A razão é virtude em extinção, neste espaço se tenta preservar essa conquista desprezada, lembrar que a vida não está resumida à frágil visão humana.
PENSE
Seja ambicioso nos seus desejos, busque sempre o que é infinito, eterno, completo e intransferível.
O maior bem que se pode conquistar é a perfeição, seja sábio e não se contente com menos.
A matéria é apenas a mina onde garimpamos nosso conhecimento, cada pedra do nosso caminho é o tesouro que buscamos ainda bruto e aguardando lapidação.
Tenha sempre em mente essa idéia e nada haverá de lhe faltar.
Venha ser alguém que acrescenta algo à existência sem exigir mais do que ela lhe dá.
SALVE O MUNDO, COMECE POR ALGUÉM!
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
LIVRO II - À LUZ DA RAZÃO - 3ª PARTE CAP. V
CAPÍTULO V
GENÉTICA; DO CORPO AO ESPÍRITO!
“Especulações sadias”
(N.A. — O tema do presente capítulo tem a assistência científica do Professor Doutor “Fábio Siviero”Docente geneticista na Universidade de São Paulo — USP, seus apartes estarão rubricados FS)
O mais óbvio ao Caro Leitor, nos trabalhos deste que aqui escreve, é a plena e absoluta convicção do processo simbiôntico1 existente entre a matéria e o espírito e, ainda que pareça radicalismo, esse entendimento é estendido a todo relacionamento possível entre organismo e inteligência, considerada a última sob qualquer ponto de vista, ou seja, desde a latente à individual nos seres com dinamismo superior, ou coletivo como admitem alguns autores, por exemplo, em relação aos vegetais. Alguns autores, entre os quais não está o que nesta se apresenta, pois que este, mesmo que especulativamente, admite a individualidade desde a primordial acepção de vida expressiva, isto é, vida com dinamismo manifesto e, uma planta, sem dúvidas é, de fato, esse tipo de vida entre os outros conhecidos, é inquestionável que dentro de sua espécie, a roseira é, em si, um indivíduo. Logo, não será possível que porque não entendemos a individualidade para qualquer tipo de ser venhamos simplesmente nega-la, não está aqui a afirmação genérica do contrário, porém, a possibilidade plenamente viável da individualização, por grupos de famílias, gêneros, espécies, enfim, a vida, tanto quanto não se imaginava a respeito da energia até o efeito fotoelétrico de Einstein2, é inteligível como porções3 com manifestação ondulatória ou de fluxo. Portanto, vemos a vida fluir em todas as direções, mas sempre em formas definidas e particulares, é exatamente isso que a distingue dos demais fenômenos naturais.
A simbiose é observada apenas sob o aspecto orgânico pela maioria das correntes doutrinárias, pelo simples fato de não vir demonstrada cientificamente1, a ligação do plano ideal ao material por meio da Inteligência interdependente ao organismo, quer dizer, o corpo é o meio de manifestação do verdadeiro Ser, sendo-lhe ferramenta, e não, indivíduo. Ferramenta entretanto, que tem sua própria genética peculiar, que se amolda de forma tal ao seu simbionte que lhe confunde as posições, conduzindo o último a deduzir, equivocadamente, ser, quando em verdade, está! Assim, devemos notar a relação simbiôntica operando, pelo lado Inteligente, servindo de meio sensitivo às experiências do aprendizado e, pelo lado do corpo, pelo desenvolvimento da inteligência genética que aprimora o organismo indefinidamente para cada vez melhor adaptá-lo ao meio e à Expressão Inteligente2 que lhe habita.
Agora podemos nos dirigir às idéias genéticas pertencentes, exclusivamente, ao organismo que, entretanto, segundo tudo indica, demonstra um comando primitivo que orienta à vida em resposta a um impulso3 fundamental, fato constatado e admitido por inúmeras correntes científico-doutrinárias.
A primeira definição humana relativa ao termo “genética” tem origem na Grécia antiga (Hélade) cujo vocábulo “génesis” explicava o princípio das coisas, particularizava os seres vivos ou generalizava a idéia de criação universal, definia tudo que pudesse ser explicado a partir de um início, mesmo que esse (o início) não se explicasse.
Com o desenvolvimento humano e as conquistas tecnológicas, esse termo passou a assumir definições mais complexas e específicas, pois a generalização do pensamento clássico sobre esse vocábulo, oferece apenas conceitos vagos, sem particularizar a exata concepção da existência por meio dos artifícios naturais de criar vida. É tão profunda em princípios, a montagem desta hoje conhecida que, ainda que sendo por formas encabuladas, notadas em crianças travessas, a maciça maioria dos cientistas radicais e fundamentalistas das doutrinas restritamente limitadas ao materialismo, já admite implicação que transcende a racionalidade pura e simples.
A evolução do conhecimento humano deu outro sentido à “gênesis”, adotou novos contornos à idéia de origem e conservação da vida, separou as várias direções apontadas pela natureza que particularizam cada gênero e, até mesmo, seres com características que, de alguma forma, identificam os indivíduos, as espécies e as formas de vida, o atual conceito geneticista tem “olhos” para a própria estrutura geradora da vida, só admite entendê-la a partir do menor “ponto” viável de conhecê-la, concebe teorias com bases experimentais que comprovam-nas continuamente e vai à direção do âmago do efeito em busca da causa que o gera.
Se observada a linha da conduta humana em relação ao conhecimento genético, veremos que após o conceito primordial dos gregos, que se limitava apenas a denominar os acontecimentos a partir de um princípio sem a preocupação de dissecá-lo desde as raízes, encontraremos somente em 1859, Charles Darwin quando publicou a sua revolucionária teoria intitulada: “Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural ou a conservação das raças favorecidas na luta pela vida”, obra que mudou o mundo em relação ao homem e a existência da vida como um todo, ainda que não se identificasse com a genética propriamente, deixou implícito o entendimento de haver uma ligação comum entre todos os seres vivos, posteriormente a este grande vulto histórico, iremos ao encontro de Gregor Mendel que por volta de 1860 e publicado em 1866, desenvolveu um esplêndido trabalho teórico baseado em observações de espécies de ervilhas por inúmeras gerações reproduzidas metodicamente propiciando assim, a formulação das conhecidas “três leis de Mendel” que demonstram, por seleção de geradores híbridos, características que alteram a formação dos “descendentes” gerados nas ordens que se apresentam abaixo:
1 – A lei da uniformidade, apontando que, no cruzamento de dois indivíduos que se originam de linhagens puras, apresentando certa característica, exemplificando: – a cor dos olhos – diferente entre si, os descendentes apresentam semelhança no fator sob análise e passam a herdar de um dos genitores (o dominante) essa qualidade e o do outro se perde ou, por outro lado, dividem os traços intermediários de ambos os pais, caso esse, da co-dominância.
2 – A lei da segregação, caso em que os fatores da hereditariedade (genes) são independentes e passam de uma geração para outra sem sofrer alterações. Cruzando entre si os descendentes de duas linhagens puras, nota-se que a característica que não se mostrou recessiva, é integrante da geração que se segue em um quarto da descendência, enquanto o fator dominante ocorre em três quartos desta. Logo, à cada par de genes determinantes de certos traços, separam-se na reprodução celular mas, as combinações resultantes, ligam-se casualmente, pois, já que o objetivo dominante fora atingido, não importa mais a preferência em combinar-se.
3 – A lei da transmissão independente, afirma que cada fator é herdado independentemente das características restantes. Mendel chegou a essa conclusão, cruzando plantas que diferiam em dois fatores (di-híbridos) sendo o genótipo, no caso, AaBb. Este observou que na formação das células reprodutoras, tiveram origem quatro tipos diferentes: AB, Ab, aB e ab, que obedecem, simplesmente, as leis da análise combinatória em relação ao outro indivíduo, assim obteve, como seria de se esperar, 16 genótipos possíveis, e desses, notou nove características de A e de B com a seguinte composição; AABB, AABb, AaBB, AaBb, AAbB, AabB, aABB, aABb e aAbB, onde se encontrou nos indivíduos com o caráter dominante A três recessivos b, ou seja, aAbB, Aabb e Aabb, mais três com o dominante B e o recessivo a, como se vê; aaBB, aabB e aaBb, encontrando apenas um grupo recessivo de a e b, é ele; aabb, assim temos a seguinte ordem 9/3/3/1 totalizando 16 montagens distintas.
As leis de Mendel têm especificidade geral para a reprodução sexuada que finda por formar células reprodutoras especiais. Ocorre porém, que essas leis não têm caráter absoluto, logo, permitem interferência e admitem alterações significativas. Portanto, é fato consumado, que se pode optar por respostas predeterminadas, absolutamente independentes da natureza, o que significa afetar a ordem natural dos acontecimentos por meio de artifícios tecnológicos. Essas conclusões são recentes e resultante de um extraordinário esforço conjunto da humanidade em direção ao conhecimento de si e à busca da evidente causa originária, mesmo que essa não seja explicada ficando, porém, o efeito, absolutamente exposto, se terá condições para a posterior investida à rebuscada “causa”.
Essa via do conhecimento vem sendo o pivô de uma extraordinária celeuma das várias culturas que são parte integrante da nossa sociedade atual, debate que ocupará à frente, após as considerações trabalhadas por ora, a merecida atenção.
Mendel e suas Leis só foram reconhecidos no século XX, quando a ciência, em nome de três grandes estudiosos, o austríaco Erich Tschermak, o holandês Hugo de Vries e o alemão Carl Erich Correns em locais e ocasiões independentes chegaram às mesmas conclusões de Mendel, redescobrindo o que ele, metodicamente, já havia atestado em favor da ciência. Walter Sutton, americano, descobriu em 1902 que os cromossomos das células são os responsáveis pela hereditariedade. Como já vimos, os efeitos genéticos tem relação direta com a matemática ainda que sem feições absolutas nessa ligação, por isso veremos em 1908 um matemático inglês e um médico alemão, respectivamente Godfrey H. Hardy e Wilhelm Weinberg determinaram isoladamente as bases matemáticas da herança biogenética das populações, falamos da Lei de Hardy/Weinberg. Hoje, graças as descobertas de Edward L. Tatum e George W. Beadle, realizadas em 1930, sabemos que o gene é o responsável fundamental pela produção das enzimas e proteínas que catalisam as reações químicas que sustentam o equilíbrio dos organismos biológicos. Tempos depois, Oswald T. Avery demonstrou que o ADN1 é o material genético primordial e está nesse componente a estrutura molecular cuja montagem define as características hereditárias, devemos esses dados científicos a James D. Watson e Francis H. C. Crick, a partir disso se passou a conhecer o dinamismo exercido pela célula cuja função é, por meio do ácido nucléico, sintetizar as proteínas e enzimas que habilitam continuamente as características biológicas. Hoje se processa esses experimentos seqüenciando, sistematicamente, o ADN determinando, por esse método, as formas de produção de cada espécie estudada.
Hoje é fato conhecido que as células se reproduzem por multiplicação assexuada. Entre seus componentes, os amino ácidos, são os compostos formadores das longas cadeias (hélices e outras estruturas conhecidas) constituintes das proteínas e, são eles que detêm as informações genéticas codificadas no ADN de maneira precisa, é nessa estrutura que se conhece como código genético, que se sabe dos seus objetivos ou se altera sua organização mudando seus propósitos naturais (os amino ácidos são os formadores das proteínas e enzimas, {enzimas também são proteínas} e o ADN possui a informação de como estes aminoácidos são ordenados, o código genético é a grosso modo, “qual” amino ácido que corresponde a cada trinca de bases do DNA — FS ). Em muitos anos de trabalho, com muitos grupos de cientistas de diversas nações foi possível entender o código genético. Ainda assim, restam enormes esforços em concluir o conhecimento completo do processo e, partir disso, dispor do domínio tecnológico capaz de alterar e manter sob controle a natureza biológica em favor da evolução. Apenas esse fato já antecipa uma ordem primordial inteligente, é visível a impossibilidade probabilística do acaso.
Os problemas para ainda enfrentar são gigantescos, um exemplo, é como atuam os genes e o que regula sua atividade de acordo com o que a célula necessita a cada instante da própria evolução, essa questão já vem sendo abordada desde os anos 60 quando os bioquímicos franceses François Jacob e Jacques Monod desenvolveram as primeiras pesquisas sobre esse mecanismo. Obtivemos avanços significativos no campo do ensaio prático através de Thomas Cont Morgan, que utilizando a Drosophila melanogaster (mosca-do-vinagre) (mosca da fruta — FS) pelo simples fato de ser esta, portadora de fatores hereditários de constatação quase imediata e, como dispõe de apenas quatro pares de cromossomos por célula, comprovou que certas características são transmitidas em conjunto e não independentemente como se imaginava, isso ocorre em conseqüência da proximidade dos genes que se correspondem no cromossomo.
Experiências com o mesmo teor de cientificismo vêm sendo desenvolvidas nos laboratórios da Universidade de São Paulo no IQ (Instituto de Química), desta feita o “bicho” escolhido é a “Rhynchociara1 Americana” uma espécie de mosca adaptada aos climas tropicais de locais com umidade relativa alta e que são identificadas já pelas larvas, pois estas são conhecidas como trilhadeiras ou “bicho de trilha”, uma vez que estas caminham ininterruptamente em carreiras amontoadas em uma linha de direção escolhida pela líder que não se conhece o método pelo qual esta é “eleita”.
Esses ensaios vêm sendo desenvolvidos pela equipe do orientador Professor Doutor Roberto Vicente Santelli cujo orientando e, hoje, doutor que se dedica às pesquisas, este autor vem informar ao Caro Leitor, que é seu único filho Fábio Siviero e, na seqüência destas preliminares comentadas, expressarão, respectivamente, suas posições e pareceres científico-filosóficos sobre as razões que levam a Humanidade a investir em campos de tão abundante fertilidade cientificista.
Por enquanto, cumpre-nos informar que inúmeros países iniciaram no ano de 1989 o conhecido projeto “Genoma Humano”, sendo relevante saber que os financiadores desse desafio são o Instituto Nacional de Saúde e o Departamento de Energia norte americanos. O audacioso plano “buscava..?” “sim..! porque já o cumpriu em meados de 2001”, cumprir até 2005 a identificação de cada um dos cem mil genes e os três bilhões de pares de nucleotídeos da estrutura de uma molécula de ADN, cabendo, inicialmente, ao Nobel de fisiologia e medicina James D. Watson2, a coordenação dessa investida científica. E, segundo o modesto entendimento deste que aqui escreve, nesse singelo parágrafo, já vem, absurdamente provada, a total inexistência do acaso, e que, para contrariar esse “modesto entendimento”, basta responder: “... – Que coincidência montaria essa única molécula com cem mil genes e três bilhões de nucleotídeos, matematicamente ordenados em códigos absolutamente independentes e identificáveis um a um?...” e mais, cada organismo vivo tem trilhões de bilhões de células com outros trilhões de bilhões de moléculas com componentes codificados em sistemas equivalentes e, solidamente amparados pela matemática, cada um gerenciando inteligentemente a manutenção e evolução de cada espécie.
Respeitosamente.., se a “resposta” for cansativa, a “gente” espera..! Vejam.., o Cosmo sideral, os aglomerados estelares, os fenômenos cósmicos “buracos negros” e outros, o inimaginável equilíbrio gravitacional universal e a própria existência, num simples relance, ficaram menores do que se pode alcançar com um microscópio de tunelamento, em face à complexidade de uma única molécula de “vida”, o que significa entender, que tudo, absolutamente tudo, não passa de uma mão, por exemplo, aonde se apóia a vida, mesmo que a ignorância nos leve a concluir, que esta resolveu instalar-se, somente na pequenina Terra.(acreditava-se que eram 100 mil genes, hoje mesmo com toda a seqüência conhecida, especula-se 30 mil. E ainda hoje mesmo com a seqüência conhecida, não é incomum se descobrir novos genes, pois olhando diretamente a seqüência ainda não conhecemos todas as “regras” que definem um gene, logo as vezes por algum método experimental se determina um novo gene, em uma seqüência que já era conhecida! — FS)
O propósito era a identificação geográfica no mapeamento do código genético, ou seja, a notação posicional de cada gene nos 23 pares dos cromossomos humanos, e seu seqüenciamento, ou o conhecimento da ordem precisa em que ocorrem os nucleotídeos componentes do gene. Calculava-se obter menos de dez por cento de informações úteis no genoma e, por esse caminho, se previa que à via da posição, composição e função de cada gene abrir-se-iam as portas para a cura e diagnose das mais diversas doenças como, obviamente, se há de perceber. Mas.., como não poderia deixar de acontecer, a hipocrisia, a busca da fama por quinze minutos e outros preconceitos místicos e medíocres, em nome de uma pseudo-ética, alardeia o uso indevido do conhecimento genético, coisa aliás, que, administrativamente, se controlaria sem os efeitos especiais típicos do cinema..!
Não compensa sequer relacionar o rol de desculpas ridículas encontradas para bloquear a ciência, grupos invariavelmente comandados pelas castas religiosas, políticas e parte da mídia infundadas de qualquer discernimento justificável. À ignorância e ao preconceito cultural apenas são imprescindíveis as desculpas, quando não é a bomba atômica é o raio laser e, na falta dessas, usufruem a genética com o mesmo fito; “obter vantagem publicitária”, o controle deve ser coerente e exercido pelas vias administrativas competentes sem as manifestações de praxe, até porque, quem detém, de fato, o conhecimento, o usa como e quando quiser, operando suas qualificações sem que os menos informados tenham a menor chance de impedi-los, somente não o fazem, por senso e foro íntimo, pois quem quer praticar um ilícito, em raríssimas ocasiões é obliterado por antecipação, o máximo que se consegue é, às vezes, remediar. No entanto, não é a ciência quem deve arcar com o ônus da reprimenda sem direção, principalmente, porque quem busca hipocritamente o apoio popular contra o avanço da ciência, ou não tem entendimento sobre a matéria ou, se tem, tira vantagem dos que não têm, arriscando uns “pontinhos” na mídia.
É de se realçar que o principal fator genético, gerador das mais acaloradas polêmicas religo-sócio-culturais, não coabita com as possibilidades de informações prévias das tendências humanas, pois estas são componentes contornáveis e, a médio prazo, extinguíveis até por seleção genética prévia, viabilizando desde a concepção ao nascimento, as melhores chances para o indivíduo em foco.
A aversão injustificada, reside na possibilidade da chamada clonagem, isto é, a criação de um ser assexuadamente (apomixia), sendo possível estruturá-lo geneticamente antes de trazê-lo à vida, o que passaria, em tese, o nascituro à condição de projeto e o homem à condição de Deus. Tema que até aparenta lógica para os desinformados, mas.., o que vem a ser o homem natural, senão um projeto da natureza..? ou de “Deus”..? e mais.., quem atesta que já não houve alteração genética decorrente do próprio desenvolvimento humano?
As condições urbanas, tecnológicas, sociais, ambientais, étnicas preconceituosas, incestuosas de várias formas por interesses puramente mesquinhos, vacinas, medicamentos, alimentos adaptados por milênios desde as sociedades tribais, a prática da monocultura, os cruzamentos vegetais e animais utilizados a séculos, os pesticidas, o consumismo sedentário, o stress paranóico da mídia, os fatores psicológicos coletivos; sem dúvidas escreveríamos outro compêndio relacionando elementos de alteração genética já consumados pela Humanidade, o homem de hoje, já é um “clone” plenamente adaptado a si próprio, seu maior interventor..! A natureza que nos cerceia já é resposta da intervenção humana, portanto, retroceder seria milagre que, sabidamente, não existe, logo, nos resta avançar e concluir o que começamos cuidando, isto sim, de compensar erros e evoluir em direção ao inevitável, ou seja, conter a natureza, e não simplesmente, ser contido por esta. Pois, se assim não estivesse previsto, não discutiríamos um arbítrio que, pelo singelo motivo de sê-lo, nos concedeu a chave de uma das infinitas portas do conhecimento.
Devemos ser conscientes de que não temos acesso ao inacessível o que, de per se, elimina polêmicas e, de imediato, se conclui que o discutível é puro desgaste racional, pois a discussão é passagem, e por ela, queiramos ou não, transmigraremos.
Os preâmbulos capitulares até aqui expostos, buscam trazer bases dialéticas para ligar o pensamento filosófico aos elementos de constatação científica, portanto, adentraremos os conceitos pensamentares de forma interrogativa que, consoante as lições socráticas, nos abrirão horizontes mais amplos de investigação e, mesmo que ainda por meios especulativos, será caminho saudável, sensato e, fundamentalmente racional, viabilizando, embora que se percorra campos subjetivos1 mesclados à materialidade dos fatos, parâmetros suficientes ao fim que se propõe, expondo a problemática em relação à posição e opinião científicas, aos conceitos sócio-culturais e, como seria de se esperar neste trabalho, aos aspectos espirituais.
É claro que, apesar de ser a menção desses “aspectos”, a última proposição, é-nos a mais significativa e a ela serão dirigidas as maiores atenções.
Assim, à essas questões nos ateremos e, pela lógica, devemos questionar a princípio: – Por que seríamos, em tese, uma simbiose, Ser “inteligência” adaptado ao Ser “organismo”..?
Com certa facilidade, percebemos que não há, propriamente, uma explicação lógica de “quem somos”, nós vivemos a existência e, raras vezes, nos questionamos a esse respeito; de fato, não é assimilável, em hipóteses, racionais conhecermo-nos. Todos os pensadores, desde os profundos idealistas aos mais arraigados racionalistas, “lidaram” com esse objeto existencial; isso porque nos é muito mais fácil absorver as causas e relações que envolvem as razões e as justificativas, isto é, os “porquês” e o “como”, fatores que são secundários e intrínsecos absolutos, quer dizer, não se haveria cogitá-los se não existíssemos.
Ocorre, que jamais houve quem afirmasse “somos..!”, não há como e essa é a pura realidade. Manifestamos vida, exercemos ações, expressamos sensações em dois planos, no material e no ideal, nos concebemos inteligíveis, racionalizamos tudo que nos alcança, mas.., nunca..! absolutamente nunca, “somos”!
Esse é o ponto, não é uma posição discutível, assumida por conhecimento, definição e, nem mesmo, por opinião. Não temos o que saber ou mesmo crer e, por mais absurdo que pareça, sentimos mas.., não nos evidenciamos axiomaticamente, porém, vagamente nos identificamos num postulado segundo a concepção filosófica.
O termo “vagamente” tem razão de ser, pois o “postulado” não traduz evidência nem demonstração, todavia, justifica-se Post factum e, de verdade, nós não. É óbvio que o singular motivo racional que nos é próprio, intui uma utilidade, pois esta, “deve” ser a mesma que autoriza a existência como um todo, mas, observem, isso.., nós julgamos, portanto, não podemos admiti-la como universal, sim.., universal somente cabe aos fatores e conceitos que se autodefinem por si ou conjunturalmente e, conscientemente, nós e, nem Deus fazem parte desse entendimento e, embora estranhamente, está, exatamente nesse contexto, a certeza da existência Dele e da nossa, pois nada.., simplesmente nada, explica nenhum dos dois, porém, nos é impossível negar a nossa própria existência; logo, ...o que nos levaria negar a Dele?
Por fim, viemos de encontro à conseqüência de uma causa indefinida, ou seja, “nós”, razão suficiente para os mais diversos pensadores concluírem, equivocadamente, existir uma potência transcendente imóvel, nada mais lógico, se o entendimento se resumisse a dualidade absoluta, isto é, um fator estanque ao outro, esclarecendo ainda, Deus seria um fator em si e a existência, outro absolutamente sem relação ao primeiro, contudo, senão a razão ao menos a intuição, nos informa que Um criou a outra, é de se deduzir que, se houve imobilidade esta cessou, pois de um estado de coisas se foi a outro, de imediato, se tem “movimentação” da Potência que reduziu-se à cinética.
Essa conseqüência, “nós”, obedece ao mesmo critério do raciocínio acima mas.., com um detalhe que a difere ao mesmo tempo em que a torna intrigante, não é tão evidente todavia, localizável, vejam, a origem nos é indefinida mas, parte do efeito “nós”, no entanto, ao contrário de ser definido, ainda não o é, como o próprio Universo o é, pois mesmo o que não conhecemos dele, à frente, se nos apresentará materialmente e, o que não tem ainda ou virá a ter explicação sensorial, oferece probabilidade lógica racional, resume-se em expectativas intelectivas, pois as dimensões relativísticas apresentam-se de forma compatível ao nosso modo de ver, por mais complexa que seja sua inteligibilidade. Isso nos conduz, forçosamente, à mesma essência; reside aí a diferença e o que é intrigante, pois sermos efeito nos difere da causa, mas o que intriga é que, igualmente a “causa”, não nos definimos!
Filosoficamente, os opostos se equilibram, entretanto, é absurdamente irracional, que opostos sejam identidade, nada pode ser igual e diferente a um só tempo. Portanto, para conduzir essa aparente contradição ao universo da racionalidade, será necessário “ver” com outros olhos, acima afirmamos: “...embora estranhamente, está, exatamente nesse contexto, a certeza da existência Dele e da nossa...”!
Deveras, nesse trecho textual, voltamos ao “capítulo 1” do nosso primeiro trabalho, pois a única forma da razão compatibilizar essa “identidade”, muito “embora estranhamente...”, será admiti-Lo como “sendo-nos”.
Nesse contexto a “razão” opera, e será fácil demonstrar, a “Causa” indefinida manifesta o efeito definido, este passa para as dimensões relativísticas e evolui, sua metamorfose ininterrupta o conduz a perfeição que, por sua vez, nos é “indefinida”, isso é plenamente lógico, pois; ...– o que se entende por “perfeição”? o imobilismo ou o dinamismo? o completo ou o que pode, infinitamente, ser mais? E, a última questão, é exatamente, a resposta que buscamos! Ele será sempre maior enquanto crescer, e, nessa premissa, negamos o imobilismo afirmando o dinamismo, pois mudou o estado de coisas por um lado, e movimenta-se (cresce), infinitamente.
Podemos por aí, extirpar cinqüenta por cento do problema, restando à evolução nos demonstrar os “cinqüenta¬ por cento” restantes, quer dizer, quem somos..? Ele e nós! Pois, que O integramos é racional assentir, somente não, O/nos explicamos.
Por essa forma, a simbiose se expõe sem maiores dificuldades, uma vez que o todo apenas se metamorfoseia, as partes que já transmigraram da estrutura primordial para a fase definitiva deixando a “pupa”, passam a utilizar um organismo que não é mais do que a reunião de um número imensurável de pupas que dependem da Expressão Inteligente (que, por sua vez, não é mais do que o “transmigrado”), para conquistar suas metamorfoses e, também, transmigrar. Essa Expressão, é o “Espírito” e, esse Espírito, foi a “pupa” que será a “Causa” das próximas “pupas”. Como dissemos no trabalho anterior, “...o Universo é o viveiro de si em si...” onde encontramos “...do Espírito ao Espírito...” apenas valendo-se de um método, o que de forma alguma, O diminui ou, por outro lado, O idolatra. Apenas O vivifica entre nós, “sendo-nos”.
Cremos que o processo simbiôntico tenha sido demonstrado racionalmente, tanto quanto a validade de presumir a existência do Espírito e de sua ligação com a Origem. Logo, é de se esperar que se detalhe as implicações da espiritualidade com o mundo material envolvendo os aspectos genéticos entre outros a serem considerados. Cumpri-nos formular a segunda questão da presente dialética:
O que significa a vida em “quantas” ou indivíduos?
Ainda que não vivamos a plenitude de nos “conhecermos” de fato, podemos avaliar o mundo que nos envolve, assim, até onde alcançamos intelectualmente, temos condições de sentir o que nos toca e o que nos provoca, isto é, toca-nos o que existe e conhecemos, provoca-nos o que pode existir, pois isso, deduzimos.
A vida porém, nós sentimos ao tempo que ela nos “provoca”. Em verdade, há algo, peculiarmente especial, no “viver”, é simples notar, vejam; tudo que recebe energia produz movimento ou bloqueia-o, seja esta alteração instantânea ou não, findará por estancar-se ou deslocar-se o objeto energizado, ascendente, descendente, vibracional, rotacional, pendular, luminoso, resistivo.., enfim, exercerá o impulso recebido de qualquer modo, é a reação correspondente a uma ação primordial relativa, mas.., o dinamismo vital, exerce o mesmo “movimento” e, muitas vezes, sequer qualquer espécie de alteração se percebe, no entanto, sabe-se que a vida lá está.
Está nisso a provocação, não há meios de confundir o movimento mecânico com o movimento inteligente, é isso que nos garante uma Causa inteligente, pois um deslocamento aleatório pode (apenas pode) ser acidental, o inteligente contudo, é inconfundível, mesmo se observado somente o resultado do impulso, sabe-se que a origem objetivou esse fim, até se este não tenha sido atingido, dizemos: ... – Erraram..! pois, sabemos que foi proposital e dirigido. Isso significa que a vida pode ser notada até onde já não se faz presente.
Um outro detalhe digno de nota, é que esta, seja como for, só se apresenta associada a inteligência, primitiva ou plena, se há vida encontra-se inteligência e, é a segunda que se identifica em si, ou seja, ela conhece a si própria sob qualquer forma, invariavelmente. É relevante ressalvar que esse reconhecimento é, absolutamente, independente da razão, um Ser vivo conhece sempre um outro aonde este venha presente, pode se atrair, repelir ou ser indiferente, mas sabe ao que manifestou sua atitude.
O número de aspectos vitais é infinito mas, é inegável que alguns clamam por atenção acentuada, um deles é, exatamente, o tema do presente capítulo, isto é, a “genética”.
Descobriu-se recentemente, que tudo que vive obedece a um comando fundamental e tem uma estrutura, sem dúvida nenhuma, montada, nunca permitindo ser entendida sem propósito, obedece a leis que ela própria legisla, codifica suas informações de modo a perpetuar sua existência, rigidamente direcionada, ao aprimoramento, não sofre nem permite desvios no objetivo pretendido, quando fatores externos a obrigam, esta se adapta até extenuar, absolutamente, todas as chances de que dispõe e, só se extingue se as condições externas a sufocarem, jamais se autodestrói, o máximo que faz, é transpor-se à outras formas, é óbvio que perguntarão; “...– não sabemos que há quem suicida-se..?”, sim.., porém, no suicídio encontramos, precisamente, o efeito racional agindo, e isso, é comprovação também do processo simbiôntico, pois o Ser vence forças imensas para sobrepujar o instinto de sobrevivência e preservação da espécie, para cometer contra a “própria1” vida, “vida” que pertence ao “organismo” não ao “Ser”, é certo que este surpreender-se-á ao ver-se “lá”, pois que não morreu, o engano é imaginar o contrário, o “suicídio” não é mais do que um assassinato “contra terceiro, sim..!”, o corpo nos é cedido, nos exatos termos da “locação por cessão” de direitos de usufruto em favor da evolução do indivíduo e do que o envolve, ressecar a vida do “corpo” significa “rasgar” um grande trecho de uma “malha” que se lança, inclusive ao futuro, “direito” que jamais caberia ao espírito.
É equívoco imaginar o suicídio irracional , pois se trata de atitude dependente da razão, vinculada a esta, por conhecimento de causa, a exemplo da culpa, frustração, revolta, protesto, fanatismo, renúncia.., causas enfim, incabíveis aos irracionais.
Bem.., resta argumentar que também os minerais têm uma estrutura, nem poderíamos entender de outra forma, é óbvio, mas, a montagem mineral apresenta outra dinâmica ou melhor dizendo, “estática”, ocorre que o movimento dos entes não biológicos dispõem apenas das vibrações correspondentes às suas ligações moleculares (eletromagnéticas) e relativas aos seus elementos fundamentais (átomos).
Não há como encontrar montagens que se autodefinem, evoluem, expressam, manifestam, combinam, procuram, protegem, regulam, codificam, crescem com objetivo e, inúmeros outros predicados, num mineral. Por outro lado, devemos lembrar que, ainda que com outra expressão, o Universo como um todo, exerce a vida, logo, de certa forma, manipula seus elementos, inclusive os minerais, basta dizer que, na terra, a vida surgiu deles, portanto, dirige-se para esta em sua “penúltima” personificação, o “bio-organismo”, para deste, ir ao espírito seu objetivo final e sua própria existência.
Mas, é inegável que a vida biológica se expõe de si para si onde estiver e, no que se refere ao espírito, somente o captamos quando crescemos, devemos assimilar como uma escada, o mineral não nos capta como corpo, ao menos é o que se deduz, nós (os orgânicos em geral) apenas apreendemos o espírito quando nos sutilizamos em direção a ele.
Talvez agora, seja oportuno teorizarmos sobre o fluxo vital, e porque falamos em “quantas” de vida. Seria muito válido discorrermos diretamente sobre o assunto, mas, não tão esclarecedor como um (se pudermos dizer) exemplo:
O nosso corpo é simbionte por mais de uma forma, não vem aqui o que defende este autor, isto é, a simbiose inteligência/organismo. Na verdade, a própria estrutura biológica é interdependente de outros organismos, o aparelho digestivo, como se vê, é caso típico, falamos em flora e fauna, vidas que vivem da nossa e, para isso, nos ajudam viver digerindo as toxinas que nos são nocivas, mas não sentimos isso, porém, na falta delas, literalmente morremos (creio que só a flora seja simbionte, pois a fauna induz que sejam parasitas, mesmo o termo flora é só um elegantismo, pois são bactérias que habitam nossos intestinos, não lembro de nenhum exemplo de organismo superior animal ou vegetal ou fungo que não seja um parasita quando associado ao nosso corpo — FS).
Indo além, nós somos cercados de vida, não a vemos, porém, bacilos, bactérias, fungos, ácaros, seria necessário uma enciclopédia para descreve-las todas, entretanto, sem elas nossa vida não seria a mesma, isso, se a nossa fosse viável sem as outras, o ecossistema tem equilíbrio inteligente por mais que a nossa miopia negue isso.
Chegamos enfim, a vida que tem o nosso tamanho, aquela que vemos, que compartilhamos, que sentimos afinal. Reconhecemos nela a nossa própria, pois ao “nos” identificarmos, existimos, o exercício de vida é carente do contato, da comunicação, por fim, existe por manifestar-se, essa é a sua expressão, sua lógica e, talvez, como dissemos, sua utilidade.
Através das constatações acima, pudemos avaliar que a vida difusa pode nos manter em equilíbrio com o sistema universal, todavia, só nos toca quando a identificamos, quando a individualizamos, vemos isso numa criança, num bichinho de estimação, numa cobaia de laboratório, num vegetal que nos alimenta, em tantos outros e, finalmente, numa inteligência que se nos expressa, por qualquer meio.
Assim, temos condições de argumentar os dois tipos de vida da presente temática, o fluxo vital ou vida difusa e a individualizada, o Universo exerce os dois tipos, mas de forma definida.
O que tentaremos demonstrar em relação a primeira proposição, aquela que identificamos como “fluxo Vital” ou “vida difusa”, não deve ser assimilada como vida por manifestação, mas apenas por expressão, ainda que os dois termos tenham sinonímia entre si em vários aspectos, veremos que guardam uma sutil diferença, isso é fácil de notar; quando se fala em “vida” individualizada encontramos a manifestação e a expressão, ou seja, esta se apresenta (manifesta) personificada (expressa/da) em um ser circunscrito e definido, por fluxo ou difusão notaremos somente a manifestação, esta sensação se tem em um bosque, em uma multidão “sem rosto”, servindo apenas de exemplo.
Apesar de utilizarmos coletivos com o intuito de exemplificar vida difusa, quando o Universo é a referência, esta tem outra característica, pois na verdade, a pretensão é extremamente ambiciosa..! afirmamos que este vive e, sob esse ponto de vista, deve ser tratado por “indivíduo”, pois manifesta e expressa vida, entretanto, no bojo, este traz vida de duas formas; não devemos nos assustar..! o nosso corpo é um “universo” à parte e exerce, exatamente, a mesma coisa, a vida que é integrante do sistema biológico, várias delas aliás, como já demonstramos, além de viabilizar à expressão inteligente a manifestação!
A vida difusa ou fluxo de vida, é aquela que vem à tona com um propósito universal, conduz em qualquer espaço viável, a projeção necessária a eclodir em vida específica, mesmo que, absurdamente, apenas a Terra fosse palco de existência vital, ainda assim, é inegável que a vida, literalmente, explode, em todas as direções que ofereçam a menor chance de propagação “de si”. Ela vem, figurativamente, do nada, os elementos universais combinam-se e recombinam-se, estruturam-se, organizam-se, codificam-se, enfim, lutam para vir a existir nessa forma.
Não se pode negar, em nenhuma hipótese, a intenção, a vontade e, nem a mais sofisticada teoria do casuísmo ou a mais intrincada lei probabilística, produziriam o possível número dessa espantosa “coincidência” e, infinitamente pior, repetidas vezes aos bilhões de trilhões em épocas e condições de extrema hostilidade física ambiental, a “vida” se estabelece, adapta-se, evolui e finda por domesticar a natureza que a criou. Depois de formada, ironicamente, nega Quem a projetou, aprende muito sobre si própria e sentir-se-á constrangida por tanta ingenuidade quando “der de cara” com Ele no mais íntimo Dela, nós nos veremos Nele.
Assim, a vida difusa ou em fluxo, não é a nossa vida, mas sim, a que nos “materializa” em indivíduos. Essa vida age, de fato, como um fluido, tem mesmo, “tudo a ver”, com um “colóide” universal, age como tal, dispersa-se numa fase infinitesimal como “esporos” de uma sutil, porém indelével, “forma inteligente”, incontestável de todas as formas, existente e, plenamente percebida, basta querer “enxergar”. Por isso, quando afirmamos o individualismo, o fazemos inserindo toda a concepção de vida que se manifesta, e isso, inclui até os vegetais, pois, cada ser a seu modo, se expressa para os outros e, nisso, já vem a individualidade.
Quem leu o nosso primeiro trabalho, já identificou no que veio alinhavado acima, a existência da previsível quinta força, a “energia psíquica”, nela, concentram-se todas as “apostas” deste autor. Apenas pelo fato dela ser racionalmente adaptável à existência do fluxo vital quando se a encontra e sendo meio de ação do plano ideal no material já implica em ligação de duas fases universais, melhor dizendo, o Universo intelecto-espiritual, interagindo com o material-dimensional.
Esperamos que avaliadas as considerações relativas aos dois tipos de vida viáveis de se conceber racionalmente no Universo, tenha sido possível assimilar a fundamental diferença entre o entendimento de vida difusa e indivíduo ou, por analogia, “quantas”, a vida latente seria inconcebível como indivíduo, esta última, por sua vez, seria inadmissível como difusa, isto é, sem personalidade, por isso são dois aspectos definidos e seqüenciais do Universo, a primeira é o elemento gerador da segunda.
Para encerrar, pode parecer confuso, contudo, não o é, ocorre ser uma o agente motor da outra e vice-versa..! mas como..? a primeira produz a segunda que, por sua vez, evolui e gera, continuamente, a primeira (cap. I, obra anterior) da “Fonte à Fonte”, do “Espírito ao Espírito”. O meio utilizado é o Universo, apenas isso!
Logo, podemos nos dirigir à terceira questão temática e, finalmente, adentraremos até onde nos é possível, a vida, ansiando conjugar o “gênesis” orgânico com o “Verbo” universal, o “Ser”.
O que vem a ser, em termos de existência nos dois planos possíveis, a montagem da vida? A genética é válida apenas do ponto de vista material? O que justificaria seus aspectos transcendentes?
A montagem da vida é uma composição conjuntural de inúmeros fatores interdependentes, ocorre que somente nos possibilita a abordagem científica, os que nos sinalizam sensorialmente, isto é, os fatores ligados aos aspectos físicos, isso, pelo simples fato de serem analisáveis segundo os meios tecnológicos disponíveis.
Entretanto, ainda que nos seja impossível a avaliação do ponto de vista científico “analítico” dos caracteres supra materiais que se relacionam à estrutura vital, nos é plenamente viável, “especular” com senso e coerência racional e em bases teóricas, os fundamentos que transcendem as fases meramente táteis, até porque, seria pura ingenuidade admitir a vida como fútil efeito eletroquímico acidental, desprezando a finalidade precípua do próprio Universo que, no mínimo, se nota, literalmente, a fúria em manter-se ou autopreservar-se e, garantia suficiente para apostar nisso, é o singelo ato de pensar.
Logo, mesmo que existisse apenas a vida material, o próprio pensamento nos obriga a considerá-lo, pois “se ele existe, logo pensamos”. Talvez, Descartes tivesse pensado nisso e expressara-se mal..?
É claro que qualquer que seja a consideração a ser efetivada deverá iniciar-se pelos aspectos fisiológicos e findar-se, não diretamente, pelas relações transcendentais, porém, pelas suas implicações com estas. É óbvio que não seria admissível de outra forma! pois, as próprias questões apenas existem por escopo ideal, se não houvesse os conceitos éticos, morais ou até políticos e religiosos não haveria, também, as citadas questões, e isso tem razão de ser, pois, cientificamente, não existem “questões”, mas sim, etapas a vencer.
A ciência independe de termos temáticos, age como deve agir, friamente; pesquisa desenvolve, produz e fornece o conhecimento adquirido, essa é a sua função, cabe ao ser humano decidir de que forma utilizar o que a sapiência lhe entrega, por isso o vocábulo em “questão”, determina o quanto crescemos.
Assim, fisiologicamente, sabemos que todo organismo biológico, desde um singular ser unicelular vegetal ou animal, até o mais sofisticado físico humano existente obedece a um padrão lógico e dirigido, que podemos afirmar, ter sido conhecido recentemente, ao menos em parte.
Qualquer corpo é uma organização, à priori, intracelular que se submete, estritamente, a cada espécie e a uma ordem determinada e, em segundo plano, celular, sendo que, todas estas podem estar vivas e ativas, no entanto, se por algum motivo, essa ordem for desarranjada, veremos o perecimento do ser em foco, portanto, se sabe que a vida e a morte biológicas, são dependentes da estrutura correspondente a cada ente, o corpo sucumbe porque no todo ou em parte significativa, deu-se um desarranjo e o organismo não tem como se manter sem a sua conformação primordial. Seria como ver um prédio desabar mantendo certas partes de sua estrutura em condições de abrigar vida, teríamos então, algumas pessoas (células) vivas, mas o edifício ruiu, as pessoas feridas, mas ainda vivas, por falta de socorro, depois de algum tempo vêm a morrer, assim, sabemos que ocorreu a morte por completo, da entidade habitacional com seus ocupantes por falta de estrutura organizada, todos os elementos constituintes do conjunto permanecem no lugar em ruína, tijolos (carbono, oxigênio), cimento (silício, ferro), cal (cálcio,hidrogênio) que, além dos restos orgânicos em franca degeneração, infinitos outros elementos estarão por muito tempo naquele local e, posteriormente, serão levados a outros lugares por vários meios, todos eles vivem independentes uns dos outros, mas o prédio e as pessoas morreram.
O corpo e as células se decompuseram ou se desorganizaram. Só isso, já nos obriga a admitir a inteligência como o aglutinante da existência vital, pois o carbono, o hidrogênio, o ferro, o cálcio, etc, etc, etc.., não vivem, todavia, se nós acharmos a parte do desenho que encaixa com as outras partes, juntarmos, exatamente, na ordem preestabelecida por alguma espécie (cariótipo) de ser vivo, criamos este “ser”! E.., teremos o verbo; pelo menos é o que dirão os religiosos de plantão. Mas este, é um assunto para depois.
Os cromossomos são os constituintes fundamentais das espécies, estes têm várias formas e medidas, mas cada gênero vital dispõe de um número certo e definido destes, cujas dimensões, organização estrutural e montagem própria são particulares a cada espécie, essa ordem é conhecida por cariótipo.
Designamos as células com esses tipos de cromossomos de diplóides, porque estes só existem em pares e são identificados por homólogos, um elemento desse par tem origem paterna e o outro, materna. Sua representação é “2n”, pois essa identificação determina o número de cromossomos das células diplóides, o número destes no ser humano, por exemplo, é igual a 46, assim, teremos 23 pares de cromossomos, pois “2 . 23 = 46”.(os cromossomos não são diplóides, os organismos com 2 copias de cada cromossomo são diplóides, devo lembrar que existem seres vivos haplóides, tetraploides, etc...— FS).
O processo de desenvolvimento e manutenção do organismo, tem princípio na meiose celular, isto é, na divisão desta que finda por produzir as células reprodutivas sexuadas (gametas), detentoras de metade dos cromossomos, ou seja, “n” cromossomos, são denominadas de haplóides, umas unem-se as outras formando os zigotos diplóides que, por sua vez, dividem-se pelo processo da mitose, sucessivamente, até constituírem um novo organismo.
A fase inicial da mitose é caracterizada pela composição de dois filamentos longitudinais que se unem por meio do “centrômetro”, (centrômero é a região cromossômica onde geralmente eles se ligam, a ligação entre os cromossomos é chamada sinapse — FS) entes identificados pelo nome de cromátides, estas findam a mitose separando-se entre si transmutando-se em outros dois cromossomos, que portam as exatas informações da matriz, sendo que cada um destes passam a pertencer a uma das duas células geradas (filiais).
Representação gráfica
Atualmente a genética oferece a real possibilidade de alterar o gene das espécies, tanto vegetal quanto animal e, indo além, literalmente, pode produzir vida orgânica inusitada, absolutamente diferente, da vida natural (calma ainda não somos tão bons assim..., falta-nos muita coisa... — FS). Pode também sintetizar novas substâncias, a exemplo das interferonas ou mesmo a insulina (interferonas e insulina não são novas substancias, são constituintes de seres vivos e que atualmente podemos produzir em um ser que não as tinha — FS), paralelamente porém, viabiliza que sejam alteradas as características já pertencentes ao nosso meio ambiente, é possível modificar-se o próprio ser humano, tanto quanto já se faz na agricultura e na pecuária e, é plenamente capaz, de criar um ser qualquer, o homem por exemplo, como réplica exata do que cedeu uma única célula sua para tal finalidade, esse segundo ente, replicado nos exatos moldes do original, é denominado clone (cópia), por ser, de fato, o mesmo organismo em outro molde.
Essa simples possibilidade, é objeto das mais acaloradas discussões éticas, políticas e religiosas, pois implicam em fatores sem precedentes na existência da Humanidade. Em si, o fato é, meramente técnico, traz no bojo, contudo, circunstâncias que acarretam alterações sócio-culturais desconcertantes que, inevitavelmente, desaguariam em novos conceitos e adaptações totalmente estranhas a razão que vem estabelecida desde o surgimento do hominídeo na Terra.
A descoberta da informação genética através do ADN1, integrante dos cromossomos, em 19442, revolucionou o entendimento da vida, foi a partir daí que se concluiu que o ser humano passaria a dominar a própria existência, seria apenas uma questão de tempo e, na verdade, pouco “tempo”, pois o desenvolvimento tecnológico oferece ferramental fantástico e meios sofisticados de manipular com as células nos dias de hoje.
Com a posterior descoberta das enzimas de restrição, entes capazes de abrir em locais definidos e previamente determinados os espirais de ADN (as enzimas de restrição cortam onde elas querem, não onde mandamos, não é “previamente determinado”, pois cada uma reconhece uma seqüência e pronto, adicione que podemos amplificar e modificar DNA de modo in vitro, através de reação em cadeia da DNA polimerase {reação chamada de PCR} FS), a ciência passou a dispor de controle absoluto (menos, menos...falta muito pro absoluto, tente um grande controle, ou um maior controle... — FS) sobre a transmissão de informações genéticas, os poucos pontos frágeis nessa prática, dependem apenas de metodologia relativamente simples de ser obtida e, muitas vezes, a ineficiência restringe-se, somente, a fatores financeiros que determinados países não vacilam, baseados em justos motivos, para financiar tais experiências.
O seccionamento ou alteração da molécula de ADN, depende da enzima específica para reconhecer a informação codificada aonde irá atuar (novamente neste parágrafo, as enzimas de restrição não são tão potentes assim, são ferramentas que nos auxiliam a manipular o dna, o mais comum é utiliza-las para clivar fragmentos gerados artificialmente por PCR para inserir em um local específico, no fragmento artificial nós colocamos a seqüência da enzima que nos interessa para ligá-lo onde haja a mesma seqüência para clivá-lo com a mesma enzima).
Uma vez fracionada a cadeia, os fragmentos obtidos podem unir-se induzidos pelas enzimas denominadas ligases. Assim, os genes que se pretenda transplantar poderão ser isolados do ADN pertencentes ao organismo de onde procedem ou, simplesmente se os sintetiza partindo ARN1 mensageiro do qual depende o código genético, logo, é possível copiá-los na forma da seqüência do ADN. (o rna mensageiro é a transcrição do DNA, retire o “depende” pois o RNA mensageiro também contem o mesmo código genético do DNA — FS)
Os fragmentos de ADN isolados, podem ser introduzidos no interior de uma célula com o objetivo de reproduzir a mensagem genética induzida por meio de vetores1 que, via de regra são utilizados os vírus ou plasmídios, podendo-se ainda, combiná-los, estes podem se reproduzir autonomamente e permanecem confinados no citoplasma de algumas células dos vegetais e das bactérias, isto é, entes extracromossômicos.
Segundo o entendimento do que veio acima, hoje nos é possível conhecer como são montadas as seqüências estruturais do ADN, portanto, se aprendeu a ler o código genético dos hélices desse ácido e, como as palavras, basta mudar a ordem ou a pontuação e passamos a conhecer outros elementos na “escrita ou.., na vida”!
Mais do que isso, podemos ter a certeza do ordenamento de qualquer fragmento de ADN a nível molecular, o que nos permite prever a normalidade ou não do futuro embrião e, literalmente, demoliu o castelo que escondia o projeto arquitetônico da vida, assim, ficou fácil construir um sistema que tira quantas “cópias” se queira de qualquer ser, isso, nos exatos termos do que vem escrito, pois, se obtém, precisamente, o mesmo elemento orgânico em número ilimitado.
A esse processo deram o nome de “clonagem”, sendo ele, um método prático para as pesquisas e desenvolvimento da microbiologia molecular ou celular, ciência que trabalha, especificamente, no campo da estrutura genética, buscando informações suficientes para atender as necessidades médicas, agrícolas, farmacológicas, alimentícias, entre muitas outras.
Ciência esta, que vem montando um fantástico arsenal contra o câncer, as deficiências físicas, a fome, as pragas da lavoura, a poluição ambiental e, infinitas outras adversidades naturais, ou mesmo, as causadas pelo homem.(mesmo conhecendo as seqüências genômicas dos genes ainda não temos total conhecimento de como são regulados as sua expressões, e estamos longe disto..., e mesmo podendo prever a seqüência de amino ácidos de uma enzima podemos errar feio, pois estas podem sofrer modificações após sua síntese para se tornarem ativas e estas informações sobre como são estas modificações estão em outro lugar no genoma – o qual não estabelecemos relações ou não estão codificados no dna, um bom exemplo é o sistema imunológico : no genoma temos o mínimo necessário, mas resistência mesmo adquirimos ao longo da vida, e um pouco vem pelo leite materno, ou seja, não há no genoma o projeto do anticorpo contra a gripe, nós o desenvolvemos ao longo da vida —FS)
(a respeito de trangenicos, são os que possuem seu genoma modificado, só que é fácil fazer com bactéria e vírus, mas com seres superiores como mamíferos e insetos, só enzimas de restrição e PCR não bastam, temos de utilizar técnicas mais refinadas como recombinação homóloga e transposons , e mesmo assim cada organismo tem suas limitações em relação as técnicas e as eficiências são muito baixas—FS)
Avaliadas as infinitas vantagens da ciência do “gênesis”, cabe-nos enfocar as implicações éticas, morais, políticas, religiosas e, por fim, as que motivaram este trabalho, as filosófico-transcendentais.
Levantar essa temática, é mais do que obrigação literária, é por em evidência, profundas feridas que a Humanidade carrega por milênios, é apontar o que, verdadeiramente, tenha vigor conceitual e o que não passa de efêmero e mesquinho preconceito irresponsável, é relacionar os fatos materiais com os conseqüentes efeitos espirituais, sem permitir que idealismos apaixonados intervenham causando mais focos apenas polêmicos ou, meramente retóricos, sem maiores pretensões que visar, mediocremente, vender livros.
Assim, as questões éticas oferecem os aspectos que correspondem ao observador, ao grupo que ele pertence e ao tempo que ele existe, logo, qualquer análise nesse sentido deve, obrigatoriamente, considerar que quem pondera sobre a ética, o faz sendo o “observador do primeiro, pertencendo a um grupo que, necessariamente, não é o daquele e existindo em um tempo que pode ou não lhe ser contemporâneo”.
Por isso, podemos exemplificar o entendimento conceitual vocabular sem amarrações pessoais, grupais ou temporais, lembrando que bem ou mal são meros pontos de referência pessoal, que esse estado de coisas (boas ou más), quem julga é a população que sente seus efeitos relativos e, que isso ocorre no período que mantém sob foco, o tema. Portanto, já desobedecendo a ordem temporal, citaremos um acontecimento pujante e impossível de não ser conhecido de alguém que, ao menos, tenha uma única vez, feito contato com qualquer sociedade atual: – A ciência descobriu, a bem pouco tempo, os segredos da conversão da matéria em energia pura, mostrando que é viável domar a natureza; irresponsavelmente, o homem, por sua vez, construiu, imediatamente, duas bombas atômicas e, numa fração de segundo, exterminou do mundo duzentos mil seres humanos de duas cidades japonesas que, continuam morrendo ainda hoje, das conseqüentes seqüelas do fato, isso porque, alguns outros irresponsáveis, haviam destruído em poucas horas, um reduto estratégico americano, no Havaí, que abrigava civis e militares levando à morte, na ocasião, por volta de duas mil e quinhentas pessoas deixando mais de mil e quatrocentos feridos.
O grupo ao qual pertenciam os construtores do instrumento apocalíptico nuclear, com raras exceções, achou justo e ético o que seus governantes determinaram, contudo, o grupo do qual eram partes os atacantes da ilha no Pacífico, considerou válido e necessário o ato dos seus poderes políticos. Hoje, no entanto, os dois adversários de então, desenvolvem e trocam informações sobre instrumentos cada vez mais sofisticados para manipular as forças nucleares em benefício das suas, e também, de outras sociedades civilizadas.
Não é a ciência que “atira” bombas ou, simplesmente, mata passarinhos, é o próprio ser humano quem atua sobre suas conquistas científicas. Desde as sociedades tribais nômades em que se batiam de paus e pedras entre si, foi somente o homem, que levantou o braço e esmagou o crânio do seu “Irmão” e semelhante, fez e faz o uso inadequado do seu conhecimento, ainda em nossos dias, com os irracionais e com o próprio Chão que o sustenta em pé e com a dignidade de estar ereto sobre as pernas no Universo que o criou.
A Ciência é a natureza inevitável do Espírito Humano, seu propósito final e seu meio racional de respeitar a existência; sua conquista, é a conquista do seu Ser, é o domínio de si sobre si e, quando esse ciclo se fecha é “esse Espírito” quem cria eternamente, por isso, não há que se falar em ausência de ética em “criar a vida”, cabe apenas domar nossos instintos de ferocidade infantil e, de fato, seremos aquele Deus que tanto combatem hipocritamente, os mesquinhos e desinformados críticos apologistas do caos.
Agora, as questões morais não se submetem a leis maiores do que as condizentes à ética, dependem também, do observador, do grupo do qual faz parte este e do tempo que lhe corresponde. Mas.., a postura moral aprofunda o conteúdo puramente ético, pois o último restringe-se aos limites do relacionamento, seu sentido é hermenêutico, o termo assim estipula; a ética é a conduta em relação a uma conjuntura precedente.
Porém, o que conhece esses precedentes é o entendimento moral, esta independe do relacionamento, liga-se, diretamente, ao estágio evolutivo do ser ou sociedade a qual este pertence, é, de fato, um conjunto conceitual, todavia, dependente da sabedoria e não, singelamente, do interesse inter-relacional, tem por conseqüência o bom relacionamento, pois este último, decorre dos princípios orientadores da conduta racional, se a orientação é adequada sabe-se que a moral prevaleceu nas relações éticas, assim, o exemplo da “bomba”, não se adapta quando a moral é o balizamento escolhido, pois, qualquer analogia deve servir para os dois lados nos exatos termos que se o concebe, sem as conveniências cabíveis a cada facção interessada nos resultados globais.
No entanto, de outra forma, notaremos que as críticas contundentes amparam-se em teses pseudomorais pois, sequer o sentido de moralidade se constata nos argumentos contestatórios, já que esses, quando considerados fortes e veementemente combativos dos avanços genéticos, apenas ensaiam comentários ilógicos que induzem entendimentos que o homem tem pretensões a Deus.
Mas.., este trabalho, que vai às mãos do Caro Leitor, já é o segundo que este autor afirma que “somos” Deus e, quem vos escreve, é “ninguém”, se comparado a quem afirmou a dois mil anos “...vós sois Deuses...”.
De imediato, se vê que todos os “senãos” são de alçada exclusiva dos setores administrativos e logísticos das várias sociedades envolvidas, uma vez que, é óbvio que se vêm equivocando os conceitos morais com os cultos e rituais derivados de dogmas pragmáticos religiosos que estagnaram no tempo, inalcançável, sequer de vista, do avanço científico. Portanto, desmancham-se, com fragilidade abissal, os preceitos invocados pelos aspectos da moralidade contra a ciência da vida, a “genética”.
Neste parágrafo, as questões políticas serão o alvo das atenções. Vemos que existem razões evidentes para a abrangência política das conquistas científicas de qualquer natureza, a genética, contudo, ultrapassa a simples evidência de sua importância, já que permite a manipulação e mesmo a criação de espécies aprimoradas ou, simplesmente, novas, o que implica em profundas alterações no pensamento humano, afinal, como já vimos acima, não é somente Deus que pode criar, o que significa que Deus não existe ou, os conceitos teístas estão, absurdamente fora da realidade, uma singular visão do Universo ao nosso redor já implica em que a primeira alternativa é inaceitável, o próprio código genético é prova perturbadora da existência de uma Inteligência primordial; e logo, chegamos a conclusão lógica, de que é mais “perturbadora”, a nossa ignorância na segunda dedução, é óbvio que não entendemos, nem a natureza e nem a Inteligência que nos criou, por isso é mais fácil negar as duas opções e, com isso, a nossa ignorância.
A ciência, porém, nada nega e nada afirma até tocar com toda potencialidade da convicção racional e dos ensaios experimentais, os fenômenos que só o são, para os que persistem em permanecer leigos e isentos da responsabilidade do saber, uma vez que, desvendado o íntimo das coisas, os fenômenos tanto quanto os milagres não existem e, tenham certeza, “Deus” não é fenômeno nem milagre, e tem esse nome, porque o fizemos para identificar a nossa origem.
É bom lembrar que, politicamente, não está em discussão se devemos ou não criar vida, possivelmente superior a nossa, mas sim, que povo conquistaria em primeira mão, tal façanha e, dessa forma, ter supremacia sobre os demais. Os motivos políticos, como tantos outros, não passam de anseios mesquinhos também, assumindo lugar comum na fragilidade argumentativa dos demais críticos denegridores insólitos. A verdade é que a política deveria se prestar ao bom diálogo e ao esforço conjunto para atingir objetivos saudáveis em todos os campos do conhecimento, distribuindo a igualdade e a prosperidade comum, ao contrário de defender interesses sórdidos de pequenas minorias em detrimento à Humanidade.
E, como não poderiam faltar, as questões religiosas são, nesse particular, de longe, as que menos oferecem resistência racional à ciência sob qualquer aspecto, insuflam todavia, as massas de crédulos fiéis, com teses teosóficas descabidas que não apresentam sequer, a mais tênue das possíveis justificativas racionais, alegando, como sempre, apenas que Deus deve permanecer como um mistério, não sendo dado ao homem o direito de invadir seus domínios, o fato de que, se “aquele deus”, perder seu trono, implicar em diminuir a renda dos cofres nos templos mantidos pelos seus adoradores, é mera coincidência, pois “não é com isso” que se preocupam os sacerdotes em geral, afinal, o reino Dele não é deste mundo.
É certo que existem possibilidades de riscos até mesmo incontroláveis, a exemplo de bactérias imunes a qualquer tipo de antibiótico já produzido, seleção genética com finalidade de eugenia humana, utilização ilegal de produtos genéticos que resultem em desastres ecológicos.
Ora..! com o processo de manipulação nuclear não ocorrem riscos semelhantes..? não sofremos a constante ameaça de uma guerra bacteriológica? a extinção do planeta com a probabilidade meteórica de colisão fatal? Devemos ter em mente que, quando criança, não mexemos com fogo, não dirigimos, não vamos a lugar algum sem a devida tutela.., entretanto, crescemos e aceitamos esses riscos como integrantes do progresso pessoal, aprendemos a lidar com eles ou pagamos o preço, geralmente, muito caro por não darmos a devida importância aos métodos de controle e segurança.
A mesma coisa ocorre com a Humanidade, quando se vale indevidamente dos seus meios tecnológicos arca com os custos da irresponsabilidade, no entanto, estamos crescendo, não nos cabe a fuga do inevitável, não se trata de opção, o fato é que, para trás não nos é possível ir, pois seria o mesmo que saltar do avião e tentar a volta para buscar o pára-quedas enquanto se cai.
Vindo por último, simplesmente por serem as mais relevantes, as questões filosófico-transcendentais não poderiam ser esquecidas, até porque, as próprias justificativas que defendem o avanço da ciência não seriam, de verdade, justas se a vida se limitasse ao momento que se vive já que, racionalmente, não se prepara o que não tem finalidade, pois é paradoxal evoluir e, quando atingida a perfeição, passa-se sem mais, da existência para a inexistência. É plenamente racional assentir que a natureza apenas produz o útil e perene, a mudança de estado não implica em desaparecimento inexistencial, já vimos esse filme infinitas vezes “...na natureza nada se perde, tudo se transforma...”, por que seria diferente com os seres vivos..? que diferença há em habitar o corpo e ser ele quando não conhecemos o ente maior que somos?
Quando nos conhecemos, faz impressionante diferença estar no corpo! Esse singular verbo explica toda a existência, e um outro, todas as razões dela, o ser. É simples assim..! tudo está, para vir a ser! Existe porque é! E, não se trata de eufemismo nem retórica mas.., tudo é para fazer existir! Tanto é verdade, que hoje, nós que somos, criamos, se quisermos, o que nunca existiu!
Claro..! há os não crêem no que acima vem escrito, mas vejamos.., à ciência falta algum tempo, gente qualificada e financiamento, com esses três elementos o homem monta um átomo, conjuga-o com outros em determinada ordem e produz matéria e biomassa, quem não ouviu falar de carvão que se transforma em diamante? muito mais que isso, já se produz diamante a partir do gás carbônico, se transforma hidrogênio em hélio, se constrói ciclotrons que produzem mais energia que o centro solar, se manipula com partículas atômicas que não se conhecia nem, em teoria, há poucos anos; quem não teve contato com o nome de “Dolly”? quem já não pronunciou a palavra “clone”?
Tudo isso ocorreu sem que fosse concedida uma única trégua ética, moral, política e, religiosa em favor da ciência. Com exceção dos anos recentes, os homens de ciência eram caçados como animais peçonhentos e, literalmente, queimados em praça pública, eram hereges, pecaminosos, excomungados, isolados da sociedade e da família como, por analogia, a erva daninha. Hoje porém, a Humanidade é cada vez mais dependente da ciência e, como uma mãe maltratada, ainda assim, buscam nos seus seios o leite da vida.
O tema mais polêmico da nova ciência, tem o nome de “clone”, é apavorante saber que “eu vivo” em mais de um lugar, coisa típica de desinformados, os caracteres biológicos não mantém relações diretas, obrigatórias com o Ser que somos.
Sendo possível criar um organismo, que pouco importa suas características e, viabilizadas estando, suas ligações com um ser qualquer, este, simplesmente o habitará e o “estranho e perigosíssimo” clone será outro de nós com todas as prerrogativas do termo, com as dificuldades e adaptações que nós já temos, mais nada.
Por que haveria de ser diferente? Todos os dias nascem milhares de clones naturais e ninguém estranha! Além do que, nada acontece se não for para acontecer. Se a ciência hoje é capaz de clonar, está mais do que em tempo de aceitar e administrar, competentemente, o mais recente bem que a sabedoria nos lega.
De fato, não é necessário esforço excessivo para admitir a existência de um único ser manifestando vida em cada indivíduo, se entendida a transcendência do “eu maior” e, se desprezado esse fator, seria puro desgaste intelectual ler o ensaio que vai às mãos do Caro Leitor; aliás, é expressiva a dificuldade em demonstrar que o Espírito manifesta vida independente da existência do organismo, sendo com isso necessárias muitas justificativas que demonstrem ocorrer a simbiose “intelecto-biológica”, para tanto já percorremos perto da metade da presente obra exemplificando os iluminados pensadores que “adotam” o mesmo entendimento desde a Idade Clássica e, por mais que se conheçam outros e, a nós contemporâneos, os vemos divergir em inúmeros aspectos, porém, mesmo os radicais materialistas, admitem a existência de algo que vai além do cérebro, é exemplo vivificante o de René Descartes, “pai” do racionalismo, todavia, assumido convicto ser a própria existência do espírito, o mais convincente pensador que sintetizou a vida do pensamento em um ser.
Logo, “se existo porque penso” não é ilógico nem descabido conceber a vida além da matéria, bem pelo contrário..! Podemos afirmar ser preconceito extremado limitar a vida no corpo, pois existem infinitos indícios científicos e sensoriais apontando “quem vem em nós” e, por outro lado, não se conhece uma única teoria sustentável racionalmente que, ao menos insinue, o fim da existência do ser com o perecimento do corpo; perecimento aliás, que hoje se sabe tratar-se mais de uma desorganização do que, propriamente morte, pois os componentes orgânicos apenas se “reinstalam” na natureza e é muito provável que em cada um de nós exista, ao menos um átomo de Jesus ou de Nero; de Sócrates, Platão ou de Calígula, isso, contudo, não nos transforma em nenhum deles, o que muito produz, se o fizer? É propiciar uma memória genética existencial de sobrevivência e sob aspecto cumulativo no sentido de adaptação cada vez mais adequada ao meio, à sociedade e, por fim, ao próprio ser que usufrui o corpo.
O que causa constrangimento ou até repugnância quando a referência passa do cidadão comum para o céptico radical ao ser posto à mesa a existência além da matéria é, simplesmente, o envolvimento dos crédulos ou ingênuos e dos aspectos religiosos que trazem, ainda embutidos, a vil lembrança das “atenções dispensadas” pelos últimos, aos homens de conhecimento e ciência até poucos anos passados.
Se eliminados esses entraves, falamos de mais um ramo, absolutamente científico, merecedor das maiores atenções acadêmicas e dos mais sofisticados métodos científicos de pesquisa, incluindo financiamentos nas exatas medidas que se dispensam ao estudo da ciência genética.
Teríamos então, novas perspectivas do entendimento da vida, abrir-se-iam mais portas nas cadeiras de psicologia e outros enfoques nas análises do próprio “ADN”, a idéia de clonagem teria como complementação, os elementos lógicos de antecipação e conclusão do próprio fato, veríamos que no início e no fim daquela fita em hélice existe um princípio racional e coerente com o modo de existir de cada ser, seria possível ir além do microscópio e ligar a organização codificada à forma pensamentar, viabilizaria prever porque um dado cromossomo ao ser formado conteria uma informação que o induzisse precipitar uma deficiência ou uma seleção especial para produzir um corpo especializado em determinada área de atividade, eliminaria o conceito de acaso nas mensagens genéticas justapondo o ser que precede o organismo tornando possível ajustar as causas que motivam as más conformações codificadas no gene e não, simplesmente o efeito, que seria o código genético alterado.
Esse pensamento é tão herético quanto os credos julgam ser a clonagem, a genética e outras ciências. Para o conhecimento não existe heresia, tudo é perscrutável, discutível e, fundamentalmente, facultado. O saber não cobra, apenas faz falta, deixar de questionar o que não vem demonstrado, porém, vislumbrado, é negligenciar a própria inteligência, não nos é mais dado esse direito, o ser humano, pode não estar na posse da sabedoria, mas certamente, já tem sob a mira, seus horizontes.
Devemos entender que é plenamente natural a adaptação, é ingenuidade pensar existir uma única via existencial, a verdade, é que a natureza, por conveniência, proveu apenas essa que assimilou o ser racional, poderia ter feito várias outras, as evidências são gritantes, o organismo humano, ocasionalmente, é o que oferece a mais adaptável constituição instrumental ao meio com o qual interage, notamos isso facilmente em colônias humanas que habitam regiões com significativas divergências naturais, encontramos humanos adaptados à zona tórrida, às planícies glaciais, às orientais ou ocidentais, nada impediria a natureza adaptar seus “clones” sob as águas ou a outros elementos ambientais, desde que houvesse a viabilidade de atingir seu objetivo final; produzir vida racional e atingir o Espírito!
O martelo é o melhor instrumento para bater um prego, mas.., quem já não pregou com um alicate..? o fim é transpor os meios por qualquer meio, desde que para isso, não se impeça os meios alheios.
A ciência genética exerce a mesma heresia que a medicina e a tecnologia praticam quando constroem um coração mecânico, criam olhos bio-eletrônicos, pernas biônicas, entre infinitos outros maravilhosos componentes pecaminosos e excomungados que cada vez mais salvam vidas, até de irracionais. Basta que se coloque em cheque qualquer crítico desprovido da necessária profundidade científica ou, caso contrário, excessivamente provido da vaidade egocêntrico-cietífica, cuja fundamental necessidade, é tornar sua pseudo-opinião pessoal em personalidade pública apenas para satisfazer o próprio ego; conduzindo-o à seguinte questão: – Se em favor de um ente querido ou, em caso de excesso de amor-próprio, lhe fosse possível prolongar a própria vida, com plena segurança de sucesso, este a renunciaria, em nome da ética, que tanto defende? Poderíamos arriscar que este cometeria crime para conquistar a melhor posição na fila dos pretendentes!
Ademais se pergunta..; que diferença faz ao ser, evoluir num organismo natural ou artificial se nos dois casos fosse possível exercer e atingir os mesmos objetivos evolutivos? Se vai muito além, já que “Deus” não concorda que façamos obra sua, por que nos possibilitou a razão? Continuamos, ...“Ele” nos possibilitou ou a evolução, força do próprio Princípio Inteligente, prevê essa conseqüência e almeja-a? E ética, quem a define em termos absolutos? E, em nome da honestidade, qual crítico atirará a primeira pedra? Lembramos que quem arcar o braço em lançá-la, cometerá, no mínimo, o segundo deslize..! Pois, qualquer Ser Humano está autorizado e qualificado a afirmar que os virtuosos raramente passam pelo mundo, assim, se entre os vários críticos da ciência genética estiver presente algum, basta que se manifeste com seu currículo! Que, espera-se, não ser somente, um daqueles papéis que se pendura em paredes garantindo “pró-forma” qualificações.
Cumpre-nos anotar que a severidade das implicações tem direcionamento convergente à religiosidade, pelo simples fato de que os mistérios do “senhor” não se obrigam ouvir as questões dos “mortais”, logo, o que é de dever a Lei administra, o que é de saber a cultura ensina, o que é de moral a civilidade obriga; portanto, só nos resta o que é do preconceito para ponderar sobre um conceito; sendo que o segundo é moral, ético, legal, elevado, civilizado e, acima de tudo, compatível com a evolução humana.
É claro que, quase inevitavelmente, vem ligado a todo avanço tecnológico ou mesmo sócio-cultural, um ou mais efeitos colaterais alguns podem ser considerados positivos mas, via de regra, são os negativos que se destacam e é óbvio que os últimos se evidenciam porque incomodam e até prejudicam. Devemos, contudo, lembrar que todo “subproduto” pode e deve ser administrado, até porque, o próprio termo relacionado tem implicância direta com a competência e com a qualificação de uma sociedade já assimilada como evoluída, logo, é de se esperar que seus próprios organismos estruturais estejam aptos a manipular o que produz.
É certo também, que existe um preço a pagar pelos eventuais erros cometidos, mas o custo que a Humanidade arca pelas deficiências que carrega é muito maior, assim, se a responsabilidade servir de guia mestra a balizar os passos rumo ao conhecimento, o risco será calculado e minimizado, sendo mesmo absurdo não avançar para não correr riscos e, levando às últimas conseqüências, é desmerecer todos os seres que nos precederam, se sacrificaram e às próprias vidas para chegarmos onde nos encontramos e, simplesmente, paramos para aproveitar o que já nos legaram como o herdeiro irresponsável que, ao contrário de usufruir com sabedoria e acrescer ao patrimônio herdado, o consome indolentemente disseminando-o sem permitir a frutificação sadia e producente.
É este o enfoque que motiva o presente capítulo, é mostrar que a consciência do preço não pode impedir o avanço da ciência e, por outro lado, não condicionar a busca do conhecimento a qualquer custo, uma vez que é ilógico e paradoxal saber se o preço for a própria extinção.
O trabalho, que ora vai às mãos do Caro Leitor, opera no campo do idealismo e da espiritualidade descompromissada das práticas religiosas por todas as formas, voltado, estritamente ao racionalismo filosófico e ao liberalismo responsável, sem amarrações com a hipocrisia eclesiástica de todos os credos, ainda que releve as crenças simples dos homens humildes, por terem como bagagem a fé ingênua, porém sadia, dos que se dedicam ao próximo e vivem apenas o que sabem viver, culturas próprias dos recantos afastados da sociedade urbana, trabalho este, que não poderia deixar de apostar no conhecimento, não poderia deixar de consultar a ciência e, jamais poderia especular senão amparado na sabedoria.
A razão assim o exige, nos é permitido sondar o futuro, apontar para o alvo, buscar alternativas e arriscar novos rumos, só não nos é admissível, como seres civilizados, sermos irresponsáveis fazendo, intencionalmente, o que não nos compete ou, sendo hipócrita, não fazer o que nos é competente fazê-lo. O conhecimento, a liberdade e o relacionamento são, irremediavelmente atrelados, à responsabilidade de quem os dispõe.
(N.A. — Quem aqui escreve, preferiu que as correções permanecessem originais e grafadas, não se passando por “super-homem” que tudo conhece apenas corrigindo seus deslizes, o erro consciente e sanado é um dos degraus da sabedoria, “... meus acertos somente são a somatória dos meus erros...”)
“Nós somos a conseqüência genética dos que nos antecederam e o resultado direto do que fizemos quando nos antecedemos...”.
GENÉTICA; DO CORPO AO ESPÍRITO!
“Especulações sadias”
(N.A. — O tema do presente capítulo tem a assistência científica do Professor Doutor “Fábio Siviero”Docente geneticista na Universidade de São Paulo — USP, seus apartes estarão rubricados FS)
O mais óbvio ao Caro Leitor, nos trabalhos deste que aqui escreve, é a plena e absoluta convicção do processo simbiôntico1 existente entre a matéria e o espírito e, ainda que pareça radicalismo, esse entendimento é estendido a todo relacionamento possível entre organismo e inteligência, considerada a última sob qualquer ponto de vista, ou seja, desde a latente à individual nos seres com dinamismo superior, ou coletivo como admitem alguns autores, por exemplo, em relação aos vegetais. Alguns autores, entre os quais não está o que nesta se apresenta, pois que este, mesmo que especulativamente, admite a individualidade desde a primordial acepção de vida expressiva, isto é, vida com dinamismo manifesto e, uma planta, sem dúvidas é, de fato, esse tipo de vida entre os outros conhecidos, é inquestionável que dentro de sua espécie, a roseira é, em si, um indivíduo. Logo, não será possível que porque não entendemos a individualidade para qualquer tipo de ser venhamos simplesmente nega-la, não está aqui a afirmação genérica do contrário, porém, a possibilidade plenamente viável da individualização, por grupos de famílias, gêneros, espécies, enfim, a vida, tanto quanto não se imaginava a respeito da energia até o efeito fotoelétrico de Einstein2, é inteligível como porções3 com manifestação ondulatória ou de fluxo. Portanto, vemos a vida fluir em todas as direções, mas sempre em formas definidas e particulares, é exatamente isso que a distingue dos demais fenômenos naturais.
A simbiose é observada apenas sob o aspecto orgânico pela maioria das correntes doutrinárias, pelo simples fato de não vir demonstrada cientificamente1, a ligação do plano ideal ao material por meio da Inteligência interdependente ao organismo, quer dizer, o corpo é o meio de manifestação do verdadeiro Ser, sendo-lhe ferramenta, e não, indivíduo. Ferramenta entretanto, que tem sua própria genética peculiar, que se amolda de forma tal ao seu simbionte que lhe confunde as posições, conduzindo o último a deduzir, equivocadamente, ser, quando em verdade, está! Assim, devemos notar a relação simbiôntica operando, pelo lado Inteligente, servindo de meio sensitivo às experiências do aprendizado e, pelo lado do corpo, pelo desenvolvimento da inteligência genética que aprimora o organismo indefinidamente para cada vez melhor adaptá-lo ao meio e à Expressão Inteligente2 que lhe habita.
Agora podemos nos dirigir às idéias genéticas pertencentes, exclusivamente, ao organismo que, entretanto, segundo tudo indica, demonstra um comando primitivo que orienta à vida em resposta a um impulso3 fundamental, fato constatado e admitido por inúmeras correntes científico-doutrinárias.
A primeira definição humana relativa ao termo “genética” tem origem na Grécia antiga (Hélade) cujo vocábulo “génesis” explicava o princípio das coisas, particularizava os seres vivos ou generalizava a idéia de criação universal, definia tudo que pudesse ser explicado a partir de um início, mesmo que esse (o início) não se explicasse.
Com o desenvolvimento humano e as conquistas tecnológicas, esse termo passou a assumir definições mais complexas e específicas, pois a generalização do pensamento clássico sobre esse vocábulo, oferece apenas conceitos vagos, sem particularizar a exata concepção da existência por meio dos artifícios naturais de criar vida. É tão profunda em princípios, a montagem desta hoje conhecida que, ainda que sendo por formas encabuladas, notadas em crianças travessas, a maciça maioria dos cientistas radicais e fundamentalistas das doutrinas restritamente limitadas ao materialismo, já admite implicação que transcende a racionalidade pura e simples.
A evolução do conhecimento humano deu outro sentido à “gênesis”, adotou novos contornos à idéia de origem e conservação da vida, separou as várias direções apontadas pela natureza que particularizam cada gênero e, até mesmo, seres com características que, de alguma forma, identificam os indivíduos, as espécies e as formas de vida, o atual conceito geneticista tem “olhos” para a própria estrutura geradora da vida, só admite entendê-la a partir do menor “ponto” viável de conhecê-la, concebe teorias com bases experimentais que comprovam-nas continuamente e vai à direção do âmago do efeito em busca da causa que o gera.
Se observada a linha da conduta humana em relação ao conhecimento genético, veremos que após o conceito primordial dos gregos, que se limitava apenas a denominar os acontecimentos a partir de um princípio sem a preocupação de dissecá-lo desde as raízes, encontraremos somente em 1859, Charles Darwin quando publicou a sua revolucionária teoria intitulada: “Sobre a origem das espécies por meio da seleção natural ou a conservação das raças favorecidas na luta pela vida”, obra que mudou o mundo em relação ao homem e a existência da vida como um todo, ainda que não se identificasse com a genética propriamente, deixou implícito o entendimento de haver uma ligação comum entre todos os seres vivos, posteriormente a este grande vulto histórico, iremos ao encontro de Gregor Mendel que por volta de 1860 e publicado em 1866, desenvolveu um esplêndido trabalho teórico baseado em observações de espécies de ervilhas por inúmeras gerações reproduzidas metodicamente propiciando assim, a formulação das conhecidas “três leis de Mendel” que demonstram, por seleção de geradores híbridos, características que alteram a formação dos “descendentes” gerados nas ordens que se apresentam abaixo:
1 – A lei da uniformidade, apontando que, no cruzamento de dois indivíduos que se originam de linhagens puras, apresentando certa característica, exemplificando: – a cor dos olhos – diferente entre si, os descendentes apresentam semelhança no fator sob análise e passam a herdar de um dos genitores (o dominante) essa qualidade e o do outro se perde ou, por outro lado, dividem os traços intermediários de ambos os pais, caso esse, da co-dominância.
2 – A lei da segregação, caso em que os fatores da hereditariedade (genes) são independentes e passam de uma geração para outra sem sofrer alterações. Cruzando entre si os descendentes de duas linhagens puras, nota-se que a característica que não se mostrou recessiva, é integrante da geração que se segue em um quarto da descendência, enquanto o fator dominante ocorre em três quartos desta. Logo, à cada par de genes determinantes de certos traços, separam-se na reprodução celular mas, as combinações resultantes, ligam-se casualmente, pois, já que o objetivo dominante fora atingido, não importa mais a preferência em combinar-se.
3 – A lei da transmissão independente, afirma que cada fator é herdado independentemente das características restantes. Mendel chegou a essa conclusão, cruzando plantas que diferiam em dois fatores (di-híbridos) sendo o genótipo, no caso, AaBb. Este observou que na formação das células reprodutoras, tiveram origem quatro tipos diferentes: AB, Ab, aB e ab, que obedecem, simplesmente, as leis da análise combinatória em relação ao outro indivíduo, assim obteve, como seria de se esperar, 16 genótipos possíveis, e desses, notou nove características de A e de B com a seguinte composição; AABB, AABb, AaBB, AaBb, AAbB, AabB, aABB, aABb e aAbB, onde se encontrou nos indivíduos com o caráter dominante A três recessivos b, ou seja, aAbB, Aabb e Aabb, mais três com o dominante B e o recessivo a, como se vê; aaBB, aabB e aaBb, encontrando apenas um grupo recessivo de a e b, é ele; aabb, assim temos a seguinte ordem 9/3/3/1 totalizando 16 montagens distintas.
As leis de Mendel têm especificidade geral para a reprodução sexuada que finda por formar células reprodutoras especiais. Ocorre porém, que essas leis não têm caráter absoluto, logo, permitem interferência e admitem alterações significativas. Portanto, é fato consumado, que se pode optar por respostas predeterminadas, absolutamente independentes da natureza, o que significa afetar a ordem natural dos acontecimentos por meio de artifícios tecnológicos. Essas conclusões são recentes e resultante de um extraordinário esforço conjunto da humanidade em direção ao conhecimento de si e à busca da evidente causa originária, mesmo que essa não seja explicada ficando, porém, o efeito, absolutamente exposto, se terá condições para a posterior investida à rebuscada “causa”.
Essa via do conhecimento vem sendo o pivô de uma extraordinária celeuma das várias culturas que são parte integrante da nossa sociedade atual, debate que ocupará à frente, após as considerações trabalhadas por ora, a merecida atenção.
Mendel e suas Leis só foram reconhecidos no século XX, quando a ciência, em nome de três grandes estudiosos, o austríaco Erich Tschermak, o holandês Hugo de Vries e o alemão Carl Erich Correns em locais e ocasiões independentes chegaram às mesmas conclusões de Mendel, redescobrindo o que ele, metodicamente, já havia atestado em favor da ciência. Walter Sutton, americano, descobriu em 1902 que os cromossomos das células são os responsáveis pela hereditariedade. Como já vimos, os efeitos genéticos tem relação direta com a matemática ainda que sem feições absolutas nessa ligação, por isso veremos em 1908 um matemático inglês e um médico alemão, respectivamente Godfrey H. Hardy e Wilhelm Weinberg determinaram isoladamente as bases matemáticas da herança biogenética das populações, falamos da Lei de Hardy/Weinberg. Hoje, graças as descobertas de Edward L. Tatum e George W. Beadle, realizadas em 1930, sabemos que o gene é o responsável fundamental pela produção das enzimas e proteínas que catalisam as reações químicas que sustentam o equilíbrio dos organismos biológicos. Tempos depois, Oswald T. Avery demonstrou que o ADN1 é o material genético primordial e está nesse componente a estrutura molecular cuja montagem define as características hereditárias, devemos esses dados científicos a James D. Watson e Francis H. C. Crick, a partir disso se passou a conhecer o dinamismo exercido pela célula cuja função é, por meio do ácido nucléico, sintetizar as proteínas e enzimas que habilitam continuamente as características biológicas. Hoje se processa esses experimentos seqüenciando, sistematicamente, o ADN determinando, por esse método, as formas de produção de cada espécie estudada.
Hoje é fato conhecido que as células se reproduzem por multiplicação assexuada. Entre seus componentes, os amino ácidos, são os compostos formadores das longas cadeias (hélices e outras estruturas conhecidas) constituintes das proteínas e, são eles que detêm as informações genéticas codificadas no ADN de maneira precisa, é nessa estrutura que se conhece como código genético, que se sabe dos seus objetivos ou se altera sua organização mudando seus propósitos naturais (os amino ácidos são os formadores das proteínas e enzimas, {enzimas também são proteínas} e o ADN possui a informação de como estes aminoácidos são ordenados, o código genético é a grosso modo, “qual” amino ácido que corresponde a cada trinca de bases do DNA — FS ). Em muitos anos de trabalho, com muitos grupos de cientistas de diversas nações foi possível entender o código genético. Ainda assim, restam enormes esforços em concluir o conhecimento completo do processo e, partir disso, dispor do domínio tecnológico capaz de alterar e manter sob controle a natureza biológica em favor da evolução. Apenas esse fato já antecipa uma ordem primordial inteligente, é visível a impossibilidade probabilística do acaso.
Os problemas para ainda enfrentar são gigantescos, um exemplo, é como atuam os genes e o que regula sua atividade de acordo com o que a célula necessita a cada instante da própria evolução, essa questão já vem sendo abordada desde os anos 60 quando os bioquímicos franceses François Jacob e Jacques Monod desenvolveram as primeiras pesquisas sobre esse mecanismo. Obtivemos avanços significativos no campo do ensaio prático através de Thomas Cont Morgan, que utilizando a Drosophila melanogaster (mosca-do-vinagre) (mosca da fruta — FS) pelo simples fato de ser esta, portadora de fatores hereditários de constatação quase imediata e, como dispõe de apenas quatro pares de cromossomos por célula, comprovou que certas características são transmitidas em conjunto e não independentemente como se imaginava, isso ocorre em conseqüência da proximidade dos genes que se correspondem no cromossomo.
Experiências com o mesmo teor de cientificismo vêm sendo desenvolvidas nos laboratórios da Universidade de São Paulo no IQ (Instituto de Química), desta feita o “bicho” escolhido é a “Rhynchociara1 Americana” uma espécie de mosca adaptada aos climas tropicais de locais com umidade relativa alta e que são identificadas já pelas larvas, pois estas são conhecidas como trilhadeiras ou “bicho de trilha”, uma vez que estas caminham ininterruptamente em carreiras amontoadas em uma linha de direção escolhida pela líder que não se conhece o método pelo qual esta é “eleita”.
Esses ensaios vêm sendo desenvolvidos pela equipe do orientador Professor Doutor Roberto Vicente Santelli cujo orientando e, hoje, doutor que se dedica às pesquisas, este autor vem informar ao Caro Leitor, que é seu único filho Fábio Siviero e, na seqüência destas preliminares comentadas, expressarão, respectivamente, suas posições e pareceres científico-filosóficos sobre as razões que levam a Humanidade a investir em campos de tão abundante fertilidade cientificista.
Por enquanto, cumpre-nos informar que inúmeros países iniciaram no ano de 1989 o conhecido projeto “Genoma Humano”, sendo relevante saber que os financiadores desse desafio são o Instituto Nacional de Saúde e o Departamento de Energia norte americanos. O audacioso plano “buscava..?” “sim..! porque já o cumpriu em meados de 2001”, cumprir até 2005 a identificação de cada um dos cem mil genes e os três bilhões de pares de nucleotídeos da estrutura de uma molécula de ADN, cabendo, inicialmente, ao Nobel de fisiologia e medicina James D. Watson2, a coordenação dessa investida científica. E, segundo o modesto entendimento deste que aqui escreve, nesse singelo parágrafo, já vem, absurdamente provada, a total inexistência do acaso, e que, para contrariar esse “modesto entendimento”, basta responder: “... – Que coincidência montaria essa única molécula com cem mil genes e três bilhões de nucleotídeos, matematicamente ordenados em códigos absolutamente independentes e identificáveis um a um?...” e mais, cada organismo vivo tem trilhões de bilhões de células com outros trilhões de bilhões de moléculas com componentes codificados em sistemas equivalentes e, solidamente amparados pela matemática, cada um gerenciando inteligentemente a manutenção e evolução de cada espécie.
Respeitosamente.., se a “resposta” for cansativa, a “gente” espera..! Vejam.., o Cosmo sideral, os aglomerados estelares, os fenômenos cósmicos “buracos negros” e outros, o inimaginável equilíbrio gravitacional universal e a própria existência, num simples relance, ficaram menores do que se pode alcançar com um microscópio de tunelamento, em face à complexidade de uma única molécula de “vida”, o que significa entender, que tudo, absolutamente tudo, não passa de uma mão, por exemplo, aonde se apóia a vida, mesmo que a ignorância nos leve a concluir, que esta resolveu instalar-se, somente na pequenina Terra.(acreditava-se que eram 100 mil genes, hoje mesmo com toda a seqüência conhecida, especula-se 30 mil. E ainda hoje mesmo com a seqüência conhecida, não é incomum se descobrir novos genes, pois olhando diretamente a seqüência ainda não conhecemos todas as “regras” que definem um gene, logo as vezes por algum método experimental se determina um novo gene, em uma seqüência que já era conhecida! — FS)
O propósito era a identificação geográfica no mapeamento do código genético, ou seja, a notação posicional de cada gene nos 23 pares dos cromossomos humanos, e seu seqüenciamento, ou o conhecimento da ordem precisa em que ocorrem os nucleotídeos componentes do gene. Calculava-se obter menos de dez por cento de informações úteis no genoma e, por esse caminho, se previa que à via da posição, composição e função de cada gene abrir-se-iam as portas para a cura e diagnose das mais diversas doenças como, obviamente, se há de perceber. Mas.., como não poderia deixar de acontecer, a hipocrisia, a busca da fama por quinze minutos e outros preconceitos místicos e medíocres, em nome de uma pseudo-ética, alardeia o uso indevido do conhecimento genético, coisa aliás, que, administrativamente, se controlaria sem os efeitos especiais típicos do cinema..!
Não compensa sequer relacionar o rol de desculpas ridículas encontradas para bloquear a ciência, grupos invariavelmente comandados pelas castas religiosas, políticas e parte da mídia infundadas de qualquer discernimento justificável. À ignorância e ao preconceito cultural apenas são imprescindíveis as desculpas, quando não é a bomba atômica é o raio laser e, na falta dessas, usufruem a genética com o mesmo fito; “obter vantagem publicitária”, o controle deve ser coerente e exercido pelas vias administrativas competentes sem as manifestações de praxe, até porque, quem detém, de fato, o conhecimento, o usa como e quando quiser, operando suas qualificações sem que os menos informados tenham a menor chance de impedi-los, somente não o fazem, por senso e foro íntimo, pois quem quer praticar um ilícito, em raríssimas ocasiões é obliterado por antecipação, o máximo que se consegue é, às vezes, remediar. No entanto, não é a ciência quem deve arcar com o ônus da reprimenda sem direção, principalmente, porque quem busca hipocritamente o apoio popular contra o avanço da ciência, ou não tem entendimento sobre a matéria ou, se tem, tira vantagem dos que não têm, arriscando uns “pontinhos” na mídia.
É de se realçar que o principal fator genético, gerador das mais acaloradas polêmicas religo-sócio-culturais, não coabita com as possibilidades de informações prévias das tendências humanas, pois estas são componentes contornáveis e, a médio prazo, extinguíveis até por seleção genética prévia, viabilizando desde a concepção ao nascimento, as melhores chances para o indivíduo em foco.
A aversão injustificada, reside na possibilidade da chamada clonagem, isto é, a criação de um ser assexuadamente (apomixia), sendo possível estruturá-lo geneticamente antes de trazê-lo à vida, o que passaria, em tese, o nascituro à condição de projeto e o homem à condição de Deus. Tema que até aparenta lógica para os desinformados, mas.., o que vem a ser o homem natural, senão um projeto da natureza..? ou de “Deus”..? e mais.., quem atesta que já não houve alteração genética decorrente do próprio desenvolvimento humano?
As condições urbanas, tecnológicas, sociais, ambientais, étnicas preconceituosas, incestuosas de várias formas por interesses puramente mesquinhos, vacinas, medicamentos, alimentos adaptados por milênios desde as sociedades tribais, a prática da monocultura, os cruzamentos vegetais e animais utilizados a séculos, os pesticidas, o consumismo sedentário, o stress paranóico da mídia, os fatores psicológicos coletivos; sem dúvidas escreveríamos outro compêndio relacionando elementos de alteração genética já consumados pela Humanidade, o homem de hoje, já é um “clone” plenamente adaptado a si próprio, seu maior interventor..! A natureza que nos cerceia já é resposta da intervenção humana, portanto, retroceder seria milagre que, sabidamente, não existe, logo, nos resta avançar e concluir o que começamos cuidando, isto sim, de compensar erros e evoluir em direção ao inevitável, ou seja, conter a natureza, e não simplesmente, ser contido por esta. Pois, se assim não estivesse previsto, não discutiríamos um arbítrio que, pelo singelo motivo de sê-lo, nos concedeu a chave de uma das infinitas portas do conhecimento.
Devemos ser conscientes de que não temos acesso ao inacessível o que, de per se, elimina polêmicas e, de imediato, se conclui que o discutível é puro desgaste racional, pois a discussão é passagem, e por ela, queiramos ou não, transmigraremos.
Os preâmbulos capitulares até aqui expostos, buscam trazer bases dialéticas para ligar o pensamento filosófico aos elementos de constatação científica, portanto, adentraremos os conceitos pensamentares de forma interrogativa que, consoante as lições socráticas, nos abrirão horizontes mais amplos de investigação e, mesmo que ainda por meios especulativos, será caminho saudável, sensato e, fundamentalmente racional, viabilizando, embora que se percorra campos subjetivos1 mesclados à materialidade dos fatos, parâmetros suficientes ao fim que se propõe, expondo a problemática em relação à posição e opinião científicas, aos conceitos sócio-culturais e, como seria de se esperar neste trabalho, aos aspectos espirituais.
É claro que, apesar de ser a menção desses “aspectos”, a última proposição, é-nos a mais significativa e a ela serão dirigidas as maiores atenções.
Assim, à essas questões nos ateremos e, pela lógica, devemos questionar a princípio: – Por que seríamos, em tese, uma simbiose, Ser “inteligência” adaptado ao Ser “organismo”..?
Com certa facilidade, percebemos que não há, propriamente, uma explicação lógica de “quem somos”, nós vivemos a existência e, raras vezes, nos questionamos a esse respeito; de fato, não é assimilável, em hipóteses, racionais conhecermo-nos. Todos os pensadores, desde os profundos idealistas aos mais arraigados racionalistas, “lidaram” com esse objeto existencial; isso porque nos é muito mais fácil absorver as causas e relações que envolvem as razões e as justificativas, isto é, os “porquês” e o “como”, fatores que são secundários e intrínsecos absolutos, quer dizer, não se haveria cogitá-los se não existíssemos.
Ocorre, que jamais houve quem afirmasse “somos..!”, não há como e essa é a pura realidade. Manifestamos vida, exercemos ações, expressamos sensações em dois planos, no material e no ideal, nos concebemos inteligíveis, racionalizamos tudo que nos alcança, mas.., nunca..! absolutamente nunca, “somos”!
Esse é o ponto, não é uma posição discutível, assumida por conhecimento, definição e, nem mesmo, por opinião. Não temos o que saber ou mesmo crer e, por mais absurdo que pareça, sentimos mas.., não nos evidenciamos axiomaticamente, porém, vagamente nos identificamos num postulado segundo a concepção filosófica.
O termo “vagamente” tem razão de ser, pois o “postulado” não traduz evidência nem demonstração, todavia, justifica-se Post factum e, de verdade, nós não. É óbvio que o singular motivo racional que nos é próprio, intui uma utilidade, pois esta, “deve” ser a mesma que autoriza a existência como um todo, mas, observem, isso.., nós julgamos, portanto, não podemos admiti-la como universal, sim.., universal somente cabe aos fatores e conceitos que se autodefinem por si ou conjunturalmente e, conscientemente, nós e, nem Deus fazem parte desse entendimento e, embora estranhamente, está, exatamente nesse contexto, a certeza da existência Dele e da nossa, pois nada.., simplesmente nada, explica nenhum dos dois, porém, nos é impossível negar a nossa própria existência; logo, ...o que nos levaria negar a Dele?
Por fim, viemos de encontro à conseqüência de uma causa indefinida, ou seja, “nós”, razão suficiente para os mais diversos pensadores concluírem, equivocadamente, existir uma potência transcendente imóvel, nada mais lógico, se o entendimento se resumisse a dualidade absoluta, isto é, um fator estanque ao outro, esclarecendo ainda, Deus seria um fator em si e a existência, outro absolutamente sem relação ao primeiro, contudo, senão a razão ao menos a intuição, nos informa que Um criou a outra, é de se deduzir que, se houve imobilidade esta cessou, pois de um estado de coisas se foi a outro, de imediato, se tem “movimentação” da Potência que reduziu-se à cinética.
Essa conseqüência, “nós”, obedece ao mesmo critério do raciocínio acima mas.., com um detalhe que a difere ao mesmo tempo em que a torna intrigante, não é tão evidente todavia, localizável, vejam, a origem nos é indefinida mas, parte do efeito “nós”, no entanto, ao contrário de ser definido, ainda não o é, como o próprio Universo o é, pois mesmo o que não conhecemos dele, à frente, se nos apresentará materialmente e, o que não tem ainda ou virá a ter explicação sensorial, oferece probabilidade lógica racional, resume-se em expectativas intelectivas, pois as dimensões relativísticas apresentam-se de forma compatível ao nosso modo de ver, por mais complexa que seja sua inteligibilidade. Isso nos conduz, forçosamente, à mesma essência; reside aí a diferença e o que é intrigante, pois sermos efeito nos difere da causa, mas o que intriga é que, igualmente a “causa”, não nos definimos!
Filosoficamente, os opostos se equilibram, entretanto, é absurdamente irracional, que opostos sejam identidade, nada pode ser igual e diferente a um só tempo. Portanto, para conduzir essa aparente contradição ao universo da racionalidade, será necessário “ver” com outros olhos, acima afirmamos: “...embora estranhamente, está, exatamente nesse contexto, a certeza da existência Dele e da nossa...”!
Deveras, nesse trecho textual, voltamos ao “capítulo 1” do nosso primeiro trabalho, pois a única forma da razão compatibilizar essa “identidade”, muito “embora estranhamente...”, será admiti-Lo como “sendo-nos”.
Nesse contexto a “razão” opera, e será fácil demonstrar, a “Causa” indefinida manifesta o efeito definido, este passa para as dimensões relativísticas e evolui, sua metamorfose ininterrupta o conduz a perfeição que, por sua vez, nos é “indefinida”, isso é plenamente lógico, pois; ...– o que se entende por “perfeição”? o imobilismo ou o dinamismo? o completo ou o que pode, infinitamente, ser mais? E, a última questão, é exatamente, a resposta que buscamos! Ele será sempre maior enquanto crescer, e, nessa premissa, negamos o imobilismo afirmando o dinamismo, pois mudou o estado de coisas por um lado, e movimenta-se (cresce), infinitamente.
Podemos por aí, extirpar cinqüenta por cento do problema, restando à evolução nos demonstrar os “cinqüenta¬ por cento” restantes, quer dizer, quem somos..? Ele e nós! Pois, que O integramos é racional assentir, somente não, O/nos explicamos.
Por essa forma, a simbiose se expõe sem maiores dificuldades, uma vez que o todo apenas se metamorfoseia, as partes que já transmigraram da estrutura primordial para a fase definitiva deixando a “pupa”, passam a utilizar um organismo que não é mais do que a reunião de um número imensurável de pupas que dependem da Expressão Inteligente (que, por sua vez, não é mais do que o “transmigrado”), para conquistar suas metamorfoses e, também, transmigrar. Essa Expressão, é o “Espírito” e, esse Espírito, foi a “pupa” que será a “Causa” das próximas “pupas”. Como dissemos no trabalho anterior, “...o Universo é o viveiro de si em si...” onde encontramos “...do Espírito ao Espírito...” apenas valendo-se de um método, o que de forma alguma, O diminui ou, por outro lado, O idolatra. Apenas O vivifica entre nós, “sendo-nos”.
Cremos que o processo simbiôntico tenha sido demonstrado racionalmente, tanto quanto a validade de presumir a existência do Espírito e de sua ligação com a Origem. Logo, é de se esperar que se detalhe as implicações da espiritualidade com o mundo material envolvendo os aspectos genéticos entre outros a serem considerados. Cumpri-nos formular a segunda questão da presente dialética:
O que significa a vida em “quantas” ou indivíduos?
Ainda que não vivamos a plenitude de nos “conhecermos” de fato, podemos avaliar o mundo que nos envolve, assim, até onde alcançamos intelectualmente, temos condições de sentir o que nos toca e o que nos provoca, isto é, toca-nos o que existe e conhecemos, provoca-nos o que pode existir, pois isso, deduzimos.
A vida porém, nós sentimos ao tempo que ela nos “provoca”. Em verdade, há algo, peculiarmente especial, no “viver”, é simples notar, vejam; tudo que recebe energia produz movimento ou bloqueia-o, seja esta alteração instantânea ou não, findará por estancar-se ou deslocar-se o objeto energizado, ascendente, descendente, vibracional, rotacional, pendular, luminoso, resistivo.., enfim, exercerá o impulso recebido de qualquer modo, é a reação correspondente a uma ação primordial relativa, mas.., o dinamismo vital, exerce o mesmo “movimento” e, muitas vezes, sequer qualquer espécie de alteração se percebe, no entanto, sabe-se que a vida lá está.
Está nisso a provocação, não há meios de confundir o movimento mecânico com o movimento inteligente, é isso que nos garante uma Causa inteligente, pois um deslocamento aleatório pode (apenas pode) ser acidental, o inteligente contudo, é inconfundível, mesmo se observado somente o resultado do impulso, sabe-se que a origem objetivou esse fim, até se este não tenha sido atingido, dizemos: ... – Erraram..! pois, sabemos que foi proposital e dirigido. Isso significa que a vida pode ser notada até onde já não se faz presente.
Um outro detalhe digno de nota, é que esta, seja como for, só se apresenta associada a inteligência, primitiva ou plena, se há vida encontra-se inteligência e, é a segunda que se identifica em si, ou seja, ela conhece a si própria sob qualquer forma, invariavelmente. É relevante ressalvar que esse reconhecimento é, absolutamente, independente da razão, um Ser vivo conhece sempre um outro aonde este venha presente, pode se atrair, repelir ou ser indiferente, mas sabe ao que manifestou sua atitude.
O número de aspectos vitais é infinito mas, é inegável que alguns clamam por atenção acentuada, um deles é, exatamente, o tema do presente capítulo, isto é, a “genética”.
Descobriu-se recentemente, que tudo que vive obedece a um comando fundamental e tem uma estrutura, sem dúvida nenhuma, montada, nunca permitindo ser entendida sem propósito, obedece a leis que ela própria legisla, codifica suas informações de modo a perpetuar sua existência, rigidamente direcionada, ao aprimoramento, não sofre nem permite desvios no objetivo pretendido, quando fatores externos a obrigam, esta se adapta até extenuar, absolutamente, todas as chances de que dispõe e, só se extingue se as condições externas a sufocarem, jamais se autodestrói, o máximo que faz, é transpor-se à outras formas, é óbvio que perguntarão; “...– não sabemos que há quem suicida-se..?”, sim.., porém, no suicídio encontramos, precisamente, o efeito racional agindo, e isso, é comprovação também do processo simbiôntico, pois o Ser vence forças imensas para sobrepujar o instinto de sobrevivência e preservação da espécie, para cometer contra a “própria1” vida, “vida” que pertence ao “organismo” não ao “Ser”, é certo que este surpreender-se-á ao ver-se “lá”, pois que não morreu, o engano é imaginar o contrário, o “suicídio” não é mais do que um assassinato “contra terceiro, sim..!”, o corpo nos é cedido, nos exatos termos da “locação por cessão” de direitos de usufruto em favor da evolução do indivíduo e do que o envolve, ressecar a vida do “corpo” significa “rasgar” um grande trecho de uma “malha” que se lança, inclusive ao futuro, “direito” que jamais caberia ao espírito.
É equívoco imaginar o suicídio irracional , pois se trata de atitude dependente da razão, vinculada a esta, por conhecimento de causa, a exemplo da culpa, frustração, revolta, protesto, fanatismo, renúncia.., causas enfim, incabíveis aos irracionais.
Bem.., resta argumentar que também os minerais têm uma estrutura, nem poderíamos entender de outra forma, é óbvio, mas, a montagem mineral apresenta outra dinâmica ou melhor dizendo, “estática”, ocorre que o movimento dos entes não biológicos dispõem apenas das vibrações correspondentes às suas ligações moleculares (eletromagnéticas) e relativas aos seus elementos fundamentais (átomos).
Não há como encontrar montagens que se autodefinem, evoluem, expressam, manifestam, combinam, procuram, protegem, regulam, codificam, crescem com objetivo e, inúmeros outros predicados, num mineral. Por outro lado, devemos lembrar que, ainda que com outra expressão, o Universo como um todo, exerce a vida, logo, de certa forma, manipula seus elementos, inclusive os minerais, basta dizer que, na terra, a vida surgiu deles, portanto, dirige-se para esta em sua “penúltima” personificação, o “bio-organismo”, para deste, ir ao espírito seu objetivo final e sua própria existência.
Mas, é inegável que a vida biológica se expõe de si para si onde estiver e, no que se refere ao espírito, somente o captamos quando crescemos, devemos assimilar como uma escada, o mineral não nos capta como corpo, ao menos é o que se deduz, nós (os orgânicos em geral) apenas apreendemos o espírito quando nos sutilizamos em direção a ele.
Talvez agora, seja oportuno teorizarmos sobre o fluxo vital, e porque falamos em “quantas” de vida. Seria muito válido discorrermos diretamente sobre o assunto, mas, não tão esclarecedor como um (se pudermos dizer) exemplo:
O nosso corpo é simbionte por mais de uma forma, não vem aqui o que defende este autor, isto é, a simbiose inteligência/organismo. Na verdade, a própria estrutura biológica é interdependente de outros organismos, o aparelho digestivo, como se vê, é caso típico, falamos em flora e fauna, vidas que vivem da nossa e, para isso, nos ajudam viver digerindo as toxinas que nos são nocivas, mas não sentimos isso, porém, na falta delas, literalmente morremos (creio que só a flora seja simbionte, pois a fauna induz que sejam parasitas, mesmo o termo flora é só um elegantismo, pois são bactérias que habitam nossos intestinos, não lembro de nenhum exemplo de organismo superior animal ou vegetal ou fungo que não seja um parasita quando associado ao nosso corpo — FS).
Indo além, nós somos cercados de vida, não a vemos, porém, bacilos, bactérias, fungos, ácaros, seria necessário uma enciclopédia para descreve-las todas, entretanto, sem elas nossa vida não seria a mesma, isso, se a nossa fosse viável sem as outras, o ecossistema tem equilíbrio inteligente por mais que a nossa miopia negue isso.
Chegamos enfim, a vida que tem o nosso tamanho, aquela que vemos, que compartilhamos, que sentimos afinal. Reconhecemos nela a nossa própria, pois ao “nos” identificarmos, existimos, o exercício de vida é carente do contato, da comunicação, por fim, existe por manifestar-se, essa é a sua expressão, sua lógica e, talvez, como dissemos, sua utilidade.
Através das constatações acima, pudemos avaliar que a vida difusa pode nos manter em equilíbrio com o sistema universal, todavia, só nos toca quando a identificamos, quando a individualizamos, vemos isso numa criança, num bichinho de estimação, numa cobaia de laboratório, num vegetal que nos alimenta, em tantos outros e, finalmente, numa inteligência que se nos expressa, por qualquer meio.
Assim, temos condições de argumentar os dois tipos de vida da presente temática, o fluxo vital ou vida difusa e a individualizada, o Universo exerce os dois tipos, mas de forma definida.
O que tentaremos demonstrar em relação a primeira proposição, aquela que identificamos como “fluxo Vital” ou “vida difusa”, não deve ser assimilada como vida por manifestação, mas apenas por expressão, ainda que os dois termos tenham sinonímia entre si em vários aspectos, veremos que guardam uma sutil diferença, isso é fácil de notar; quando se fala em “vida” individualizada encontramos a manifestação e a expressão, ou seja, esta se apresenta (manifesta) personificada (expressa/da) em um ser circunscrito e definido, por fluxo ou difusão notaremos somente a manifestação, esta sensação se tem em um bosque, em uma multidão “sem rosto”, servindo apenas de exemplo.
Apesar de utilizarmos coletivos com o intuito de exemplificar vida difusa, quando o Universo é a referência, esta tem outra característica, pois na verdade, a pretensão é extremamente ambiciosa..! afirmamos que este vive e, sob esse ponto de vista, deve ser tratado por “indivíduo”, pois manifesta e expressa vida, entretanto, no bojo, este traz vida de duas formas; não devemos nos assustar..! o nosso corpo é um “universo” à parte e exerce, exatamente, a mesma coisa, a vida que é integrante do sistema biológico, várias delas aliás, como já demonstramos, além de viabilizar à expressão inteligente a manifestação!
A vida difusa ou fluxo de vida, é aquela que vem à tona com um propósito universal, conduz em qualquer espaço viável, a projeção necessária a eclodir em vida específica, mesmo que, absurdamente, apenas a Terra fosse palco de existência vital, ainda assim, é inegável que a vida, literalmente, explode, em todas as direções que ofereçam a menor chance de propagação “de si”. Ela vem, figurativamente, do nada, os elementos universais combinam-se e recombinam-se, estruturam-se, organizam-se, codificam-se, enfim, lutam para vir a existir nessa forma.
Não se pode negar, em nenhuma hipótese, a intenção, a vontade e, nem a mais sofisticada teoria do casuísmo ou a mais intrincada lei probabilística, produziriam o possível número dessa espantosa “coincidência” e, infinitamente pior, repetidas vezes aos bilhões de trilhões em épocas e condições de extrema hostilidade física ambiental, a “vida” se estabelece, adapta-se, evolui e finda por domesticar a natureza que a criou. Depois de formada, ironicamente, nega Quem a projetou, aprende muito sobre si própria e sentir-se-á constrangida por tanta ingenuidade quando “der de cara” com Ele no mais íntimo Dela, nós nos veremos Nele.
Assim, a vida difusa ou em fluxo, não é a nossa vida, mas sim, a que nos “materializa” em indivíduos. Essa vida age, de fato, como um fluido, tem mesmo, “tudo a ver”, com um “colóide” universal, age como tal, dispersa-se numa fase infinitesimal como “esporos” de uma sutil, porém indelével, “forma inteligente”, incontestável de todas as formas, existente e, plenamente percebida, basta querer “enxergar”. Por isso, quando afirmamos o individualismo, o fazemos inserindo toda a concepção de vida que se manifesta, e isso, inclui até os vegetais, pois, cada ser a seu modo, se expressa para os outros e, nisso, já vem a individualidade.
Quem leu o nosso primeiro trabalho, já identificou no que veio alinhavado acima, a existência da previsível quinta força, a “energia psíquica”, nela, concentram-se todas as “apostas” deste autor. Apenas pelo fato dela ser racionalmente adaptável à existência do fluxo vital quando se a encontra e sendo meio de ação do plano ideal no material já implica em ligação de duas fases universais, melhor dizendo, o Universo intelecto-espiritual, interagindo com o material-dimensional.
Esperamos que avaliadas as considerações relativas aos dois tipos de vida viáveis de se conceber racionalmente no Universo, tenha sido possível assimilar a fundamental diferença entre o entendimento de vida difusa e indivíduo ou, por analogia, “quantas”, a vida latente seria inconcebível como indivíduo, esta última, por sua vez, seria inadmissível como difusa, isto é, sem personalidade, por isso são dois aspectos definidos e seqüenciais do Universo, a primeira é o elemento gerador da segunda.
Para encerrar, pode parecer confuso, contudo, não o é, ocorre ser uma o agente motor da outra e vice-versa..! mas como..? a primeira produz a segunda que, por sua vez, evolui e gera, continuamente, a primeira (cap. I, obra anterior) da “Fonte à Fonte”, do “Espírito ao Espírito”. O meio utilizado é o Universo, apenas isso!
Logo, podemos nos dirigir à terceira questão temática e, finalmente, adentraremos até onde nos é possível, a vida, ansiando conjugar o “gênesis” orgânico com o “Verbo” universal, o “Ser”.
O que vem a ser, em termos de existência nos dois planos possíveis, a montagem da vida? A genética é válida apenas do ponto de vista material? O que justificaria seus aspectos transcendentes?
A montagem da vida é uma composição conjuntural de inúmeros fatores interdependentes, ocorre que somente nos possibilita a abordagem científica, os que nos sinalizam sensorialmente, isto é, os fatores ligados aos aspectos físicos, isso, pelo simples fato de serem analisáveis segundo os meios tecnológicos disponíveis.
Entretanto, ainda que nos seja impossível a avaliação do ponto de vista científico “analítico” dos caracteres supra materiais que se relacionam à estrutura vital, nos é plenamente viável, “especular” com senso e coerência racional e em bases teóricas, os fundamentos que transcendem as fases meramente táteis, até porque, seria pura ingenuidade admitir a vida como fútil efeito eletroquímico acidental, desprezando a finalidade precípua do próprio Universo que, no mínimo, se nota, literalmente, a fúria em manter-se ou autopreservar-se e, garantia suficiente para apostar nisso, é o singelo ato de pensar.
Logo, mesmo que existisse apenas a vida material, o próprio pensamento nos obriga a considerá-lo, pois “se ele existe, logo pensamos”. Talvez, Descartes tivesse pensado nisso e expressara-se mal..?
É claro que qualquer que seja a consideração a ser efetivada deverá iniciar-se pelos aspectos fisiológicos e findar-se, não diretamente, pelas relações transcendentais, porém, pelas suas implicações com estas. É óbvio que não seria admissível de outra forma! pois, as próprias questões apenas existem por escopo ideal, se não houvesse os conceitos éticos, morais ou até políticos e religiosos não haveria, também, as citadas questões, e isso tem razão de ser, pois, cientificamente, não existem “questões”, mas sim, etapas a vencer.
A ciência independe de termos temáticos, age como deve agir, friamente; pesquisa desenvolve, produz e fornece o conhecimento adquirido, essa é a sua função, cabe ao ser humano decidir de que forma utilizar o que a sapiência lhe entrega, por isso o vocábulo em “questão”, determina o quanto crescemos.
Assim, fisiologicamente, sabemos que todo organismo biológico, desde um singular ser unicelular vegetal ou animal, até o mais sofisticado físico humano existente obedece a um padrão lógico e dirigido, que podemos afirmar, ter sido conhecido recentemente, ao menos em parte.
Qualquer corpo é uma organização, à priori, intracelular que se submete, estritamente, a cada espécie e a uma ordem determinada e, em segundo plano, celular, sendo que, todas estas podem estar vivas e ativas, no entanto, se por algum motivo, essa ordem for desarranjada, veremos o perecimento do ser em foco, portanto, se sabe que a vida e a morte biológicas, são dependentes da estrutura correspondente a cada ente, o corpo sucumbe porque no todo ou em parte significativa, deu-se um desarranjo e o organismo não tem como se manter sem a sua conformação primordial. Seria como ver um prédio desabar mantendo certas partes de sua estrutura em condições de abrigar vida, teríamos então, algumas pessoas (células) vivas, mas o edifício ruiu, as pessoas feridas, mas ainda vivas, por falta de socorro, depois de algum tempo vêm a morrer, assim, sabemos que ocorreu a morte por completo, da entidade habitacional com seus ocupantes por falta de estrutura organizada, todos os elementos constituintes do conjunto permanecem no lugar em ruína, tijolos (carbono, oxigênio), cimento (silício, ferro), cal (cálcio,hidrogênio) que, além dos restos orgânicos em franca degeneração, infinitos outros elementos estarão por muito tempo naquele local e, posteriormente, serão levados a outros lugares por vários meios, todos eles vivem independentes uns dos outros, mas o prédio e as pessoas morreram.
O corpo e as células se decompuseram ou se desorganizaram. Só isso, já nos obriga a admitir a inteligência como o aglutinante da existência vital, pois o carbono, o hidrogênio, o ferro, o cálcio, etc, etc, etc.., não vivem, todavia, se nós acharmos a parte do desenho que encaixa com as outras partes, juntarmos, exatamente, na ordem preestabelecida por alguma espécie (cariótipo) de ser vivo, criamos este “ser”! E.., teremos o verbo; pelo menos é o que dirão os religiosos de plantão. Mas este, é um assunto para depois.
Os cromossomos são os constituintes fundamentais das espécies, estes têm várias formas e medidas, mas cada gênero vital dispõe de um número certo e definido destes, cujas dimensões, organização estrutural e montagem própria são particulares a cada espécie, essa ordem é conhecida por cariótipo.
Designamos as células com esses tipos de cromossomos de diplóides, porque estes só existem em pares e são identificados por homólogos, um elemento desse par tem origem paterna e o outro, materna. Sua representação é “2n”, pois essa identificação determina o número de cromossomos das células diplóides, o número destes no ser humano, por exemplo, é igual a 46, assim, teremos 23 pares de cromossomos, pois “2 . 23 = 46”.(os cromossomos não são diplóides, os organismos com 2 copias de cada cromossomo são diplóides, devo lembrar que existem seres vivos haplóides, tetraploides, etc...— FS).
O processo de desenvolvimento e manutenção do organismo, tem princípio na meiose celular, isto é, na divisão desta que finda por produzir as células reprodutivas sexuadas (gametas), detentoras de metade dos cromossomos, ou seja, “n” cromossomos, são denominadas de haplóides, umas unem-se as outras formando os zigotos diplóides que, por sua vez, dividem-se pelo processo da mitose, sucessivamente, até constituírem um novo organismo.
A fase inicial da mitose é caracterizada pela composição de dois filamentos longitudinais que se unem por meio do “centrômetro”, (centrômero é a região cromossômica onde geralmente eles se ligam, a ligação entre os cromossomos é chamada sinapse — FS) entes identificados pelo nome de cromátides, estas findam a mitose separando-se entre si transmutando-se em outros dois cromossomos, que portam as exatas informações da matriz, sendo que cada um destes passam a pertencer a uma das duas células geradas (filiais).
Representação gráfica
Atualmente a genética oferece a real possibilidade de alterar o gene das espécies, tanto vegetal quanto animal e, indo além, literalmente, pode produzir vida orgânica inusitada, absolutamente diferente, da vida natural (calma ainda não somos tão bons assim..., falta-nos muita coisa... — FS). Pode também sintetizar novas substâncias, a exemplo das interferonas ou mesmo a insulina (interferonas e insulina não são novas substancias, são constituintes de seres vivos e que atualmente podemos produzir em um ser que não as tinha — FS), paralelamente porém, viabiliza que sejam alteradas as características já pertencentes ao nosso meio ambiente, é possível modificar-se o próprio ser humano, tanto quanto já se faz na agricultura e na pecuária e, é plenamente capaz, de criar um ser qualquer, o homem por exemplo, como réplica exata do que cedeu uma única célula sua para tal finalidade, esse segundo ente, replicado nos exatos moldes do original, é denominado clone (cópia), por ser, de fato, o mesmo organismo em outro molde.
Essa simples possibilidade, é objeto das mais acaloradas discussões éticas, políticas e religiosas, pois implicam em fatores sem precedentes na existência da Humanidade. Em si, o fato é, meramente técnico, traz no bojo, contudo, circunstâncias que acarretam alterações sócio-culturais desconcertantes que, inevitavelmente, desaguariam em novos conceitos e adaptações totalmente estranhas a razão que vem estabelecida desde o surgimento do hominídeo na Terra.
A descoberta da informação genética através do ADN1, integrante dos cromossomos, em 19442, revolucionou o entendimento da vida, foi a partir daí que se concluiu que o ser humano passaria a dominar a própria existência, seria apenas uma questão de tempo e, na verdade, pouco “tempo”, pois o desenvolvimento tecnológico oferece ferramental fantástico e meios sofisticados de manipular com as células nos dias de hoje.
Com a posterior descoberta das enzimas de restrição, entes capazes de abrir em locais definidos e previamente determinados os espirais de ADN (as enzimas de restrição cortam onde elas querem, não onde mandamos, não é “previamente determinado”, pois cada uma reconhece uma seqüência e pronto, adicione que podemos amplificar e modificar DNA de modo in vitro, através de reação em cadeia da DNA polimerase {reação chamada de PCR} FS), a ciência passou a dispor de controle absoluto (menos, menos...falta muito pro absoluto, tente um grande controle, ou um maior controle... — FS) sobre a transmissão de informações genéticas, os poucos pontos frágeis nessa prática, dependem apenas de metodologia relativamente simples de ser obtida e, muitas vezes, a ineficiência restringe-se, somente, a fatores financeiros que determinados países não vacilam, baseados em justos motivos, para financiar tais experiências.
O seccionamento ou alteração da molécula de ADN, depende da enzima específica para reconhecer a informação codificada aonde irá atuar (novamente neste parágrafo, as enzimas de restrição não são tão potentes assim, são ferramentas que nos auxiliam a manipular o dna, o mais comum é utiliza-las para clivar fragmentos gerados artificialmente por PCR para inserir em um local específico, no fragmento artificial nós colocamos a seqüência da enzima que nos interessa para ligá-lo onde haja a mesma seqüência para clivá-lo com a mesma enzima).
Uma vez fracionada a cadeia, os fragmentos obtidos podem unir-se induzidos pelas enzimas denominadas ligases. Assim, os genes que se pretenda transplantar poderão ser isolados do ADN pertencentes ao organismo de onde procedem ou, simplesmente se os sintetiza partindo ARN1 mensageiro do qual depende o código genético, logo, é possível copiá-los na forma da seqüência do ADN. (o rna mensageiro é a transcrição do DNA, retire o “depende” pois o RNA mensageiro também contem o mesmo código genético do DNA — FS)
Os fragmentos de ADN isolados, podem ser introduzidos no interior de uma célula com o objetivo de reproduzir a mensagem genética induzida por meio de vetores1 que, via de regra são utilizados os vírus ou plasmídios, podendo-se ainda, combiná-los, estes podem se reproduzir autonomamente e permanecem confinados no citoplasma de algumas células dos vegetais e das bactérias, isto é, entes extracromossômicos.
Segundo o entendimento do que veio acima, hoje nos é possível conhecer como são montadas as seqüências estruturais do ADN, portanto, se aprendeu a ler o código genético dos hélices desse ácido e, como as palavras, basta mudar a ordem ou a pontuação e passamos a conhecer outros elementos na “escrita ou.., na vida”!
Mais do que isso, podemos ter a certeza do ordenamento de qualquer fragmento de ADN a nível molecular, o que nos permite prever a normalidade ou não do futuro embrião e, literalmente, demoliu o castelo que escondia o projeto arquitetônico da vida, assim, ficou fácil construir um sistema que tira quantas “cópias” se queira de qualquer ser, isso, nos exatos termos do que vem escrito, pois, se obtém, precisamente, o mesmo elemento orgânico em número ilimitado.
A esse processo deram o nome de “clonagem”, sendo ele, um método prático para as pesquisas e desenvolvimento da microbiologia molecular ou celular, ciência que trabalha, especificamente, no campo da estrutura genética, buscando informações suficientes para atender as necessidades médicas, agrícolas, farmacológicas, alimentícias, entre muitas outras.
Ciência esta, que vem montando um fantástico arsenal contra o câncer, as deficiências físicas, a fome, as pragas da lavoura, a poluição ambiental e, infinitas outras adversidades naturais, ou mesmo, as causadas pelo homem.(mesmo conhecendo as seqüências genômicas dos genes ainda não temos total conhecimento de como são regulados as sua expressões, e estamos longe disto..., e mesmo podendo prever a seqüência de amino ácidos de uma enzima podemos errar feio, pois estas podem sofrer modificações após sua síntese para se tornarem ativas e estas informações sobre como são estas modificações estão em outro lugar no genoma – o qual não estabelecemos relações ou não estão codificados no dna, um bom exemplo é o sistema imunológico : no genoma temos o mínimo necessário, mas resistência mesmo adquirimos ao longo da vida, e um pouco vem pelo leite materno, ou seja, não há no genoma o projeto do anticorpo contra a gripe, nós o desenvolvemos ao longo da vida —FS)
(a respeito de trangenicos, são os que possuem seu genoma modificado, só que é fácil fazer com bactéria e vírus, mas com seres superiores como mamíferos e insetos, só enzimas de restrição e PCR não bastam, temos de utilizar técnicas mais refinadas como recombinação homóloga e transposons , e mesmo assim cada organismo tem suas limitações em relação as técnicas e as eficiências são muito baixas—FS)
Avaliadas as infinitas vantagens da ciência do “gênesis”, cabe-nos enfocar as implicações éticas, morais, políticas, religiosas e, por fim, as que motivaram este trabalho, as filosófico-transcendentais.
Levantar essa temática, é mais do que obrigação literária, é por em evidência, profundas feridas que a Humanidade carrega por milênios, é apontar o que, verdadeiramente, tenha vigor conceitual e o que não passa de efêmero e mesquinho preconceito irresponsável, é relacionar os fatos materiais com os conseqüentes efeitos espirituais, sem permitir que idealismos apaixonados intervenham causando mais focos apenas polêmicos ou, meramente retóricos, sem maiores pretensões que visar, mediocremente, vender livros.
Assim, as questões éticas oferecem os aspectos que correspondem ao observador, ao grupo que ele pertence e ao tempo que ele existe, logo, qualquer análise nesse sentido deve, obrigatoriamente, considerar que quem pondera sobre a ética, o faz sendo o “observador do primeiro, pertencendo a um grupo que, necessariamente, não é o daquele e existindo em um tempo que pode ou não lhe ser contemporâneo”.
Por isso, podemos exemplificar o entendimento conceitual vocabular sem amarrações pessoais, grupais ou temporais, lembrando que bem ou mal são meros pontos de referência pessoal, que esse estado de coisas (boas ou más), quem julga é a população que sente seus efeitos relativos e, que isso ocorre no período que mantém sob foco, o tema. Portanto, já desobedecendo a ordem temporal, citaremos um acontecimento pujante e impossível de não ser conhecido de alguém que, ao menos, tenha uma única vez, feito contato com qualquer sociedade atual: – A ciência descobriu, a bem pouco tempo, os segredos da conversão da matéria em energia pura, mostrando que é viável domar a natureza; irresponsavelmente, o homem, por sua vez, construiu, imediatamente, duas bombas atômicas e, numa fração de segundo, exterminou do mundo duzentos mil seres humanos de duas cidades japonesas que, continuam morrendo ainda hoje, das conseqüentes seqüelas do fato, isso porque, alguns outros irresponsáveis, haviam destruído em poucas horas, um reduto estratégico americano, no Havaí, que abrigava civis e militares levando à morte, na ocasião, por volta de duas mil e quinhentas pessoas deixando mais de mil e quatrocentos feridos.
O grupo ao qual pertenciam os construtores do instrumento apocalíptico nuclear, com raras exceções, achou justo e ético o que seus governantes determinaram, contudo, o grupo do qual eram partes os atacantes da ilha no Pacífico, considerou válido e necessário o ato dos seus poderes políticos. Hoje, no entanto, os dois adversários de então, desenvolvem e trocam informações sobre instrumentos cada vez mais sofisticados para manipular as forças nucleares em benefício das suas, e também, de outras sociedades civilizadas.
Não é a ciência que “atira” bombas ou, simplesmente, mata passarinhos, é o próprio ser humano quem atua sobre suas conquistas científicas. Desde as sociedades tribais nômades em que se batiam de paus e pedras entre si, foi somente o homem, que levantou o braço e esmagou o crânio do seu “Irmão” e semelhante, fez e faz o uso inadequado do seu conhecimento, ainda em nossos dias, com os irracionais e com o próprio Chão que o sustenta em pé e com a dignidade de estar ereto sobre as pernas no Universo que o criou.
A Ciência é a natureza inevitável do Espírito Humano, seu propósito final e seu meio racional de respeitar a existência; sua conquista, é a conquista do seu Ser, é o domínio de si sobre si e, quando esse ciclo se fecha é “esse Espírito” quem cria eternamente, por isso, não há que se falar em ausência de ética em “criar a vida”, cabe apenas domar nossos instintos de ferocidade infantil e, de fato, seremos aquele Deus que tanto combatem hipocritamente, os mesquinhos e desinformados críticos apologistas do caos.
Agora, as questões morais não se submetem a leis maiores do que as condizentes à ética, dependem também, do observador, do grupo do qual faz parte este e do tempo que lhe corresponde. Mas.., a postura moral aprofunda o conteúdo puramente ético, pois o último restringe-se aos limites do relacionamento, seu sentido é hermenêutico, o termo assim estipula; a ética é a conduta em relação a uma conjuntura precedente.
Porém, o que conhece esses precedentes é o entendimento moral, esta independe do relacionamento, liga-se, diretamente, ao estágio evolutivo do ser ou sociedade a qual este pertence, é, de fato, um conjunto conceitual, todavia, dependente da sabedoria e não, singelamente, do interesse inter-relacional, tem por conseqüência o bom relacionamento, pois este último, decorre dos princípios orientadores da conduta racional, se a orientação é adequada sabe-se que a moral prevaleceu nas relações éticas, assim, o exemplo da “bomba”, não se adapta quando a moral é o balizamento escolhido, pois, qualquer analogia deve servir para os dois lados nos exatos termos que se o concebe, sem as conveniências cabíveis a cada facção interessada nos resultados globais.
No entanto, de outra forma, notaremos que as críticas contundentes amparam-se em teses pseudomorais pois, sequer o sentido de moralidade se constata nos argumentos contestatórios, já que esses, quando considerados fortes e veementemente combativos dos avanços genéticos, apenas ensaiam comentários ilógicos que induzem entendimentos que o homem tem pretensões a Deus.
Mas.., este trabalho, que vai às mãos do Caro Leitor, já é o segundo que este autor afirma que “somos” Deus e, quem vos escreve, é “ninguém”, se comparado a quem afirmou a dois mil anos “...vós sois Deuses...”.
De imediato, se vê que todos os “senãos” são de alçada exclusiva dos setores administrativos e logísticos das várias sociedades envolvidas, uma vez que, é óbvio que se vêm equivocando os conceitos morais com os cultos e rituais derivados de dogmas pragmáticos religiosos que estagnaram no tempo, inalcançável, sequer de vista, do avanço científico. Portanto, desmancham-se, com fragilidade abissal, os preceitos invocados pelos aspectos da moralidade contra a ciência da vida, a “genética”.
Neste parágrafo, as questões políticas serão o alvo das atenções. Vemos que existem razões evidentes para a abrangência política das conquistas científicas de qualquer natureza, a genética, contudo, ultrapassa a simples evidência de sua importância, já que permite a manipulação e mesmo a criação de espécies aprimoradas ou, simplesmente, novas, o que implica em profundas alterações no pensamento humano, afinal, como já vimos acima, não é somente Deus que pode criar, o que significa que Deus não existe ou, os conceitos teístas estão, absurdamente fora da realidade, uma singular visão do Universo ao nosso redor já implica em que a primeira alternativa é inaceitável, o próprio código genético é prova perturbadora da existência de uma Inteligência primordial; e logo, chegamos a conclusão lógica, de que é mais “perturbadora”, a nossa ignorância na segunda dedução, é óbvio que não entendemos, nem a natureza e nem a Inteligência que nos criou, por isso é mais fácil negar as duas opções e, com isso, a nossa ignorância.
A ciência, porém, nada nega e nada afirma até tocar com toda potencialidade da convicção racional e dos ensaios experimentais, os fenômenos que só o são, para os que persistem em permanecer leigos e isentos da responsabilidade do saber, uma vez que, desvendado o íntimo das coisas, os fenômenos tanto quanto os milagres não existem e, tenham certeza, “Deus” não é fenômeno nem milagre, e tem esse nome, porque o fizemos para identificar a nossa origem.
É bom lembrar que, politicamente, não está em discussão se devemos ou não criar vida, possivelmente superior a nossa, mas sim, que povo conquistaria em primeira mão, tal façanha e, dessa forma, ter supremacia sobre os demais. Os motivos políticos, como tantos outros, não passam de anseios mesquinhos também, assumindo lugar comum na fragilidade argumentativa dos demais críticos denegridores insólitos. A verdade é que a política deveria se prestar ao bom diálogo e ao esforço conjunto para atingir objetivos saudáveis em todos os campos do conhecimento, distribuindo a igualdade e a prosperidade comum, ao contrário de defender interesses sórdidos de pequenas minorias em detrimento à Humanidade.
E, como não poderiam faltar, as questões religiosas são, nesse particular, de longe, as que menos oferecem resistência racional à ciência sob qualquer aspecto, insuflam todavia, as massas de crédulos fiéis, com teses teosóficas descabidas que não apresentam sequer, a mais tênue das possíveis justificativas racionais, alegando, como sempre, apenas que Deus deve permanecer como um mistério, não sendo dado ao homem o direito de invadir seus domínios, o fato de que, se “aquele deus”, perder seu trono, implicar em diminuir a renda dos cofres nos templos mantidos pelos seus adoradores, é mera coincidência, pois “não é com isso” que se preocupam os sacerdotes em geral, afinal, o reino Dele não é deste mundo.
É certo que existem possibilidades de riscos até mesmo incontroláveis, a exemplo de bactérias imunes a qualquer tipo de antibiótico já produzido, seleção genética com finalidade de eugenia humana, utilização ilegal de produtos genéticos que resultem em desastres ecológicos.
Ora..! com o processo de manipulação nuclear não ocorrem riscos semelhantes..? não sofremos a constante ameaça de uma guerra bacteriológica? a extinção do planeta com a probabilidade meteórica de colisão fatal? Devemos ter em mente que, quando criança, não mexemos com fogo, não dirigimos, não vamos a lugar algum sem a devida tutela.., entretanto, crescemos e aceitamos esses riscos como integrantes do progresso pessoal, aprendemos a lidar com eles ou pagamos o preço, geralmente, muito caro por não darmos a devida importância aos métodos de controle e segurança.
A mesma coisa ocorre com a Humanidade, quando se vale indevidamente dos seus meios tecnológicos arca com os custos da irresponsabilidade, no entanto, estamos crescendo, não nos cabe a fuga do inevitável, não se trata de opção, o fato é que, para trás não nos é possível ir, pois seria o mesmo que saltar do avião e tentar a volta para buscar o pára-quedas enquanto se cai.
Vindo por último, simplesmente por serem as mais relevantes, as questões filosófico-transcendentais não poderiam ser esquecidas, até porque, as próprias justificativas que defendem o avanço da ciência não seriam, de verdade, justas se a vida se limitasse ao momento que se vive já que, racionalmente, não se prepara o que não tem finalidade, pois é paradoxal evoluir e, quando atingida a perfeição, passa-se sem mais, da existência para a inexistência. É plenamente racional assentir que a natureza apenas produz o útil e perene, a mudança de estado não implica em desaparecimento inexistencial, já vimos esse filme infinitas vezes “...na natureza nada se perde, tudo se transforma...”, por que seria diferente com os seres vivos..? que diferença há em habitar o corpo e ser ele quando não conhecemos o ente maior que somos?
Quando nos conhecemos, faz impressionante diferença estar no corpo! Esse singular verbo explica toda a existência, e um outro, todas as razões dela, o ser. É simples assim..! tudo está, para vir a ser! Existe porque é! E, não se trata de eufemismo nem retórica mas.., tudo é para fazer existir! Tanto é verdade, que hoje, nós que somos, criamos, se quisermos, o que nunca existiu!
Claro..! há os não crêem no que acima vem escrito, mas vejamos.., à ciência falta algum tempo, gente qualificada e financiamento, com esses três elementos o homem monta um átomo, conjuga-o com outros em determinada ordem e produz matéria e biomassa, quem não ouviu falar de carvão que se transforma em diamante? muito mais que isso, já se produz diamante a partir do gás carbônico, se transforma hidrogênio em hélio, se constrói ciclotrons que produzem mais energia que o centro solar, se manipula com partículas atômicas que não se conhecia nem, em teoria, há poucos anos; quem não teve contato com o nome de “Dolly”? quem já não pronunciou a palavra “clone”?
Tudo isso ocorreu sem que fosse concedida uma única trégua ética, moral, política e, religiosa em favor da ciência. Com exceção dos anos recentes, os homens de ciência eram caçados como animais peçonhentos e, literalmente, queimados em praça pública, eram hereges, pecaminosos, excomungados, isolados da sociedade e da família como, por analogia, a erva daninha. Hoje porém, a Humanidade é cada vez mais dependente da ciência e, como uma mãe maltratada, ainda assim, buscam nos seus seios o leite da vida.
O tema mais polêmico da nova ciência, tem o nome de “clone”, é apavorante saber que “eu vivo” em mais de um lugar, coisa típica de desinformados, os caracteres biológicos não mantém relações diretas, obrigatórias com o Ser que somos.
Sendo possível criar um organismo, que pouco importa suas características e, viabilizadas estando, suas ligações com um ser qualquer, este, simplesmente o habitará e o “estranho e perigosíssimo” clone será outro de nós com todas as prerrogativas do termo, com as dificuldades e adaptações que nós já temos, mais nada.
Por que haveria de ser diferente? Todos os dias nascem milhares de clones naturais e ninguém estranha! Além do que, nada acontece se não for para acontecer. Se a ciência hoje é capaz de clonar, está mais do que em tempo de aceitar e administrar, competentemente, o mais recente bem que a sabedoria nos lega.
De fato, não é necessário esforço excessivo para admitir a existência de um único ser manifestando vida em cada indivíduo, se entendida a transcendência do “eu maior” e, se desprezado esse fator, seria puro desgaste intelectual ler o ensaio que vai às mãos do Caro Leitor; aliás, é expressiva a dificuldade em demonstrar que o Espírito manifesta vida independente da existência do organismo, sendo com isso necessárias muitas justificativas que demonstrem ocorrer a simbiose “intelecto-biológica”, para tanto já percorremos perto da metade da presente obra exemplificando os iluminados pensadores que “adotam” o mesmo entendimento desde a Idade Clássica e, por mais que se conheçam outros e, a nós contemporâneos, os vemos divergir em inúmeros aspectos, porém, mesmo os radicais materialistas, admitem a existência de algo que vai além do cérebro, é exemplo vivificante o de René Descartes, “pai” do racionalismo, todavia, assumido convicto ser a própria existência do espírito, o mais convincente pensador que sintetizou a vida do pensamento em um ser.
Logo, “se existo porque penso” não é ilógico nem descabido conceber a vida além da matéria, bem pelo contrário..! Podemos afirmar ser preconceito extremado limitar a vida no corpo, pois existem infinitos indícios científicos e sensoriais apontando “quem vem em nós” e, por outro lado, não se conhece uma única teoria sustentável racionalmente que, ao menos insinue, o fim da existência do ser com o perecimento do corpo; perecimento aliás, que hoje se sabe tratar-se mais de uma desorganização do que, propriamente morte, pois os componentes orgânicos apenas se “reinstalam” na natureza e é muito provável que em cada um de nós exista, ao menos um átomo de Jesus ou de Nero; de Sócrates, Platão ou de Calígula, isso, contudo, não nos transforma em nenhum deles, o que muito produz, se o fizer? É propiciar uma memória genética existencial de sobrevivência e sob aspecto cumulativo no sentido de adaptação cada vez mais adequada ao meio, à sociedade e, por fim, ao próprio ser que usufrui o corpo.
O que causa constrangimento ou até repugnância quando a referência passa do cidadão comum para o céptico radical ao ser posto à mesa a existência além da matéria é, simplesmente, o envolvimento dos crédulos ou ingênuos e dos aspectos religiosos que trazem, ainda embutidos, a vil lembrança das “atenções dispensadas” pelos últimos, aos homens de conhecimento e ciência até poucos anos passados.
Se eliminados esses entraves, falamos de mais um ramo, absolutamente científico, merecedor das maiores atenções acadêmicas e dos mais sofisticados métodos científicos de pesquisa, incluindo financiamentos nas exatas medidas que se dispensam ao estudo da ciência genética.
Teríamos então, novas perspectivas do entendimento da vida, abrir-se-iam mais portas nas cadeiras de psicologia e outros enfoques nas análises do próprio “ADN”, a idéia de clonagem teria como complementação, os elementos lógicos de antecipação e conclusão do próprio fato, veríamos que no início e no fim daquela fita em hélice existe um princípio racional e coerente com o modo de existir de cada ser, seria possível ir além do microscópio e ligar a organização codificada à forma pensamentar, viabilizaria prever porque um dado cromossomo ao ser formado conteria uma informação que o induzisse precipitar uma deficiência ou uma seleção especial para produzir um corpo especializado em determinada área de atividade, eliminaria o conceito de acaso nas mensagens genéticas justapondo o ser que precede o organismo tornando possível ajustar as causas que motivam as más conformações codificadas no gene e não, simplesmente o efeito, que seria o código genético alterado.
Esse pensamento é tão herético quanto os credos julgam ser a clonagem, a genética e outras ciências. Para o conhecimento não existe heresia, tudo é perscrutável, discutível e, fundamentalmente, facultado. O saber não cobra, apenas faz falta, deixar de questionar o que não vem demonstrado, porém, vislumbrado, é negligenciar a própria inteligência, não nos é mais dado esse direito, o ser humano, pode não estar na posse da sabedoria, mas certamente, já tem sob a mira, seus horizontes.
Devemos entender que é plenamente natural a adaptação, é ingenuidade pensar existir uma única via existencial, a verdade, é que a natureza, por conveniência, proveu apenas essa que assimilou o ser racional, poderia ter feito várias outras, as evidências são gritantes, o organismo humano, ocasionalmente, é o que oferece a mais adaptável constituição instrumental ao meio com o qual interage, notamos isso facilmente em colônias humanas que habitam regiões com significativas divergências naturais, encontramos humanos adaptados à zona tórrida, às planícies glaciais, às orientais ou ocidentais, nada impediria a natureza adaptar seus “clones” sob as águas ou a outros elementos ambientais, desde que houvesse a viabilidade de atingir seu objetivo final; produzir vida racional e atingir o Espírito!
O martelo é o melhor instrumento para bater um prego, mas.., quem já não pregou com um alicate..? o fim é transpor os meios por qualquer meio, desde que para isso, não se impeça os meios alheios.
A ciência genética exerce a mesma heresia que a medicina e a tecnologia praticam quando constroem um coração mecânico, criam olhos bio-eletrônicos, pernas biônicas, entre infinitos outros maravilhosos componentes pecaminosos e excomungados que cada vez mais salvam vidas, até de irracionais. Basta que se coloque em cheque qualquer crítico desprovido da necessária profundidade científica ou, caso contrário, excessivamente provido da vaidade egocêntrico-cietífica, cuja fundamental necessidade, é tornar sua pseudo-opinião pessoal em personalidade pública apenas para satisfazer o próprio ego; conduzindo-o à seguinte questão: – Se em favor de um ente querido ou, em caso de excesso de amor-próprio, lhe fosse possível prolongar a própria vida, com plena segurança de sucesso, este a renunciaria, em nome da ética, que tanto defende? Poderíamos arriscar que este cometeria crime para conquistar a melhor posição na fila dos pretendentes!
Ademais se pergunta..; que diferença faz ao ser, evoluir num organismo natural ou artificial se nos dois casos fosse possível exercer e atingir os mesmos objetivos evolutivos? Se vai muito além, já que “Deus” não concorda que façamos obra sua, por que nos possibilitou a razão? Continuamos, ...“Ele” nos possibilitou ou a evolução, força do próprio Princípio Inteligente, prevê essa conseqüência e almeja-a? E ética, quem a define em termos absolutos? E, em nome da honestidade, qual crítico atirará a primeira pedra? Lembramos que quem arcar o braço em lançá-la, cometerá, no mínimo, o segundo deslize..! Pois, qualquer Ser Humano está autorizado e qualificado a afirmar que os virtuosos raramente passam pelo mundo, assim, se entre os vários críticos da ciência genética estiver presente algum, basta que se manifeste com seu currículo! Que, espera-se, não ser somente, um daqueles papéis que se pendura em paredes garantindo “pró-forma” qualificações.
Cumpre-nos anotar que a severidade das implicações tem direcionamento convergente à religiosidade, pelo simples fato de que os mistérios do “senhor” não se obrigam ouvir as questões dos “mortais”, logo, o que é de dever a Lei administra, o que é de saber a cultura ensina, o que é de moral a civilidade obriga; portanto, só nos resta o que é do preconceito para ponderar sobre um conceito; sendo que o segundo é moral, ético, legal, elevado, civilizado e, acima de tudo, compatível com a evolução humana.
É claro que, quase inevitavelmente, vem ligado a todo avanço tecnológico ou mesmo sócio-cultural, um ou mais efeitos colaterais alguns podem ser considerados positivos mas, via de regra, são os negativos que se destacam e é óbvio que os últimos se evidenciam porque incomodam e até prejudicam. Devemos, contudo, lembrar que todo “subproduto” pode e deve ser administrado, até porque, o próprio termo relacionado tem implicância direta com a competência e com a qualificação de uma sociedade já assimilada como evoluída, logo, é de se esperar que seus próprios organismos estruturais estejam aptos a manipular o que produz.
É certo também, que existe um preço a pagar pelos eventuais erros cometidos, mas o custo que a Humanidade arca pelas deficiências que carrega é muito maior, assim, se a responsabilidade servir de guia mestra a balizar os passos rumo ao conhecimento, o risco será calculado e minimizado, sendo mesmo absurdo não avançar para não correr riscos e, levando às últimas conseqüências, é desmerecer todos os seres que nos precederam, se sacrificaram e às próprias vidas para chegarmos onde nos encontramos e, simplesmente, paramos para aproveitar o que já nos legaram como o herdeiro irresponsável que, ao contrário de usufruir com sabedoria e acrescer ao patrimônio herdado, o consome indolentemente disseminando-o sem permitir a frutificação sadia e producente.
É este o enfoque que motiva o presente capítulo, é mostrar que a consciência do preço não pode impedir o avanço da ciência e, por outro lado, não condicionar a busca do conhecimento a qualquer custo, uma vez que é ilógico e paradoxal saber se o preço for a própria extinção.
O trabalho, que ora vai às mãos do Caro Leitor, opera no campo do idealismo e da espiritualidade descompromissada das práticas religiosas por todas as formas, voltado, estritamente ao racionalismo filosófico e ao liberalismo responsável, sem amarrações com a hipocrisia eclesiástica de todos os credos, ainda que releve as crenças simples dos homens humildes, por terem como bagagem a fé ingênua, porém sadia, dos que se dedicam ao próximo e vivem apenas o que sabem viver, culturas próprias dos recantos afastados da sociedade urbana, trabalho este, que não poderia deixar de apostar no conhecimento, não poderia deixar de consultar a ciência e, jamais poderia especular senão amparado na sabedoria.
A razão assim o exige, nos é permitido sondar o futuro, apontar para o alvo, buscar alternativas e arriscar novos rumos, só não nos é admissível, como seres civilizados, sermos irresponsáveis fazendo, intencionalmente, o que não nos compete ou, sendo hipócrita, não fazer o que nos é competente fazê-lo. O conhecimento, a liberdade e o relacionamento são, irremediavelmente atrelados, à responsabilidade de quem os dispõe.
(N.A. — Quem aqui escreve, preferiu que as correções permanecessem originais e grafadas, não se passando por “super-homem” que tudo conhece apenas corrigindo seus deslizes, o erro consciente e sanado é um dos degraus da sabedoria, “... meus acertos somente são a somatória dos meus erros...”)
“Nós somos a conseqüência genética dos que nos antecederam e o resultado direto do que fizemos quando nos antecedemos...”.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Deixe seu ponto de vista, escreva o quanto e o que quiser, lembre-se que você não existe só, pense no próximo positivamente e assim você será lembrado, a moderação é absolutamente liberal, mas não cega: