmo apalpando!
Não há, nestas escritas, a intenção do escárnio ocorre, no entanto, que a afoiteza e o acúmulo de desinformações se sobrepõe ao objetivo da própria obra, a obscuridade de entendimentos cabe aos “espíritos”, ao interlocutor e ao médium, pois este também responde (participa) como veremos adiante (cap.12).
Verificando diretamente a questão 25 encontramos outro desencontro na resposta:
“O espírito é independente da matéria ou não é mais que uma propriedade desta, como as cores são propriedades da luz e o som uma propriedade do ar?”. Pergunta assaz pertinente e bem colocada. Vejamos a afirmativa devolvida: “Ambos são distintos; mas é necessária a união do espírito e da matéria para dar inteligência a esta.”
Considerando o ponto de vista espiritualístico, a matéria (corpo) é um instrumento e não pode possuir inteligência racional, ela é, isto sim, funcional e permite ser manipulada inteligentemente, o martelo não seria inteligente por bater onde queremos quando em nossas mãos, o corpo não é senão uma excepcional ferramenta adaptada por milhões de anos, para servir à inteligência, podemos aqui, abordar uma comprovada inteligência biológica organizacional, que registra geneticamente informações adaptáveis ao aperfeiçoamento da espécie, esta “inteligência”, porém, obedece um padrão aparentemente primordial (ordenamento predeterminado) que, até pouco tempo, era impossível de discernir, hoje contudo, conhecendo-se a cibernética (inteligência artificial) é plenamente inteligível e existem pesquisas desenvolvidas a respeito. Há uma referência mencionada acima.
A continuação do argumento fundamenta-se na falta de organização biológica para sentir-se o espírito, é possível, pois em aproximadamente um e meio milhão de anos, a espécie vem se adaptando ao meio que sempre foi inóspito e, apenas hoje, consegue raciocinar com certa liberdade, então, do uso constante da massa encefálica para esta finalidade, com certeza, desenvolverá os terminais neurônicos (produção de sinapses), objetivando atender mais essa necessidade (sentidos extrasensoriais) do “espírito” através da “matéria”.
A questão 27 oferece controvérsia para um tratado universal, deve-se, entretanto, levar em conta as informações da época e, principalmente, saber que todos eram de fato da “época”, não havia ali informação privilegiada. A pergunta é bem formulada e cabível:
“Haveria assim, dois elementos gerais do Universo; a matéria e o espírito?”
“Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas, essas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal...”, a resposta continua, mas basta ler o início e já se identifica a influência “bíblica”, “...essas três...”, “...a trindade...”, refere-se, a seguir, ao “fluido universal”, um provável elemento de transição entre a matéria integral e conhecida, para uma indelével linha crítica da espiritualidade (definida como “ectoplasmática”, por várias correntes espiritualistas), no entanto, confundida com energia física, como se lê à frente, “...chamais fluido elétrico, fluido magnético...”. Numa visão bem simplista e extremamente superficial, nós já encontramos um número muito maior de entidades universais, senão vejamos, um princípio, seja como for, houve, coincide aqui, com a idéia de criação da resposta, mas.., e depois? Encontraremos o espaço, a matéria, a energia, o tempo relativístico (fator) e, aí, o espírito, seis elementos então. E como negá-los? O espaço é ocupado pela matéria, ele está lá! A matéria é o que se vê, inegavelmente, no Universo. A energia produziu e mantém o Universo. O tempo é o que escoa, é a decorrência absoluta do espaço. O Espírito é o único fim (fito) do Universo. Há ainda, o fator subjetivo, em função do qual articula o Universo, a evolução, quem concebe a existência do primeiro desprezando-a, não sabe o que faz.
Considerando o último fator, enumera-se, ao todo, sete elementos plenamente satisfatórios para responder a esta questão. No que concerne à alusão confusa, referindo-se a tipos de uma mesma energia, era simplesmente desconhecimento dos desdobramentos da transformação de energia mecânica em eletromagnética, processos utilizados mesmo pelas crianças nos dias atuais.
Admite-se, cientificamente, a existência de quatro forças universais e estas mantém íntegra a matéria e o equilíbrio universal, são elas a nuclear fraca, a nuclear forte, a eletromagnética e, finalmente, a gravitacional, suas abrangências dominam, pela ordem, os seguintes campos: a primeira, o espaço atômico do menor ao maior orbital eletrônico; a segunda o núcleo atômico da periferia do núcleo ao centro, sendo mil vezes mais forte que a anterior; a terceira, conjuga a estrutura de tudo que esteja agregado de um átomo a uma estrela de primeira grandeza, formando sempre dupla polarização (positivo e negativo ou norte e sul), é uma forma de energia adotada como padrão de força para relacionar as outras; a quarta e última é, de longe a mais fraca delas mas abrange o Universo todo e nela se apoia todo o equilíbrio da matéria existente. Apesar de desconhecida, ou melhor; desconsiderada e, por isso mesmo, pouco ou nada estudada devemos mencionar uma provável quinta força, a “força psíquica ” (abordada à frente), não entraremos no mérito, por hora, para que não venhamos a cometer os erros justamente criticados por invasão de área desconhecida. O tempo nos revelará pelo acréscimo do conhecimento.
Indo a questão 29 diretamente, encontraremos uma informação errônea por deformação científica; a pergunta e a resposta condizem, mas não levam a definição nenhuma, o comentário, contudo, erra gravemente; “A gravidade é uma propriedade relativa; fora das esferas dos mundos, não há peso, do mesmo modo que não há nem acima, nem abaixo.” Em 1.687 Isaac Newton demonstrou matematicamente a energia gravitacional, chegou a seguinte expressão F=Gmm'/d2, onde F significa força, G a aceleração gravitacional, m a massa de um corpo, m' a massa de outro corpo e d, a distancia entre eles, esta equação nos leva a outra que afirma que o peso é igual a massa vezes aceleração, ou seja, em 1.857, seja como for, eles tinham obrigação de saberem disto; estamos falando de um professor afinal, a gravidade é intrínseca à matéria, não existe uma sem a outra e mais..! “fora das esferas dos mundos” há peso na forma de massa, ocorre que não sentimos influência deste, justamente por “distribuição” gravitacional, ou seja, no espaço ou se orbita um corpo estando em equilíbrio gravitacional, ou se tem a impressão de vagar, mas, na verdade, cai-se em direção a influência gravitacional do corpo ao qual se atravessa o campo de ação, não há espaço vago para a força gravitacional, ela age inversamente proporcional ao quadrado da distância, mas pode ter certeza.., ela está lá! Interage, inclusive, com a luz, ficando demonstrado que esta também tem massa (teoria corpuscular), os conhecidos “buracos negros” são exemplo material disto.
Das questões 30 até 34 é preferível colocar-se as idéias e conceitos atuais, do que contestar as informações contidas neste trecho.
Inicialmente, o que se entende por matéria é, até determinado ponto, relativo contemporaneamente, o adensamento da energia é a tese. “Pions”, “Mésons”, “Muons” e alguns outros são componentes denominados de subpartículas com características energéticas que montam agregados ainda subatômico que estruturam o neutron, o elétron (um dos três pares elétron-neutrino), estes agregados são conhecidos como "Quarks"(Teoria Quântica, de Plank), estes adensados pertencem a um “terreno” onde a física e a química clássicas cedem espaço para novas teorias e sistemas estudados na físico-química e física-nuclear, onde valem outras leis naturais, mas nada de sobrenatural ou transcendental. O neutron é a linha divisória entre a matéria estruturada e o adensamento energético de sua formação. Por definição conceitual, ele é considerado um estágio elementar de matéria, pois, por observação analítica na física-nuclear, já se viu que a “quebra” de um neutron isolado resulta sempre em energia e não mais em “pedaços” de matéria (como entendiam o conceito de átomo os gregos antigos).
O neutron isolado é entendido como massa e energia, não há precisamente uma definição, porém ele responde a ação gravitacional (matéria) e interage ao meio como energia em equilíbrio, quando isolado, esse equilíbrio entra em colapso, o neutron libera uma subpartícula energética denominada de neutrino e uma partícula (beta), muito conhecida hoje em dia, o elétron ; este passa a orbitá-lo e, então, passamos a chamá-lo de próton (nêutron que cedeu um par elétron/neutrino) e, assim, forma-se o primeiro elemento (átomo) de matéria comum do Universo, o hidrogênio, que por ser o mais elementar é, obviamente, o mais abundante.
O mencionado elemento primitivo (no texto, questão 30) pode, de certo modo, ser considerado o neutron , não havia, naquela época, um conceito fundamentado em bases científicas como agora, mas, intuitivamente, esta idéia é integrante da humanidade desde a Grécia antiga. A formação dos elementos naturais segue um padrão lógico de “montagem”, no Universo, as “prensas” estelares produzem, com abundância, todos eles; apenas como exemplo, vejamos a formação do gás hélio; dispondo de quatro átomos de hidrogênio, “aperta-se” numa fornalha estelar e eis aí um átomo de hélio, dois prótons, dois neutrons e dois elétrons, dois dos átomos de hidrogênio quando “apertados” recebem os “neutrinos” de energia e os elétrons (partículas beta) de volta ao próton que volta a ser nêutron e, dessa forma, passam a fazer parte do novo elemento, os outros elementos seguem o mesmo raciocínio, na seqüência lítio, berílio, boro, etc.., formam, hoje, cento e nove (e aumentando) elementos organizados em uma tabela periódica de uso prático. Ultrapassar estas informações básicas, chama-se especialização e, aos interessados, há literatura dirigida e também, cursos ministrados por seres humanos “encarnados”, segundo informações obtidas.
Há uma nota de rodapé, referindo-se à resposta da questão 33 que é verdadeiramente uma aberração informativa, existe uma desinformação estrondosa, tanto no que diz respeito à “hipnologia ” (magnetizadores), quanto no conceito químico de formação básica (nada de aprofundamentos); inicialmente, nenhuma vontade de “magnetizador” algum, altera a constituição química de material qualquer, o que um hipnólogo produz, isto sim! é uma “sugestão hipnótica, ou pós-hipnótica” com a qual o “sujet” concorda e ocorre, então, um processo psíquico que altera as glândulas do paladar deste último, fazendo-o perceber, de modo distorcido, o sabor do que ingere e por memória genética (ou não), este lembra gostos diversos ao degustar um ou outro tipo de alimento ou bebida, dependendo das sugestões do profissional mencionado, o “transe hipnótico”, como é conhecido, causa efeitos incomuns, mas nada de transcendental, ocorre apenas, e tão somente, a liberação mais acentuada do “inconsciente” e este, sem o “policiamento” da razão consciente, age sem barreiras até um limite que ofereça riscos ou constrangimentos ao “paciente” (sujet), que “acorda” imediatamente ao sentir tais ameaças.
A segunda colocação é classicamente errônea, o oxigênio não reage na água além do limite de ligação polar, ele pode ser acumulado nela, pois esta o dissolve com grande facilidade por polarização, chega-se a cento e trinta volumes por litro em condições normais de pressão e temperatura, este oxigênio acumulado produz a oxidação dos materiais suscetíveis a ele e são muitos, por isso esta corrosão é comum. Não há, de modo algum, “forças” místicas que produzam este efeito; posso até aceitar um colega espiritual estudioso da “química” colocando oxigênio na água, mas nunca a vontade, transformando a água em ácido, isto é realmente coisa de circo e penso que, apesar do humor impresso neste trabalho, espiritualidade não deve ser coisa de “circo”, com todo o respeito aos profissionais do ramo. Na verdade, nota-se, nitidamente, uma tendência “bíblica”, colocando algumas ocorrências naturais, como aparentes “milagres” ou pelo menos, surrealismo (nos dias atuais) em toda literatura “Kardequiana ”, como se faltante tal ênfase, a obra não seria considerada séria. O propósito é verdadeiro e o objetivo justificável, porém, os caminhos adotados é que se tornaram tortuosos por decorrência natural, pois demonstrar uma tese desconhecida por métodos não sabidos é o mesmo que “ao cair, segurar-se no chapéu”.
As questões 35 e 36 são indicadas para quem quer fazer “meditação transcendental”, a eternidade escorre pelas bordas do infinito. É coisa para “gênios”.
Capítulo III- Criação (e pretensão)
Os devotos que nos perdoem, contudo, devemos compreender que no mínimo ocorre um terrível incidente, ou Deus não sabe o que faz, ou os espíritos definitivamente são “maiores” do que Ele, ...entendamos com o que segue; para considerarmos válidas as informações apresentadas por eles, obrigamo-nos a ponderar longamente; ...dúvida? O início da tese espiritualista, apresentada nesta mesma obra (Kardequiana), declara que o princípio das coisas era criação de Deus e que a evolução é parte deste monumental trabalho se, no entanto, a humanidade estivesse esperando, desde sua criação pelas informações dos espíritos, para que seria necessário tanto trabalho evolutivo? quando, em três ou quatro páginas, os espíritos transmitiram todos os segredos da formação do Universo e da criação! Isto é pior do que a “historiazinha” dos sete dias bíblicos. Aos poucos interessados, que por ventura lerem esta modesta obra, coloca-se em cheque o seguinte pensamento; onde, verdadeiramente, está o pouco caso ou escárnio em relação a um trabalho sério? nas colocações totalmente aleatórias e incorretas a respeito do conhecimento humano que foi acumulado em milênios de estudos e até infinitas vidas sacrificadas em prol da evolução, feitas por espíritos que se arvoram em ser qualificados como a “terceira revelação ”, para a humanidade em muitas gerações, promovendo verdadeiras Plêiades de crédulos mal informados, ou às justificadas críticas formuladas por um simples “José Ninguém ”, que com a leitura feita, já observa falhas “monstruosas”, observáveis mesmo pelas crianças? Como.., em sã consciência, podemos compreender que um espírito que se identifica por “Sócrates”, ou “Platão” e até mesmo “Franklin” (entendamos Benjamin F.?) e outros, todos personalidades famosas, inclusive, por suas ponderações e mente aberta, assumiriam fornecer informações que ultrapassavam, em muito, suas áreas de domínio? e muito mais, informações estas, que sabidamente ficariam presas à responsabilidade e aos conhecimentos comprometidos com o acervo cultural da humanidade. É tanto verdade..! que como “David” derrubou “Golias”; este que vos escreve, sem predicado algum, contesta, sem possibilidade de réplica, quase todas as “pretensas” teorias apresentadas até o momento e continuará contestando, como se verá. São erros verdadeiramente infantis.., óh..! blasfêmia..! dirão os defensores das “grandes” revelações “religiosas”, sim..! religiosas e completamente infundadas e a ciência tão criticada pelos “santos” reveladores, prova dia a dia que só o conhecimento considerado materialista por eles é, e será sempre, a terceira e mais infinitas revelações e demonstrará, inclusive, a existência do Universo “espiritualista”, apoiada em raciocínio lógico, bom senso e, principalmente, “provas” materialistas ou não mas, seguramente, racionais, demonstração esta desprovida de interesses do tipo que mantém uma infinidade de “fiéis” sustentando financeiramente um outro credo como tantos o que, originariamente, não era para ser, mas compreende-se, é extremamente difícil controlar-se diante de tantos devotos “coçando” os bolsos, para colocar no lugar daquelas casinhas velhas alugadas e mantidas pelo suor de tantas senhoras e senhores cheios de boa fé e caridade, os verdadeiros palácios de mármore e granito, que tanto foram criticados quando era apenas o clero romano quem os possuía. Critica as obras “espíritas” quem não lê, é a afirmativa; se “lê” não entende, dizem os “experts”.
Contudo, este autor acumula uma “vida” desta leitura. — E ainda não entendeu..? perguntarão.., realmente não..! como é possível, nos dias de hoje, se entender de “geração espontânea”, “flogístico”, “fluídos que ora são magnéticos ora são elétricos e ora são coisa nenhuma”, como entender afirmações do tipo, “o nada é coisa nenhuma e o nada não existe” ou que “o espírito para nos é alguma coisa”. O próximo para nós, é um Ser Humano e não alguma coisa, “alguma coisa” para nós é, e continuará sendo, abstrato. Aliás, sendo completamente “malicioso”, convenhamos.., quando uma criança faz uma pergunta que ultrapassa os limites do conhecimento disponível, a resposta é, invariavelmente, “ainda não está na hora de você saber isto”, ...pobre criança; pobre de nós..!
A extensão dos comentários quase faz o esquecimento do propósito; voltemos às questões; “tratam” da “criação”, insisto.., daremos atenção às mais polêmicas apenas, as de número 37 e 38 são apenas citações bíblicas, sem comentários. As de números 39 a 51 porém.., carecem; vamos a elas:
“Poderemos conhecer o modo da formação dos mundos?”
“Tudo o que se pode dizer, e podeis compreender, é que os mundos se formam pela condensação da matéria disseminada pelo espaço”.
Teoria já bem discutida naquela época, a resposta não deve ser considerada surpreendente.
(40)-“ Os cometas seriam, como se pensa, um começo de condensação da matéria e de mundos em via de formação?”
“Isso é exato; mas o que é absurdo é crer-se em sua influência. Quero dizer, a influência que vulgarmente se lhe atribui; porque todos os corpos celestes tem sua parte de influência em certos fenômenos físicos.”
Absurda é a resposta, os cometas são hoje verdadeiramente radiografados, estes são apenas aglomerados de gazes, água congelada e muito barro, um ou outro elemento mais ou menos comum e só, encontrados aos biliões nas chamadas nuvens de Oort, ao redor de 5 trilhões de quilômetros do Sol; como isso justifica um adensamento primordial de formação estelar, condensando massas incomensuráveis de hidrogênio que chegam a montar sistemas inteiros e até galáxias? E, na seqüência, o esclarecimento sobre influência astral é misticamente tendencioso, se contradito, responderá sobre “influências” gravitacionais ou ondulatórias ainda desconhecidas no período, se concordante, receberá até um mapa astrológico.
(41)-“Um mundo completamente formado pode desaparecer e a matéria que o compõe disseminar-se de novo no espaço”.
“Sim. Deus renova os mundos como renova os seres vivos”.
Sem dúvida..! Deus passa o tempo “atirando” um mundo no outro, sem contar os que Ele tropeça! Francamente..! O Universo tem sentido lógico! De um adensamento, chega-se normalmente a uma ou mais proto-estrelas, estas “vivem” e queimam seu combustível nuclear, desabam formando estrelas secundárias, o nosso Sol, por exemplo, com sistemas planetários ou não, queimam novamente seus combustíveis transformam-se em gigantes vermelhas e desabam novamente, formando anãs brancas, estrelas de neutrons, anãs negras e até os “buracos negros”, mas isto é processo natural e seqüencial, é até mesmo previsível através dos radiotelescópios . Os aglomerados renovam-se constantemente, independente de interferências “mirabolantes”, o Universo já não é em si, um “milagre”? ...A atuação divina nem teria que ser tão inteligente para “prever” (se caso fosse) antecipadamente tais acontecimentos, uma vez que os tivesse concebido, a visão de fazer ou desfazer “mundos” é simplista ao extremo, ao continuar-se o ponto em questão, corre-se o mesmo risco; portanto.., basta!
“Poderemos conhecer a duração da formação dos mundos: da terra por exemplo?”
“Nada te posso dizer a respeito, porque só o Criador o sabe, e bem louco seria quem pretendesse saber ou conhecer o número de séculos dessa formação.”
Quatro biliões e seiscentos milhões de anos aproximadamente, sim..! “aproximadamente” porque Deus não lembrava-se com exatidão, quando informou um tal de “Bertram B. Boltwood”; afinal já fazia tanto tempo..! Em 1.907 este americano, que de “louco” nada tinha, sugeriu que as pedras que continham urânio e chumbo com certeza tinham ao redor de 4,6 biliões de anos, pois esta é a vida média para a degeneração radiativa de cinqüenta por cento do urânio que é transformado em chumbo, pois já em 1.896 a radiatividade era conhecida, com base nesta sugestão e o estudo de meteoritos intactos desde o período de formação da terra pelo método da “datação radiativa”, é unânime hoje a aceitação desta “idade” para o nosso planeta e, muito provavelmente, o sistema solar, com o Sol um pouco mais velho, talvez entre cinco e seis biliões de anos. Esse ‘talvez’ é, certamente, bem menos pedante do que, “bem louco”.
A resposta à pergunta 43 é de uma “precisão” científica assustadora, “precisa” estudar mais para assustar menos, ele disse; “... não sei..!”
A questão 44 é aviltante à lei da “evolução”. Ou neste caso Deus “errou”? ...Se os germes das espécies estavam latentes no espaço “aguardando” o momento certo de eclodir, tudo já estava pronto e não evoluiu.., então, onde estes germes foram “fabricados”? seria ilógico repetir as informações disponíveis em qualquer literatura a respeito e já citadas acima, mais de uma vez.
A resposta da questão 45 "recebeu" um remendo “momesco”, além de concordar, “melhora” os esclarecimentos a respeito da teoria da “geração espontânea”, as de número 46, 47, 48 e 49, depois de um esforço enorme, devemos declinar da contestação; simplesmente por falta de “fôlego”.., é impossível, à luz dos conhecimentos atuais, fazer-se comparações. Era a mentalidade da época..! dirão eles, os “doutrinadores”! Sim..! respondemos.., acontece porém, que a “terceira revelação” era definitiva.., os que nos “informaram” eram superiores “sabiam tudo”, isto é explícito em toda a literatura. E agora..? foi um engano? ...não era neste planeta que devia-se fornecer tais informações..? tanto quanto o “leiteiro” quando erra de porta!
Mas .., será que até a “porta” esta errada..? Por que não se prenderam “eles...”, no campo da moral..? onde a trilha é segura e bons costumes não tem propriamente época, ainda que se alterem! Se a obra “Kardequiana” não fosse escrita por "iluminados", estaria esquecida, não teria seguidores nem "sacerdotes", sacerdotes, sim..! São eles que carreiam multidões para "ouvi-los" (mercadores de ilusões) nos "templos", personalidades carismáticas, vozes impostadas, vaidade infinita, donos da verdade tanto quanto muitos dos "espíritos" que "ditaram" a obra ora comentada, aparência frívola, falsa modéstia quase ao exagero, o típico gênero político às vésperas de eleições, garantia integral de "faturamento", não há riscos..! É exatamente o que esperamos deste trabalho, com a diferença de que aqui, os espíritos não ajudam a ganhar, se puderem, vão "atrapalhar" e o que for possível "faturar", é fruto de iniciativa e trabalho próprios e riscos comerciais normais de qualquer empreendimento não religioso, recolhendo impostos por não se tratar de obra "social". Oh..! E as exceções..? Sim..! há, e não se pensa negá-las, contudo, tão poucas, que quase ficam esquecidas, aliás.., é traço comum à humanidade..! As “exceções” produzem e são raríssimas, e a maioria "vive" delas, explorando a massa restante total e, então, podem eles, novamente afirmar; "...os bons tempos estão de volta, desde que não nos apareça outro (ou o mesmo) “Cristo” pregando a pobreza e a fraternidade". Bem..; nesse caso, Judá ainda está aqui! E os Romanos também..!
As questões 50 e 51 concordam com as anteriores, em que não é possível se saber a idade da Terra, entretanto, localizam, no tempo, a existência de Adão. Só não foi encontrada a "costela", que se transformou em "Eva" e que.., fugiu com a “cobra”.
Comentando elucidativamente, este trecho verdadeiramente conturbado, informamos apenas aos menos avisados, que foi montada uma experiência há bem pouco tempo (1.953; experiência de Stanley Miller), em um laboratório especialmente preparado, onde a partir da "sopa primordial" , ou seja, uma suspensão de vários tipos de sais em água que seria, tecnicamente, uma possível composição ocorrida no período, expuseram em envoltório próprio, à presença de gazes também viáveis de estarem presentes na ocasião, criaram, artificialmente, descargas elétricas de alta intensidade e banhos constantes de raios ultravioleta, além, é claro, dos demais requisitos necessários , luz comum (Sol), calor acima da normalidade atual, etc... criaram, enfim, condições equivalentes aos primórdios do tempo na terra. E..! Vejam só, conseguiram encontrar, nas análises posteriores, amostras contendo nada menos do que aminoácidos, a base para a formação das proteínas; enfim.., o "verdadeiro" princípio vital biológico e, garantidamente, não foi "Deus" quem preparou aquele laboratório e também não impediu que os cientistas conhecessem mais, apenas deixou que a evolução seguisse o seu curso. E isso é lei imutável, para quem "vê", é o que basta.
As questões de números 55, 56, 57, 58 ficarão bem melhor elucidadas efetuando-se o comentário diretamente, se necessário, transcreve-se um ou outro trecho das referidas respostas ou perguntas (logicamente contando-se com a leitura paralela na íntegra do que se comenta). A referência da obra comentada é feita à habitabilidade dos mundos em geral no Universo, contudo, foi particularizado, por óbvias razões, o nosso sistema solar.
Não há como se contestar, fundamentalmente, o raciocínio, por questões lógicas, entretanto, existe, definitivamente, um sentido totalmente sonhador, principalmente nos exemplos em foco, inicialmente, porque falam de vida biológica; seja esta como for (imaginem-se até o mais bizarro dos seres, há de ser de matéria biologicamente organizada). Vamos, portanto, em partes, analisar a situação exposta:
A mentalidade que considera (apenas considera) a vida provável fora da "nossa" pequenina Terra, tem lógica, senão vejamos, a Via Láctea, a galáxia em cujo interior o sistema solar que habitamos existe, mais precisamente no terceiro braço espiralado desta, aproximadamente a cinqüenta mil anos luz do seu núcleo, contém, em números avaliados por observações e conclusões de renomados estudiosos (astrofísicos), algo ao redor de cento e trinta biliões de sóis (estrelas), sem contar os possíveis sistemas de cada um (muitos, hoje, já confirmados visualmente), por outro lado, estas mesmas observações e conclusões levaram estes cientistas a afirmarem a existência de outras cento e trinta (ou mais) biliões de, vejam bem..! galáxias. E, notem, a nossa é relativamente "pequena", a galáxia Andrômeda, uma de nossas vizinhas mais próximas, desprezando-se as nuvens de Magalhães, é perto de quatro vezes maior que a Via Láctea. As cartas Uranográficas apontam milhares delas com seus respectivos números e localizações. A quantidade de "zeros", após os dígitos significativos, em uma multiplicação de possíveis mundos girando em torno de cada estrela, é simplesmente estonteante, portanto, é muito fácil estimar, com todo o cuidado de não exagerar, ao falarmos em 0,1 por cento, já se obtém muitos biliões de prováveis mundos habitados. Por isso, essa idéia tem, basicamente, estrutura para ser conjeturada.
No entanto, ao exemplificar e “narrar”, deixam, os espíritos, seus "sonhos" inebriarem-nos e divagam por campos além do alcance de seus conhecimentos, mas..! Como seus "ouvintes" eram fiéis e muito crédulos, estes (os espíritos) levam ao “infinito” seus delírios. Não se pretende incorrer no mesmo erro neste trabalho, onde até seria “perdoável” uma vez que quem esta escreve é, se volta a frisar, um Ser Humano sem predicado algum. Vamos, então, manipular a área que serviu de exemplo “aos espíritos” para comprovar se, de fato, há vida do tipo "biológica" além da nossa, no SISTEMA SOLAR, que nós vivemos.
Inicialmente, devemos considerar as condições físicas para sobrevivência de um ser biologicamente constituído: Temperatura; qualquer que seja a constituição de um ser orgânico, do mais frágil ao mais resistente, ele vive em um limite entre um máximo e um mínimo de temperatura; vamos, então, considerar os extremos, iniciando por baixo; nos pólos terrestres, as temperaturas ultrapassam, em muitas ocasiões, a casa dos -70º C (setenta graus Celsius negativos), ou seja, setenta graus abaixo de “zero” (o ponto de solidificação da água), nos locais onde isso ocorre, os pesquisadores fazem coletas de amostras para uma quantidade imensa de estudos, entre eles, a possibilidade de encontrar vida biológica e até encontram vestígios desta verdadeiramente fossilizada (micro organismos, bactérias, etc..), abaixo disso, a vida, mesmo "fossilizada", deve ser praticamente desconsiderada, não, necessariamente, por não suportar, mas por não reunir condições de ser "iniciada", as que foram encontradas certamente chegaram lá carregadas ou pelos ventos ou pelas correntes marítimas, ou movimentação das placas tectônicas e lá ficaram completamente desativadas pelas condições climáticas e só. Olhando agora por outro extremo, o calor é necessidade vital a um organismo tanto vegetal quanto animal, contudo, o limite deste é bastante restrito, vejamos, todos os seres vivos atuam acima do ponto de solidificação da água (zero graus Celsius), logicamente alguns graus a mais com variações, considerando espécies próprias de regiões frias, peixes, alguns batráquios, certas aves etc.., porém todos, sem exceção, utilizam, de alguma forma, um processo de compensação, os mamíferos, verdadeiros casacos de peles com pelos e outros recursos naturais, camadas enormes de gordura (excelente combustível e isolante térmico); as aves, penugens espessas e oleosas, enfim.., a manutenção de uma faixa de temperatura ideal para que ocorram as reações químicas necessárias, evitando a hipotermia, ou seja, o colapso por deficiência térmica; no ser humano, o equilíbrio térmico interno é ao redor de trinta e seis graus Celsius e a climatização externa de conforto completo está entre vinte e dois e vinte e cinco graus Celsius, suporta, entretanto, bem menos e, também, muito mais, para cima a vida é sustentável até bem próximo de sessenta graus Celsius, é claro que apenas os muito resistentes se mantém a estas condições, acima disso, a situação torna-se caótica, o corpo padece por desidratação e perece, até animais de grande porte não resistem, no entanto, algumas formas de bactérias sobrevivem em condições extremas até mesmo em fornos moderados (pouco acima de cento e cinqüenta graus Celsius), acima disso, começa um processo de carbonização, ou seja, os organismos vivos são constituídos principalmente de carbono (quando é eliminada a água), da queima deste originou-se o termo "carbonizar", quando se fala em carbonização as possibilidades de vida simplesmente não existem.
Uma segunda reflexão à manutenção da vida: Combustão química; quando se fala em vida biológica, não há meios de se imaginar um ser sem dinâmica de expressão, isto é, esta se manifesta comunicativamente de uma ou outra forma e com isso consome energia e, para tanto, precisa produzi-la, isso requer "queima de combustível", alimentação onde a cadeia alimentar exerce a função principal e a síntese deste combustível que é processado por oxidação, ou seja, todo ser que vive obrigatoriamente respira, consumindo oxigênio, dióxido de carbono (caso dos vegetais) e nitrogênio (síntese efetuada por bactérias anaeróbias), apesar de existirem outros tipos de oxidantes como o cloro por exemplo, é humanamente impossível imaginar um ser vivo respirando cloro ou amônia, apesar de que algumas espécies de bactérias idealizadas geneticamente são passíveis de tal façanha, contudo, haveria de ter condições climáticas, para possibilitar a atuação desses gazes com esta finalidade mas.., não estamos escrevendo ficção para "voar" nas asas do pensamento; aliás..! É justamente, o que se contesta aqui.
Ao que se expôs nota-se, nitidamente, que existe uma relação direta entre o estado físico da água e a vida biológica. Onde há vida como a entendemos, certamente encontraremos água no "estado líqüido", onde houver água, nesta condição, é muito provável encontrar-se vida. Assim, vamos fazer um "passeio" hipotético pelo nosso sistema solar, do centro à periferia e, ao "sobrevoarmos" os corpos celestes que encontrarmos, iremos "olhar" as possibilidades que estes tem de eclodir em vida (o “Génesis” verdadeiro).
O Sol; a Estrela Mater do nosso sistema é uma estrela secundária, isto é, foi gerada de outra, antecessora maior e muito mais quente, ao "desabar" esta, restou o nosso sistema todo e, provavelmente, muitas partículas que se desprenderam da ação gravitacional interna e evadiram-se pelo espaço exterior (viavelmente, muitos dos cometas que vagam ainda hoje pelo nosso sistema sejam partes desta "implosão"). Trata-se de uma estrela da classe espectral G-2, é amarelo e queima, como combustível, o hidrogênio, seu diâmetro é de um milhão, trezentos e oitenta e quatro mil quilômetros, sua massa relativa é aproximadamente trezentas e quarenta mil vezes a massa da terra e a temperatura superficial é de seis mil graus Celsius; seu tempo de existência gira ao redor de seis biliões de anos, como já consta acima. Bem..! talvez seja desnecessário discutir "vida" nele.., não acham?
Ao nos afastarmos mais ou menos cinqüenta e oito milhões de quilômetros encontraremos o primeiro planeta a orbitá-lo, Mercúrio; este planeta tem, de diâmetro, quatro mil, oitocentos e setenta e cinco quilômetros, gira ao redor do Sol (revolução) em oitenta e oito dias, sua massa corresponde a cinco e meio por cento da massa terrestre; sua densidade é de cinco vírgula quatro gramas por centímetro cúbico, bem próxima a da terra. Comparativamente, este planeta e a terra tem diferenças tão significativas que, logo a princípio, se entende a impossibilidade de existência de vida nele; mas..! vamos às justificativas: Cinqüenta e oito milhões de quilômetros, a visão do Sol em sua superfície deve abranger perto de cinqüenta e cinco por cento da abóbada celeste na face exposta, imaginem a "fornalha" que mantém, como a cerâmica para calcinar, um planeta inteiro, a temperatura superficial é simplesmente "infernal", ultrapassa de quatrocentos graus Celsius. Consideremos, agora, um segundo fator, o diâmetro planetário é pouco maior do que o da nossa Lua, como ele poderia manter, gravitacionalmente, uma camada atmosférica..? Quando, sequer, porte para isso tem! Desconsiderando, é claro, que, por expansão térmica, já não haveria mesmo nenhum tipo de gás livre nesta inóspita crosta planetária, água então..! o que se poderia falar? Existe, ainda, um fator característico deste planeta, que tanto quanto a nossa Lua ele sofre um movimento rotacional peculiar e este é equivalente ao dobro do revolucional, então, ele gira ao redor do próprio eixo em cento e setenta e seis dias dos nossos, ocorre, portanto, um efeito duplo de temperaturas, o lado exposto, com temperaturas extraordinariamente altas e o lado escuro, com temperaturas absurdamente baixas, próximas do zero absoluto, ou aproximadamente três graus Kelvin. A vida, em ambientes desta natureza, não tem, sequer imaginativamente, possibilidades de principiar. O calor funde até o aço e o frio chega mesmo a influir no movimento dos elétrons de um átomo, a superfície deste lugar só oferece, quando muito, cerâmica recosida infinitas vezes, por um lado, e congelada ao extremo, por outro, podemos afirmar que ele é “pasteurizado” indefinidamente logo, ele é absolutamente esterilizado, vida lá,.. nem pensar!!
Vamos, então, viajar mais cinqüenta milhões de quilômetros e iremos de encontro ao segundo planeta do sistema, Vênus: Ele orbita o Sol a cento e oito milhões de quilômetros, seu diâmetro difere em apenas quinhentos e cinqüenta e sete quilômetros o da terra, ele tem doze mil e duzentos quilômetros de diâmetro, gira ao redor do Sol em 225 dias terrestres e sua massa é equivalente a oitenta e um e meio por cento da massa terrestre e sua densidade é de quatro vírgula oito gramas por centímetro cúbico, segundo informações atuais fornecidas, inclusive por aparelhos enviados; sua superfície é coberta por uma densa camada de dióxido de carbono e a temperatura superficial está ao redor de quatrocentos graus Celsius e água, se ocorre, está seguramente em forma de vapor super aquecido (como se consegue em uma caldeira, vapor seco). Vida? ...Só se fosse do tipo "carne com verduras" na "panela de pressão" e mesmo assim, exageradamente, passada do "ponto".
Já que, novamente, fizemos uso do humor, devemos mostrar que não somos, de forma alguma, radicalistas; vejam..! em todos esses lugares mencionados, seria, em tese, possível de se manter a vida biológica, alguns "ETs" do tipo "super-homens", poderiam dispor de materiais e equipamentos suficientemente resistentes, para suportarem estas condições; mas..! daí, a entender que a vida teria condições de se formar e fazer parte do processo evolutivo local, é mais do que ficção ou imaginação e não dispomos de termos fonéticos, para designarmos tal idéia, como os próprios espíritos afirmam.
Continuando nossa "viagem", chegamos à Terra e a história dela nos já conhecemos, senão, pelo menos, fazemos parte desta.
Não paremos portanto.., seguiremos ao próximo ponto de parada, Marte; é o 4º planeta do sistema; já se encontra a 228 milhões de quilômetros do Sol, é, por isso, bem mais frio do que a Terra; seu diâmetro é de 6.750 quilômetros; gira ao redor do Sol em 1,88 anos terrestres e sua densidade é de 3,96 gramas por centímetro cúbico. Este, tanto quanto a terra, tem satélite, na verdade tem dois; Fobos, o mais próximo e Deimos, o outro. Teria, em princípio, condições de sustentar vida (sistema de colônia), gerar, no entanto, é muito improvável, devido ao seu tamanho, perdeu praticamente toda sua atmosfera motivado pela fraca ação gravitacional própria, não se percebe em sua superfície a presença de água (há indícios desta nas calotas polares, congelada é claro! Em meados de 1999 se constatou presença de água no estado liquido e até possibilidade de vida bacteriana), até acreditaríamos em vida lá se, ao olharmos através de um telescópio, alguém acenasse com a mão.
Indo à frente, passaremos por Júpiter; o primeiro e maior dos quatro gigantes, 779 milhões de quilômetros de distância do Sol; 142.900 quilômetros de diâmetro, vejam.., "quase a metade da distância entre a Terra e a Lua"; gira ao redor do Sol em 11,86 anos terrestres, sua massa eqüivale a 317,9 a da Terra e sua densidade é 1,34 gramas por centímetro cúbico; é verdadeiramente um monstro planetário, composto quase que de hidrogênio puro, com um minúsculo núcleo sólido de vários outros materiais. Júpiter pode ser considerado uma pequena estrela que estará, indefinidamente, em fase de pré-ignição, pois sua pressão gravitacional é imensa, mas não o suficiente para o início de uma fusão nuclear. Conta com treze satélites (já se localizaram mais quatro e se mantém expectativa de mais) os mais conhecidos são: Amaltéia, o mais próximo e menor; Io, Europa, Ganimedes e Calisto , se imaginariamente ficássemos de pé sobre Amaltéia do lado exposto para Júpiter teríamos uma visão impressionante, o céu todo coberto pelo planeta e, no horizonte, quase que um risco mostrando o espaço escuro. Seria bem mais aceitável esperarmos vida em um dos satélites de Júpiter (há suspeitas de existirem microorganismos nestes), do que no próprio planeta, contudo, as condições em qualquer destes lugares não oferecem possibilidades para esta, pelo menos como a entendemos. Não se pode, aqui, aceitar que a eletricidade tudo resolve, ou que espíritos sobrevivem em qualquer lugar, esta é justamente a proposta contestada. O espírito sequer precisaria de um planeta para existir e se contesta aqui vida originária, não formação de prováveis colônias.
Continuando adiante, passaremos por Saturno, estaremos então a 1,428 biliões de quilômetros do Sol e olhamos o segundo gigante do sistema, seu diâmetro é de 120.900 quilômetros, gira ao redor do Sol em 29,5 anos terrestres, sua massa eqüivale a 95,2 vezes a da Terra; sua densidade é de 0,71 gramas por centímetro cúbico; possui 10 satélites (e mais recém descobertos, o mais importante e maior chama-se Titã sua crosta, a exemplo de Júpiter, é gasosa, com diferença de que o gás predominante é o dióxido de carbono. É, de longe, o mais lindo dos planetas, para ser observado, porque possui anéis luminosos ao seu redor, visíveis a maior parte do tempo para quem da Terra observa. Ainda assim, não oferece a menor chance de produzir vida.
A uma distância de 2,872 biliões de quilômetros do Sol, acharemos Urano, com diâmetro de 46.500, gira ao redor do Sol em 84 anos terrestres, é 14,6 vezes maior do que a Terra; sua densidade é 1,27 gramas por centímetro cúbico, possui 5 satélites e o mais próximo chama-se Miranda. Tanto quanto os outros gigantes, é também um planeta gasoso e esse é o motivo de se "anotar" a densidade de cada um deles, isso define, a princípio, sua consistência geral. Pela distância do Sol que este planeta se encontra, "cá entre nos"; ele só não "trinca" de frio, porque a força gravitacional não permite. Não irão os "Reveladores" dizer que lá se produz fotossíntese com "lanternas" e que o frio serve para conservar os "germes" da vida! Apesar de se saber hoje ser possível a existência de alguns microrganismos que se desenvolvem em ambientes extremos, os “extremófilos”, classificados científicamente de “litoquimioautotróficos” (realizadores metabólicos independentes de luz e calor solar), podemos afirmar tratar-se de adaptações de seres “criados” em lugares conceptíveis à vida e, por migração, adequaram-se a ambientes inóspitos.
Netuno, o oitavo planeta, está em situação semelhante, porém, agravada pela distância ainda maior, 4,501 biliões de quilômetros do Sol; seu tamanho é 45.000 quilômetros de diâmetro; gira ao redor do Sol em 165 anos terrestres, tem 17,2 vezes a massa da Terra; sua densidade é de 1,6 gramas por centímetro cúbico. De lá, o Sol não é mais do que um ponto brilhante no firmamento entre tantos outros, apenas um pouco mais luminoso e só. Falar de vida lá, ainda que negando, é simplesmente absurdo.
Finalmente, veremos Plutão, tão pequeno e tão distante; a ação gravitacional solar o segura com dificuldades, não é para menos, ele está a apenas 5,906 biliões de quilômetros do Sol e, por isso, só foi descoberto, já em 1.930, por reconhecimento fotográfico e definitivamente catalogado com suas respectivas características, em 1.978. O seu diâmetro é de 2.215 quilômetros (registrados pela pioneer-10, sonda espacial), muito menos que o tamanho da Lua (3.470 Km), viaja ao redor do Sol em 248,4 anos terrestres, sua massa é 0,1 da massa terrestre e sua densidade 4 gramas por centímetro cúbico, sólido, portanto. Tem um satélite cujo nome é Caronte. Em um planeta onde prevalecem estas condições, nem a imaginação sobrevive. O Sol, visto de lá, é quase como Vênus visto da Terra.
Além de Plutão, estaremos então saindo do sistema solar ao qual pertencemos e lá haverá de prevalecer as regras das probabilidades já mencionadas. Também existem indícios gravitacionais de um provável corpo de dimensões planetárias além de Plutão, com uma órbita muito inclinada o que dificulta sua localização, este influencia Plutão durante 100 anos, em um período total de 800 anos, seria este o décimo planeta do sistema. Além de outro corpo negro (recém informado) de dimensões quase solares (17 vezes o tamanho de Júpiter), mas este já em espaço interestelar, talvez?.. um pequeno sol que perdera massa para o nosso num conjunto binário antecessor à nossa existência no sistema solar.
Voltando ao livro do professor Rivail,.. o item 59 não é uma questão é, antes disso, uma colocação, ou melhor dizendo, um posicionamento da maneira de pensar a respeito deste assunto, do autor daquela obra. Ele põe às claras a sua visão do processo exposto até o momento e mostra qual a sua posição relativa a religiosidade. E aí sim..! Fica nitidamente a mostra, sua dúbia situação psicológica em relação ao pensamento religioso; senão vejamos:
“...A objeção que se pode fazer a essa teoria é que está em contradição com o texto dos livros sagrados; mas um exame sério faz reconhecer que essa contradição é mais aparente que real e que ela resulta da interpretação dada a um significado freqüentemente alegórico...”.
O segundo parecer (após a vírgula), desse comentário, é extremamente ambíguo, o sentido está mais para: "É claro que está tudo errado; mas..! Por outro lado...".
Sempre se soube (a razão não refuta), que as escrituras "bíblicas" são alegóricas e o termo “sagrado” expressa condição particular, ainda assim, estão erradas e é só. Se estivessem pelo menos no "caminho" do conhecimento, faria parte do acervo bibliográfico "científico" e não apenas das estantes religiosas ou, quando muito, na mão de um sociólogo, historiador ou antropólogo para entender o comportamento religioso e cultural de um determinado período (apenas comparativamente a outros documentos históricos) ou ainda, mostrando a capa (quase sempre de ouro), na mesa de um político hipócrita.
A continuação desse comentário se atém, ainda, em discussão comparativa entre as palavras de "Moisés", a respeito de um cataclismo geológico, o qual "Noé" teria assistido, contra as descobertas científicas, justificando que a ciência concordará que as figuras alegóricas, apenas relatam, em outra cronologia, o que de fato ocorreu; sendo assim, a ciência é que mal interpreta os "fatos" narrados. -Sinceramente..! É verdadeiramente extravagante a percepção que se tem da “prisão” psicológica, que uma geração inteira sofre impregnada da religião. Os personagens, são, sem sombra de dúvidas, "MITOLÓGICOS"; todos, sem exceção, a bíblia é mitológica e os raros fatos reais (distorcidos) devem ser cuidadosamente desentranhados dos “contos” e “novelas”. Os que escreveram livros desta natureza eram sonhadores “congênitos” incuráveis, é próprio, das narrações observadas, que o espírito frio e impessoal, qualidades mínimas necessárias a um “repórter”, não existia. Sim..! Repórter, pois a Bíblia não seria, em tese, mais do que uma série de reportagens ocorridas e relacionadas, acontece, no entanto, que os relatores confundiam-se com os protagonistas e "participavam" das narrativas, dando-lhes interpretações pessoais, adicionando ou subtraindo fatos que lhes convinham. Sim..! há, de fato, algo a se extrair dessas leituras, mas tanto quanto se tira da mitologia grega (Zeus), saxônica (Odim), árabe (Mil e uma noites) e muitas outras. Os contos encontrados em escrituras "místicas" (a bíblia nada é mais do que isso) revelam pensamentos dos povos que viveram estas épocas e, de fato, sempre foram místicos, todos esses Seres Humanos, como ainda hoje grande parte o é, isso é absurdamente fácil de se notar, “numerologistas, astrólogos, cartomantes, videntes, adivinhos e tantos mais especialistas em quimeras e utopias” percebem rendimentos muito além do que os verdadeiros “homens de ciência” conseguem, muitos dos homens que verdadeiramente salvam a humanidade, perecem literalmente na miséria, ao passo que ídolos de qualquer espécie, sem expressão cultural alguma, são consagrados e idolatrados por milhões.
Ocorre que a ciência atual tem seu lugar conquistado e, por isso, goza de certo respeito, mas ainda é pouco compreendida pela maioria e, então, é cotidianamente trocada pelo fantasioso caminho fácil, “reza e terás hoje o que o conhecimento lhe demora entregar”.
O fechamento do comentário do item 59 deixa, inquestionáveis, quaisquer dúvidas passíveis de ocorrer, referente ao relativo temor religioso do professor:
“Por isso, é prudente não se negar, apressadamente, como falsas, doutrinas que cedo ou tarde, como tantas outras, podem desmentir aqueles que as combatem. As idéias religiosas, longe de se perderem, se engrandecem, caminhando com a ciência; esse é o único meio de não apresentarem, ao ceticismo, um lado vulnerável.”.
É esse, sem a menor sombra de dúvidas, um grande "chavão" no qual "penduram-se" os religiosos, na esperança de conquistar os "cépticos" e estes o são, justamente, por não acreditarem no indemonstrável. Não há, em hipótese nenhuma, ponto onde possam convergir ciência e religião; o "deus" que a segunda prega, a primeira, com certeza, chegará a Outro, os rituais praticados por uma são simplesmente desnecessários a outra; as parábolas desta, são incompatíveis com as provas daquela.
OS SETE PRINCÍPIOS DE RIVAIL
suas obras; a tese e a doutrina
“O Livro dos Espíritos” sem dúvidas, a maior obra de Denizard Rivail , apoia-se nos conceitos da época, tanto de parte dele, quanto dos “supostos” espíritos consultados através das questões formuladas, todos vivenciavam aqueles tempos, mais do que simplesmente o viviam, o roteiro prendeu-se literalmente ao tempo relatado, ocasionando características temporais atípicas, não se deve, a isto, considerar críticas e sim naturalidade; a mentalidade estava isenta do preconceito e, com isso, desconsideravam a ponte entre as narrativas e a tecnologia científica que já começava seu galope alucinante, então hoje, olhando-se através dos anos, percebe-se a falta de sincronismo entre o fato narrado pelas perguntas e respostas da obra, com as propostas científicas comprovadamente demonstradas hoje, isto, porém, era próprio da época (no que refere ao autor) , o entusiasmo era a mola impulsora das propostas e este não coaduna com a frieza analítica em qualquer trabalho e, sem o mesmo, não teríamos hoje, alçado vôo ao espaço, pois os riscos, sabidamente, eram infinitamente maiores que as chances de sucesso. Quem analisa muito, verdadeiramente pouco produz, o saldo é o que conta, bom ou mau; este é o peso do homem que, de fato, faz. Não se insinua, aqui, que se deva fazer sem pensar, porém, o original oferece certos riscos que são o “sal” de quem trabalha.
É extremamente importante desde de já, ter-se em mente, que a quase totalidade dos assuntos de que trata o trabalho do professor tem sentido secundário, quando analisados isoladamente da causa principal: “a tentativa de demonstrar o Universo Espiritual”, estes discorrem fundeados nos conhecimentos da época e em um entusiasmo quase “infantil”, próprio do período.
Obra que fundamenta as bases para o entendimento do espiritualismo no ocidente, oferece a linha de pensamento, em sucinta sinopse, exposta a seguir :
O nome: "O LIVRO DOS ESPÍRITOS"
O cabeçalho: ''FILOSOFIA ESPIRITUALISTA".
Antes mesmo da seqüência, deve-se observar, no cabeçalho, referência ao aspecto filosófico da doutrina, é objetivo deste estudo ser entendido por este ângulo, de modo a estar desprovido do sentido fascinante, tendencioso, ou cerimonioso, características de uma religião.
A introdução: “Introdução ao estudo da doutrina espírita”.
A preocupação primária do professor, como não haveria por deixar de ser, foi com a linguagem, as palavras “espiritual, espiritualista e espiritualismo”, foram primordialmente classificadas segundo a sua morfologia em relação as “espírita e espiritismo”, imediatamente se nota sua despreocupação pelo aspecto “religioso”, é óbvio, ele tenta esclarecer um fenômeno natural por um processo doutrinário, “natural”.., porque o é de fato, “doutrinário”.., por tratar-se de um método, e um sistema de pesquisa seja ele qual for, segue uma “linha de pensamento”, cuja designação é “Doutrina”; ele nunca deixou de crer que o que estudava era ciência e quem vai se arvorar em dizer que não..? tudo o que nos é desconhecido, nos será apresentado por ela, a “Ciência”..! A palavra seguinte, também alvo de interesse, veio a ser “alma”, que, por deficiências morfológicas, cria mal entendidos e, buscando de princípio, passar sua verdadeira idéia a respeito desta, este já separa seus vários significados e aponta o de seu ponto de vista; a que eqüivale a “espírito”, no sentido “encarnado ” e individual, não “coletivo” no sentido “panteísta ”, cuja consciência perde-se em um todo, sendo, afinal, o mesmo que se entende por morte.
Esclarece, em seguida, os motivos que culminaram com o nascimento da doutrina espírita ocidental e critica com razão os “Doutos” da época, pois, por excesso de ceticismo, abandonaram, sem aprofundamento algum, um estudo verdadeiro e um caminho novo para a humanidade, estes; por sentirem uma conotação religiosa com os fenômenos, descartaram-nos de pronto, desprezando todos os possíveis indícios de probabilidade científica. Isso ocasionou bem mais de um século de atraso nas possibilidades de comprovação da existência de um provável universo espiritual, apenas hoje se discute friamente (sem paixões religiosas) esta abertura do conhecimento, fala-se, mesmo, em aparelhagem capaz de detectar os espectros espirituais, imaginem se dispuséssemos de estudos catalogados metodicamente, estatísticas repetitivas referentes a personagens identificados, metodologia científica aplicada, provavelmente alguns inventos instrumentais que viabilizassem um intercâmbio eficiente, calculem dispor de um aparato desta natureza acumulados por aproximadamente, cento e cinqüenta anos, é claro que, se não houvesse o preconceito religioso implícito ao fenômeno, os referidos doutos teriam se dedicado obstinadamente ao problema e, como tantos outros, já teríamos ultrapassado as barreiras da espiritualidade e, com certeza teríamos uma visão mais acurada desta, tanto quanto temos da energia nuclear, matéria tão estranha quanto a idéia espiritualista ou a teoria da relatividade na época.
Nesta fase da introdução, o professor faz referência, aos efeitos físicos ocorridos nas reuniões (mesas girantes ) já citados e comenta as comparações com os fenômenos elétricos e magnéticos que eram possíveis de se produzir, porém, destacava os movimentos e códigos dotados de inteligência impossíveis de ocorrerem sem interferência racional e tenta, em vão, hoje sabemos, convencer os cépticos, cita mesmo Galileu Galilei "e as mesas giram" parafraseando este, em situação similar (é óbvio que o cepticismo ainda hoje é acentuado e, com razão, devido ao imenso número de “embusteiros”). Comenta, ainda, que o movimento dos objetos poderia mesmo ser desconsiderado, como porém.., virar os olhos ao fato destes seres se utilizarem de cestos e lápis para manifestarem suas vontades, escrevendo palavras, frases e, enfim, páginas e mais páginas com uma destreza somente equiparada a do ser humano..? poderíamos nós continuarmos duvidando, teríamos, contudo, que contestarmos centenas de milhões de pessoas, de inúmeras gerações, em cento e cinqüenta anos aproximadamente, que testemunharam e, até hoje, testemunham ditos fenômenos. As críticas aos aspectos religiosos não invalidam a realidade dos fatos, assim vale, isto sim..! que a religiosidade cria clima místico, em um fator puramente natural, completamente desligado da face teatral que degenera a verdade.
Menciona a manifestação, também testemunhada, que simultaneamente, em países diferentes, como na América e na França, serem comunicadas instruções com o intuito dirigido à comprovação da existência do mundo espiritual, afasta, com eloqüência, a possibilidade de que as escritas fossem manipulações de prestidigitadores, demonstrando a impossibilidade de coordenação motora e mental conjugada em mais de um médium ao mesmo tempo nos movimentos do cesto e lápis. Dá ênfase à continuidade da natureza do mundo material ao espiritual (interface entre dois universos, cap.-1).
Encontramos, no intervalo VI, um ponto de vista considerado espiritual, “ponto de vista” sim..! pois é, claramente, o modo de pensar de quem o passou, tanto que em linhas anteriores há flagrante discordância de nossa parte desta idéia, "...o mundo corporal não é senão secundário; poderia cessar de existir, ou não ter jamais existido, sem alterar a essência do mundo espírita...". A lógica não nos permite ver desta maneira simplista tal pensamento, inicialmente se há um princípio inteligente e infinitamente eficiente, “Deus”, que os próprios “espíritos” constantemente confirmam, este não teria produzido o que não é necessário, secundariamente, os “espíritos”, seja como for, têm uma origem e esta já foi explicitada como pensamento, sendo outro ponto de vista (o do autor que vos escreve) no primeiro capítulo deste trabalho, finalmente, a matéria é, sem receio de errar, a ferramenta do “espírito” e, na falta desta, ocorreria, sem dúvidas, alterações no "Universo espiritual", passaríamos a eternidade debatendo com a “Inteligência” que manifestou tal idéia. Basta nos adiantarmos no livro até onde encontraremos os "prolegômenos" e lá, leremos o seguinte: "coloca na cabeça do livro a cepa de vinha que te desenhamos, porque ela é o emblema do trabalho do criador; todos os princípios materiais que podem melhor representar o corpo e o espírito nela se encontram reunidos: o corpo é a cepa; o espírito é o licor; a alma ou o espírito unido à matéria é o grão. O homem quintessencia o espírito pelo trabalho e tu sabes que não é senão pelo trabalho do corpo que o espírito adquire conhecimentos.”. É patente a contradição entre as transcrições mas, um pensamento expresso na introdução de tão importante obra não a diminui, até porque, é manifestação exposta com fidelidade pelo Autor daquela. Esta é, a nosso ver, uma das falhas de "sincronismo" mencionadas acima, encontradas através dos tempos, pois, hoje, idéias assim seriam com certeza rechaçadas, encontraremos outras adiante.
Fatos desta natureza não mudam, em nada, o objetivo pretendido pelo professor, ao contrário, corroboram suas afirmativas, pois as Inteligências "entrevistadas" eram parte de nós e como a identidade espiritual era, e ainda é incerta, não há intenções de escárnio em expor que não se concorda com esta ou outra idéia, primeiramente, porque poderia ser o Autor nesta, como qualquer um, a expressá-la, hoje o ponto de vista deste, já não é o mesmo, secundariamente o que esta impresso no trabalho que vos apresento, também, com certeza, será repelido de várias formas, no entanto, aquele como este modo de pensar servem de precedentes para novas estruturas filosóficas.
A citação coloquial na terceira pessoa relativa à personalidade "divina", a seguir do comentário que se refere ao "mundo corporal" , reporta-nos, também, à primeira colocação do intervalo VI: "Deus é eterno, imutável, imaterial, único, todo-poderoso, soberanamente justo e bom.”.
Eis aí uma descrição de um “deus” criado a nossa "imagem", realmente o entendimento humano sempre se encaminhou neste sentido, o "super-homem" religioso; senão vejamos:
Quando a curiosidade humana invade o "universo espiritualista", encontra, em geral, funções abstratas, o subjetivismo é abrangente, fica então tortuoso o caminho para o silogismo, não há ponte natural de raciocínio lógico e, automaticamente, assume-se uma posição de dogmatismo, a tendência é sintomática!
Ao se adotar uma doutrina não antagônica aos predicados científicos e, simultaneamente, explorar os conceitos espiritualistas, obrigatoriamente, devemos nos condicionar a uma linha de conduta teórica apoiada em critérios funcionais, onde exclusivamente o senso lógico e puramente racional transite, e isso é difícil, porém, necessário.
Logo, partindo da análise feita à frase grifada, teremos; "eterno, imutável, imaterial, único..." formas de identificação de algo ou alguém que transcende ao sincronismo inteligível humano e, por “criá-lo” inatingível e inexplicável imediatamente se apõe um "carimbo" e coloca-sê-o em uma "caixa", assim "Ele" fica do nosso "tamanho" e “próximo” aí, podemos "vê-Lo", mas ainda não "no-Lo" entendemos, então, completamos a operação qualificando-O como segue; "...todo-poderoso, soberanamente justo e bom", qualidades do homem de uma visão utópica; sim..! um "super-homem". A visão espiritualista agrava ainda mais esta condição, pois, sem dúvidas, considera o “Espírito” eterno (imortal), imutável (evolui mas não altera), imaterial (o Ser em essência, também inatingível), individual (cada um, é sem dúvidas, único). Qualifica-o, também, pois todo espírito que atinge uma “provável” perfeição é “todo-poderoso, soberanamente justo e bom” ou não seria perfeito, segundo esta visão! Assim.., ou seremos deuses, ou Deus é tão somente, um “super- espírito”. Talvez.., apenas talvez, todos estejam com a razão, ainda que inconscientemente..!
Ora..! aceitemos o fato de que somos incapazes de entendê-Lo, em verdade, até de admiti-Lo, apenas sentimo-Lo (por princípio), seria impossível enquadrá-Lo em qualquer tipo de molde racional.
Sabemos porém, que existe origem no Universo, pois, ei-lo aí; a razão aceita isto sem questionar.
Aceitar um princípio para tudo e que esta progênie deriva de uma criação, tem sentido lógico e plenamente viável.
Contudo, qualquer tentativa de demonstrar o que vem a ser o "Ente Criador" desta origem é desperdício de raciocínio. Usa-se maiúsculas para "Deus", simplesmente porque não é irracional destacar o “que” (não necessariamente quem), de algum modo, deu-nos origem, ainda que não "O" expliquemos, a referência a “Ele” ou “O” não tem a intenção de personificar a “Causa Primária” (ainda que enfim, o faz..!), mas apenas “identificá-La” por existente.
O antropomorfismo sempre foi parte integrante da mentalidade humana, criar um "deus" à "nossa" imagem é um passo. E assim foi feito.
Tanto quanto "encaixotar" Deus, também já Lhe atribuíram incumbências, é óbvio..! se existe.., tem que fazer algo!, entendamos pela seqüência destas frases: “..Entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie humana para a encarnação dos espíritos que atingiram um certo grau de desenvolvimento, o que lhe dá a superioridade moral e intelectual sobre os outros.”, isto demonstra, indubitavelmente, que os homens e, também, os “espíritos” daquela época, eram mesmo daquela “época”, vejamos.., sabe-se que, eliminando-se as fantasiosas teorias dos “extra-terrestres”, o ser humano desenvolveu-se de um tipo de animal primitivo, classificado paleontologicamente como “Dryopithecus”, alcançou o estágio classificado como “Aegyptopithecus”, os “símios”, de onde veio a se desdobrar no “ptecantropos”, seguiu seu caminho evolutivo e passou por novas adaptações, até o Australopithécus Aferensis, cuja idade remonta, aproximadamente, cinco milhões de anos e transformou-se no “homo-eréctus” e, assim por diante, até o sapiens-sapiens, demandou, com isso, milhões de anos, isto desprezando o fato de que o próprio “Dryopithecus” também teve origem, ora..! a teoria evolucionista é completamente racional, ainda que não totalmente explicada pelos antropólogos, paleontólogos, etc... E para os que “sonham” com a origem através dos “Ets”..; como eles tiveram suas origens..? Lá de onde vieram. Devemos sentir muito, porque é romântico pensar desse modo, entretanto, com certeza não se consegue imaginar a evolução como uma escolha, ela é imperativa, inexorável pode até ter uma origem, o que seria temático, pois “origem” também é evolução de um estado de coisas para outro, mas, sem dúvidas, ocorreu como conseqüência natural e podemos aceitá-la até como prevista, quando do “princípio”, mas.., escolha de um Ser, que entende-se como “pronto”, e esperando por um espírito, é ilógico, o espírito sim..! Este é quem esperou ou até evoluiu paralelamente, para se conjugar com o organismo humano. Quando se pensa em “Deus” como causa primária, abre-se um imensurável universo de coerência, com a origem da matéria através da energia chega-se a vida e à inteligência, intrínseca à esta, independente da sua “procedência”.
Divagando.., hipoteticamente, tentaremos exemplificar fantasiosamente: – Imaginemos a nossa “Terra” não ser exatamente a “Terra”, vamos chamá-la de “Oceânica”, percebem..? Logo, devemos vê-la como um globo líquido, não haveria terra exposta, porém, estaria na mesma posição astronômica em relação ao Sol, sua água obedeceria às temperaturas exigidas para a manutenção de vida, ocorreria, com certeza, uma evolução aquática e, quem em sã consciência negaria a possibilidade de adaptação espiritual inteligente, a um ser adaptado ao meio e, contestaríamos então, a seguinte frase: “...entre as diferentes espécies de seres corpóreos, Deus escolheu a espécie aquática para a encarnação...”, para quem acha a analogia absurda, lembramos que os golfinhos são considerados, por muitos estudiosos da espécie, como “semi-racionais”, dotados de inteligência, no mínimo, muito peculiar. É claro que dificilmente esta “civilização” viria a conhecer o fogo, presumivelmente a nossa primeira descoberta!
O que está em foco nestes comentários ao trabalho do professor não é a qualidade das informações, um jornal não é ruim porque noticia um crime, o que se busca de verdade é quebrar as amarras que obliteram literalmente nossos horizontes, dar asas à mentalidade criativa, à imaginação original e desprendida do preconceito ainda que de mãos dadas com a razão. Combate-se, aqui, as idéias pré-concebidas, apenas porque nossos antepassados assim apregoaram e, vejam.., está claro que os mencionados espíritos questionados eram contemporâneos e literalmente faziam parte do século XIX, pois as idéias eram as mesmas, a única novidade é que eles gritavam por detrás das “cortinas” e nós não lhes dávamos ouvidos e o professor rasgou, de fato, um longo trecho delas, mas hoje (no ocidente), damos-lhes excesso de “ouvidos”, há quem não sai de casa sem “consultar” os espíritos e a nossa iniciativa de que serve..? e os riscos necessários, por que nos negamos a assumir?
Contraditas: Esperamos ser viável nos fazer entender nas próximas linhas; – há um caráter dúbio do ponto de vista cultural em relação ao professor, isso se refere a notória preocupação em separar as informações tidas como espirituais das idéias religiosas, é óbvio que este não permitia “conscientemente” tal tendência por decorrência, esperava ele, o reconhecimento científico do seu trabalho, concernente ao campo filosófico social, e o cunho religioso prejudicava enormemente esta possibilidade, porém, ele era de educação rígida, tradicional, assim, “inconscientemente”, preservava os “bons” costumes da época e, um deles, era, sem dúvidas, a moral religiosa (visão do período), era impregnado da religiosidade por criação, a sua expectativa era acrescer um teor filosófico e científico à religião, não ser renegado pelos seus correligionários de cultura e fé, conseguiu, infelizmente, inimigos nos dois extremos, os religiosos que o condenavam por lidar com coisas tidas como “diabólicas” e os doutos, por considerarem que este se degenerava por idéias vulgares. Nota-se então, nitidamente, conflitos culturais e religiosos nas suas escritas; “...suas escritas..?”; cabe, novamente, um esclarecimento! O professor desenvolveu seu trabalho sobre informações “recebidas”, portanto, estas “escritas” pertencem na forma a ele, nos conceitos apresentados, contudo, à várias pessoas, ainda que “espíritos” e, como adiante haveremos de relatar e questionar, também os conhecidos como médiuns, que queiram ou não, estes participam das idéias e o próprio professor Rivail, novamente. Notem que o professor participa pelo menos duas vezes no que expõe, narrando e ponderando como fosse ainda, um “terceiro”. A leitura crítica da obra denuncia o fato.
Nas conclusões introdutórias, o professor confirma seu pensamento em direção à ciência e à filosofia apenas, deixando isso bem claro como segue o pequeno trecho transcrito:
“A ciência espírita compreende duas partes: uma experimental, sobre as manifestações em geral, outra filosófica, sobre as manifestações inteligentes. Aquele que não observou senão a primeira, está na posição daquele que não conhece a física senão por experiências recreativas, sem ter penetrado no fundo da ciência...”.
A parte religiosa foi simplesmente omitida por ser óbvio que esta estaria naturalmente contida na parte filosófica como “prática cultural”, dependendo-se de quem se dispusesse a esse fim, ou seja; ele não pregou esta idéia, mas estava preso a ela por conseqüência cultural e todas as suas obras denotam isso, especialmente no “evangelho segundo o espiritismo”, não há nisso mal algum, contudo, a moral vinda do conhecimento é decorrente e se amolda ao caráter, quando porém, vinda da religiosidade é compulsória e se impõe, não se adequando plenamente. Assina por fim, sob seu pseudônimo ao final desta introdução.
Sendo o objetivo das obras do professor Denizard demonstrar a veracidade do plano espiritual, vale trabalhar vários trechos de seu questionário aos prováveis espíritos entrevistados e, daqui por diante, eliminaremos a proposta de probabilidade, quando das referências aos “espíritos”, tomá-los-emos definitivamente, como aceitos, identificando-os por “Inteligências”, de outra forma esta obra não teria sentido. Serão escolhidos preferencialmente os pontos controversos; consideradas as informações atuais e, ao contrário das rotas de colisão, serão propostas alternativas de conceito, ainda que sabendo estas, sempre discutíveis.
Nota muito importante: Há, no decorrer dos comentários a seguir, severas críticas, contudo são dirigidas às respostas quase que invariavelmente, subentendendo-se estas, efetuadas pelos espíritos, embora conscientes da participação, inclusive, dos “médiuns” que de inconscientes bem pouco têm (cap.12), preserva-se a figura do professor o máximo possível; considerando-o um interlocutor enormemente bem intencionado e didaticamente informado, tanto quanto a época possibilitava, ainda que, com certa “ingenuidade” (entusiasmo) em muitos pontos, principalmente elucidativos; isso no entanto, é característica de sua personalidade e boa fé. Referimo-nos a “espíritos”, porque suas respostas são, via de regra, peremptórias, não admitindo alternativas, vindas mesmo de cima para baixo, inquestionáveis, a verdade final é a determinante de suas vozes, vindas de onde, nós, quem sabe..? “nunca” haveremos de chegar e o professor, presumivelmente, por humildade, acatou-as, mas nós não nos sentimos nessa obrigação e pedimos desculpas antecipadas, pela falta desta “humildade”. O professor, imbuído da melhor das intenções, fez uma obra notável.., descortinou a espiritualidade, apenas que, de certa forma, foi ludibriado, cremos mesmo, que os próprios “reveladores”, pelo menos alguns, auto ludibriaram-se. Para que sejamos brandos!
Os prolegômenos estão presentes em sentido bastante figurativo, intencionalmente encorajadores pela luta assumida pelo professor. Em hipótese alguma, nos consideramos à altura de comentá-los.
O capítulo primeiro vai bem de encontro ao pensamento já exposto acima, das três perguntas, obtém-se, verdadeiramente, uma única e definitiva resposta; “não sabemos, só O sentimos”, o resto é dedução.
Seguindo-se até a nona questão percebe-se a insistência do tipo profissional, “provas da existência de Deus”, o que se consegue é exatamente irritar a paciência do mais “iluminado” dos espíritos. Ao analisarmos friamente o problema se nota, de fato, que provar o que sequer entendemos é “mostrar que o fim do infinito, coincide com o começo do eterno”.., roga-se relevar o sarcasmo, mas se lê, nitidamente que, com toda a cortesia possível, os espíritos respondem aproximadamente isso!
Inicialmente explicam-No como postulado, ou seja, admite-se independentemente de se demonstrar, está em nos! A seguir, tornam-no um axioma, quer dizer, é evidente, mesmo um cego literalmente "O" "vê", ou verdadeiramente teríamos que exercer grande esforço para não "vê-Lo". Entende-Lo, entretanto, não é o mesmo.
Passemos diretamente à questão quatorze, por referir-se ao “panteísmo”, uma visão seriamente intrincada da mentalidade religiosa.
“Deus é um ser distinto, ou seria, segundo a opinião de alguns, o resultante de todas as forças e de todas as inteligências do Universo reunidas?”
“Se o fora assim, Deus não seria, porque seria o efeito não a causa; ele não pode ser ao mesmo tempo um e outra.”
Segundo os pensamentos delineados nos dois capítulos iniciais e, de acordo com o que foi aqui exposto; basta concordar , com ressalvas, porém.
As questões seguintes seguem raciocínio similar, somente diferem em anuir à divindade às almas ou espíritos e também “encaixotam” Deus, só que numa caixa maior, o Universo, que ainda hoje é obscuro, imaginem lá..! e, dessa forma, eles não entendiam nem “Deus”, nem a “caixa” na qual O colocaram talvez, “Pandora” explique..!
O capítulo II- É dirigido ao “des”entendimento do Universo .
Pergunta 17: “É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?”
Resposta: “Não, Deus não permite que tudo seja revelado ao homem neste mundo”
A quem questiona é dado o direito à ignorância, pois se o soubesse não indagaria, contudo, responder absurdos é subir ao trono pisando na coroa. A negação é, em si, já uma aberração, não é necessário entender de Deus para saber que a incapacidade não é imposição e sim, falta de alcance, ninguém te proíbe de ir a qualquer lugar do Universo ou conhecer tudo que nele existe..! você é que não consegue!
Deus, na continuação da propositura, mais bem definido estaria como carcereiro na terra..! absurdo novamente..! se já no capítulo I as próprias respostas com as quais concordamos, afastam toda e qualquer relação Dele com o entendimento humano, por que estaria Ele de plantão, proibindo ou autorizando alguma coisa? E a evolução, se é que seja criação sua, seria imperfeita..? como age ela se em tudo Ele se “intromete”..? não há como aceitar tal proposição, isso é efeito do “encaixotamento” Dele.
Pergunta 18: É singela; ao lê-la já se nota (basta observar ao nosso redor, e entenda-se, mal se começou desvendar enigmas).
A pergunta 19 não é ilógica, nem descabida, a resposta contudo é simplesmente “bíblica”: “A ciência lhe foi dada para o seu adiantamento em todos os campos, mas ele não pode ultrapassar os limites fixados por Deus.”. Devemos então, refutar “biblicamente”, também, “entregarás a um irracional a ciência e verás que este continuará seu caminho”. Ciência é abrangência do conhecimento e a ele pertence, portanto, “conhecerás e conquistarás a ciência” ciência não se dá, se absorve e o único limite que te bloqueia é, e sempre foi, a ignorância!
A questão 20 leva a uma afirmação paradoxal, novamente, Deus intervém o que, pela enésima vez, contestamos, porém, além de intervir, põe em dúvida o que teria em tese partido de “Si”, a evolução..! Ele seria o agente de decisão no momento oportuno, então, cai por terra a imutabilidade de “suas” leis. Basta ler tal resposta: “Sim, se Deus o julgar útil, pode revelar-lhe o que a ciência não consegue aprender”. A ciência não aprende, ensina , é-nos permitido, pelo exposto, divagar em terreno abstrato, vejamos: quando nos esforçamos aos limites da nossa capacidade intelectual e, ainda assim, não conseguimos soluções para qualquer tipo de problema, é bem possível que, durante o sono, vamos buscá-las, tendo maior liberdade de ação intelectiva, podemos encontrá-las e, até mesmo, recebê-las através de “diálogos” com outros espíritos, desde que sejamos capazes de assimilar estes esclarecimentos, isso ocorre aqui, entre nós encarnados, cotidianamente e, é plenamente lógico pensar assim, Deus não traz, numa bandeja, a ciência, as coisas existem e acontecem e nós observamos e “aprendemos”, no sentido de adquirir conhecimento.
A questão 21 é formulada do que não sabemos e respondida com o que não entendemos. Pura metafísica..!
A questão 22 é coerente, ainda que trate de informação que ultrapassa dados do nosso conhecimento. A continuação desta é meio confusa quando da resposta, pois esta parece não condizer à pretensão da pergunta, deixa a impressão de se esperar outra informação. A resposta, contudo, é realmente lógica, mas, aparentemente, para outra questão pertinente.
Questão 23: “Que é o espírito ?”
Resposta: “O princípio inteligente do Universo”. Completamente lógica, deveria parar aqui..! porém, continua e.., vejam: “Qual a natureza íntima do espírito?”. Resposta: “O espírito, com a linguagem humana, não é fácil de ser analisado. Porque o espírito não é uma coisa palpável, para vós ele não é nada; mas para nós é alguma coisa. Sabei bem: o nada é coisa nenhuma, e o nada não existe”.
Qualquer contestação que se faça, não haverá de querer dizer nada, em qualquer linguagem, uma resposta não existe, para nós também o espírito é alguma coisa, ainda que saibamos que ninguém entendeu nada, mesmo apalpando!
Não há, nestas escritas, a intenção do escárnio ocorre, no entanto, que a afoiteza e o acúmulo de desinformações se sobrepõe ao objetivo da própria obra, a obscuridade de entendimentos cabe aos “espíritos”, ao interlocutor e ao médium, pois este também responde (participa) como veremos adiante (cap.12).
Verificando diretamente a questão 25 encontramos outro desencontro na resposta:
“O espírito é independente da matéria ou não é mais que uma propriedade desta, como as cores são propriedades da luz e o som uma propriedade do ar?”. Pergunta assaz pertinente e bem colocada. Vejamos a afirmativa devolvida: “Ambos são distintos; mas é necessária a união do espírito e da matéria para dar inteligência a esta.”
Considerando o ponto de vista espiritualístico, a matéria (corpo) é um instrumento e não pode possuir inteligência racional, ela é, isto sim, funcional e permite ser manipulada inteligentemente, o martelo não seria inteligente por bater onde queremos quando em nossas mãos, o corpo não é senão uma excepcional ferramenta adaptada por milhões de anos, para servir à inteligência, podemos aqui, abordar uma comprovada inteligência biológica organizacional, que registra geneticamente informações adaptáveis ao aperfeiçoamento da espécie, esta “inteligência”, porém, obedece um padrão aparentemente primordial (ordenamento predeterminado) que, até pouco tempo, era impossível de discernir, hoje contudo, conhecendo-se a cibernética (inteligência artificial) é plenamente inteligível e existem pesquisas desenvolvidas a respeito. Há uma referência mencionada acima.
A continuação do argumento fundamenta-se na falta de organização biológica para sentir-se o espírito, é possível, pois em aproximadamente um e meio milhão de anos, a espécie vem se adaptando ao meio que sempre foi inóspito e, apenas hoje, consegue raciocinar com certa liberdade, então, do uso constante da massa encefálica para esta finalidade, com certeza, desenvolverá os terminais neurônicos (produção de sinapses), objetivando atender mais essa necessidade (sentidos extrasensoriais) do “espírito” através da “matéria”.
A questão 27 oferece controvérsia para um tratado universal, deve-se, entretanto, levar em conta as informações da época e, principalmente, saber que todos eram de fato da “época”, não havia ali informação privilegiada. A pergunta é bem formulada e cabível:
“Haveria assim, dois elementos gerais do Universo; a matéria e o espírito?”
“Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas, essas três coisas são o princípio de tudo o que existe, a trindade universal...”, a resposta continua, mas basta ler o início e já se identifica a influência “bíblica”, “...essas três...”, “...a trindade...”, refere-se, a seguir, ao “fluido universal”, um provável elemento de transição entre a matéria integral e conhecida, para uma indelével linha crítica da espiritualidade (definida como “ectoplasmática”, por várias correntes espiritualistas), no entanto, confundida com energia física, como se lê à frente, “...chamais fluido elétrico, fluido magnético...”. Numa visão bem simplista e extremamente superficial, nós já encontramos um número muito maior de entidades universais, senão vejamos, um princípio, seja como for, houve, coincide aqui, com a idéia de criação da resposta, mas.., e depois? Encontraremos o espaço, a matéria, a energia, o tempo relativístico (fator) e, aí, o espírito, seis elementos então. E como negá-los? O espaço é ocupado pela matéria, ele está lá! A matéria é o que se vê, inegavelmente, no Universo. A energia produziu e mantém o Universo. O tempo é o que escoa, é a decorrência absoluta do espaço. O Espírito é o único fim (fito) do Universo. Há ainda, o fator subjetivo, em função do qual articula o Universo, a evolução, quem concebe a existência do primeiro desprezando-a, não sabe o que faz.
Considerando o último fator, enumera-se, ao todo, sete elementos plenamente satisfatórios para responder a esta questão. No que concerne à alusão confusa, referindo-se a tipos de uma mesma energia, era simplesmente desconhecimento dos desdobramentos da transformação de energia mecânica em eletromagnética, processos utilizados mesmo pelas crianças nos dias atuais.
Admite-se, cientificamente, a existência de quatro forças universais e estas mantém íntegra a matéria e o equilíbrio universal, são elas a nuclear fraca, a nuclear forte, a eletromagnética e, finalmente, a gravitacional, suas abrangências dominam, pela ordem, os seguintes campos: a primeira, o espaço atômico do menor ao maior orbital eletrônico; a segunda o núcleo atômico da periferia do núcleo ao centro, sendo mil vezes mais forte que a anterior; a terceira, conjuga a estrutura de tudo que esteja agregado de um átomo a uma estrela de primeira grandeza, formando sempre dupla polarização (positivo e negativo ou norte e sul), é uma forma de energia adotada como padrão de força para relacionar as outras; a quarta e última é, de longe a mais fraca delas mas abrange o Universo todo e nela se apoia todo o equilíbrio da matéria existente. Apesar de desconhecida, ou melhor; desconsiderada e, por isso mesmo, pouco ou nada estudada devemos mencionar uma provável quinta força, a “força psíquica ” (abordada à frente), não entraremos no mérito, por hora, para que não venhamos a cometer os erros justamente criticados por invasão de área desconhecida. O tempo nos revelará pelo acréscimo do conhecimento.
Indo a questão 29 diretamente, encontraremos uma informação errônea por deformação científica; a pergunta e a resposta condizem, mas não levam a definição nenhuma, o comentário, contudo, erra gravemente; “A gravidade é uma propriedade relativa; fora das esferas dos mundos, não há peso, do mesmo modo que não há nem acima, nem abaixo.” Em 1.687 Isaac Newton demonstrou matematicamente a energia gravitacional, chegou a seguinte expressão F=Gmm'/d2, onde F significa força, G a aceleração gravitacional, m a massa de um corpo, m' a massa de outro corpo e d, a distancia entre eles, esta equação nos leva a outra que afirma que o peso é igual a massa vezes aceleração, ou seja, em 1.857, seja como for, eles tinham obrigação de saberem disto; estamos falando de um professor afinal, a gravidade é intrínseca à matéria, não existe uma sem a outra e mais..! “fora das esferas dos mundos” há peso na forma de massa, ocorre que não sentimos influência deste, justamente por “distribuição” gravitacional, ou seja, no espaço ou se orbita um corpo estando em equilíbrio gravitacional, ou se tem a impressão de vagar, mas, na verdade, cai-se em direção a influência gravitacional do corpo ao qual se atravessa o campo de ação, não há espaço vago para a força gravitacional, ela age inversamente proporcional ao quadrado da distância, mas pode ter certeza.., ela está lá! Interage, inclusive, com a luz, ficando demonstrado que esta também tem massa (teoria corpuscular), os conhecidos “buracos negros” são exemplo material disto.
Das questões 30 até 34 é preferível colocar-se as idéias e conceitos atuais, do que contestar as informações contidas neste trecho.
Inicialmente, o que se entende por matéria é, até determinado ponto, relativo contemporaneamente, o adensamento da energia é a tese. “Pions”, “Mésons”, “Muons” e alguns outros são componentes denominados de subpartículas com características energéticas que montam agregados ainda subatômico que estruturam o neutron, o elétron (um dos três pares elétron-neutrino), estes agregados são conhecidos como "Quarks"(Teoria Quântica, de Plank), estes adensados pertencem a um “terreno” onde a física e a química clássicas cedem espaço para novas teorias e sistemas estudados na físico-química e física-nuclear, onde valem outras leis naturais, mas nada de sobrenatural ou transcendental. O neutron é a linha divisória entre a matéria estruturada e o adensamento energético de sua formação. Por definição conceitual, ele é considerado um estágio elementar de matéria, pois, por observação analítica na física-nuclear, já se viu que a “quebra” de um neutron isolado resulta sempre em energia e não mais em “pedaços” de matéria (como entendiam o conceito de átomo os gregos antigos).
O neutron isolado é entendido como massa e energia, não há precisamente uma definição, porém ele responde a ação gravitacional (matéria) e interage ao meio como energia em equilíbrio, quando isolado, esse equilíbrio entra em colapso, o neutron libera uma subpartícula energética denominada de neutrino e uma partícula (beta), muito conhecida hoje em dia, o elétron ; este passa a orbitá-lo e, então, passamos a chamá-lo de próton (nêutron que cedeu um par elétron/neutrino) e, assim, forma-se o primeiro elemento (átomo) de matéria comum do Universo, o hidrogênio, que por ser o mais elementar é, obviamente, o mais abundante.
O mencionado elemento primitivo (no texto, questão 30) pode, de certo modo, ser considerado o neutron , não havia, naquela época, um conceito fundamentado em bases científicas como agora, mas, intuitivamente, esta idéia é integrante da humanidade desde a Grécia antiga. A formação dos elementos naturais segue um padrão lógico de “montagem”, no Universo, as “prensas” estelares produzem, com abundância, todos eles; apenas como exemplo, vejamos a formação do gás hélio; dispondo de quatro átomos de hidrogênio, “aperta-se” numa fornalha estelar e eis aí um átomo de hélio, dois prótons, dois neutrons e dois elétrons, dois dos átomos de hidrogênio quando “apertados” recebem os “neutrinos” de energia e os elétrons (partículas beta) de volta ao próton que volta a ser nêutron e, dessa forma, passam a fazer parte do novo elemento, os outros elementos seguem o mesmo raciocínio, na seqüência lítio, berílio, boro, etc.., formam, hoje, cento e nove (e aumentando) elementos organizados em uma tabela periódica de uso prático. Ultrapassar estas informações básicas, chama-se especialização e, aos interessados, há literatura dirigida e também, cursos ministrados por seres humanos “encarnados”, segundo informações obtidas.
Há uma nota de rodapé, referindo-se à resposta da questão 33 que é verdadeiramente uma aberração informativa, existe uma desinformação estrondosa, tanto no que diz respeito à “hipnologia ” (magnetizadores), quanto no conceito químico de formação básica (nada de aprofundamentos); inicialmente, nenhuma vontade de “magnetizador” algum, altera a constituição química de material qualquer, o que um hipnólogo produz, isto sim! é uma “sugestão hipnótica, ou pós-hipnótica” com a qual o “sujet” concorda e ocorre, então, um processo psíquico que altera as glândulas do paladar deste último, fazendo-o perceber, de modo distorcido, o sabor do que ingere e por memória genética (ou não), este lembra gostos diversos ao degustar um ou outro tipo de alimento ou bebida, dependendo das sugestões do profissional mencionado, o “transe hipnótico”, como é conhecido, causa efeitos incomuns, mas nada de transcendental, ocorre apenas, e tão somente, a liberação mais acentuada do “inconsciente” e este, sem o “policiamento” da razão consciente, age sem barreiras até um limite que ofereça riscos ou constrangimentos ao “paciente” (sujet), que “acorda” imediatamente ao sentir tais ameaças.
A segunda colocação é classicamente errônea, o oxigênio não reage na água além do limite de ligação polar, ele pode ser acumulado nela, pois esta o dissolve com grande facilidade por polarização, chega-se a cento e trinta volumes por litro em condições normais de pressão e temperatura, este oxigênio acumulado produz a oxidação dos materiais suscetíveis a ele e são muitos, por isso esta corrosão é comum. Não há, de modo algum, “forças” místicas que produzam este efeito; posso até aceitar um colega espiritual estudioso da “química” colocando oxigênio na água, mas nunca a vontade, transformando a água em ácido, isto é realmente coisa de circo e penso que, apesar do humor impresso neste trabalho, espiritualidade não deve ser coisa de “circo”, com todo o respeito aos profissionais do ramo. Na verdade, nota-se, nitidamente, uma tendência “bíblica”, colocando algumas ocorrências naturais, como aparentes “milagres” ou pelo menos, surrealismo (nos dias atuais) em toda literatura “Kardequiana ”, como se faltante tal ênfase, a obra não seria considerada séria. O propósito é verdadeiro e o objetivo justificável, porém, os caminhos adotados é que se tornaram tortuosos por decorrência natural, pois demonstrar uma tese desconhecida por métodos não sabidos é o mesmo que “ao cair, segurar-se no chapéu”.
As questões 35 e 36 são indicadas para quem quer fazer “meditação transcendental”, a eternidade escorre pelas bordas do infinito. É coisa para “gênios”.
Capítulo III- Criação (e pretensão)
Os devotos que nos perdoem, contudo, devemos compreender que no mínimo ocorre um terrível incidente, ou Deus não sabe o que faz, ou os espíritos definitivamente são “maiores” do que Ele, ...entendamos com o que segue; para considerarmos válidas as informações apresentadas por eles, obrigamo-nos a ponderar longamente; ...dúvida? O início da tese espiritualista, apresentada nesta mesma obra (Kardequiana), declara que o princípio das coisas era criação de Deus e que a evolução é parte deste monumental trabalho se, no entanto, a humanidade estivesse esperando, desde sua criação pelas informações dos espíritos, para que seria necessário tanto trabalho evolutivo? quando, em três ou quatro páginas, os espíritos transmitiram todos os segredos da formação do Universo e da criação! Isto é pior do que a “historiazinha” dos sete dias bíblicos. Aos poucos interessados, que por ventura lerem esta modesta obra, coloca-se em cheque o seguinte pensamento; onde, verdadeiramente, está o pouco caso ou escárnio em relação a um trabalho sério? nas colocações totalmente aleatórias e incorretas a respeito do conhecimento humano que foi acumulado em milênios de estudos e até infinitas vidas sacrificadas em prol da evolução, feitas por espíritos que se arvoram em ser qualificados como a “terceira revelação ”, para a humanidade em muitas gerações, promovendo verdadeiras Plêiades de crédulos mal informados, ou às justificadas críticas formuladas por um simples “José Ninguém ”, que com a leitura feita, já observa falhas “monstruosas”, observáveis mesmo pelas crianças? Como.., em sã consciência, podemos compreender que um espírito que se identifica por “Sócrates”, ou “Platão” e até mesmo “Franklin” (entendamos Benjamin F.?) e outros, todos personalidades famosas, inclusive, por suas ponderações e mente aberta, assumiriam fornecer informações que ultrapassavam, em muito, suas áreas de domínio? e muito mais, informações estas, que sabidamente ficariam presas à responsabilidade e aos conhecimentos comprometidos com o acervo cultural da humanidade. É tanto verdade..! que como “David” derrubou “Golias”; este que vos escreve, sem predicado algum, contesta, sem possibilidade de réplica, quase todas as “pretensas” teorias apresentadas até o momento e continuará contestando, como se verá. São erros verdadeiramente infantis.., óh..! blasfêmia..! dirão os defensores das “grandes” revelações “religiosas”, sim..! religiosas e completamente infundadas e a ciência tão criticada pelos “santos” reveladores, prova dia a dia que só o conhecimento considerado materialista por eles é, e será sempre, a terceira e mais infinitas revelações e demonstrará, inclusive, a existência do Universo “espiritualista”, apoiada em raciocínio lógico, bom senso e, principalmente, “provas” materialistas ou não mas, seguramente, racionais, demonstração esta desprovida de interesses do tipo que mantém uma infinidade de “fiéis” sustentando financeiramente um outro credo como tantos o que, originariamente, não era para ser, mas compreende-se, é extremamente difícil controlar-se diante de tantos devotos “coçando” os bolsos, para colocar no lugar daquelas casinhas velhas alugadas e mantidas pelo suor de tantas senhoras e senhores cheios de boa fé e caridade, os verdadeiros palácios de mármore e granito, que tanto foram criticados quando era apenas o clero romano quem os possuía. Critica as obras “espíritas” quem não lê, é a afirmativa; se “lê” não entende, dizem os “experts”.
Contudo, este autor acumula uma “vida” desta leitura. — E ainda não entendeu..? perguntarão.., realmente não..! como é possível, nos dias de hoje, se entender de “geração espontânea”, “flogístico”, “fluídos que ora são magnéticos ora são elétricos e ora são coisa nenhuma”, como entender afirmações do tipo, “o nada é coisa nenhuma e o nada não existe” ou que “o espírito para nos é alguma coisa”. O próximo para nós, é um Ser Humano e não alguma coisa, “alguma coisa” para nós é, e continuará sendo, abstrato. Aliás, sendo completamente “malicioso”, convenhamos.., quando uma criança faz uma pergunta que ultrapassa os limites do conhecimento disponível, a resposta é, invariavelmente, “ainda não está na hora de você saber isto”, ...pobre criança; pobre de nós..!
A extensão dos comentários quase faz o esquecimento do propósito; voltemos às questões; “tratam” da “criação”, insisto.., daremos atenção às mais polêmicas apenas, as de número 37 e 38 são apenas citações bíblicas, sem comentários. As de números 39 a 51 porém.., carecem; vamos a elas:
“Poderemos conhecer o modo da formação dos mundos?”
“Tudo o que se pode dizer, e podeis compreender, é que os mundos se formam pela condensação da matéria disseminada pelo espaço”.
Teoria já bem discutida naquela época, a resposta não deve ser considerada surpreendente.
(40)-“ Os cometas seriam, como se pensa, um começo de condensação da matéria e de mundos em via de formação?”
“Isso é exato; mas o que é absurdo é crer-se em sua influência. Quero dizer, a influência que vulgarmente se lhe atribui; porque todos os corpos celestes tem sua parte de influência em certos fenômenos físicos.”
Absurda é a resposta, os cometas são hoje verdadeiramente radiografados, estes são apenas aglomerados de gazes, água congelada e muito barro, um ou outro elemento mais ou menos comum e só, encontrados aos biliões nas chamadas nuvens de Oort, ao redor de 5 trilhões de quilômetros do Sol; como isso justifica um adensamento primordial de formação estelar, condensando massas incomensuráveis de hidrogênio que chegam a montar sistemas inteiros e até galáxias? E, na seqüência, o esclarecimento sobre influência astral é misticamente tendencioso, se contradito, responderá sobre “influências” gravitacionais ou ondulatórias ainda desconhecidas no período, se concordante, receberá até um mapa astrológico.
(41)-“Um mundo completamente formado pode desaparecer e a matéria que o compõe disseminar-se de novo no espaço”.
“Sim. Deus renova os mundos como renova os seres vivos”.
Sem dúvida..! Deus passa o tempo “atirando” um mundo no outro, sem contar os que Ele tropeça! Francamente..! O Universo tem sentido lógico! De um adensamento, chega-se normalmente a uma ou mais proto-estrelas, estas “vivem” e queimam seu combustível nuclear, desabam formando estrelas secundárias, o nosso Sol, por exemplo, com sistemas planetários ou não, queimam novamente seus combustíveis transformam-se em gigantes vermelhas e desabam novamente, formando anãs brancas, estrelas de neutrons, anãs negras e até os “buracos negros”, mas isto é processo natural e seqüencial, é até mesmo previsível através dos radiotelescópios . Os aglomerados renovam-se constantemente, independente de interferências “mirabolantes”, o Universo já não é em si, um “milagre”? ...A atuação divina nem teria que ser tão inteligente para “prever” (se caso fosse) antecipadamente tais acontecimentos, uma vez que os tivesse concebido, a visão de fazer ou desfazer “mundos” é simplista ao extremo, ao continuar-se o ponto em questão, corre-se o mesmo risco; portanto.., basta!
“Poderemos conhecer a duração da formação dos mundos: da terra por exemplo?”
“Nada te posso dizer a respeito, porque só o Criador o sabe, e bem louco seria quem pretendesse saber ou conhecer o número de séculos dessa formação.”
Quatro biliões e seiscentos milhões de anos aproximadamente, sim..! “aproximadamente” porque Deus não lembrava-se com exatidão, quando informou um tal de “Bertram B. Boltwood”; afinal já fazia tanto tempo..! Em 1.907 este americano, que de “louco” nada tinha, sugeriu que as pedras que continham urânio e chumbo com certeza tinham ao redor de 4,6 biliões de anos, pois esta é a vida média para a degeneração radiativa de cinqüenta por cento do urânio que é transformado em chumbo, pois já em 1.896 a radiatividade era conhecida, com base nesta sugestão e o estudo de meteoritos intactos desde o período de formação da terra pelo método da “datação radiativa”, é unânime hoje a aceitação desta “idade” para o nosso planeta e, muito provavelmente, o sistema solar, com o Sol um pouco mais velho, talvez entre cinco e seis biliões de anos. Esse ‘talvez’ é, certamente, bem menos pedante do que, “bem louco”.
A resposta à pergunta 43 é de uma “precisão” científica assustadora, “precisa” estudar mais para assustar menos, ele disse; “... não sei..!”
A questão 44 é aviltante à lei da “evolução”. Ou neste caso Deus “errou”? ...Se os germes das espécies estavam latentes no espaço “aguardando” o momento certo de eclodir, tudo já estava pronto e não evoluiu.., então, onde estes germes foram “fabricados”? seria ilógico repetir as informações disponíveis em qualquer literatura a respeito e já citadas acima, mais de uma vez.
A resposta da questão 45 "recebeu" um remendo “momesco”, além de concordar, “melhora” os esclarecimentos a respeito da teoria da “geração espontânea”, as de número 46, 47, 48 e 49, depois de um esforço enorme, devemos declinar da contestação; simplesmente por falta de “fôlego”.., é impossível, à luz dos conhecimentos atuais, fazer-se comparações. Era a mentalidade da época..! dirão eles, os “doutrinadores”! Sim..! respondemos.., acontece porém, que a “terceira revelação” era definitiva.., os que nos “informaram” eram superiores “sabiam tudo”, isto é explícito em toda a literatura. E agora..? foi um engano? ...não era neste planeta que devia-se fornecer tais informações..? tanto quanto o “leiteiro” quando erra de porta!
Mas .., será que até a “porta” esta errada..? Por que não se prenderam “eles...”, no campo da moral..? onde a trilha é segura e bons costumes não tem propriamente época, ainda que se alterem! Se a obra “Kardequiana” não fosse escrita por "iluminados", estaria esquecida, não teria seguidores nem "sacerdotes", sacerdotes, sim..! São eles que carreiam multidões para "ouvi-los" (mercadores de ilusões) nos "templos", personalidades carismáticas, vozes impostadas, vaidade infinita, donos da verdade tanto quanto muitos dos "espíritos" que "ditaram" a obra ora comentada, aparência frívola, falsa modéstia quase ao exagero, o típico gênero político às vésperas de eleições, garantia integral de "faturamento", não há riscos..! É exatamente o que esperamos deste trabalho, com a diferença de que aqui, os espíritos não ajudam a ganhar, se puderem, vão "atrapalhar" e o que for possível "faturar", é fruto de iniciativa e trabalho próprios e riscos comerciais normais de qualquer empreendimento não religioso, recolhendo impostos por não se tratar de obra "social". Oh..! E as exceções..? Sim..! há, e não se pensa negá-las, contudo, tão poucas, que quase ficam esquecidas, aliás.., é traço comum à humanidade..! As “exceções” produzem e são raríssimas, e a maioria "vive" delas, explorando a massa restante total e, então, podem eles, novamente afirmar; "...os bons tempos estão de volta, desde que não nos apareça outro (ou o mesmo) “Cristo” pregando a pobreza e a fraternidade". Bem..; nesse caso, Judá ainda está aqui! E os Romanos também..!
As questões 50 e 51 concordam com as anteriores, em que não é possível se saber a idade da Terra, entretanto, localizam, no tempo, a existência de Adão. Só não foi encontrada a "costela", que se transformou em "Eva" e que.., fugiu com a “cobra”.
Comentando elucidativamente, este trecho verdadeiramente conturbado, informamos apenas aos menos avisados, que foi montada uma experiência há bem pouco tempo (1.953; experiência de Stanley Miller), em um laboratório especialmente preparado, onde a partir da "sopa primordial" , ou seja, uma suspensão de vários tipos de sais em água que seria, tecnicamente, uma possível composição ocorrida no período, expuseram em envoltório próprio, à presença de gazes também viáveis de estarem presentes na ocasião, criaram, artificialmente, descargas elétricas de alta intensidade e banhos constantes de raios ultravioleta, além, é claro, dos demais requisitos necessários , luz comum (Sol), calor acima da normalidade atual, etc... criaram, enfim, condições equivalentes aos primórdios do tempo na terra. E..! Vejam só, conseguiram encontrar, nas análises posteriores, amostras contendo nada menos do que aminoácidos, a base para a formação das proteínas; enfim.., o "verdadeiro" princípio vital biológico e, garantidamente, não foi "Deus" quem preparou aquele laboratório e também não impediu que os cientistas conhecessem mais, apenas deixou que a evolução seguisse o seu curso. E isso é lei imutável, para quem "vê", é o que basta.
As questões de números 55, 56, 57, 58 ficarão bem melhor elucidadas efetuando-se o comentário diretamente, se necessário, transcreve-se um ou outro trecho das referidas respostas ou perguntas (logicamente contando-se com a leitura paralela na íntegra do que se comenta). A referência da obra comentada é feita à habitabilidade dos mundos em geral no Universo, contudo, foi particularizado, por óbvias razões, o nosso sistema solar.
Não há como se contestar, fundamentalmente, o raciocínio, por questões lógicas, entretanto, existe, definitivamente, um sentido totalmente sonhador, principalmente nos exemplos em foco, inicialmente, porque falam de vida biológica; seja esta como for (imaginem-se até o mais bizarro dos seres, há de ser de matéria biologicamente organizada). Vamos, portanto, em partes, analisar a situação exposta:
A mentalidade que considera (apenas considera) a vida provável fora da "nossa" pequenina Terra, tem lógica, senão vejamos, a Via Láctea, a galáxia em cujo interior o sistema solar que habitamos existe, mais precisamente no terceiro braço espiralado desta, aproximadamente a cinqüenta mil anos luz do seu núcleo, contém, em números avaliados por observações e conclusões de renomados estudiosos (astrofísicos), algo ao redor de cento e trinta biliões de sóis (estrelas), sem contar os possíveis sistemas de cada um (muitos, hoje, já confirmados visualmente), por outro lado, estas mesmas observações e conclusões levaram estes cientistas a afirmarem a existência de outras cento e trinta (ou mais) biliões de, vejam bem..! galáxias. E, notem, a nossa é relativamente "pequena", a galáxia Andrômeda, uma de nossas vizinhas mais próximas, desprezando-se as nuvens de Magalhães, é perto de quatro vezes maior que a Via Láctea. As cartas Uranográficas apontam milhares delas com seus respectivos números e localizações. A quantidade de "zeros", após os dígitos significativos, em uma multiplicação de possíveis mundos girando em torno de cada estrela, é simplesmente estonteante, portanto, é muito fácil estimar, com todo o cuidado de não exagerar, ao falarmos em 0,1 por cento, já se obtém muitos biliões de prováveis mundos habitados. Por isso, essa idéia tem, basicamente, estrutura para ser conjeturada.
No entanto, ao exemplificar e “narrar”, deixam, os espíritos, seus "sonhos" inebriarem-nos e divagam por campos além do alcance de seus conhecimentos, mas..! Como seus "ouvintes" eram fiéis e muito crédulos, estes (os espíritos) levam ao “infinito” seus delírios. Não se pretende incorrer no mesmo erro neste trabalho, onde até seria “perdoável” uma vez que quem esta escreve é, se volta a frisar, um Ser Humano sem predicado algum. Vamos, então, manipular a área que serviu de exemplo “aos espíritos” para comprovar se, de fato, há vida do tipo "biológica" além da nossa, no SISTEMA SOLAR, que nós vivemos.
Inicialmente, devemos considerar as condições físicas para sobrevivência de um ser biologicamente constituído: Temperatura; qualquer que seja a constituição de um ser orgânico, do mais frágil ao mais resistente, ele vive em um limite entre um máximo e um mínimo de temperatura; vamos, então, considerar os extremos, iniciando por baixo; nos pólos terrestres, as temperaturas ultrapassam, em muitas ocasiões, a casa dos -70º C (setenta graus Celsius negativos), ou seja, setenta graus abaixo de “zero” (o ponto de solidificação da água), nos locais onde isso ocorre, os pesquisadores fazem coletas de amostras para uma quantidade imensa de estudos, entre eles, a possibilidade de encontrar vida biológica e até encontram vestígios desta verdadeiramente fossilizada (micro organismos, bactérias, etc..), abaixo disso, a vida, mesmo "fossilizada", deve ser praticamente desconsiderada, não, necessariamente, por não suportar, mas por não reunir condições de ser "iniciada", as que foram encontradas certamente chegaram lá carregadas ou pelos ventos ou pelas correntes marítimas, ou movimentação das placas tectônicas e lá ficaram completamente desativadas pelas condições climáticas e só. Olhando agora por outro extremo, o calor é necessidade vital a um organismo tanto vegetal quanto animal, contudo, o limite deste é bastante restrito, vejamos, todos os seres vivos atuam acima do ponto de solidificação da água (zero graus Celsius), logicamente alguns graus a mais com variações, considerando espécies próprias de regiões frias, peixes, alguns batráquios, certas aves etc.., porém todos, sem exceção, utilizam, de alguma forma, um processo de compensação, os mamíferos, verdadeiros casacos de peles com pelos e outros recursos naturais, camadas enormes de gordura (excelente combustível e isolante térmico); as aves, penugens espessas e oleosas, enfim.., a manutenção de uma faixa de temperatura ideal para que ocorram as reações químicas necessárias, evitando a hipotermia, ou seja, o colapso por deficiência térmica; no ser humano, o equilíbrio térmico interno é ao redor de trinta e seis graus Celsius e a climatização externa de conforto completo está entre vinte e dois e vinte e cinco graus Celsius, suporta, entretanto, bem menos e, também, muito mais, para cima a vida é sustentável até bem próximo de sessenta graus Celsius, é claro que apenas os muito resistentes se mantém a estas condições, acima disso, a situação torna-se caótica, o corpo padece por desidratação e perece, até animais de grande porte não resistem, no entanto, algumas formas de bactérias sobrevivem em condições extremas até mesmo em fornos moderados (pouco acima de cento e cinqüenta graus Celsius), acima disso, começa um processo de carbonização, ou seja, os organismos vivos são constituídos principalmente de carbono (quando é eliminada a água), da queima deste originou-se o termo "carbonizar", quando se fala em carbonização as possibilidades de vida simplesmente não existem.
Uma segunda reflexão à manutenção da vida: Combustão química; quando se fala em vida biológica, não há meios de se imaginar um ser sem dinâmica de expressão, isto é, esta se manifesta comunicativamente de uma ou outra forma e com isso consome energia e, para tanto, precisa produzi-la, isso requer "queima de combustível", alimentação onde a cadeia alimentar exerce a função principal e a síntese deste combustível que é processado por oxidação, ou seja, todo ser que vive obrigatoriamente respira, consumindo oxigênio, dióxido de carbono (caso dos vegetais) e nitrogênio (síntese efetuada por bactérias anaeróbias), apesar de existirem outros tipos de oxidantes como o cloro por exemplo, é humanamente impossível imaginar um ser vivo respirando cloro ou amônia, apesar de que algumas espécies de bactérias idealizadas geneticamente são passíveis de tal façanha, contudo, haveria de ter condições climáticas, para possibilitar a atuação desses gazes com esta finalidade mas.., não estamos escrevendo ficção para "voar" nas asas do pensamento; aliás..! É justamente, o que se contesta aqui.
Ao que se expôs nota-se, nitidamente, que existe uma relação direta entre o estado físico da água e a vida biológica. Onde há vida como a entendemos, certamente encontraremos água no "estado líqüido", onde houver água, nesta condição, é muito provável encontrar-se vida. Assim, vamos fazer um "passeio" hipotético pelo nosso sistema solar, do centro à periferia e, ao "sobrevoarmos" os corpos celestes que encontrarmos, iremos "olhar" as possibilidades que estes tem de eclodir em vida (o “Génesis” verdadeiro).
O Sol; a Estrela Mater do nosso sistema é uma estrela secundária, isto é, foi gerada de outra, antecessora maior e muito mais quente, ao "desabar" esta, restou o nosso sistema todo e, provavelmente, muitas partículas que se desprenderam da ação gravitacional interna e evadiram-se pelo espaço exterior (viavelmente, muitos dos cometas que vagam ainda hoje pelo nosso sistema sejam partes desta "implosão"). Trata-se de uma estrela da classe espectral G-2, é amarelo e queima, como combustível, o hidrogênio, seu diâmetro é de um milhão, trezentos e oitenta e quatro mil quilômetros, sua massa relativa é aproximadamente trezentas e quarenta mil vezes a massa da terra e a temperatura superficial é de seis mil graus Celsius; seu tempo de existência gira ao redor de seis biliões de anos, como já consta acima. Bem..! talvez seja desnecessário discutir "vida" nele.., não acham?
Ao nos afastarmos mais ou menos cinqüenta e oito milhões de quilômetros encontraremos o primeiro planeta a orbitá-lo, Mercúrio; este planeta tem, de diâmetro, quatro mil, oitocentos e setenta e cinco quilômetros, gira ao redor do Sol (revolução) em oitenta e oito dias, sua massa corresponde a cinco e meio por cento da massa terrestre; sua densidade é de cinco vírgula quatro gramas por centímetro cúbico, bem próxima a da terra. Comparativamente, este planeta e a terra tem diferenças tão significativas que, logo a princípio, se entende a impossibilidade de existência de vida nele; mas..! vamos às justificativas: Cinqüenta e oito milhões de quilômetros, a visão do Sol em sua superfície deve abranger perto de cinqüenta e cinco por cento da abóbada celeste na face exposta, imaginem a "fornalha" que mantém, como a cerâmica para calcinar, um planeta inteiro, a temperatura superficial é simplesmente "infernal", ultrapassa de quatrocentos graus Celsius. Consideremos, agora, um segundo fator, o diâmetro planetário é pouco maior do que o da nossa Lua, como ele poderia manter, gravitacionalmente, uma camada atmosférica..? Quando, sequer, porte para isso tem! Desconsiderando, é claro, que, por expansão térmica, já não haveria mesmo nenhum tipo de gás livre nesta inóspita crosta planetária, água então..! o que se poderia falar? Existe, ainda, um fator característico deste planeta, que tanto quanto a nossa Lua ele sofre um movimento rotacional peculiar e este é equivalente ao dobro do revolucional, então, ele gira ao redor do próprio eixo em cento e setenta e seis dias dos nossos, ocorre, portanto, um efeito duplo de temperaturas, o lado exposto, com temperaturas extraordinariamente altas e o lado escuro, com temperaturas absurdamente baixas, próximas do zero absoluto, ou aproximadamente três graus Kelvin. A vida, em ambientes desta natureza, não tem, sequer imaginativamente, possibilidades de principiar. O calor funde até o aço e o frio chega mesmo a influir no movimento dos elétrons de um átomo, a superfície deste lugar só oferece, quando muito, cerâmica recosida infinitas vezes, por um lado, e congelada ao extremo, por outro, podemos afirmar que ele é “pasteurizado” indefinidamente logo, ele é absolutamente esterilizado, vida lá,.. nem pensar!!
Vamos, então, viajar mais cinqüenta milhões de quilômetros e iremos de encontro ao segundo planeta do sistema, Vênus: Ele orbita o Sol a cento e oito milhões de quilômetros, seu diâmetro difere em apenas quinhentos e cinqüenta e sete quilômetros o da terra, ele tem doze mil e duzentos quilômetros de diâmetro, gira ao redor do Sol em 225 dias terrestres e sua massa é equivalente a oitenta e um e meio por cento da massa terrestre e sua densidade é de quatro vírgula oito gramas por centímetro cúbico, segundo informações atuais fornecidas, inclusive por aparelhos enviados; sua superfície é coberta por uma densa camada de dióxido de carbono e a temperatura superficial está ao redor de quatrocentos graus Celsius e água, se ocorre, está seguramente em forma de vapor super aquecido (como se consegue em uma caldeira, vapor seco). Vida? ...Só se fosse do tipo "carne com verduras" na "panela de pressão" e mesmo assim, exageradamente, passada do "ponto".
Já que, novamente, fizemos uso do humor, devemos mostrar que não somos, de forma alguma, radicalistas; vejam..! em todos esses lugares mencionados, seria, em tese, possível de se manter a vida biológica, alguns "ETs" do tipo "super-homens", poderiam dispor de materiais e equipamentos suficientemente resistentes, para suportarem estas condições; mas..! daí, a entender que a vida teria condições de se formar e fazer parte do processo evolutivo local, é mais do que ficção ou imaginação e não dispomos de termos fonéticos, para designarmos tal idéia, como os próprios espíritos afirmam.
Continuando nossa "viagem", chegamos à Terra e a história dela nos já conhecemos, senão, pelo menos, fazemos parte desta.
Não paremos portanto.., seguiremos ao próximo ponto de parada, Marte; é o 4º planeta do sistema; já se encontra a 228 milhões de quilômetros do Sol, é, por isso, bem mais frio do que a Terra; seu diâmetro é de 6.750 quilômetros; gira ao redor do Sol em 1,88 anos terrestres e sua densidade é de 3,96 gramas por centímetro cúbico. Este, tanto quanto a terra, tem satélite, na verdade tem dois; Fobos, o mais próximo e Deimos, o outro. Teria, em princípio, condições de sustentar vida (sistema de colônia), gerar, no entanto, é muito improvável, devido ao seu tamanho, perdeu praticamente toda sua atmosfera motivado pela fraca ação gravitacional própria, não se percebe em sua superfície a presença de água (há indícios desta nas calotas polares, congelada é claro! Em meados de 1999 se constatou presença de água no estado liquido e até possibilidade de vida bacteriana), até acreditaríamos em vida lá se, ao olharmos através de um telescópio, alguém acenasse com a mão.
Indo à frente, passaremos por Júpiter; o primeiro e maior dos quatro gigantes, 779 milhões de quilômetros de distância do Sol; 142.900 quilômetros de diâmetro, vejam.., "quase a metade da distância entre a Terra e a Lua"; gira ao redor do Sol em 11,86 anos terrestres, sua massa eqüivale a 317,9 a da Terra e sua densidade é 1,34 gramas por centímetro cúbico; é verdadeiramente um monstro planetário, composto quase que de hidrogênio puro, com um minúsculo núcleo sólido de vários outros materiais. Júpiter pode ser considerado uma pequena estrela que estará, indefinidamente, em fase de pré-ignição, pois sua pressão gravitacional é imensa, mas não o suficiente para o início de uma fusão nuclear. Conta com treze satélites (já se localizaram mais quatro e se mantém expectativa de mais) os mais conhecidos são: Amaltéia, o mais próximo e menor; Io, Europa, Ganimedes e Calisto , se imaginariamente ficássemos de pé sobre Amaltéia do lado exposto para Júpiter teríamos uma visão impressionante, o céu todo coberto pelo planeta e, no horizonte, quase que um risco mostrando o espaço escuro. Seria bem mais aceitável esperarmos vida em um dos satélites de Júpiter (há suspeitas de existirem microorganismos nestes), do que no próprio planeta, contudo, as condições em qualquer destes lugares não oferecem possibilidades para esta, pelo menos como a entendemos. Não se pode, aqui, aceitar que a eletricidade tudo resolve, ou que espíritos sobrevivem em qualquer lugar, esta é justamente a proposta contestada. O espírito sequer precisaria de um planeta para existir e se contesta aqui vida originária, não formação de prováveis colônias.
Continuando adiante, passaremos por Saturno, estaremos então a 1,428 biliões de quilômetros do Sol e olhamos o segundo gigante do sistema, seu diâmetro é de 120.900 quilômetros, gira ao redor do Sol em 29,5 anos terrestres, sua massa eqüivale a 95,2 vezes a da Terra; sua densidade é de 0,71 gramas por centímetro cúbico; possui 10 satélites (e mais recém descobertos, o mais importante e maior chama-se Titã sua crosta, a exemplo de Júpiter, é gasosa, com diferença de que o gás predominante é o dióxido de carbono. É, de longe, o mais lindo dos planetas, para ser observado, porque possui anéis luminosos ao seu redor, visíveis a maior parte do tempo para quem da Terra observa. Ainda assim, não oferece a menor chance de produzir vida.
A uma distância de 2,872 biliões de quilômetros do Sol, acharemos Urano, com diâmetro de 46.500, gira ao redor do Sol em 84 anos terrestres, é 14,6 vezes maior do que a Terra; sua densidade é 1,27 gramas por centímetro cúbico, possui 5 satélites e o mais próximo chama-se Miranda. Tanto quanto os outros gigantes, é também um planeta gasoso e esse é o motivo de se "anotar" a densidade de cada um deles, isso define, a princípio, sua consistência geral. Pela distância do Sol que este planeta se encontra, "cá entre nos"; ele só não "trinca" de frio, porque a força gravitacional não permite. Não irão os "Reveladores" dizer que lá se produz fotossíntese com "lanternas" e que o frio serve para conservar os "germes" da vida! Apesar de se saber hoje ser possível a existência de alguns microrganismos que se desenvolvem em ambientes extremos, os “extremófilos”, classificados científicamente de “litoquimioautotróficos” (realizadores metabólicos independentes de luz e calor solar), podemos afirmar tratar-se de adaptações de seres “criados” em lugares conceptíveis à vida e, por migração, adequaram-se a ambientes inóspitos.
Netuno, o oitavo planeta, está em situação semelhante, porém, agravada pela distância ainda maior, 4,501 biliões de quilômetros do Sol; seu tamanho é 45.000 quilômetros de diâmetro; gira ao redor do Sol em 165 anos terrestres, tem 17,2 vezes a massa da Terra; sua densidade é de 1,6 gramas por centímetro cúbico. De lá, o Sol não é mais do que um ponto brilhante no firmamento entre tantos outros, apenas um pouco mais luminoso e só. Falar de vida lá, ainda que negando, é simplesmente absurdo.
Finalmente, veremos Plutão, tão pequeno e tão distante; a ação gravitacional solar o segura com dificuldades, não é para menos, ele está a apenas 5,906 biliões de quilômetros do Sol e, por isso, só foi descoberto, já em 1.930, por reconhecimento fotográfico e definitivamente catalogado com suas respectivas características, em 1.978. O seu diâmetro é de 2.215 quilômetros (registrados pela pioneer-10, sonda espacial), muito menos que o tamanho da Lua (3.470 Km), viaja ao redor do Sol em 248,4 anos terrestres, sua massa é 0,1 da massa terrestre e sua densidade 4 gramas por centímetro cúbico, sólido, portanto. Tem um satélite cujo nome é Caronte. Em um planeta onde prevalecem estas condições, nem a imaginação sobrevive. O Sol, visto de lá, é quase como Vênus visto da Terra.
Além de Plutão, estaremos então saindo do sistema solar ao qual pertencemos e lá haverá de prevalecer as regras das probabilidades já mencionadas. Também existem indícios gravitacionais de um provável corpo de dimensões planetárias além de Plutão, com uma órbita muito inclinada o que dificulta sua localização, este influencia Plutão durante 100 anos, em um período total de 800 anos, seria este o décimo planeta do sistema. Além de outro corpo negro (recém informado) de dimensões quase solares (17 vezes o tamanho de Júpiter), mas este já em espaço interestelar, talvez?.. um pequeno sol que perdera massa para o nosso num conjunto binário antecessor à nossa existência no sistema solar.
Voltando ao livro do professor Rivail,.. o item 59 não é uma questão é, antes disso, uma colocação, ou melhor dizendo, um posicionamento da maneira de pensar a respeito deste assunto, do autor daquela obra. Ele põe às claras a sua visão do processo exposto até o momento e mostra qual a sua posição relativa a religiosidade. E aí sim..! Fica nitidamente a mostra, sua dúbia situação psicológica em relação ao pensamento religioso; senão vejamos:
“...A objeção que se pode fazer a essa teoria é que está em contradição com o texto dos livros sagrados; mas um exame sério faz reconhecer que essa contradição é mais aparente que real e que ela resulta da interpretação dada a um significado freqüentemente alegórico...”.
O segundo parecer (após a vírgula), desse comentário, é extremamente ambíguo, o sentido está mais para: "É claro que está tudo errado; mas..! Por outro lado...".
Sempre se soube (a razão não refuta), que as escrituras "bíblicas" são alegóricas e o termo “sagrado” expressa condição particular, ainda assim, estão erradas e é só. Se estivessem pelo menos no "caminho" do conhecimento, faria parte do acervo bibliográfico "científico" e não apenas das estantes religiosas ou, quando muito, na mão de um sociólogo, historiador ou antropólogo para entender o comportamento religioso e cultural de um determinado período (apenas comparativamente a outros documentos históricos) ou ainda, mostrando a capa (quase sempre de ouro), na mesa de um político hipócrita.
A continuação desse comentário se atém, ainda, em discussão comparativa entre as palavras de "Moisés", a respeito de um cataclismo geológico, o qual "Noé" teria assistido, contra as descobertas científicas, justificando que a ciência concordará que as figuras alegóricas, apenas relatam, em outra cronologia, o que de fato ocorreu; sendo assim, a ciência é que mal interpreta os "fatos" narrados. -Sinceramente..! É verdadeiramente extravagante a percepção que se tem da “prisão” psicológica, que uma geração inteira sofre impregnada da religião. Os personagens, são, sem sombra de dúvidas, "MITOLÓGICOS"; todos, sem exceção, a bíblia é mitológica e os raros fatos reais (distorcidos) devem ser cuidadosamente desentranhados dos “contos” e “novelas”. Os que escreveram livros desta natureza eram sonhadores “congênitos” incuráveis, é próprio, das narrações observadas, que o espírito frio e impessoal, qualidades mínimas necessárias a um “repórter”, não existia. Sim..! Repórter, pois a Bíblia não seria, em tese, mais do que uma série de reportagens ocorridas e relacionadas, acontece, no entanto, que os relatores confundiam-se com os protagonistas e "participavam" das narrativas, dando-lhes interpretações pessoais, adicionando ou subtraindo fatos que lhes convinham. Sim..! há, de fato, algo a se extrair dessas leituras, mas tanto quanto se tira da mitologia grega (Zeus), saxônica (Odim), árabe (Mil e uma noites) e muitas outras. Os contos encontrados em escrituras "místicas" (a bíblia nada é mais do que isso) revelam pensamentos dos povos que viveram estas épocas e, de fato, sempre foram místicos, todos esses Seres Humanos, como ainda hoje grande parte o é, isso é absurdamente fácil de se notar, “numerologistas, astrólogos, cartomantes, videntes, adivinhos e tantos mais especialistas em quimeras e utopias” percebem rendimentos muito além do que os verdadeiros “homens de ciência” conseguem, muitos dos homens que verdadeiramente salvam a humanidade, perecem literalmente na miséria, ao passo que ídolos de qualquer espécie, sem expressão cultural alguma, são consagrados e idolatrados por milhões.
Ocorre que a ciência atual tem seu lugar conquistado e, por isso, goza de certo respeito, mas ainda é pouco compreendida pela maioria e, então, é cotidianamente trocada pelo fantasioso caminho fácil, “reza e terás hoje o que o conhecimento lhe demora entregar”.
O fechamento do comentário do item 59 deixa, inquestionáveis, quaisquer dúvidas passíveis de ocorrer, referente ao relativo temor religioso do professor:
“Por isso, é prudente não se negar, apressadamente, como falsas, doutrinas que cedo ou tarde, como tantas outras, podem desmentir aqueles que as combatem. As idéias religiosas, longe de se perderem, se engrandecem, caminhando com a ciência; esse é o único meio de não apresentarem, ao ceticismo, um lado vulnerável.”.
É esse, sem a menor sombra de dúvidas, um grande "chavão" no qual "penduram-se" os religiosos, na esperança de conquistar os "cépticos" e estes o são, justamente, por não acreditarem no indemonstrável. Não há, em hipótese nenhuma, ponto onde possam convergir ciência e religião; o "deus" que a segunda prega, a primeira, com certeza, chegará a Outro, os rituais praticados por uma são simplesmente desnecessários a outra; as parábolas desta, são incompatíveis com as provas daquela.
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