A razão é virtude em extinção, neste espaço se tenta preservar essa conquista desprezada, lembrar que a vida não está resumida à frágil visão humana.

PENSE

Seja ambicioso nos seus desejos, busque sempre o que é infinito, eterno, completo e intransferível.

O maior bem que se pode conquistar é a perfeição, seja sábio e não se contente com menos.

A matéria é apenas a mina onde garimpamos nosso conhecimento, cada pedra do nosso caminho é o tesouro que buscamos ainda bruto e aguardando lapidação.
Tenha sempre em mente essa idéia e nada haverá de lhe faltar.
Venha ser alguém que acrescenta algo à existência sem exigir mais do que ela lhe dá.

SALVE O MUNDO, COMECE POR ALGUÉM!


domingo, 13 de dezembro de 2009

LIVRO I - UM ENFOQUE RACIONAL - PARTE VI/B


CAPÍTULO 14

MEDITAR, POR QUÊ?
Realismo ou virtualismo?

Penso ser o onde estou”, mas, devo saber o que “sou”.

O corpo manifesta o meu Ser, representa a minha vontade, determina a minha posição local ou modo de pensar, mas não me é”, “estou” por meio dele. Isto é tão verdade que impensadamente, todos, sem exceção, exprimem meu corpo. Nós somos a imagem no espelho e não nos damos conta disso, criamos a nossa realidade apoiada em conceitos materiais e estes, os primeiros, desgastam-se tanto quanto eles; os segundos, o Espírito permanece e, obviamente, a sua estrutura é também permanente, é muito fácil notar, toda característica humana vem se alterando com o passar do tempo, desde as fisiológicas até as sociais, é a evolução agindo, o Espírito humano, no entanto, continua inalterado os sentimentos, as formas de ser, os ideais, as premissas morais e intelectuais apenas se desenvolvem são, porém, as mesmas desde que se sabe da primeira Inteligência racional, o Espírito não sofre mutações permanentes, apenas “cresce” e reflete seu estado momentâneo na matéria, enquanto esta situação for obscura para ele, este protagoniza equivocadamente o personagem de si próprio, por isso, sofre intensamente todas as vicissitudes imediatas, considerando que a incapacidade de “vivertudo agora, impossibilita-o, definitivamente, no usufruto do “existir”.

É, de fato, extremamente difícil, estando dentro do “espelho”, aceitarmos que apenas refletimos a realidade, especialmente umespelhoque reflete quase tudo que a criatividade imaginativa possa conceber, transformando pensamentos em instrumentos e meios de convivência que traduzem um conforto provisório em ilusão de vida ideal, simplesmente porque aliviam o descômodo pesoda matéria. Soma-se, a isto, a dor e o instinto de sobrevivência, meio natural de garantir a evolução através da espécie, fica então, instalado o “medo” de inexistir após o desligamento material. O virtualismo é patente na maneira de enfocar esta idéia, basta que se enumere a quantidade de pessoas abastadas, apegadas a vida e aos bens e se compare, à mesma análise feita, com os “miseráveis” de todas as formas, literalmente, estes pedem pela morte, isto, quando não somam coragem que vença o desespero e aceleram o processo por meio do suicídio.

É óbvio que se encontrem um número muito maior de crentes numa vidamelhorentre os desafortunados, por falta de explicação da sua condição atual e por suas tendências naturais ao desapego material, justamente por inatingi-lo. Não é, de modo algum, este crente o alvo deste trabalho, pretende-se, aqui, o interessado em captar por acréscimo a propositura presente, discuti-la e mesmo contestá-la, oferecendo algo a aprimorar este conceito ou mesmo derruba-lo, coisa (esta última) que não creio possível, quem tentá-lo, fa-lo-á emEspírito”, o próprioobjeto” proposto.

A introspecção[1] que até o momento vem sendo apresentada tem por objetivo induzir a idéia de relacionar o pensamento que imaginamos ter com o que verdadeiramente somos. O Ser pensante pode e até deve ser entendido como o próprio pensamento! Literalmente “somos” o que “pensamos”!

A visão distorcida destes fatos condicionou a humanidade durante milênios ou mais a se “pendurarem rituais e ladainhas que acabaram por conduzi-la às formas religiosas. Isto porque a mente opera ininterruptamente, o “fardo” da matéria bloqueia, em muito, a liberdade de ação intelectual, a comunicação direta intelecto a intelecto é simplesmente impossível em nosso plano e, logicamente, quando um ou outro sensitivo “sentia” presença Inteligente alheia e não material, imediatamente a tomava pordivindade” e culturalmente assim a assimilava e “rezava” então para ou por esta e afinal, por tudo que não explicava. Pelo medo, anseios, expectativas e até por sentimento de desamparo, procurando desesperadamente por um pressuposto pai que os suprisse.

Ainda hoje, é basicamente o mesmo que se busca, o Ser Humano cresceu tecnologicamente! Filosoficamente, entretanto, é pouco mais que uma “criança”..! troca, sem perceber o que faz, o exercício da meditação prática tão comum quanto exercitar o corpo para que este desfrute plena saúde, por uma espécie de ladainha repetitiva, pedindo tudo o que não consegue alcançar por incapacidade ou outro impedimento e chama a este ato de rezar, alguns mais sofisticados dialeticamente pronunciam prece.

Meditar é simplesmente exercitar o intelecto através de uma ampliação da liberdade mental na medida do possível, o exercício constante a torna cada vez mais forte e livre, o mesmo efeito da ginástica física em relação ao corpo, com a vantagem de nãoenvelhecer”.

A reflexão íntima faz analisar nossas próprias falhas, considera o sofrimento do próximo como sendo o nosso, julga, principalmente os nossos erros e não os alheios, pensa progressiva e objetivamente, encurta os caminhos contra as nossas dificuldades naturais, abranda a “almaque se encontra aprisionada ao corpo e não pede nada, luta isto sim..! por conquistar o que lhe cabe  por direito e capacidade de tê-lo, usufruindo do que possui em bens, com a dignidade de quem respeita a responsabilidade de devolvê-los à hora que não mais lhe couberem.

A prática meditativa1 amplia a capacidade de captar conhecimentos, possibilita a compreensão e o discernimento das ocorrências circunstanciais ao meio em que nos encontramos, assim não nos sentimos “desamparados” para ter que rezar, ainda que muitas e muitas vezes “tropeçamos” e, .., caímos nesta incoerência (quando se cai, não se “reza”, “levanta-se”). Há lógica infinita nisso, quem apenas pede não reúne forças para lutar, passa inconscientemente para a dependência obsessiva imaginando sempre que alguém lhe deve servir, invariavelmente, às suas futilidades.

O grande sábio nem sempre é quem tem grandes respostas, mas, sim, quem sabe onde, quando, a quem e o que perguntar!


CAPÍTULO 15

INTERLIGAÇÃO PSÍQUICA
Consciência coletiva ou coincidência?

A mente opera aparentemente com alguma peculiaridade intrigante, modula sua arquitetura individual em função da coletividade, é esse um fator seguramente inconsciente, nós temos, com pequenas diferenças, o mesmo conhecimento dos que nos cercam, ainda que sem base educacional direta equivalente a todos indistintamente, ou seja, o entendimento do que nos cerca está, em maior ou menor grau, impregnado em todos os participantes de uma determinada geração, mesmo variando o grupo social investigado, nota-se traços levemente acentuados de diferenças entre populações mais ou menos desenvolvidas, com profundidade ainda mais acurada, podemos afirmar que um Ser com um mínimo de informação direta do nosso atual meio de vida, seria considerado extraordinário no século passado perante a população média comum daquela época ele, por outro lado, sentir-se-ia completamente deslocado.

O senso racional mantém parâmetros definidos do meio e do período, concepção de liberdade, pensamento político, relacionamento familiar, conceitos de riqueza ou pobreza, garantias legais, direitos participativos diretos ou não, definitivamente, se considerarmos o mais miserável dos seres pertencente a atual civilização, ele é evolutivamente superior à grande massa comum do século referido. Até seu sofrimento é mais sofisticado, não seria possível, naquela época, sentir-se falta de rádio, televisão, geladeira, ou outro meio tecnológico atual, ou alguma conquista social como seguro desemprego, assistência médica, direito a voto, coisas que, mesmo quando precárias, são eficazes do ponto de vista coletivo.
Esta consciência nos torna positivamente diferentes, é este o enfoque proposto no parágrafo inicial deste capítulo, a “forma” ideológica é individual, porém, atua coletivamente, todos “vêem” deste modo independentemente da cultura restrita a cada um. Há, definitivamente, uma consciência coletiva, ainda que embrionária, o ponto de vista defendido é o de ligação, “intrinsecocidade” implícita.

Não se discute aqui o óbvio, onde.., “porque todos sabem”, logo respondem igualmente! Existe um elo sutil, entretanto, bastante consistente, quando se fala em modismos, guerras, tendências culturais, temores e.., incrível! a própria religiosidade, podemos identificar núcleos populacionais e temporais bem definidos. Nós falamos em anos (sessenta, setenta, ou noventa) quase inconscientemente separando as gerações que se entendem entre si, as décadas são de tamanho apreciáveis para esta separação e nota-se, então, diferenças contrastantes de década para década de pais para filhos de irmãos com grande diferença de idade e isso ocorre coletivamente por faixa etária, aparentando ou até mostrando uma relativa falta de sincronismo intelectual entre elas.

As gerações que se sucedem são reflexos invariavelmente positivos das precedentes e o modo de ser de cada uma delas quando isoladas é significativamente equivalente há, de fato, um equilíbrio notável de conceitos, idéias, aspirações e outros, que as distingue.

Um outro aspecto são as respostas coletivas, algo precede a uma ocorrência, um número impressionante de pessoas afirmam sentir no ar e, muitas vezes, antecipando-se à notícia se posicionam contra , a favor ou mesmo se neutralizam em relação ao fato ainda inusitado, no entanto, ocorre uma tomada de consciência coletiva inconsciente individualmente. É mesmo bastante complexo discernir sobre o material publicitário atuante e o processo de informação cognitivo, estes se confundem quando a observação é apenas superficial.

O exemplo material, porém, fica extremamente caracterizado: Uma expressão de pânico é auto-indutiva, ninguém precisa saber o que ocorre, está no “artodos gritam ou correm até se sentirem seguros e aliviados ou ridículos, se fugiam de algo imaginário.

Vale o motivo e a conclusão, todos correm e, posteriormente, todos se sentem aliviados ou ridicularizados. Claro que, basicamente, busca-se a preservação da vida, este é o fato em si, mas... como todos, ao mesmo tempo, “sentem” a mesma necessidade da evasão, correndo ou extravasando aos gritos? Infinitas vezes, ninguém avisa ninguém! Todos, entretanto, respondem.

Positivamente, existe uma rede neural[2] psíquica coletiva, hoje falamos eminfovias”, creio plenamente provável também a “psicovia”.

Arrisco, ainda, insinuar ser este um forte indício de sermos partes da  grande Inteligência Universal, em uma determinada fase de agregação em andamento, onde a individualidade é preservada, a resposta, entretanto, uníssona!

Sob todos os aspectos, a mente opera individual ou coletivamente, independentemente da comunicação explícita. Quem, emconsciência, pode negar que, ao menos uma vez na vida, quando de costas, não pressentiu a presença de alguém aproximar-se? ... —Encostaram-se as auras!.. é o que se diz.

O nosso próprio sistema social responde assim. Populações inteiras manifestam receptividade a impulsos ocultos aos sentidos físicos, anseios, temores, otimismo, pessimismo, revolta, curiosidade, são algumas das sensações que percorrem longos caminhos, literalmente contagiando endemicamente um número imenso de pessoas, muitas idéias, invenções ou descobertas acontecem em diversos lugares ao mesmo tempo com as mesmas características.

O Espírito Humano, sem dúvidas, está diante de um complexo impasse, a tecnologia e a filosofia (principalmente no sentido social) finalmente estão de frente, a primeira nós sabemos do que é capaz, a segunda, porém, possibilitar-nos-ia absorver totalmente as percepções extrasensoriais, compreendendo-as e aplicando-as em favor de um grande avanço social, nota-se, nitidamente, que apenas tecnologicamente as identidades estruturais do Espírito Humano não se mantêm, a filosofia, no entanto, obliterada pela ilusão de poder tecnológico, ficou defasada e o ente essencial da Humanidade sente, dramaticamente, este atraso, luta, então, debatendo-se desesperadamente em busca de uma imaginária dádivadivina”, enquanto que o milagre está em si.

As pilastras de sustentação da sociedade atual estão inegavelmente minadas, a Humanidade se encontra virtualmente “anestesiada”, chegamos indiscutivelmente a um bloqueio em nossa jornada, as teses convencionais não surtem os efeitos esperados, por simples falta de recursos intelecto-sociais, a tecnologia não supre as necessidades sociais, estas são de ordem subjetivas queiramos ou não, são do tipo “devo permitir para que me permitam”, não mais disputamos, coabitamos, os poucos focos ainda omissos ao fato promovem regiões localizadas de verdadeiras guerrilhas urbanas.

As sociedades, ávidas por motivação que as desloquem da imobilidade para mais um passo, dão excesso de atenção às ocorrências mórbidas, transformadas em notícias e exploradas à exaustão por uma parte doentia da mídia.

Apesar de alta para os padrões atuais de civilidade, a taxa de incidência nefasta é limitada e circunscrita, por isso, fala-se em núcleos ou focos de acontecimentos, a verdade é que um crime ou divergência, ainda que localizados, provoca muito mais ojeriza atualmente do que antes e as informações sobre este percorrem, com velocidade espantosa, isso produz impressão de aumento nas proporções.

Nãocomo admitir que a terra comportando ao redor de seis biliões de habitantes, conviva com seis biliões de conflitos. Claramente se nota que a grande maioria da Humanidade é serena, tanto é verdade que constantemente torna-se refém dos violentos.

As estruturas políticas atuais são arcaicas, foram as primeiras que se apresentaram e como deram resultado para as civilizações que por apatia permitiam-se dirigir, ainda que com resultados sofríveis, estão em voga até hoje, no entanto, não encontram “porosidade” suficiente no seio do “povopara, literalmente, encharcá-lo com propostas totalmente inadequadas, recebendo de volta porreverberação”, a indiferença, o descrédito e a revolta, por enquanto contida ou pouco extravasada por meio de “válvulas” isoladas na multidão.

Vê-se, por outro lado, uma Humanidade esgotada das explosões emocionais revolucionárias, onde a massa esmaga uma minoria exploradora, logo depois, outra está no lugar, como conta toda a história da nossa existência. Ao que parece, o sistema irá desmontar por falta de “rotação”.

O Ser Humano demonstra sinais bem nítidos de mudança de valores, os bens são entendidos como necessários, porém, dispensáveis, o consumismo incontido também está restrito e circunscrito a bolsões, até por insuficiência financeira. Os padrões monetários sofrem grandes abalos referenciais, a moeda eletrônica acabará por filtrar as grandes concentrações de numerário improdutivo distribuindo por necessidade lógica, promovendo uniformidade de sustentação saudável de vida.

Apenas nos países de baixo índice cultural os políticos ainda são um mal necessário, tanto quanto a religião, nos que a cultura é poderosa, a nação desenvolve-se apesar deles. A população em geral deixa-os falarem e age como pensa, acatando por acomodação natural os direitos e deveres independentes da estrutura política e religiosa reinante.

O Ser Humano não deve mais ser “conduzido” como gado a administração tem, obrigatoriamente, que se encaixar ao processo por decorrência não por imposição, os controles devem ser impessoais e automáticos, o sistema seria auto-gerenciável e se entenderia os responsáveis pela gestão, apenas como responsáveis, nunca comoautoridade”, nenhum Ser Humano é qualificado para este fim, o é apenas pela força e porque os que aceitam tal situação são fracos e acomodados.

Quando os homens entenderem verdadeiramente que as armas são incapazes de vencer a inércia, os governos se perderão e os administradores (na acepção da palavra) assumirão seus postos e nãotronos”.

milênios que a humanidade sente que o sistema político não é eficiente, porém, paliativo, procrastinatório e, acima de tudo, pornograficamente caro.

A Inteligência sofre hoje o mal da intransponibilidade, ou seja, está claro que devemos conjugar coordenadamente esforços para um novo salto e isso, ao que parece, é possível coletivamente, uma vez que esta atitude está em função ou relação a algo ou alguém, logo não é concebível e isolada, no entanto, não está havendo entendimento suficiente entre todas as partes interessadas, com isso se está protelando um avanço significativo da humanidade.

Vivenciando os argumentos usados referentes à “rede neural”, nos dias atuais “sente-se no arque estamos em vias de algum grande acontecimento, uma invenção, uma descoberta, uma conquistasócio/intelectual”, até mesmo um contato com  civilizações extraterrestre é esperada, o ser humano está buscando até o “Papai Noel”.

A Humanidade está carente de motivações e sente que a apatia se manifesta generalizadamente, todavia, se espera ummilagreou outromessias”, engana-se! O milagreestá em nós, devemos fazê-lo, passamos da puberdade espiritual, a responsabilidade nos convoca, devemos ajudar-nos, não ficarmos esperando mais alguém para, novamente crucificá-lo, chega..!

A vocação natural do intelecto pelo trabalho e atividade física está sendo brutalmente bloqueada pela tecnologia, combatê-la, contudo, é uma vã tentativa de regressão, fatalmente a mente será conduzida para uma radical mudança de parâmetros, obviamente trocará o seu atual consumo de tempo produzindo fisicamente, por um amplo mergulho nas atividades intelectuais que é, sem dúvidas, sua função primordial.

A tendência, ao que tudo indica, será restringir suas funções alimentares; ampliar suas perspectivas de conhecimento; aprimorar suas condições de vida social, usufruir as conquistas tecnológicas; controlar, com bom senso, seu espaço natural de sobrevivência, como meio ambiente, natalidade, longevidade e, com toda a certeza, explorar o cosmo, buscando, como se na ficção, “novas fronteiras”.

  Devido a esta proposta (rede neural), apoiada sobre a tese da energia psíquica universal (a citada 5aforça), entende-se a argumentação nas obras “Kardequianas”, principalmente em “O Livro dos Espíritos”, sobrefluido inteligente” interpretado, erroneamente, pelos reveladores e seguidores ainda hoje. Fluido é gaseificado, vaporizado ou liqüefeito, portanto, ou é volátil ou escorre, que saibamos, Inteligência não “escorre, nem se a atirarmos na paredenão é possível tê-la comofluido1”.


Meditar é  reclamar, pedir, acusar, julgar, condenar, salvar, buscar e mais, a si próprio”.

 

 

CAPÍTULO-16


ESTRUTURA MENTAL

Em alguns seguimentos deste ensaio se mencionou pensamento linear”, particularmente quando se especulou sobre as probabilidades de sermos “trechos” do “Princípio Inteligente”, como O conhecemos, inclusive se demonstrou, no capítulo 15, uma teoria senão provável, ao menos, digna de nota. Falamos sobre uma possível rede neural, “psicovia” ou ainda, consciência coletiva o que, em si, comporta uma lógica própria, uma vez que se propõe a possibilidade de sermos seções de um todo, obviamente haveremos de intercambiarmo-nos sintomaticamente, nada mais natural..! Ainda, no Capítulo 23, nos aprofundaremos no que e até onde, pode implicar a linearidade mental e os correspondentes efeitos desta peculiaridade intelectual.

Entretanto, o que seria a “linearidade do pensamento”? Quando se insinuou o modelo, definiu-se a proposta como sendo uma característica da Inteligência e, talvez, seja impossível se discutir tal questão por outro ângulo.

Bem.., a tese é a que se segue perquirindo: Quem pode emitir dois ou mais pensamentos diversos simultaneamente? Resposta: Ninguém..! Duvida..? Pois, tente! Se não tiver sucesso, busque quem consiga! Não achará! Com absoluta certeza!

Entretanto, devemos salientar que linearidade de pensamento tem sentido restrito às estruturas mentais complexas, instantâneas e simultâneas à questão enfrentada, apenasraciocínio” no sentido de trabalho mental, pois o que não o for, serão apenas lembranças. A mente manipula unicamente “questões”, na inexistência destas, ela as cria (se esclarece à frente). Os procedimentos mecânicos referem-se às estruturas prontas, o que se argumentou caberem ao “setorinstintivo (cap. 08). Portanto é, plenamente possível escrever-se mecanicamente e, simultaneamente raciocinar sobre outra coisa.

É , exatamente neste ponto, que devemos conceber a idéia de linearidade de pensamento. O que ocorre é que somos, à analogia de umtransmissor” de freqüência modulada ou seqüencial, uma espécie de “gerador/ receptor” de pensamentos, como receptores podemos capturar infinitas “informações”, é possível, mesmo, arquivá-las para posteriormente assimilá-las, porém, uma a uma, de outra parte, quando geramos os pensamentos, fazemo-lo, invariavelmente, um a um, como fazemos quando os assimilamos. Obrigatoriamente, ordenamos os pensamentos para torná-los inteligíveis estes, segundo se nota, somente formam estruturas mentais seqüencialmente, existe sem dúvidas, a viabilidade de se fazer essa seqüência em velocidades espantosas, pessoas que são habituadas a raciocínios complexos desenvolvem esta capacidade.

Em verdade, ao nível do subjetivo, nós emitimos ou recebemos sentimentos, talvez pudéssemos dizer “a linguagem do Espírito, também designado nesta obra, por Expressão Inteligente, é isso (o sentimento) que codificamos em raciocínio lógico e seqüencial para comunicarmos às outras e à nossa própria razão.

Um exemplo típico desta peculiaridade, encontra-se na sensação de “dor”, sentimo-la, porém, para que a assimilemos, expressamo-la, a ponto de não notarmos sua agressão se a absorção por outro problema for maior, os terminais nervosos informam ao cérebro,este, se não tiver outra prioridade a assimila. E assim, são todas as manifestações do intelecto. A manifestação do pensamento é o que identifica o sentimento, classificando-o pela ordem de importância, insistindo que o que sente o Ser é o que expressa a razão, em verdade, é um esforço hercúleo sentir algo e manifestar noutra direção.

Um outro parâmetro interessante a se observar é a relação de miséria ou sofrimento, noções somente disponíveis no Ser racional, pois dependem exclusivamente de termos comparativos para serem identificados, ou seja, a umcão”, por exemplo, não existe vida miserável, a noção de miserabilidade “nele” é postiça, isto é, aplicada pelos racionais, “ele”, simplesmente, leva “uma vida de cachorro”, ou seja, sua situação é incondicional, não propõe “opções”, o cão de dono rico vive bem e o de rua leva uma vidadesgraçada”, mas entre eles não existem comparativos. O Ser Humano tem lógica racional no seu modo de viver e observar, portanto, determina posições circunstanciais em relação a tudo que o cerca, a mente contrapõe seu “modus faciendi1 ao sistema global que o condiciona a um status quo2, para assim alterá-lo, portanto, temos a mente, “dualizando” uma condição em positiva e negativa para, a partir da questão produzida, reagir.

Ora..! Por que devemos compreender a nossa forma de pensar?

Porque, é muito provável que o conhecimento da arquitetura mental nos oriente de onde viemos, onde estamos, para onde vamos e, essencialmente, porque”!

Continuando, quando se afirma a linearidade mental, se a contrapõe à mentalidade exponencial”, isto é, àquela que viabilizaria a multiplicidade simultânea de pensamentos. E, como se nota de imediato, a vantagem iria ao infinito, múltiplas funções intelectuais simultâneas, número ilimitado de raciocínios tautócronos de qualquer complexidade, discernimento incontido em todas as direções do conhecimento, assimilação de toda a cultura disponível a um tempo, soluções imediatas para todos os problemas, será que não voltamos a falar “Dele”?

Eis um motivo mais do que significativo para valer a pena entender a nossa maneira de ser! Pois, por dedução lógica, capturamos que o significado da “exponenciabilidade” mental pode ser a “somatória vetorial ou o fator multiplicativo de infinitas “linearidadesmentais.

Pois bem, do ponto de vista individual, afirma-se ser impossível negar a linearidade mental, assim, ancorados nesta premissa, nós nos permitimos oferecer a proposta do Ser coletivo, modo pelo qual, torna-se completamente possível a dialética da “exponenciabilidade” mental pretendida. Utilizou-se, inclusive, da analogia aos neurônios (cap.20), com o devido cuidado de se preservar a individualidade, pois, de outro modo, perder-se-ia o sentido evolutivo dos vários Seres. Veja um dos motivos técnicos de entendermos a máxima Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo, isso é “matemático” e não religioso”!! Pois Deus, ou o Próximo são, em tese, “o mesmo, a isso podemos designar por identidade. Há, aqui, um silogismo natural, não requer esforço assimilá-lo.

, em si mesmo, o intelecto age com aspectos de coletividade, basta ser observador e, de pronto, notar-se-á que, ao pensarmos, literalmente dialogamos, em verdade, o solilóquio é apenas possível no plano físico, isto é, “recitar” no “vazioonde, se houver público este será exclusivamente o “agente passivo” e isso é viável quando se fala de fato e a resposta é, exatamente o silêncio. É o que se espera e é assim que deve ser! Monologar é ser exclusivamente assistido, no máximo.

O pensamento, contudo, busca um reflexo e uma ou mais respostas a qualquer nível, ainda que se mantenha um fluxo ininterrupto de idéias concatenadas umas às outras, esta seqüência assume a nítida característica de colóquio, irremediavelmente.

Tal peculiaridade é tão marcante que é extremamente comum se surpreender crianças ou idosos “falando sozinhos” e mesmo, muitas das vezes, qualquer pessoa se sobressalta ao ver-se nesta mesma situação, geralmente constrangedora.

A mente aparentemente necessita da ação reflexiva para expandir seus conhecimentos, a contestação é intrínseca à resposta, é tão premente a dualidade que, constantemente, parece vir uma solução mental, em contrapartida a uma negativa proposta antecipadamente e de problemas ainda não existentes, ou seja, a mente replica (se auto questiona) para, posteriormente, apresentar ou procurar solução.

O sistema, no mínimodual” (poder-se-ia especular triplo ou mais), exerce o mecanismo intelectivoindividual”, como fossem, ao menos, dois indivíduos, o intelecto é mesmo controverso por natureza própria, é a constante conjunção de adversos que o mantém ativo. O pensamento questiona para afirmar, julga para relevar; infere para refletir; busca para enviar, levado às últimas conseqüências é, de fato, o nosso própriocarrasco”, não perdoa nunca, cedo ou tarde, coloca-nos o “dedo em riste” e diz, literalmente; – “você” fez. Observe e questione-se, quantas vezes o pensamento lhe chama de “você”? Sim..! pronome pessoal, dirigido à segunda pessoa. Talvez, por vezes, nos sentimos solitários, porém, , parece que nunca.

Filosoficamente, temos que é absolutamente concebível relacionarmos o Ser e a razão por duas identidades intrínsecas (par unívoco), inteligíveis como duas, inaceitável, todavia, como um. Inexplicável ainda, mas seguramente nos deparamos com a conjunção fragmentária, referida no cap. (I). se fala aqui de coletivo, entretanto, é extremamente difícil absorver o conceito.

Esta peculiaridade pessoal do nosso Ser interior (aquele do cap. II) deu, e ainda dá, causas a infinitas crendices, principalmente entre os Orientais, com destaque aos Budistas, que afirmam sermos nós a agregação de vários seres (quatro ou até sete e mesmo nove, ao que se sabe), cada um tendo seus predicados e defeitos, eles nos integram no corpo material, que responde efetivamente à influência de cada um, dependendo das tendências assumidas, a cada circunstância vivida.

Essa característica não é de todo estranha, os profissionais da área psíquica a conhecem sob vários aspectos, vai a ponto de manifestar-se com múltiplas personalidades. Um paciente, no caso, apresentando provável distúrbio mental, geralmente crônico, passa a assumir a vida de diversas “pessoasdiferentes, criando impasses impressionantes como, por exemplo, paixão, desencontros óbvios e discordância mutua entre os protagonistas de “si”.

Cabem ao tema, infinitas discussões no campo técnico, procura-se anomalia física no cérebro, discrepância congênita ou ainda, algum traumatismo oculto e até mesmo conhecido. Analiticamente, se buscam possíveis fatores psicológicos externos, frustrações contidas compulsoriamente ou efeitos gerados pela mãe no período de gestação, eventos psicóticos diversos, entre outros. Quando há participação de agentes envolvidos cujo ponto de vista seja espiritualista, estes se referem a manifestações de vidas passadas, ou à passividade do “sensitivo” na influenciação “espiritual” (obsessão, cap.13), indo aos extremos de uma possívelpossessãoabsoluta o que, em si, esta última versão é muito questionável, dir-se-ia mesmo, impossível.

Podemos, literalmente, dar razão a todos. Sem dúvida, as múltiplas ocorrências são plenamente possíveis, inclusive todas a um tempo.

Particularizando a última, pois o espiritualismo vem de encontro ao nosso trabalho, citamos que o primeiro fator referido (vidas passadas) é passível de incidência (com muitas ressalvas1), até com certa freqüência, não são raros os casos, logicamente quando se assegura da seriedade da ocorrência, lembrando o Capítulo (12), Comunicabilidade, deve-se averiguar profundamente cada evento.

à segunda circunstância (influenciação espiritual), mantendo sempre severa crítica seletiva, sendo mesmo atédesconfiado”, pois o caso merece, encontramos, da mesma forma, muitas evidências a ponto de dedicarmos um capítulo para tanto. Influências(Cap. 13), inadequadamente designadas, nos meiosespíritaspor obsessão, que morfologicamente tem significado próximo, mas não exatamente o indicado.

Quanto ao último caso, fala-se de hipotéticas variações no comando do organismo biológico, sendo que a únicapossessãoem tese, admissível, seria a do próprio Ser que lhe é simbionte, isto é, o par Inteligência/ Organismo, concebido como Ser Humano no resultado do conjunto, “uma das teorias fundamentais desta obra”.

Conclui-se, portanto, das reflexões acima delineadas que existe ainda um terceiro ente na relação proposta, Ser/ Razão, pois está óbvio que o cérebro não é a “máquinaracional, é uma “ferramenta”, sem dúvidas, mas seria, quando muito, umcompilador” de códigos, a razão nada tem com o “cérebro”, esta (a razão) é o agente de ligação entre o Ser (Inteligência) e a manifestação (ação) na matéria, para tanto, utiliza-se do “cérebroque transforma os sinais racionais em eventos, assim, nós acontecemos e todos notam. Logo, por partes, conhece-se o Ser que sente e racionaliza em informações inteligíveis, o sentimento (a “expressão” do Espírito), através da razão (ente intrínseco a ele, “Ser”) que, por meio da máquina cerebral, atua na nossarealidade, espelhando, ainda que distorcidamente, seu virtualismo latente.

Outra dedução a que se vai das afirmações pautadas, não tão óbvia, porém, obtida através de uma introspecção lógica, é que a proposta de sermos um (trechos Dele), explica-nos os motivos do sofrimento sem envolver a idéia infantil de “castigoou mesmo a “teoriaespírita de resgatar débitos anteriores. Como o exemplo é “pai” das explicações, dele nos serviremos: Quando alguém comete um crime de morte, afirmamos que eleceifaparte de si, esta é a natureza do ato, a conseqüência eqüivale a “amputarum membro do seu corpo, o cérebro registrará a dor, transmitirá ao Ser e este sofrerá, ainda que no futuro, pois a ignorância lhe é anestésico temporário. Este é o esclarecimento natural que “cabe”, sem esforço, na razão, eliminando completamente o proselitismo. - Ah..! Mas sob este aspecto, todos sofreriam pelo crime de um..! “Crime de um”? nunca! Primeiro, porque não existe crime isolado e sobre isso falaremos (cap. 25, Auto Crítica), segundoporque é essa a nossa miséria, todos cometeram o delito exemplificado, o praticante é apenas um elo danificado da malha global, senão, aqui não estaríamos.

O criminoso de qualquer natureza é o resultado estressado do que somos. Ao contrário do que parece, não existe crime sem cúmplices, o delituoso extremo é simplesmente uma  das válvulas defeituosas da nossacaldeirasocial, a massa restante respeita ou teme as barreiras impostas.

O nossomar” de sofrimentos é absoluta conseqüência do que somos.

Esse trauma pode se remediar de muitas formas, tanto quanto uma amputação permite recuperação, prótese e outros, pois o “mal”, feito está! E com isso, todos os “envolvidos” sofrem, ainda que a dor material atinja apenas o traumatizado (vítima), a responsabilidade cabe a todos, não em tese, porém, formalmente!

As conclusões expostas nos levam a uma introspecção profunda, desse modo observamos que quando “meditamos” com acuidade suficiente, buscamos e “dialogamos”, de fato, conosco mesmo, buscamos verdadeiramente o “Deusque nos “vem”, sem que o saibamos, é assim que somos e nenhuma “ladainha” (reza) nos arranca de dentro de nós próprios. Para que venhamos a aflorar, devemos ter motivação bastante para tanto, exemplos disto se encontram nos grandes Espíritos (encarnados ou não) que, imbuídos de auxiliar, “dar-se” mesmo, operam efeitos maravilhosos, que ignorantemente chamamos de “milagres”. O milagre, em verdade, é ainda não entendermos isto!

Nós não somos complexos, somente ainda não nos conhecemos.

Nossas vidas são vazias, porque não as preenchemos, esperamos “dádivas” do “céu” e encontraremos o que nós mesmos criarmos (sim, no infinitivo), o “Universo”.

O que queremos, nós o somos, basta “crescermos” e seremos o que buscamos, de dentro para fora, não o contrário! Está o teu Deus e o meu também..! Pois somos “um, queiramos ou não!

Nós somos trechos ‘Dele’.


CAPÍTULO 17

A VERDADE E O MEDO

Tanto quanto as trevas do Universo não apagam a luz de uma única vela, uma eternidade de mentiras não supera um único momento de verdade.

Dentre as virtudes, é a da Verdade, a mais rebuscada, cobrada e omitida. Ao próximo, é obrigação, a nós, é conveniência. Ela tem preço, peso e sabor, o último é quase sempre amargo, as vezes picante, raramente adocicado é, no entanto, semprerefrescante”, ainda que provoque o pranto, mostra-se dura e até cruel lava, porém, a alma de todo o “fel”.

Dói apenas quando faz ruir os castelos de mentiras ou quando expõe as feridas que se ocultam. Mas, ainda assim, liberta sempre a todos, sem exceção.

Se é ela, a “mãe” das virtudes? Por que dela nos escondemos? Porque somos, exatamente, os “castelosque ela derruba ou as “feridasque se escondem!

Fazemos de nossas vidas uma “farsa”, para que, aos olhos do próximo, pareçamos grandes, inócuo efeito produzido pelosirracionais” , como um simples gato “arrepiando” os pelos para outro, induzindo neste a ilusão de maior porte, ocorre que o “outro” faz o mesmo e, à luz da razão, isto é simplesmente ridículo. Os gatos e “nós”, não notamos.

A “verdade”, metaforizando, pode até serrefrescante”, entretanto, produz tremores de frio, quando retira o manto escuro da falsidade.

Nós nos escondemos atrás de um diploma, de uma profissão, de um título, de uma posição social, de uma aparência, de uma roupa, de um status, de uma crença, de um poder, enfim de tudo que nos transforme emgrande” aos olhos alheios, acabamos, ainda, convencendo a nós próprios de que assim somos e vem, então, a vaidade nos corromper, “acaricia-nos” e, por fim, atrapalha a nossa marcha evolutiva. Porém, se pararmos e refletirmos seriamente, veremo-nos completamentenus”, é o que somos! Quando “arrepiamos os pelos” enganamos principalmente a nós, é disso que temos medo.

Quando olhamos as naves que vão ao espaço, os tomógrafos que salvam vidas, por fim, a tecnologia que nos cerca, transformamo-nos emgigantes”, inflamos quase atéexplodir”, imaginando que fizemos tudo isso, a mídia assim o quer, isso “rende”. Mas sejamos realistas, menos de “meiopor cento da humanidade é quem produz estas maravilhas tecnológicas, se falarmos socialmente, um em cada milhão tem noção real de sua função na vida, “tropeçamos” em crimes de toda natureza, vinte e quatro horas por dia, a verdadeira distânciasocial”, entre nós e os primatas, é que hoje, podemos “televisionar” as barbaridades que cometemos, em verdade, cometemos muito mais lesões atualmente, a diferença é que a tecnologia fornece um efeito anestésico e pensamos que são os outros que cometem (cap. 19 e 24). Mas entendamos, os outros, somos nós!!

Vejamos bem, um primitivo dispunha de um pedaço de “pauou uma pedra, andava a e se “desesperava” de medo dos “deuses”, hoje, um simples político dispõe de uma caneta, não crê em nada e, mesmo sem armas, assina uma ordem e mata milhões de seres, a natureza e até crianças que nem nasceram, aos milhares, e sequer pensou no que fez, pois, virtualmente, ele pode como umdeus”.

Esse poder efêmero produz a ilusão de grandeza quando, no entanto, deparamo-nos frente a frente, com a verdade, temos medo de descobrir que no Espírito temos menos do queontem”, o conhecimento de causa amplia largamente a responsabilidade pelas falhas que cometemos. Um primata cometeu crime infinitamente menor dizimando centenas ou milhares de pessoas do que um cidadão civilizado comete hoje quando, intencionalmente, exterminar um únicopassarinhopor prazer mórbido.

De fato, não falamos de regresso, a evolução não recua (cap. 21), no entanto, por analogia, nos primórdios dos tempos, éramos “criançasignorantes em todos os sentidos, tornamo-nos “jovens”, porém, rebeldes, exibimos exatamente o mesmo excesso de autoconfiança de um adolescente que imagina o “mundoter sido criado para ele manifestando um egocentrismo doentio, se pretendemos nos tornaradultos”, sem excesso de arrependimentos, quanto antes nos conscientizarmos do que somos, melhor!

Não existe mal nem bem, de fato, há simplesmente ela, a verdade, entretanto, na falta dela, vêm quase todos os infortúnios, buscamos a cura das nossas falhas em todas as direções, porém, quando em último lugar, procuramo-la na “verdade” de quem somos, encontramo-la invariavelmente, sim, “tomamos” o remédio amargo de nos ver de frente com ela, vem o pranto e “lava-se” a alma sofrida, pois vem esta consumida pela ilusão de “falsagrandeza.

O Ser humano vem à luz por volta de um século, as oliveiras nos contemplam por mais de dois milênios, o Sol nos iluminará, ainda, por biliões de anos e o Universo verá o seu fim e o de infinitos outros. No entanto, um único momento de verdade, perdurará eternamente.

A verdade é singela ou apenas um fato; é a mentira quem a torna especial.


CAPÍTULO 18

CURAS:
Até onde estas alcançam?

Seriam elas possíveis? Impossível, seria contestar! São quase infinitas as provas catalogadas, inclusive cientificamente. O imenso número de fraudes, constantemente produzido, de modo algum invalida as práticas verídicas. Foram filmadas, testemunhadas, vividas, fotografadas, relatadas, detalhadas, no entanto, nunca, jamais mesmo, explicadas. Nãocomo..! Sequer de longe nos propomos a isto. Porém, podemos sensatamente abordar aspectos de abrangência psicológica, filosófica, mecânica, moral, social, individual e, até espiritual.

Validade é indubitavelmente a condição fundamental ao questionamento, ou seja, uma vez que se entende ser o sofrimento material um método evolutivo que, através da dor, se resgata a integridade pessoal do espírito, imagina-se que um mal físico não deva ser interrompido, senão, em detrimento do próprio Ser.

Seguramente, não é bem este o caso, ou nós encarnados não deveríamos praticar a medicina também. Logo, a cura produzida por meios espiritualistas não é mais do que um outro  modo de se chegar ao mesmo fim, a saúde orgânica; um direito de quem vive! Sempre, portanto, devemos buscar a preservação da vida saudável, por todos os meios, desde que não se sacrifique outrém por isso.

E assim, fica validada a possibilidade de cura por esta via, pois, ainda que estranha, é natural. Não está aqui uma propositura sofismável onde, mascarada pelo infortúnio, pretenda-se legitimar uma busca virtual.

Psicologicamente, começam todos os males! A ciência sabe e afirma isso atualmente, assim, temos um atributo que possibilita a relação Inteligência (Espírito) matéria (corpo), mas e as crianças que nascem debilitadas? Bem..! ou aceitamos as implicações preexistenciais ou este trabalho não deve sequer ser lido! As debilidades transcendem tanto quanto o Espírito, ao corpo, portanto, é plenamente lógico aceitá-la como psicológica, precedente ao nascimento.

As formas espirituais determinam as materiais, nossas deformidades são o que somos, quando se pensa emsoma” (corpo em relação a mente), automaticamente ligamos o subjetivo ao organismo, em outras palavras, nós somos seres psicossomáticos, nãocomo separarmos o corpo do Espírito, a não ser desligando-se da vida material padece[3], então, o corpo. É muito provável ser este o meio possível de intervençãoespiritual”, de algum modo, viabiliza-se umconsertopsicológico profundo, o efeito é imediatamente refletido organicamente, obviamente este imediatamente corresponde a uma demanda de sincronismo, uma chaga aberta, por exemplo, não tem materialmente possibilidades de cicatrização instantânea (há, entretanto, alguns relatos que contradizem esta precauçãoliterária”).

Filosoficamente, ocorrem, em casos desta natureza, implicações bastante delicadas. Uma vez acatada a “forma espiritualcomo resposta direta dos atos inteligentes, logicamente uma deformidade corresponde a umato deformado”, levando-se ao “ da letra”, logo não haveria possibilidade de “reparos” produzidos por terceiros, a evolução própria deveria, em tese, promover tais eventos.

Considerando, porém, a flexibilidade intelectual, seria provável uma “troca”, com o intuito exclusivo de facilitar os passos evolutivos do Espírito envolvido. Um sofrimento pode, teoricamente, ser transformado em expectativas de avanço moral e intelectual, seria mesmo um crédito emconta corrente”, o devedor deve dar o empenhohipotecário”, com o risco de agravar sua situação anterior num futuro próximo ou então se tornar íntegro novamente por conquista própria e, assim, dar prosseguimento à sua existência natural. Notem, não se fala aqui emcastigo”, esta é uma daquelas palavras funcionais, não existe do ponto de vista evolutivo, a “deformidade” é pura falta de alcance ou simplesmente atraso espiritual. O alívio é tão eficaz para quem recebe, quanto para quem pratica. O próximo “somos nós”!

Quando se produz a cura ou ao menos se dedica a esse ou outro fim em benefício do próximo, estamos, sem sombra de dúvidas, crescendo, não por praticar o bem, isso é irrelevante e sua prática obrigatória e, acima de tudo, o “bemnão existe, trata-se filosoficamente de uma metáfora, porém, por entendermos que quando alguém está “caído” é a Humanidade quem está no “chão!

Desculpem a força de expressão, mas Ele sou eu, enquanto não aceitarmos que somos Um não seremos livres. Um ser “evoluído não é bom, é evoluído”. Jesus, mais do que profeta, foi “matemático”, quando este propôs amar ao próximo como a ti mesmo, demonstrou a seguinte expressão: ... — ao pensar apenas em mim, sou um dedicado a esse fim, ao me dedicar ao próximo, todos, tecnicamente, fariam o mesmo, logo infinitas pessoas estariam por mim, até para os “mesquinhos” é conveniente pensar no próximo!

Deve haver, sem dúvida, um processo, um mecanismo lógico que possibilite tais efeitos, aparentemente a nós é mais fácil entender os “porquês”, do que como se realizam estes, de acordo com a mentalidade evolutiva, fica clara a idéia de cooperação entre as inteligências, este é um entre muitos modos de se cooperar, eis umporquê”. “Como”, no entanto, devemos cuidadosamente “apalpar” o terreno das deduções.

Uma vez que concordamos com um plano paralelo ao nosso (ao menos teoricamente), havemos de concordar, também, com um meio de comunicação entre estes, obviamente a mesma via comunicativa deve ser o meio de transferência dos efeitos inteligentes, como sugerido, o cérebro transforma sinais mecânicos em subjetivos e, inversamente, opera do mesmo modo, permitindo a inteligência manifestar-se, logo, é muito sensato harmonizar-se com a idéia de que o sistema nervoso central, principalmente, seja o equipamento biológico ideal para operar este mecanismo.

Os orientais, em geral, oferecem uma literatura fantástica a este respeito e, apesar de não ter qualificação para intentar pareceres, devo insinuar que se tem muitas notícias de que eles praticam um ou vários tipos de medicina alternativa inclinada à orientação espiritualista e psicológica, que surtem efeitos muitas das vezes, mais eficazes do que as praticadas, até o momento, pela medicina ocidental. É claro quetambém a contrapartida, muita gente morre por não ter simplesmente procurado a medicina normal.
Talvez possa comentar-se que o condicionamento psicológico da população daquela região, por um número incontável de séculos por estas tendências místicas e “religiosas”, induzem com facilidade ao sucesso, muitas vezes, apenas aparente de certas intervenções.

Mesmo tendo conhecimento apenas superficial, fazer este tipo de observação é no mínimo ingênuo, senão, malicioso; ocorre uma imensa quantidade de tratamentos produzidos por vários imigrantes provenientes destas regiões que obtém resultados que os nossos profissionais sequer têm explicações e os consideram uma espécie de fenômeno concordando, entretanto, com seus resultados positivos, pois estes são incontestáveis.

É inegável a consistência religiosa destes povos, fala-se aqui, no entanto, em crenças de raiz onde; apesar de haver cega” e sacerdócio numeroso, ocorre um certo primitivismo original, umar” de pureza ainda forte no seu modo de ser, como as que se encontram em pequenos núcleos de população ocidental, onde há a predominância de pessoas humildes e de vida simples.

Em hipótese alguma, este aspecto diminui o valor dos conhecimentos acumulados em séculos de experimentação e teorias, envolvendo o corpo e o espírito (Inteligência), transformando técnicas em resultados efetivos, sem dúvida.

Portanto, baseados em literatura desta natureza podemos, ao menos, comentar algumas probabilidades de transferência de sentidos inteligentes, transformados em energia psíquica que afeta o nosso Ser, tanto orgânico quanto espiritualmente.

Conforme nossa visão do processo, entendemos que cada plano ou universo atua diretamente, somente em seu meio, ou seja, o plano material encontrasuperfície” de contato na matéria e o espiritual, por sua vez, da mesma forma em relação ao espírito (cap.12). O único meio permeável ou polarizado às duas faces universais é o organismo vivo e atuante, pois manifesta o espírito através da matéria logo, vive nos dois planos e, para isso, requer, obrigatoriamente, ser a ponte de ligação entre os meios, é assim que podemos concluir que uma Inteligência vivendo no plano próprio possa intervir no nosso.

O procedimento deve seguir, provavelmente, o seguinte raciocínio, a pessoa adoecida inicialmente, o é porque seu Ser (espírito) está debilitado (falho), ao recorrer a este tipo de ajuda, de imediato se tem duas indicações, primeiramente, o desespero pelo sofrimento está surtindo seus efeitos pelo ato que tenha feito, seja ele qual for; secundariamente, quem se dispõe buscar este tipo de ajuda, geralmente, fracassou nas outras tentativas e, de certo modo, começa a entender os motivos que transcendem o seu infortúnio, pois os companheiros que lhe propõe esta possibilidade normalmente o induzem nesta direção (quase sempre por experiência própria), sendo estes fortes indícios de recuperação a nível espiritual o que, por si , é um grande propulsor em sentido da probabilidade do “benefício” (dito) “negociado”, sempre será levado em conta o proveito evolutivo de quem está em evidência para este fim. Se desprezada esta condição, “cai por terratoda teoria defendida neste modesto trabalho!

É até aceitável que muitas vezes, quando se torna possível algum trabalho, de certa forma alarmante do ponto de vista de nosso conhecimento que, maliciosamente (ainda que no bom sentido), o plano espiritual “aproveite” para produzirMarketing” da sua existência, nada disso, porém, é verdadeiramente necessário. Volveremos portanto ao nosso raciocínio.
Consideradas as implicações expostas, teremos logicamente, alguém em condições de receber ajuda, sendo esta a única condicionante do processo. Passa a energia psíquicaentão, a ser “aplicada”, ao que consta do nosso entender, no espírito debilitado, nas formas e dosagens que os que se propuseram a este trabalho determinam, quase sempre estes dependem dos “encarnadospara auxiliarem, meditando a favor do necessitado e, deste modo, transmitindo energia mentalizada, ainda que inconscientemente, o que é plenamente aceitável e lógico, pois, uma vez aceita a energia psíquica, é fácil perceber que esta pode ser manipulada.

O receptor a absorve como se esta fosse “atadura” (figurativamente), que repõe, em condições de normalidade, sua forma de ser (podemos até dizer, “recompõe suas virtudes) esta, automaticamente, codifica-se em sinais inteligentes, que atravessam da zona subjetiva pelo sistema nervoso, transformada em sensações de recuperação do organismo biológico, que passa, imediatamente, a produzir ou captar os ingredientes que antes não era possível disponibilizar para tal fim (enzimas, vitaminas, medicamentos e outros), assim, o sistema orgânico debilitado começa a responder eficientemente ao tratamento, que tanto faz ser espiritual ou material e os efeitos logo se manifestam no corpo em questão.

E logo então, uma “porção” de desinformados ficam “boquiabertos” o que ocorre, porém, é totalmente natural nada de milagres, chegará o tempo que se iniciará qualquer tipo de tratamento do corpo pelo espírito, pois que o primeiro é o reflexo do segundo e, com certeza, a “integridade espiritual será a vacina ideal para todos os males.

Devemos novamente insistir, as energias, em hipótese alguma, “consertam” o espírito, elas têm mera função equivalente a uma “prótese”, imaginativamente falando, se o indivíduo socorrido não se enquadrar ao seu módulo evolutivo, perpetrando os atos que o levaram às deformidades anteriormente, obviamente estas energias se decompõem, por pura falta de capacidade desta inteligência em se manter íntegra assumindo, assim, o lugar da “próteseenergética implantada logo, esta se desfazendo, fica a mostra a falha, até aumentada, logicamente por ter-se acumulado mais deficiência sobre a existente, por uma analogia grosseira, podemos entender alguém rasgando com uma faca, um ferimento ulcerado por baixo das bandagens, imaginando ser esta sua composição final.

Uma vez adotado este critério dedutivo para o processo desencadeado, podemos nos aprofundar em sentido inverso e logo perceberemos que o sofrimento do organismo biológico implica em crescimento do Espírito, evolução carreada pelas sensações transmitidas da matéria ao Ser. Nunca porém, imagine ligações desta idéia com sofrimento deliberado e principalmente inútil, o nosso próprio modo de existir se encarrega disto e, eventualmente, quando alguém se dispõe a sofrer pelo próximo, significa que, ainda que inconscientemente, se caso for, esta pessoa é grande o bastante para crescer mais e dá, assim, o próximo passo neste sentido.

O sofrimento, quando relacionado a um ser racional, tem características definidas, todos de pronto o ligam a um pressuposto “Carma1”, consideram o fatalismo como determinante absoluto das conseqüências geradas pelas mais diversas causas. A um simples olhar, se perde de vista tal formalidade, senão, como se explicar o infortúnio incidente aos seres irracionais..?  Sim, é óbvio que se deva enfocar tal eventualidade, os seres entendidos comoinferiores” na cadeia intelectual, ao que tudo indica, não têm possibilidades racionais de determinarem seus própriosarbítrios”, contudo, sofrem esmagadoramente mais do que os seres racionais são mesmo criados com a intenção do “abate”, no seu próprio habitat sofrem, indiscriminadamente, todas as agruras da hostilidade natural ao meio ambiente, assim, fica a pergunta, pelo que eles “pagam”? O ser Humano sofreu do mesmo modo nos primórdios dos tempos, este, porém, veio em um organismo aparentemente frágil, no entanto, dotado de um cérebro privilegiado e o espírito capaz de usufruí-lo, contudo, é inegável que, na ânsia do existir, aprendeu efetivamente através deste espinheiro e, ainda que nos pareça brutal, as espécies evoluem desse mesmo modo, essa tese de modo algum nos autoriza a sairmoendo” os irracionais com o propósito de evoluí-los, a razão nos responsabiliza pela consciência de cada ato praticado (cap. 19).

Aos mecanismos apresentados como possíveis de produzir efeitos na matéria, poderíamos pormenorizar detalhando algumas literaturas referentes a terminais energéticos, conhecidos ainda em seu idioma original como “chakras1” do indiano, no entanto, não seria conveniente tal aprofundamento, pois tudo são suposições ou deduções e até supostas “visões”, o que não podemos negar veracidade, porém, por outro lado, não temos com que defendê-las, a ciência, por enquanto, não chegou “”. Entretanto, a lógica, mais uma vez, permite considerações, vejamos, o sistema nervoso central tem, obviamente, os terminais nervosos, os sensitivos, os defensivos, os reflexivos, inclusive os inteligentes que permeiam os sinais intelectivos e subjetivos. Ora..! o organismo é reflexo da inteligência, portanto, é a imagem do Ser adaptada ao meio, fica plenamente aceitável a existência dos terminais psíquicos!

O Ser inteligente deve operar meios de ligação ao Ser biológico, por que não seria este o meio? Se não exatamente, se-lo-á bem próximo, uma vez acatada a idéia de energia psíquica, pode-se, perfeitamente, absorver que o mecanismo de captação e emissão estejam em uma faixa intermediaria da matéria e inteligência, ou seja, entre os dois planos, possibilitando manifestação no corpo pelo espírito e sensações no espírito pelo corpo, seriam estes, alguns elos de ligação, polarizando as duas fases universais em uma , ambilátero naqueles pontos. Detalhes como localização, rotação, intensidade, vibração, etc.., são meras suposições e, ainda que pretensamentevistas”, impossíveis de sofrerem análises que as definam. Penso que aceita-las é, sem dúvidas, um grande passo!

Uma vez que os comentários sobre os mecanismos ficam limitados às técnicas de procedimentos e estas apenas podem ser abordadas pelo bom senso teórico e não pela aparelhagem adequada, não pretendo extrapolar estes limites bem dilatados.

A perspectiva moral destes procedimentos, porém, oferecem-nos vasto campo a ser trabalhado, o envolvimento evolutivo com relação a uma intervenção implica muitas probabilidades, diretas e indiretas, ao Ser e aos outros, participantes ou não do evento. Quando se admite que a forma espiritual é seu modo de ser, extrapolamos a idéia de imagem, portanto, esta passa a ser o que entendemos e não o que vemos (Cap.-10) logo, ao falarmos em deformidades inteligentes ou espirituais, conotamos “des” virtuosismo (mente sem virtudes, “deformada”), da interpretação nós dispomos, não temos alcance da projeção, a moral é uma dessas virtudes.

Podemos produzir um paradoxo aparente relativo à moralidade, no entanto, no conteúdo do contexto, é exatamente o que ocorre, ou seja, o conjunto de conceitos que se traduz por moral é inflexível, entretanto, muda, ela é diretamente proporcional ao comportamento evolutivo do Ser, da época e do meio (população, núcleo).

A responsabilidade determina as dimensões morais e quem determina a “responsabilidade” é o grau evolutivo, de sorte que podemos, imediatamente, aquilatar a gravidade de uma ação relativamente a umprimata”, por exemplo; uma agressão, comparativamente, um Ser totalmente civilizado e com alto grau de cultura praticando o mesmo ato, no segundo caso, erroneamente, se considera “maldade” (palavra funcional), como conseqüência lógica da impressão inicial, “erroneamente” com certeza..! Pois, a agressão, como qualquer outro ato ilícito, é praticada por falta de alternativas, é justamente esta a falha em um indivíduo evoluído! Ele, obrigatoriamente, deve prover, não uma, porém, várias alternativas para situações conflituosas, para isso ele tem preparo! Bem.., e se falarmos em intenções, em premeditação no dolo, afinal? Nestes casos não se fala em pessoas completamente evoluídas, não há “maldade” (ainda que o indivíduo e até outros  assim entendam), porém, falta de preparo. Tecnologia, cultura simplesmente materialista, visão imediatista de vida não correspondem a um Ser necessariamente evoluído, faltam-lhe compreensão, paciência, discernimento, cidadania, identidade filosófica, na verdade cultura, razão e sabedoria não são a mesmacoisa”, são entidades totalmente independentes que eventualmente podem ser interligadas, isso é muito fácil de observar, vejamos: Cultura é puramente acúmulo de conhecimento, quando esta começa a ser manipulada pelo intelecto, podemos identificá-la com a razão, quando porém, empreendida em favor de todos, estaremos diante da sabedoria.

Houve quem definiu “Inteligência”, como “o que é capaz de desenvolver instrumentos”, após algum tempo, um outro alguém ampliou a definição, afirmando que “esta é o que é capaz de desenvolver máquinas” e esclarece, ainda, não se tratar de “máquinassimples, porém, muito complexas até mesmo como estruturas do tipo “coletivas”. A seguir estes devaneios, se chegará à conclusão de que, somos um amontoado de fios e parafusos e pensamos de acordo com a corrente eletrônica que excita nossoschips”! Quimera sórdida, visão mesquinha, salto infeliz! Nós somos a Inteligência e, não o cérebro, “esta é capaz de construir o Universo”, Somos o Universo! E ele, “nos” é. E, ainda que no “fim da eternidade”! Isso será demonstrado.

É esse o único motivo de tanto envolvimento moral e evolutivo, as nossas deformidades morais são o que nos faltam como pedaços”, é esse o reflexo que arrastamos no corpo, quando outros indivíduos se propõem a suprirem tais deficiências a alguém, é porque por decorrência evolutiva, sentem a possibilidade de resgatarem mais alguém para as fileiras produtivas, a níveis universalistas e o envolvimento de terceiros, até mesmo por uma simples notícia, é sempre um chamamento, um convite à reflexão, ao entendimento de que, com mais ou com menos tempo, todos deverão estar!

Do ponto de vista Social, infelizmente, por conta da religiosidade, armou-se verdadeiramente umcirco”, onde os desafortunados são expostos a constrangimento, escárnio público, situações ridículas e outras atrocidadesamorais”. Pelaenésima vez insistimos, nem sempre (isto quer dizer, quase nunca) são possíveis as pretendidas “curas”, os problemas individuais sobrepujam as vantagens na maioria dos casos, por simples evidência de incapacidade do necessitado em recuperar-se espiritualmente, se lhe for restituída a saúde física ficando desse modo comprometida sua velocidade evolutiva. É, sem dúvidas, uma questão de se estar pronto”. E assim, assistimos espetáculos mórbidos, onde fanáticos insanos, cegos pela vaidade e ganância incontidas, gritam “joguem suas muletas!” e, por outro lado, as vítimas da saúde e dos lunáticos, cheios de insensata, por ignorância e desespero, atiram-nas e, prontamente, caem de boca no chão.

Devemos também, capitular em favor do indivíduo, ele é o pivô, o elemento central da questão. Há implicações graves a serem consideradas o que, de fato, é melhor para ele? Se curado, não incorrerá novamente em delito? Consequentemente agravará suadeformidadeespiritual atrasando indefinidamente seu prosseguimento evolutivo. E o envolvimento de terceiros? Quase sempre ocorre! Um ato, uma prática qualquer, exige sempre o ativo e o passivo, nãosentido “delituar” contranada”, obviamente, a ou as vítimas da atitude não estarão, necessariamente preparadas, existem infinitas chances de revide a altura, teremos, então, um ou muitos novos delituosos, com gravidades semelhantes. Conseqüências plenamente evitáveis, a ou as vítimas, podem passar por processos semelhantes menos traumáticos, sem um agente específico dispersando, desse modo, a concentração tendenciosa de vingança ou equivalente, próprias do estágio evolutivo em questão, diminui-se, portanto, os riscos de novas deformidades”, decorrentes de uma possível reação em cadeia logo, esta curamaravilhosanão é também por este lado, a melhor atitude a ser tomada. Muitas vezes, é até necessárioadoecerquem está são.., veremos adiante.
A cura pela medicina material tem caráter de austeridade, tem limites bastante circunscritos e esses fatores somados à dificuldade de obtenção de sucesso condicionam, paulatinamente, o ente envolvido em conformar-se, esperar, refletir, compreender afinal, sua posição.

Existe ainda, outro detalhe que é indiretamente positivo a dificuldade natural do ser humano em operar seus conhecimentos ainda restritos da ciência médica provocando lentidão na recuperação, levam o paciente a sentir-se agraciado e ponderado relativamente ao seu estado, pois todo o processo, por sua complexidade, imprime no espírito o sentido de avaliação das dificuldades suplantadas, o trabalho enfim, é plenamente valorizado. Bem ao contrário de uma cura espetacular, que com o “impostar” das mãos, pode resolver tudo, na verdade, o indivíduo chega quase sempre a pensar que não tinha nada e que não passava de imaginação o que sentia desvalorizando totalmente um trabalho que não viu e, se cada vez que estiver “mal”, curar-se com tanta facilidade, poderia, tecnicamente, estar sempremal”, pois fácil seria recuperar-se. Poderia drogar-se, ferir-se, prejudicar ao próximo e por afora, ter-se-ia então, descoberto um processo regressivo ou, no mínimo, estagnante. É o mesmo que reclamar da dor, sem ela, entretanto, padeceríamos em pouquíssimo tempo. Temos assim, um exemplo típico da ação natural nos dois planos existenciais, observados detalhada e analiticamente sob seus aspectos relevantes.

Considera-se por fim, uma última e relevante observação, uma vez admitida a interferência espiritual nos meios materiais. A atuação deste plano pode perfeitamente, ao contrário de curar o corpo, prover que este venha sofrer uma deformidade qualquer, através de artifícios técnicos ainda que, pouco ou nada, entendidos por nós, um exemplo de possibilidade observamos através da influência exercida pelos espíritos (cap. 13), até mesmo uma distração visual ou auditiva momentânea ao se atravessar uma rua de movimento intenso provocaria o evento pretendido, “doadoresinvoluntários (cap. 15 e 21), de energia que produzisse o “efeito físico” almejado, não faltariam em local público. Como, porém, contariam com a certeza do acidente nas proporções necessárias? Ora..! Nós mesmosencarnados”, dispomos de pessoas que calculam até matematicamente resultados que se pretenda produzir. Por que o plano espiritual, não disporia destes recursos também? Afinal eles, “somos” nós, amanhã! Ademais, vem implícito a qualquer evento planejado, o risco calculado, as tentativas e, enfim, as vantagens e desvantagens de um possível perecimento do “corpoem foco. Assim, talvez levando em conta algum provável risco excessivo da prática irresponsável de um ou mais atos que venham comprometer demasiadamente o tempo de evolução do Ser em questão, muitas vezes, até porque este não teve o devido suporte e amparo necessários, pelos quais comprometeram-se seus companheiros de jornada, particularmente os familiares mais próximos, pai, mãe, irmãos, amigos, etc..! Portanto, imbuídos em proporcionar, um meio menos oneroso ao “paciente” analisado, os espíritos envolvidos no caso, optam peloremédioamargo e executam, sem dúvidas, o “serviço”  corta-se, deste modo, um eventualretardamentoevolutivo, antecipadamente aos eventos, que claramente anunciavam-se. O exemplo usado, poderia ter sido outro, uma deformidade na “formaespiritual (cap. 10) provocaria fatalmente seu reflexo na matéria, seria uma opção viável também, em verdade, o que não faltam, são escolhas! Essa também não é a atitude de muitos heróis, que trocam poucas vidas, inclusive a própria, para salvarem inúmeras outras?

Ao enfoque espiritual reserva-se o campo dedutivo, lógico e racional. Por não atingirmos o espírito, através da “matéria”, buscamos sua identidade nela, a Inteligência manifesta. Tudo o que abrange a Expressão Inteligente reflete no modo de ser do indivíduoencarnado”. Uma vez aceita a idéia de que a existência do espírito é o que fundamenta a nossa própria, passa a ser extremamente lógico que a cura é responsabilidade exclusiva do Ser em questão, o que se pode fazer a outrém é puramente paliativo, é um procedimento fortuito em favor do tempo disponível, seria como emprestar uma “muleta” a um cidadão, até que este possa depender de seus próprios recursos naturais e, assim, andar , deve-se entender claramente que para a Inteligência não existe a “cura”, porém, o alcance evolutivo que lhe permite transmitir ao organismo biológico as devidas funções sem falhas, pois estas não lhe fazem parte. Deixa mais clara, ainda, a visão do refinamento do organismo biológico, porque, deste ponto de vista, fica totalmente óbvio quecura” é um meio grosseiro de se designar aperfeiçoamento, quanto mais evolui o ser, mais este se aproxima da perfeição, portanto, é dedutível a tendência natural de o “corpovir a ser etéreo e, posteriormente, completamente dispensável fica, no entanto, impregnada no Ser a sua vivência material, possibilitando a este, quando a seu entender, volver a esta em favor de seus desígnios. Um caso bastante provável no que se relaciona ao Ser mais queHumano[4]” Jesus Nazareno. Desse modo, deixam simplesmente de existir, por mais de um motivo (pelo menos dois), todos os “milagres”, palavra e idéia medíocres, para explicar o inexplicável, apenas porque somos incapazes. Fica, entretanto, claro como o “Sol do meio dia”, que alguém evoluído a tal ponto pode, de fato, manipular as propostas energias psíquicas, como nós fazemos com a energia elétrica e até melhor assim, os primatas, comparativamente, chamar-nos-iam de “deus”, sem dúvidas, tanto quanto fizeram os nativos do Brasil com o bandeirante, quando este ateou fogo em aguardente induzindo-os imaginar tratar-se de água do rio para impressioná-los safando-se da morte certa. Não se tenta aqui, diminuir os personagens citados, ao contrário, se mostra o verdadeirotamanho” de quem observa passivo e pasmo o que eles produziram simplesmente utilizando seus conhecimentos em ocasiões apropriadas, cada um a seu modo e característica, um elevado e em prol do próximo e outro rústico e a seu próprio favor!

Não ‘pise no freio’ da imaginação, apenas por visualizar os limites da razão no horizonte do conhecimento..!



[1] - Condição didática essencial, tentativa de transmitir algo de si, com intuito demonstrativo -
1 - Existe filosoficamente, um profundo abismo conceitual entre a meditação e a “ladainha” (reza) -
[2] - Analogia às redes informatizadas em qualquer nível -
1 - Por analogia caberia, com mais adequação, comparar a inteligência ao “quanta” (Porção energética) -
1 modo de fazer
2 estado em que se encontra
1 A hipnose produz quadros de realidade virtual, o que restringe a confiabilidade -
[3] - Deve-se entender como desorganização biológica do instrumento do Ser, nunca morte ou destruição material-
1- FilosofiaBudista” e oriental, em geral, de ligações do indivíduo a um destino
1- Teoria oriental de centros de convergência energética psíquica em pontos definidos do corpo humano
[4] — Trata-se de singela metáfora, pois, sem dúvidas, ele foi um Ser Humano, nada além.

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