A razão é virtude em extinção, neste espaço se tenta preservar essa conquista desprezada, lembrar que a vida não está resumida à frágil visão humana.
PENSE
Seja ambicioso nos seus desejos, busque sempre o que é infinito, eterno, completo e intransferível.
O maior bem que se pode conquistar é a perfeição, seja sábio e não se contente com menos.
A matéria é apenas a mina onde garimpamos nosso conhecimento, cada pedra do nosso caminho é o tesouro que buscamos ainda bruto e aguardando lapidação.
Tenha sempre em mente essa idéia e nada haverá de lhe faltar.
Venha ser alguém que acrescenta algo à existência sem exigir mais do que ela lhe dá.
SALVE O MUNDO, COMECE POR ALGUÉM!
domingo, 13 de dezembro de 2009
LIVRO I - UM ENFOQUE RACIONAL - PARTE VI/B
O corpo manifesta o meu Ser , representa a minha vontade , determina a minha posição local ou modo de pensar , mas não “me é”, “estou” por meio dele. Isto é tão verdade que impensadamente , todos , sem exceção , exprimem “meu corpo ”. Nós somos a imagem no espelho e não nos damos conta disso, criamos a nossa realidade apoiada em conceitos materiais e estes , os primeiros , desgastam-se tanto quanto eles ; os segundos , o Espírito permanece e, obviamente, a sua estrutura é também permanente , é muito fácil notar , toda característica humana vem se alterando com o passar do tempo , desde as fisiológicas até as sociais , é a evolução agindo, o Espírito humano , no entanto , continua inalterado os sentimentos , as formas de ser , os ideais , as premissas morais e intelectuais apenas se desenvolvem são , porém , as mesmas desde que se sabe da primeira Inteligência racional , o Espírito não sofre mutações permanentes , apenas “cresce” e reflete seu estado momentâneo na matéria , enquanto esta situação for obscura para ele , este protagoniza equivocadamente o personagem de si próprio , por isso , sofre intensamente todas as vicissitudes imediatas, considerando que a incapacidade de “viver ” tudo agora , impossibilita-o, definitivamente , no usufruto do “existir ”.
É, de fato , extremamente difícil , estando dentro do “espelho ”, aceitarmos que apenas refletimos a realidade , especialmente um “espelho ” que reflete quase tudo que a criatividade imaginativa possa conceber , transformando pensamentos em instrumentos e meios de convivência que traduzem um conforto provisório em ilusão de vida ideal , simplesmente porque aliviam o descômodo “peso ” da matéria . Soma-se, a isto , a dor e o instinto de sobrevivência , meio natural de garantir a evolução através da espécie , fica então , instalado o “medo ” de inexistir após o desligamento material . O virtualismo é patente na maneira de enfocar esta idéia , basta que se enumere a quantidade de pessoas abastadas, apegadas a vida e aos bens e se compare, à mesma análise feita , com os “miseráveis ” de todas as formas , literalmente , estes pedem pela morte , isto , quando não somam coragem que vença o desespero e aceleram o processo por meio do suicídio .
É óbvio que se encontrem um número muito maior de “crentes ” numa vida “melhor ” entre os desafortunados , por falta de explicação da sua condição atual e por suas tendências naturais ao desapego material , justamente por inatingi-lo. Não é, de modo algum , este “crente ” o alvo deste trabalho , pretende-se, aqui , o interessado em captar por acréscimo a propositura presente , discuti-la e mesmo contestá-la, oferecendo algo a aprimorar este conceito ou mesmo derruba-lo, coisa (esta última ) que não creio possível , quem tentá-lo, fa-lo-á em “Espírito ”, o próprio “objeto ” proposto.
A introspecção [1] que até o momento vem sendo apresentada tem por objetivo induzir a idéia de relacionar o pensamento que imaginamos ter com o que verdadeiramente somos. O Ser pensante pode e até deve ser entendido como o próprio pensamento ! Literalmente “somos” o que “pensamos”!
A visão distorcida destes fatos condicionou a humanidade durante milênios ou mais a se “pendurar ” em rituais e ladainhas que acabaram por conduzi-la às formas religiosas. Isto porque a mente opera ininterruptamente , o “fardo ” da matéria bloqueia, em muito , a liberdade de ação intelectual , a comunicação direta intelecto a intelecto é simplesmente impossível em nosso plano e, logicamente, quando um ou outro sensitivo “sentia” presença Inteligente alheia e não material , imediatamente a tomava por “divindade ” e culturalmente assim a assimilava e “rezava” então para ou por esta e afinal , por tudo que não explicava. Pelo medo , anseios , expectativas e até por sentimento de desamparo , procurando desesperadamente por um pressuposto “pai ” que os suprisse.
A reflexão íntima faz analisar nossas próprias falhas , considera o sofrimento do próximo como sendo o nosso , julga, principalmente os nossos erros e não os alheios , pensa progressiva e objetivamente , encurta os caminhos contra as nossas dificuldades naturais , abranda a “alma ” que se encontra aprisionada ao corpo e não pede nada , luta isto sim ..! por conquistar o que lhe cabe por direito e capacidade de tê-lo, usufruindo do que possui em bens , com a dignidade de quem respeita a responsabilidade de devolvê-los à hora que não mais lhe couberem.
A prática meditativa1 amplia a capacidade de captar conhecimentos , possibilita a compreensão e o discernimento das ocorrências circunstanciais ao meio em que nos encontramos, assim não nos sentimos “desamparados” para ter que “rezar ”, ainda que muitas e muitas vezes “tropeçamos” e, aí .., caímos nesta incoerência (quando se cai, não se “reza”, “levanta-se”). Há lógica infinita nisso, quem apenas pede não reúne forças para lutar , passa inconscientemente para a dependência obsessiva imaginando sempre que alguém lhe deve servir , invariavelmente, às suas futilidades .
“O grande sábio nem sempre é quem tem grandes respostas , mas , sim , quem sabe onde , quando , a quem e o que perguntar !”
INTERLIGAÇÃO PSÍQUICA
A mente opera aparentemente com alguma peculiaridade intrigante , modula sua arquitetura individual em função da coletividade , é esse um fator seguramente inconsciente , nós temos, com pequenas diferenças , o mesmo conhecimento dos que nos cercam, ainda que sem base educacional direta equivalente a todos indistintamente , ou seja, o entendimento do que nos cerca está, em maior ou menor grau , impregnado em todos os participantes de uma determinada geração , mesmo variando o grupo social investigado, nota-se traços levemente acentuados de diferenças entre populações mais ou menos desenvolvidas, com profundidade ainda mais acurada, podemos afirmar que um Ser com um mínimo de informação direta do nosso atual meio de vida , seria considerado extraordinário no século passado perante a população média comum daquela época ele , por outro lado , sentir-se-ia completamente deslocado.
O senso racional mantém parâmetros definidos do meio e do período , concepção de liberdade , pensamento político , relacionamento familiar , conceitos de riqueza ou pobreza , garantias legais , direitos participativos diretos ou não , definitivamente , se considerarmos o mais miserável dos seres pertencente a atual civilização , ele é evolutivamente superior à grande massa comum do século referido. Até seu sofrimento é mais sofisticado, não seria possível , naquela época , sentir-se falta de rádio , televisão , geladeira , ou outro meio tecnológico atual , ou alguma conquista social como seguro desemprego, assistência médica , direito a voto , coisas que , mesmo quando precárias, são eficazes do ponto de vista coletivo .
Esta consciência já nos torna positivamente diferentes , é este o enfoque proposto no parágrafo inicial deste capítulo , a “forma ” ideológica é individual , porém , atua coletivamente , todos “vêem” deste modo independentemente da cultura restrita a cada um . Há, definitivamente , uma consciência coletiva , ainda que embrionária , o ponto de vista defendido é o de ligação , “intrinsecocidade” implícita .
As gerações que se sucedem são reflexos invariavelmente positivos das precedentes e o modo de ser de cada uma delas quando isoladas é significativamente equivalente há, de fato , um equilíbrio notável de conceitos , idéias , aspirações e outros , que as distingue.
O exemplo material , porém , fica extremamente caracterizado : Uma expressão de pânico é auto-indutiva, ninguém precisa saber o que ocorre, está no “ar ” todos gritam ou correm até se sentirem seguros e aliviados ou ridículos , se fugiam de algo imaginário .
Arrisco, ainda , insinuar ser este um forte indício de sermos partes da grande Inteligência Universal , em uma determinada fase de agregação em andamento , onde a individualidade é preservada, a resposta , entretanto , uníssona !
O nosso próprio sistema social responde assim . Populações inteiras manifestam receptividade a impulsos ocultos aos sentidos físicos , anseios , temores , otimismo , pessimismo , revolta , curiosidade , são algumas das sensações que percorrem longos caminhos , literalmente contagiando endemicamente um número imenso de pessoas , muitas idéias , invenções ou descobertas acontecem em diversos lugares ao mesmo tempo com as mesmas características .
O Espírito Humano , sem dúvidas , está diante de um complexo impasse , a tecnologia e a filosofia (principalmente no sentido social ) finalmente estão de frente , a primeira nós já sabemos do que é capaz , a segunda , porém , possibilitar-nos-ia absorver totalmente as percepções extrasensoriais, compreendendo-as e aplicando-as em favor de um grande avanço social , nota-se, nitidamente, que apenas tecnologicamente as identidades estruturais do Espírito Humano não se mantêm, a filosofia , no entanto , obliterada pela ilusão de poder tecnológico , ficou defasada e o ente essencial da Humanidade sente, dramaticamente, este atraso , luta , então , debatendo-se desesperadamente em busca de uma imaginária dádiva “divina ”, enquanto que o milagre está em si .
As pilastras de sustentação da sociedade atual estão inegavelmente minadas, a Humanidade se encontra virtualmente “anestesiada”, chegamos indiscutivelmente a um bloqueio em nossa jornada , as teses convencionais não surtem os efeitos esperados, por simples falta de recursos intelecto-sociais, a tecnologia não supre as necessidades sociais , estas são de ordem subjetivas queiramos ou não , são do tipo “devo permitir para que me permitam”, não mais disputamos, coabitamos, os poucos focos ainda omissos ao fato promovem regiões localizadas de verdadeiras guerrilhas urbanas.
As sociedades , ávidas por motivação que as desloquem da imobilidade para mais um passo , dão excesso de atenção às ocorrências mórbidas, transformadas em notícias e exploradas à exaustão por uma parte doentia da mídia .
As estruturas políticas atuais são arcaicas, foram as primeiras que se apresentaram e como deram resultado para as civilizações que por apatia permitiam-se dirigir , ainda que com resultados sofríveis , estão em voga até hoje , no entanto , já não encontram “porosidade” suficiente no seio do “povo ” para , literalmente , encharcá-lo com propostas totalmente inadequadas, recebendo de volta por “reverberação ”, a indiferença , o descrédito e a revolta , por enquanto contida ou pouco extravasada por meio de “válvulas ” isoladas na multidão .
Vê-se, por outro lado , uma Humanidade esgotada das explosões emocionais revolucionárias, onde a massa esmaga uma minoria exploradora, logo depois , outra já está no lugar , como conta toda a história da nossa existência . Ao que parece, o sistema irá desmontar por falta de “rotação ”.
O Ser Humano já demonstra sinais bem nítidos de mudança de valores , os bens são entendidos como necessários , porém , dispensáveis , o consumismo incontido também está restrito e circunscrito a bolsões , até por insuficiência financeira . Os padrões monetários já sofrem grandes abalos referenciais, a moeda eletrônica acabará por filtrar as grandes concentrações de numerário improdutivo distribuindo por necessidade lógica , promovendo uniformidade de sustentação saudável de vida .
O Ser Humano não deve mais ser “conduzido” como “gado ” a administração tem, obrigatoriamente, que se encaixar ao processo por decorrência não por imposição , os controles devem ser impessoais e automáticos , o sistema seria auto-gerenciável e se entenderia os responsáveis pela gestão , apenas como responsáveis , nunca como “autoridade ”, nenhum Ser Humano é qualificado para este fim , o é apenas pela força e porque os que aceitam tal situação são fracos e acomodados .
Há milênios que a humanidade sente que o sistema político não é eficiente , porém , paliativo , procrastinatório e, acima de tudo , pornograficamente caro .
A Inteligência sofre hoje o mal da intransponibilidade, ou seja, está claro que devemos conjugar coordenadamente esforços para um novo salto e isso , ao que parece, só é possível coletivamente , uma vez que esta atitude está em função ou relação a algo ou alguém , logo não é concebível só e isolada, no entanto , não está havendo entendimento suficiente entre todas as partes interessadas, com isso se está protelando um avanço significativo da humanidade .
Vivenciando os argumentos usados referentes à “rede neural ”, nos dias atuais “sente-se no ar ” que estamos em vias de algum grande acontecimento , uma invenção , uma descoberta , uma conquista “sócio /intelectual ”, até mesmo um contato com civilizações extraterrestre é esperada, o ser humano está buscando até o “Papai Noel”.
A Humanidade está carente de motivações e sente que a apatia se manifesta generalizadamente, todavia , se espera um “milagre ” ou outro “messias ”, engana-se! O “milagre ” está em nós , devemos fazê-lo, já passamos da “puberdade espiritual ”, a responsabilidade nos convoca, devemos ajudar-nos, não ficarmos esperando mais alguém para , novamente crucificá-lo, chega ..!
A vocação natural do intelecto pelo trabalho e atividade física está sendo brutalmente bloqueada pela tecnologia , combatê-la, contudo , é uma vã tentativa de regressão , fatalmente a mente será conduzida para uma radical mudança de parâmetros , obviamente trocará o seu atual consumo de tempo produzindo fisicamente, por um amplo mergulho nas atividades intelectuais que é, sem dúvidas , sua função primordial .
A tendência , ao que tudo indica, será restringir suas funções alimentares ; ampliar suas perspectivas de conhecimento ; aprimorar suas condições de vida social , usufruir as conquistas tecnológicas; controlar , com bom senso , seu espaço natural de sobrevivência , como meio ambiente , natalidade , longevidade e, com toda a certeza , explorar o cosmo , buscando, como se vê na ficção , “novas fronteiras ”.
“Meditar é reclamar , pedir , acusar , julgar , condenar , salvar , buscar e mais , a si próprio ”.
CAPÍTULO-16
É aí , exatamente neste ponto , que devemos conceber a idéia de “linearidade ” de pensamento . O que ocorre é que somos, à analogia de um “transmissor ” de freqüência modulada ou seqüencial , uma espécie de “gerador / receptor ” de pensamentos , como receptores podemos capturar infinitas “informações ”, é possível , mesmo , arquivá-las para posteriormente assimilá-las, porém , uma a uma, de outra parte , quando geramos os pensamentos , fazemo-lo, invariavelmente, um a um , como fazemos quando os assimilamos. Obrigatoriamente, ordenamos os pensamentos para torná-los inteligíveis estes , segundo se nota , somente formam estruturas mentais seqüencialmente , existe sem dúvidas , a viabilidade de se fazer essa seqüência em velocidades espantosas, pessoas que são habituadas a raciocínios complexos desenvolvem esta capacidade .
Continuando, quando se afirma a linearidade mental , se a contrapõe à “mentalidade exponencial”, isto é, àquela que viabilizaria a multiplicidade simultânea de pensamentos . E, como já se nota de imediato , a vantagem iria ao infinito , múltiplas funções intelectuais simultâneas, número ilimitado de raciocínios tautócronos de qualquer complexidade, discernimento incontido em todas as direções do conhecimento , assimilação de toda a cultura disponível a um só tempo , soluções imediatas para todos os problemas , será que já não voltamos a falar “Dele”?
O pensamento , contudo , busca um reflexo e uma ou mais respostas a qualquer nível , ainda que se mantenha um fluxo ininterrupto de idéias concatenadas umas às outras, esta seqüência assume a nítida característica de colóquio , irremediavelmente.
A mente aparentemente necessita da ação reflexiva para expandir seus conhecimentos , a contestação é intrínseca à resposta , é tão premente a dualidade que , constantemente , parece vir uma solução mental , em contrapartida a uma negativa já proposta antecipadamente e de problemas ainda não existentes, ou seja, a mente replica (se auto questiona) para , posteriormente , apresentar ou procurar solução .
O sistema , no mínimo “dual ” (poder-se-ia especular triplo ou mais ), exerce o mecanismo intelectivo “individual ”, como fossem, ao menos , dois indivíduos , o intelecto é mesmo controverso por natureza própria , é a constante conjunção de adversos que o mantém ativo . O pensamento questiona para afirmar , julga para relevar ; infere para refletir ; busca para enviar , levado às últimas conseqüências é, de fato , o nosso próprio “carrasco ”, não perdoa nunca , cedo ou tarde , coloca-nos o “dedo em riste ” e diz, literalmente ; – “você ” fez. Observe e questione-se, quantas vezes o pensamento lhe chama de “você ”? Sim ..! pronome pessoal , dirigido à segunda pessoa . Talvez , por vezes , nos sentimos solitários , porém , só , parece que nunca .
Filosoficamente, temos que é absolutamente concebível relacionarmos o Ser e a razão por duas identidades intrínsecas (par unívoco ), inteligíveis como duas, inaceitável , todavia , como um . Inexplicável ainda , mas seguramente nos deparamos aí com a conjunção fragmentária , referida no cap. (I). Já se fala aqui de “coletivo ”, entretanto , é extremamente difícil absorver o conceito .
Esta peculiaridade pessoal do nosso Ser interior (aquele do cap. II) deu, e ainda dá, causas a infinitas crendices , principalmente entre os Orientais , com destaque aos Budistas , que afirmam sermos nós a agregação de vários seres (quatro ou até sete e mesmo nove , ao que se sabe), cada um tendo seus predicados e defeitos , eles nos integram no corpo material , que responde efetivamente à influência de cada um , dependendo das tendências assumidas, a cada circunstância vivida .
Essa característica não é de todo estranha , os profissionais da área psíquica a conhecem sob vários aspectos , vai a ponto de manifestar-se com múltiplas personalidades . Um paciente , no caso , apresentando provável distúrbio mental , geralmente crônico , passa a assumir a vida de diversas “pessoas ” diferentes , criando impasses impressionantes como , por exemplo , paixão , desencontros óbvios e discordância mutua entre os protagonistas de “si ”.
Cabem ao tema , infinitas discussões no campo técnico , procura-se anomalia física no cérebro , discrepância congênita ou ainda , algum traumatismo oculto e até mesmo conhecido . Analiticamente, se buscam possíveis fatores psicológicos externos , frustrações contidas compulsoriamente ou efeitos gerados pela mãe no período de gestação , eventos psicóticos diversos , entre outros . Quando há participação de agentes envolvidos cujo ponto de vista seja espiritualista , estes se referem a manifestações de vidas passadas , ou à passividade do “sensitivo ” na influenciação “espiritual ” (obsessão , cap.13), indo aos extremos de uma possível “possessão ” absoluta o que , em si , esta última versão é muito questionável , dir-se-ia mesmo , impossível .
Podemos, literalmente , dar razão a todos . Sem dúvida , as múltiplas ocorrências são plenamente possíveis , inclusive todas a um só tempo .
Particularizando a última , pois o espiritualismo vem de encontro ao nosso trabalho , citamos que o primeiro fator lá referido (vidas passadas ) é passível de incidência (com muitas ressalvas1), até com certa freqüência , não são raros os casos , logicamente quando se assegura da seriedade da ocorrência , lembrando o Capítulo (12), Comunicabilidade, deve-se averiguar profundamente cada evento .
Conclui-se, portanto , das reflexões acima delineadas que existe ainda um terceiro ente na relação proposta , Ser / Razão , pois está óbvio que o cérebro não é a “máquina ” racional , é uma “ferramenta ”, sem dúvidas , mas seria, quando muito , um “compilador ” de códigos , a razão nada tem com o “cérebro ”, esta (a razão ) é o agente de ligação entre o Ser (Inteligência ) e a manifestação (ação ) na matéria , para tanto , utiliza-se do “cérebro ” que transforma os sinais racionais em eventos , assim , nós acontecemos e todos notam. Logo , por partes , conhece-se o Ser que sente e racionaliza em informações inteligíveis , o sentimento (a “expressão ” do Espírito ), através da razão (ente intrínseco a ele , “Ser ”) que , por meio da máquina cerebral , atua na “nossa ” realidade , espelhando, ainda que distorcidamente, seu virtualismo latente .
O criminoso de qualquer natureza é o resultado estressado do que somos. Ao contrário do que parece, não existe crime sem cúmplices , o delituoso extremo é simplesmente uma das válvulas defeituosas da nossa “caldeira ” social , a massa restante respeita ou teme as barreiras impostas.
O nosso “mar ” de sofrimentos é absoluta conseqüência do que somos.
As conclusões expostas nos levam a uma introspecção profunda , desse modo observamos que quando “meditamos” com acuidade suficiente , buscamos e “dialogamos”, de fato , conosco mesmo , buscamos verdadeiramente o “Deus ” que nos “vem”, sem que o saibamos, é assim que somos e nenhuma “ladainha ” (reza) nos arranca de dentro de nós próprios . Para que venhamos a aflorar , devemos ter motivação bastante para tanto , exemplos disto se encontram nos grandes Espíritos (encarnados ou não ) que , imbuídos de auxiliar , “dar-se” mesmo , operam efeitos maravilhosos , que ignorantemente chamamos de “milagres ”. O “milagre ”, em verdade , é ainda não entendermos isto !
Nossas vidas são vazias, porque não as preenchemos, esperamos “dádivas ” do “céu ” e lá só encontraremos o que nós mesmos criarmos (sim , no infinitivo ), o “Universo ”.
O que queremos, nós o somos, basta “crescermos” e seremos o que buscamos, de dentro para fora , não o contrário ! Está aí o teu Deus e o meu também ..! Pois somos “um ” só , queiramos ou não !
“Nós somos trechos ‘Dele’.”
A VERDADE E O MEDO
Dói apenas quando faz ruir os castelos de mentiras ou quando expõe as feridas que se ocultam. Mas , ainda assim , liberta sempre a todos , sem exceção .
Se é ela , a “mãe ” das virtudes ? Por que dela nos escondemos? Porque somos, exatamente , os “castelos ” que ela derruba ou as “feridas ” que se escondem!
Fazemos de nossas vidas uma “farsa ”, para que , aos olhos do próximo , pareçamos grandes , inócuo efeito produzido pelos “irracionais ” , como um simples gato “arrepiando” os pelos para outro , induzindo neste a ilusão de maior porte , ocorre que o “outro ” faz o mesmo e, à luz da razão , isto é simplesmente ridículo . Os gatos e “nós ”, não notamos.
A “verdade ”, metaforizando, pode até ser “refrescante ”, entretanto , produz tremores de frio , quando retira o manto escuro da falsidade .
Vejamos bem , um primitivo dispunha de um pedaço de “pau ” ou uma pedra , andava a pé e se “desesperava” de medo dos “deuses ”, hoje , um simples político dispõe de uma caneta , não crê em nada e, mesmo sem armas , assina uma ordem e mata milhões de seres , a natureza e até crianças que nem nasceram, aos milhares , e sequer pensou no que fez, pois , virtualmente , ele pode como um “deus ”.
De fato , não falamos de regresso , a evolução não recua (cap. 21), no entanto , por analogia , nos primórdios dos tempos , éramos “crianças ” ignorantes em todos os sentidos , tornamo-nos “jovens ”, porém , rebeldes , exibimos exatamente o mesmo excesso de autoconfiança de um adolescente que imagina o “mundo ” ter sido criado para ele manifestando um egocentrismo doentio , se pretendemos nos tornar “adultos ”, sem excesso de arrependimentos , quanto antes nos conscientizarmos do que somos, melhor !
O Ser humano vem à luz por volta de um século , as oliveiras nos contemplam por mais de dois milênios , o Sol nos iluminará, ainda , por biliões de anos e o Universo verá o seu fim e o de infinitos outros . No entanto , um único momento de verdade , perdurará eternamente .
“A verdade é singela ou apenas um fato ; é a mentira quem a torna especial .”
Seriam elas possíveis ? Impossível , seria contestar ! São quase infinitas as provas catalogadas, inclusive cientificamente. O imenso número de fraudes , constantemente produzido, de modo algum invalida as práticas verídicas. Foram filmadas, testemunhadas, vividas, fotografadas, relatadas, detalhadas, no entanto , nunca , jamais mesmo , explicadas. Não há como ..! Sequer de longe nos propomos a isto . Porém , podemos sensatamente abordar aspectos de abrangência psicológica , filosófica, mecânica , moral , social , individual e, até espiritual .
E assim , fica validada a possibilidade de cura por esta via , pois , ainda que estranha , é natural . Não está aqui uma propositura sofismável onde , mascarada pelo infortúnio , pretenda-se legitimar uma busca virtual .
Psicologicamente, começam todos os males ! A ciência sabe e afirma isso atualmente , assim , temos já um atributo que possibilita a relação Inteligência (Espírito ) matéria (corpo ), mas e as crianças que já nascem debilitadas? Bem ..! ou aceitamos as implicações preexistenciais ou este trabalho não deve sequer ser lido! As debilidades transcendem tanto quanto o Espírito , ao corpo , portanto , é plenamente lógico aceitá-la como psicológica , precedente ao nascimento.
As formas espirituais determinam as materiais , nossas deformidades são o que somos, quando se pensa em “soma ” (corpo em relação a mente ), automaticamente ligamos o subjetivo ao organismo , em outras palavras , nós somos seres “psicossomáticos ”, não há como separarmos o corpo do Espírito , a não ser desligando-se da vida material padece[3], então , o corpo . É muito provável ser este o meio possível de intervenção “espiritual ”, de algum modo , viabiliza-se um “conserto ” psicológico profundo , o efeito é imediatamente refletido organicamente, obviamente este “imediatamente ” corresponde a uma demanda de sincronismo , uma chaga aberta , por exemplo , não tem materialmente possibilidades de cicatrização instantânea (há, entretanto , alguns relatos que contradizem esta precaução “literária ”).
Filosoficamente, ocorrem, em casos desta natureza , implicações bastante delicadas. Uma vez acatada a “forma espiritual ” como resposta direta dos atos inteligentes , logicamente uma deformidade corresponde a um “ato deformado”, levando-se ao “pé da letra ”, logo não haveria possibilidade de “reparos ” produzidos por terceiros , a evolução própria deveria, em tese , promover tais eventos .
Considerando, porém , a flexibilidade intelectual , seria provável uma “troca ”, com o intuito exclusivo de facilitar os passos evolutivos do Espírito envolvido. Um sofrimento pode, teoricamente, ser transformado em expectativas de avanço moral e intelectual , seria mesmo um crédito em “conta corrente ”, o devedor deve dar o empenho “hipotecário ”, com o risco de agravar sua situação anterior num futuro próximo ou então se tornar íntegro novamente por conquista própria e, assim , dar prosseguimento à sua existência natural . Notem, não se fala aqui em “castigo ”, esta é uma daquelas palavras funcionais , não existe do ponto de vista evolutivo , a “deformidade ” é pura falta de alcance ou simplesmente atraso espiritual . O alívio é tão eficaz para quem recebe, quanto para quem pratica. O próximo “somos nós ”!
Desculpem a força de expressão , mas “Ele sou eu ”, enquanto não aceitarmos que somos “Um ” não seremos livres . Um ser “evoluído não é bom , é evoluído”. Jesus, mais do que profeta , foi “matemático”, quando este propôs “amar ao próximo como a ti mesmo ”, demonstrou a seguinte “expressão ”: ... — ao pensar apenas em mim , sou “um ” dedicado a esse fim , ao me dedicar ao próximo , todos , tecnicamente, fariam o mesmo , logo infinitas pessoas estariam por mim , até para os “mesquinhos ” é conveniente pensar no próximo !
Deve haver , sem dúvida , um processo , um mecanismo lógico que possibilite tais efeitos , aparentemente a nós é mais fácil entender os “porquês ”, do que como se realizam estes , de acordo com a mentalidade evolutiva , fica clara a idéia de cooperação entre as inteligências , este é um entre muitos modos de se cooperar , eis aí um “porquê ”. “Como ”, no entanto , devemos cuidadosamente “apalpar ” o terreno das deduções .
Uma vez que concordamos com um plano paralelo ao nosso (ao menos teoricamente), havemos de concordar , também , com um meio de comunicação entre estes , obviamente a mesma via comunicativa deve ser o meio de transferência dos efeitos inteligentes , como já sugerido, o cérebro transforma sinais mecânicos em subjetivos e, inversamente, opera do mesmo modo , permitindo a inteligência manifestar-se, logo , é muito sensato harmonizar-se com a idéia de que o sistema nervoso central , principalmente , seja o “equipamento ” biológico ideal para operar este mecanismo .
Os orientais , em geral , oferecem uma literatura fantástica a este respeito e, apesar de não ter qualificação para intentar pareceres , devo insinuar que se tem muitas notícias de que eles praticam um ou vários tipos de medicina alternativa inclinada à orientação espiritualista e psicológica , que surtem efeitos muitas das vezes , mais eficazes do que as praticadas, até o momento , pela medicina ocidental . É claro que há também a contrapartida , muita gente morre por não ter simplesmente procurado a medicina normal .
É inegável a consistência religiosa destes povos , fala-se aqui , no entanto , em crenças de raiz onde ; apesar de haver fé “cega ” e sacerdócio numeroso , ocorre um certo primitivismo original , um “ar ” de pureza ainda forte no seu modo de ser , como as que se encontram em pequenos núcleos de população ocidental , onde há a predominância de pessoas humildes e de vida simples .
O procedimento deve seguir , provavelmente, o seguinte raciocínio , a pessoa adoecida inicialmente , o é porque seu Ser (espírito ) está debilitado (falho ), ao recorrer a este tipo de ajuda , de imediato se tem duas indicações , primeiramente , o desespero pelo sofrimento está surtindo seus efeitos pelo ato que tenha feito , seja ele qual for; secundariamente, quem se dispõe buscar este tipo de ajuda , geralmente , já fracassou nas outras tentativas e, de certo modo , começa a entender os motivos que transcendem o seu infortúnio , pois os companheiros que lhe propõe esta possibilidade normalmente já o induzem nesta direção (quase sempre por experiência própria ), sendo estes fortes indícios de recuperação a nível espiritual o que , por si só , já é um grande propulsor em sentido da probabilidade do “benefício ” (dito ) “negociado”, sempre será levado em conta o proveito evolutivo de quem está em evidência para este fim . Se desprezada esta condição , “cai por terra ” toda teoria defendida neste modesto trabalho !
É até aceitável que muitas vezes , quando se torna possível algum trabalho , de certa forma alarmante do ponto de vista de nosso conhecimento que , “maliciosamente ” (ainda que no bom sentido ), o plano espiritual “aproveite” para produzir “Marketing ” da sua existência , nada disso, porém , é verdadeiramente necessário . Volveremos portanto ao nosso raciocínio .
Consideradas as implicações expostas, teremos logicamente, alguém em condições de receber ajuda , sendo esta a única condicionante do processo . Passa a energia psíquica , então , a ser “aplicada”, ao que consta do nosso entender , no espírito debilitado, nas formas e dosagens que os que se propuseram a este trabalho determinam, quase sempre estes dependem dos “encarnados ” para auxiliarem, meditando a favor do necessitado e, deste modo , transmitindo energia mentalizada, ainda que inconscientemente , o que é plenamente aceitável e lógico , pois , uma vez aceita a “energia psíquica ”, é fácil perceber que esta pode ser manipulada.
O receptor a absorve como se esta fosse “atadura ” (figurativamente), que repõe, em condições de normalidade, sua forma de ser (podemos até dizer , “recompõe suas virtudes ”) esta, automaticamente, codifica-se em sinais inteligentes , que atravessam da zona subjetiva pelo sistema nervoso , transformada em sensações de recuperação do organismo biológico, que passa , imediatamente , a produzir ou captar os ingredientes que antes não era possível disponibilizar para tal fim (enzimas , vitaminas , medicamentos e outros ), assim , o sistema orgânico debilitado começa a responder eficientemente ao tratamento , que tanto faz ser espiritual ou material e os efeitos logo se manifestam no corpo em questão .
E logo então , uma “porção ” de desinformados ficam “boquiabertos ” o que ocorre, porém , é totalmente natural nada de milagres , chegará o tempo que se iniciará qualquer tipo de tratamento do corpo pelo espírito , pois que o primeiro é o reflexo do segundo e, com certeza , a “integridade espiritual ” será a vacina ideal para todos os males .
Devemos novamente insistir , as energias , em hipótese alguma, “consertam” o espírito , elas têm mera função equivalente a uma “prótese ”, imaginativamente falando, se o indivíduo socorrido não se enquadrar ao seu módulo evolutivo , perpetrando os atos que o levaram às deformidades anteriormente , obviamente estas energias se decompõem, por pura falta de capacidade desta inteligência em se manter íntegra assumindo, assim , o lugar da “prótese ” energética implantada logo , esta se desfazendo, fica a mostra a falha , até aumentada, logicamente por ter-se acumulado mais deficiência sobre a já existente, por uma analogia grosseira , podemos entender alguém rasgando com uma faca , um ferimento já ulcerado por baixo das bandagens , imaginando ser esta sua composição final .
Uma vez adotado este critério dedutivo para o processo desencadeado, podemos nos aprofundar em sentido inverso e logo perceberemos que o sofrimento do organismo biológico implica em crescimento do Espírito , evolução carreada pelas sensações transmitidas da matéria ao Ser . Nunca porém , imagine ligações desta idéia com sofrimento deliberado e principalmente inútil , o nosso próprio modo de existir já se encarrega disto e, eventualmente , quando alguém se dispõe a sofrer pelo próximo , significa que , ainda que inconscientemente , se caso for, esta pessoa já é grande o bastante para crescer mais e dá, assim , o próximo passo neste sentido .
O sofrimento, quando relacionado a um ser racional , tem características definidas, todos de pronto o ligam a um pressuposto “Carma 1”, consideram o fatalismo como determinante absoluto das conseqüências geradas pelas mais diversas causas . A um simples olhar , já se perde de vista tal formalidade , senão , como se explicar o infortúnio incidente aos seres irracionais ..? Sim , é óbvio que se deva enfocar tal eventualidade , os seres entendidos como “inferiores ” na cadeia intelectual , ao que tudo indica, não têm possibilidades racionais de determinarem seus próprios “arbítrios ”, contudo , sofrem esmagadoramente mais do que os seres racionais são mesmo criados com a intenção do “abate ”, no seu próprio habitat sofrem, indiscriminadamente , todas as agruras da hostilidade natural ao meio ambiente , assim , fica a pergunta , pelo que eles “pagam”? O ser Humano já sofreu do mesmo modo nos primórdios dos tempos , este , porém , veio em um organismo aparentemente frágil , no entanto , dotado de um cérebro privilegiado e o espírito capaz de usufruí-lo, contudo , é inegável que , na ânsia do existir , aprendeu efetivamente através deste espinheiro e, ainda que nos pareça brutal , as espécies evoluem desse mesmo modo , essa tese de modo algum nos autoriza a sair “moendo” os irracionais com o propósito de evoluí-los, a razão nos responsabiliza pela consciência de cada ato praticado (cap. 19).
Aos mecanismos apresentados como possíveis de produzir efeitos na matéria , poderíamos pormenorizar detalhando algumas literaturas referentes a terminais energéticos, conhecidos ainda em seu idioma original como “chakras1” do indiano , no entanto , não seria conveniente tal aprofundamento, pois tudo são suposições ou deduções e até supostas “visões ”, o que não podemos negar veracidade, porém , por outro lado , não temos com que defendê-las, a ciência , por enquanto , não chegou “lá ”. Entretanto , a lógica , mais uma vez , permite considerações , vejamos, o sistema nervoso central tem, obviamente, os “terminais ” nervosos , os sensitivos , os defensivos , os reflexivos , inclusive os inteligentes que permeiam os sinais intelectivos e subjetivos . Ora ..! o organismo é reflexo da inteligência , portanto , é a imagem do Ser adaptada ao meio , fica plenamente aceitável a existência dos terminais psíquicos !
O Ser inteligente deve operar meios de ligação ao Ser biológico, por que não seria este o meio ? Se não exatamente , se-lo-á bem próximo , uma vez acatada a idéia de energia psíquica , pode-se, perfeitamente , absorver que o mecanismo de captação e emissão estejam em uma faixa intermediaria da matéria e inteligência , ou seja, entre os dois planos , possibilitando manifestação no corpo pelo espírito e sensações no espírito pelo corpo , seriam estes , alguns elos de ligação , polarizando as duas fases universais em uma só , ambilátero naqueles pontos . Detalhes como localização , rotação , intensidade , vibração , etc.., são meras suposições e, ainda que pretensamente “vistas ”, impossíveis de sofrerem análises que as definam. Penso que aceita-las é, sem dúvidas , um grande passo !
Uma vez que os comentários sobre os mecanismos ficam limitados às técnicas de procedimentos e estas apenas podem ser abordadas pelo bom senso teórico e não pela aparelhagem adequada, não pretendo extrapolar estes limites já bem dilatados.
A perspectiva moral destes procedimentos, porém , oferecem-nos vasto campo a ser trabalhado, o envolvimento evolutivo com relação a uma intervenção implica muitas probabilidades , diretas e indiretas , ao Ser e aos outros , participantes ou não do evento . Quando se admite que a forma espiritual é seu modo de ser , extrapolamos a idéia de imagem , portanto , esta passa a ser o que entendemos e não o que vemos (Cap.-10) logo , ao falarmos em deformidades inteligentes ou espirituais , conotamos “des” virtuosismo (mente sem virtudes , “deformada”), da interpretação nós dispomos, só não temos alcance da projeção , a moral é uma dessas virtudes .
Podemos produzir um paradoxo aparente relativo à moralidade , no entanto , no conteúdo do contexto , é exatamente o que ocorre, ou seja, o conjunto de conceitos que se traduz por moral é inflexível , entretanto , muda , ela é diretamente proporcional ao comportamento evolutivo do Ser , da época e do meio (população , núcleo ).
A responsabilidade determina as dimensões morais e quem determina a “responsabilidade ” é o grau evolutivo , de sorte que podemos, imediatamente , aquilatar a gravidade de uma ação relativamente a um “primata ”, por exemplo ; uma agressão , comparativamente , um Ser totalmente civilizado e com alto grau de cultura praticando o mesmo ato , no segundo caso , erroneamente, já se considera “maldade ” (palavra funcional ), como conseqüência lógica da impressão inicial , “erroneamente” com certeza ..! Pois , a agressão , como qualquer outro ato ilícito , é praticada por falta de alternativas , é justamente esta a falha em um indivíduo evoluído! Ele , obrigatoriamente, deve prover , não uma, porém , várias alternativas para situações conflituosas, para isso ele tem preparo ! Bem .., e se falarmos em intenções , em premeditação no dolo , afinal ? Nestes casos já não se fala em pessoas completamente evoluídas, não há “maldade ” (ainda que o indivíduo e até outros assim entendam), porém , falta de preparo . Tecnologia , cultura simplesmente materialista, visão imediatista de vida não correspondem a um Ser necessariamente evoluído, faltam-lhe compreensão , paciência , discernimento , cidadania , identidade filosófica, na verdade cultura , razão e sabedoria não são a mesma “coisa ”, são entidades totalmente independentes que eventualmente podem ser interligadas, isso é muito fácil de observar , vejamos: Cultura é puramente acúmulo de conhecimento , quando esta começa a ser manipulada pelo intelecto , podemos identificá-la com a razão , quando porém , empreendida em favor de todos , estaremos diante da sabedoria .
Houve quem já definiu “Inteligência ”, como “o que é capaz de desenvolver instrumentos ”, após algum tempo , um outro alguém ampliou a definição , afirmando que “esta é o que é capaz de desenvolver máquinas ” e esclarece, ainda , não se tratar de “máquinas ” simples , porém , muito complexas até mesmo como estruturas do tipo “coletivas”. A seguir estes devaneios , se chegará à conclusão de que , somos um amontoado de fios e parafusos e pensamos de acordo com a corrente eletrônica que excita nossos “chips ”! Quimera sórdida , visão mesquinha , salto infeliz ! Nós somos a Inteligência e, não o cérebro , “esta é capaz de construir o Universo ”, Somos o Universo ! E ele , “nos ” é. E, ainda que no “fim da eternidade ”! Isso será demonstrado.
É esse o único motivo de tanto envolvimento moral e evolutivo , as nossas deformidades morais são o que nos faltam como “pedaços ”, é esse o reflexo que arrastamos no corpo , quando outros indivíduos se propõem a suprirem tais deficiências a alguém , é porque por decorrência evolutiva , já sentem a possibilidade de resgatarem mais alguém para as fileiras produtivas, a níveis universalistas e o envolvimento de terceiros , até mesmo por uma simples notícia , é sempre um chamamento, um convite à reflexão , ao entendimento de que , com mais ou com menos tempo , todos deverão lá estar !
Do ponto de vista Social , infelizmente , por conta da religiosidade, armou-se verdadeiramente um “circo ”, onde os desafortunados são expostos a constrangimento , escárnio público , situações ridículas e outras atrocidades “amorais ”. Pela “enésima ” vez insistimos, nem sempre (isto quer dizer , quase nunca ) são possíveis as pretendidas “curas ”, os problemas individuais sobrepujam as vantagens na maioria dos casos , por simples evidência de incapacidade do necessitado em recuperar-se espiritualmente , se lhe for restituída a saúde física ficando desse modo comprometida sua velocidade evolutiva . É, sem dúvidas , uma questão de se estar “pronto ”. E assim , assistimos espetáculos mórbidos , onde fanáticos insanos , cegos pela vaidade e ganância incontidas, gritam “joguem suas muletas !” e, por outro lado , as vítimas da saúde e dos “lunáticos ”, cheios de fé insensata , por ignorância e desespero , atiram-nas e, prontamente , caem de boca no chão .
Devemos também , capitular em favor do indivíduo , ele é o pivô , o elemento central da questão . Há implicações graves a serem consideradas o que , de fato , é melhor para ele ? Se curado, não incorrerá novamente em delito ? Consequentemente agravará sua “deformidade ” espiritual atrasando indefinidamente seu prosseguimento evolutivo . E o envolvimento de terceiros ? Quase sempre ocorre! Um ato , uma prática qualquer , exige sempre o ativo e o passivo , não há sentido “delituar” contra “nada ”, obviamente, a ou as vítimas da atitude não estarão, necessariamente preparadas, existem infinitas chances de revide a altura , teremos, então , um ou muitos novos delituosos, com gravidades semelhantes . Conseqüências plenamente evitáveis , a ou as vítimas , podem passar por processos semelhantes menos traumáticos, sem um agente específico dispersando, desse modo , a concentração tendenciosa de vingança ou equivalente, próprias do estágio evolutivo em questão , diminui-se, portanto , os riscos de novas “deformidades ”, decorrentes de uma possível reação em cadeia logo , esta cura “maravilhosa ” não é também por este lado , a melhor atitude a ser tomada . Muitas vezes , é até necessário “adoecer ” quem está são .., veremos adiante .
A cura pela medicina material tem caráter de austeridade , tem limites bastante circunscritos e esses fatores somados à dificuldade de obtenção de sucesso condicionam, paulatinamente , o ente envolvido em conformar-se, esperar , refletir , compreender afinal , sua posição .
Existe ainda , outro detalhe que é indiretamente positivo a dificuldade natural do ser humano em operar seus conhecimentos ainda restritos da ciência médica provocando lentidão na recuperação , levam o paciente a sentir-se agraciado e ponderado relativamente ao seu estado , pois todo o processo , por sua complexidade, imprime no espírito o sentido de avaliação das dificuldades suplantadas, o trabalho enfim , é plenamente valorizado. Bem ao contrário de uma cura espetacular , que com o “impostar ” das mãos , pode resolver tudo , na verdade , o indivíduo chega quase sempre a pensar que não tinha nada e que não passava de imaginação o que sentia desvalorizando totalmente um trabalho que não viu e, se cada vez que estiver “mal ”, curar-se com tanta facilidade , poderia , tecnicamente, estar sempre “mal ”, pois fácil seria recuperar-se. Poderia drogar-se, ferir-se, prejudicar ao próximo e por aí afora , ter-se-ia então , descoberto um processo regressivo ou , no mínimo , estagnante. É o mesmo que reclamar da dor , sem ela , entretanto , padeceríamos em pouquíssimo tempo . Temos assim , um exemplo típico da ação natural nos dois planos existenciais, observados detalhada e analiticamente sob seus aspectos relevantes .
Considera-se por fim , uma última e relevante observação , uma vez admitida a interferência espiritual nos meios materiais . A atuação deste plano pode perfeitamente , ao contrário de curar o corpo , prover que este venha sofrer uma deformidade qualquer , através de artifícios técnicos ainda que , pouco ou nada , entendidos por nós , um exemplo de possibilidade observamos através da influência exercida pelos espíritos (cap. 13), até mesmo uma distração visual ou auditiva momentânea ao se atravessar uma rua de movimento intenso provocaria o evento pretendido, “doadores ” involuntários (cap. 15 e 21), de energia que produzisse o “efeito físico ” almejado, não faltariam em local público . Como , porém , contariam com a certeza do acidente nas proporções necessárias? Ora ..! Nós mesmos “encarnados ”, dispomos de pessoas que calculam até matematicamente resultados que se pretenda produzir . Por que o plano espiritual , não disporia destes recursos também ? Afinal eles , “somos” nós , amanhã ! Ademais , vem implícito a qualquer evento planejado, o risco calculado, as tentativas e, enfim , as vantagens e desvantagens de um possível perecimento do “corpo ” em foco . Assim , talvez levando em conta algum provável risco excessivo da prática irresponsável de um ou mais atos que venham comprometer demasiadamente o tempo de evolução do Ser em questão , muitas vezes , até porque este não teve o devido suporte e amparo necessários , pelos quais comprometeram-se seus companheiros de jornada , particularmente os familiares mais próximos , pai , mãe , irmãos , amigos , etc..! Portanto , imbuídos em proporcionar , um meio menos oneroso ao “paciente ” analisado, os espíritos envolvidos no caso , optam pelo “remédio ” amargo e executam, sem dúvidas , o “serviço ” corta-se, deste modo , um eventual “retardamento ” evolutivo , antecipadamente aos eventos , que claramente anunciavam-se. O exemplo usado, poderia ter sido outro , uma deformidade na “forma ” espiritual (cap. 10) provocaria fatalmente seu reflexo na matéria , seria uma opção viável também , em verdade , o que não faltam, são escolhas ! Essa também não é a atitude de muitos heróis , que trocam poucas vidas , inclusive a própria , para salvarem inúmeras outras?
Ao enfoque espiritual reserva-se o campo dedutivo , lógico e racional . Por não atingirmos o espírito , através da “matéria ”, buscamos sua identidade nela, a “Inteligência manifesta ”. Tudo o que abrange a Expressão Inteligente reflete no modo de ser do indivíduo “encarnado ”. Uma vez aceita a idéia de que a existência do espírito é o que fundamenta a nossa própria , passa a ser extremamente lógico que a cura é responsabilidade exclusiva do Ser em questão , o que se pode fazer a outrém é puramente paliativo , é um procedimento fortuito em favor do tempo disponível , seria como emprestar uma “muleta ” a um cidadão , até que este possa depender de seus próprios recursos naturais e, assim , andar só , deve-se entender claramente que para a Inteligência não existe a “cura ”, porém , o alcance evolutivo que lhe permite transmitir ao organismo biológico as devidas funções sem falhas , pois estas já não lhe fazem parte . Deixa mais clara , ainda , a visão do refinamento do organismo biológico, porque , deste ponto de vista , fica totalmente óbvio que “cura ” é um meio grosseiro de se designar aperfeiçoamento, quanto mais evolui o ser , mais este se aproxima da perfeição , portanto , é dedutível a tendência natural de o “corpo ” vir a ser etéreo e, posteriormente , completamente dispensável fica, no entanto , impregnada no Ser a sua vivência material , possibilitando a este , quando a seu entender , volver a esta em favor de seus desígnios . Um caso bastante provável no que se relaciona ao Ser mais que “Humano [4]” Jesus Nazareno. Desse modo , deixam simplesmente de existir , por mais de um motivo (pelo menos dois ), todos os “milagres ”, palavra e idéia medíocres , para explicar o inexplicável , apenas porque somos incapazes . Fica, entretanto , claro como o “Sol do meio dia ”, que alguém evoluído a tal ponto pode, de fato , manipular as propostas energias psíquicas, como nós fazemos com a energia elétrica e até melhor assim , os primatas , comparativamente , chamar-nos-iam de “deus ”, sem dúvidas , tanto quanto fizeram os nativos do Brasil com o bandeirante , quando este ateou fogo em aguardente induzindo-os imaginar tratar-se de água do rio para impressioná-los safando-se da morte certa . Não se tenta aqui , diminuir os personagens citados, ao contrário , se mostra o verdadeiro “tamanho ” de quem observa passivo e pasmo o que eles produziram simplesmente utilizando seus conhecimentos em ocasiões apropriadas, cada um a seu modo e característica , um elevado e em prol do próximo e outro rústico e a seu próprio favor !
“Não ‘pise no freio ’ da imaginação , apenas por visualizar os limites da razão no horizonte do conhecimento ..!”
1 - Por analogia caberia, com mais adequação , comparar a inteligência ao “quanta ” (Porção energética ) -
[3] - Deve-se entender como desorganização biológica do instrumento do Ser , nunca morte ou destruição material-
1- Teoria oriental de centros de convergência energética psíquica em pontos definidos do corpo humano
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